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DISCIPLINA: Políticas públicas educacionais

Módulo: Módulo 1 - Aspectos Gerais sobre políticas públicas

Nome do Professor: Milena Barbosa de Melo


Nome da Disciplina: Políticas públicas educacionais – Faculdade
Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2018.
Guia de Estudos – Aspectos Gerais sobre políticas públicas – Módulo
01
Faculdade Campos Elíseos
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

2. O que são políticas públicas?


3. Quem é o responsável pela implementação das políticas públicas?
4. Função social das políticas públicas
5. Espécies de políticas públicas

CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
MÓDULO 01 – Aspectos gerais sobre políticas públicas

Conversa Inicial

Este primeiro módulo é voltado para o estudo dos aspectos gerais sobre políticas
públicas. Nosso objetivo é situá-lo sobre as questões gerais que envolvem o tema
relacionado com políticas públicas. Nossa jornada terá início com a conceituação,
especificação dos objetivos, análise da aplicabilidade prática das políticas públicas e, por
fim, identificar as espécies de políticas públicas que o sistema social brasileiro dispõe.
Diante do proposto, dediquemo-nos com entusiasmo aos estudos!

Sucesso!
1 INTRODUÇÃO

A discussão acerca das políticas públicas tomou nas últimas décadas uma
dimensão muito ampla, haja vista o avanço das condições democráticas em todos os
recantos do mundo e a gama de arranjos institucionais de governos, que se tornou
necessário para se fazer a governabilidade. Entende-se por governabilidade as condições
adequadas para que os governos se mantenham estáveis. São essas condições
adequadas, enquanto atitudes de governos (sejam eles de âmbito nacional,
regional/estadual ou municipal), que caracterizam as políticas públicas (OLIVEIRA 2010).
As políticas públicas são ações e programas desenvolvidos pelo Estado com o
objeto de garantir o desenvolvimento da população e, portanto, consolidar os elementos
normativos previstos na Constituição Federal.
A análise das políticas públicas tem como objeto de estudo as decisões políticas e
os programas de ação dos governos, interrogando-se sobre a génese dos problemas que
tais decisões procuram resolver, sobre as soluções formuladas e as condições da sua
implementação (ARAÚJO et al 2018).
Nesse estudo será possível analisar o conceito de políticas públicas e ainda,
identificar as espécies e a função social das políticas públicas bem como o funcionamento,
no sentido de compreender a validade das políticas públicas e ainda, as consequências
para o Estado democrático de direito e toda a sua população.

2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS

Para que seja possível entender o funcionamento das políticas públicas, se torna de
substancial importância compreender a função social do Estado, no sentido de observar o
Estado como instrumento essencial para a concretização de novos direitos.
Nesse sentido, o que pode ser observado, portanto, é tão-somente a possibilidade
de reconhecer que o Estado democrático de direito deve desenvolver atividades essenciais
que estabeleçam regras fundamentais para o bem estar da população, ou seja, o estado
de bem estar social, que pode ser observado não apenas na Constituição Federal, mas
também em normas de caráter internacional, como é o caso da declaração de direito ao
desenvolvimento.
Por isso, o Estado deve suprir as necessidades da sua população, não podendo,
portanto, se omitir em políticas que motivem o desenvolvimento em suas variadas
vertentes e, portanto, pode se utilizar de mecanismos que são essenciais para atingir o
objeto do welfare state, tanto no nível nacional como no internacional.
Sendo assim, observa-se que o verdadeiro desenvolvimento consiste em um
processo econômico, social, cultural e político abrangente, que visa o constante
incremento do bem-estar de toda a população e de todos os indivíduos, com base em sua
participação ativa, livre e significativa no desenvolvimento e na distribuição justa dos
benefícios daí resultantes (MELO 2016).
Dessa maneira, torna-se compreensível aceitar, a partir da perspectiva de Amartya
Sen, que os indivíduos devem ser considerados para além de beneficiários do bem estar
social, nomeadamente, agentes desse processo de desenvolvimento, visto que o
desenvolvimento centrado na liberdade é, em grande medida, um processo orientado para
os agentes ativos e não mais para os agentes passivos de tal processo (LEAL 2014).
Portanto, deve ser considerado que o desenvolvimento de um país está
essencialmente ligado às oportunidades que ele oferece à população de fazer escolhas e
de exercer a cidadania (MELO 2016).
No entanto, para evitar uma sobrecarga do sistema político de cada país, é de
extrema importância evidenciar que o governo de cada Estado soberano não pode arcar
sozinho com a responsabilidade do desenvolvimento socioeconômico, por isso depende
também da participação de seus nacionais (MELO 2016).
Sendo assim, Amartya Sem (2009) observa que as capacidades públicas e as
pessoais são essenciais para a efetivação do desenvolvimento, pois a direção das políticas
públicas seria influenciada pelo uso efetivo das capacidades participativas do povo.
Por isso, atribuir os trabalhos essencialmente ao corpo político do país seria
realmente aceitar uma população inerte, situação que, de fato, não é interessante, pois
população inerte, que apenas espera ações políticas assistencialistas do governo, pode
incorrer numa dificuldade de interação com o sistema estatal e, consequentemente, irá
prejudicar o funcionamento do estado social de Direito. Situação que impedirá, inclusive no
estabelecimento de relações políticas, jurídicas e econômicas, no âmbito internacional
(MELO 2016).
Assim, para que o Estado funcione de maneira adequada, deve haver a interação
entre os atores, nomeadamente, população e governo, pois não há população que
sobreviva caso não existam políticas de amparo e motivação à população e, ainda, não há
governo que resista uma população que não contribua intelectualmente ou
operacionalmente para o funcionamento do sistema.
Por isso, o desenvolvimento de um país está essencialmente ligado às
oportunidades que ele oferece à população de fazer escolhas e de exercer a cidadania
(LEAL 2014). Essas questões, ora mencionadas, são, na verdade, políticas públicas que
decorrem de estudos e projetos governamentais no sentido de atingir o estado de bem
estar social (MELO 2016).

2.1. Do conceito de políticas públicas

A discussão acerca das políticas públicas tomou nas últimas décadas uma
dimensão muito ampla, haja vista o avanço das condições democráticas em todos os
recantos do mundo e a gama de arranjos institucionais de governos, que se tornou
necessário para se fazer a governabilidade. Entende-se por governabilidade as condições
adequadas para que os governos se mantenham estáveis. São essas condições
adequadas, enquanto atitudes de governos (sejam eles de âmbito nacional,
regional/estadual ou municipal), que caracterizam as políticas públicas (OLIVEIRA 2010).
Nesse sentido, o conceito de políticas públicas pode ser compreendido, de acordo
com Souza (2003) como o campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar
o governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário,
propor mudanças no rumo ou curso dessas ações e ou entender por que o como as ações
tomaram certo rumo em lugar de outro (variável dependente). Em outras palavras, o
processo de formulação de política pública é aquele através do qual os governos traduzem
seus propósitos em programas e ações, que produzirão resultados ou as mudanças
desejadas no mundo real.
E ainda, no que tange ao conceito de políticas públicas, torna-se oportuno observar
o seguinte pensamento de Oliveira (2010):
Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas
pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou
privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou
para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico. As políticas
públicas correspondem a direitos assegurados constitucionalmente ou que se
afirmam graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes
públicos enquanto novos direitos das pessoas, comunidades, coisas ou outros bens
materiais ou imateriais (OLIVEIRA 2010 PG. 94).

Diante dos conceitos expostos anteriormente, pode-se observar que políticas


públicas são ações e programas desenvolvidos pelo Estado com o objeto de garantir o
desenvolvimento da população e, portanto, consolidar os elementos normativos previstos
na Constituição Federal.
Sendo assim, as políticas públicas podem ser reconhecidas como programas
desenvolvidos pelo governo que visam apenas garantir o estado de bem estar social da
população.
O conceito de políticas públicas pode possuir dois sentidos diferentes. No sentido
político, encara-se a política pública como um processo de decisão, em que há
naturalmente conflitos de interesses. Por meio das políticas públicas, o governo decide o
que fazer ou não fazer. O segundo sentido se dá do ponto de vista administrativo: as
políticas públicas são um conjunto de projetos, programas e atividades realizadas pelo
governo (SECCHI 2013).
Uma política pública pode tanto ser parte de uma política de Estado ou uma política
de governo. Vale a pena entender essa diferença: uma política de Estado é toda política
que independente do governo e do governante deve ser realizada porque é amparada pela
constituição. Já uma política de governo pode depender da alternância de poder. Cada
governo tem seus projetos, que por sua vez se transformam em políticas públicas (SECCHI
2013).

3. OS ATORES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

As Políticas Públicas são definidas no Poder Legislativo, o que insere os


parlamentares (vereadores e deputados) no processo. E o Poder Executivo as coloca em
prática. Nesse processo, cabe aos servidores públicos oferecer as informações
necessárias ao processo de tomada de decisão dos políticos e posteriormente, executar as
políticas públicas definidas. Por esse motivo, o funcionalismo público é um elemento
essencial para o bom desempenho das diretrizes adotadas pelo governo (SECCHI 2013).
Apesar de haver uma participação mais direta por parte do executivo e do
legislativo, torna-se importante identificar a participação da sociedade civil e, nesse caso,
observam-se as presenças dos sindicatos, da população no geral, das empresas privadas,
dos movimentos sociais, dos representantes setoriais e dos partidos políticos.
Destaca-se ainda que, a participação da população nas questões públicas de um
país, nomeadamente no âmbito do legislativo e do judiciário, são feitas, no caso do Brasil
de maneira indireta ou seja, indicadas pelo povo através do processo eleitoral. O que deve
ser colocado em análise, nesse momento é que, para que haja sedimentação dos
processos de políticas públicas, todos os grupos, sejam eles, públicos ou privados, devem
participar ativamente na construção das decisões destinadas ao bem comum.

4. O FUNCIONAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

A análise das políticas públicas tem como objeto de estudo as decisões políticas e
os programas de ação dos governos, interrogando-se sobre a génese dos problemas que
tais decisões procuram resolver, sobre as soluções formuladas e as condições da sua
implementação (ARAÚJO et al 2018).
As políticas públicas, enquanto objeto de estudo, configuram, em primeiro lugar,
processos complexos e multidimensionais que se desenvolvem em múltiplos níveis de
ação e de decisão — local, regional, nacional e transnacional. Em segundo lugar,
envolvem diferentes atores — governantes, legisladores, eleitores, administração pública,
grupos de interesse, públicos-a+lvo e organismos transnacionais —, que agem em quadros
institucionais e em contextos geográficos e políticos específicos, visando a resolução de
problemas públicos, mas também a distribuição de poder e de recursos (ARAÚJO et al
2018).
Dessa maneira, observa-se, portanto, que a estruturação de um sistema de políticas
públicas decorre de estudos essenciais que possuem contornos multidisciplinar, ou seja,
para além de questões sociais, devem ser analisados os elementos econômicos,
históricos, psicológicos e ainda, os costumeiros e legais.
Nesse sentido, Araújo e Rodrigues (2017 p.11) observa que a estruturação das
políticas públicas define um campo de estudos específico pluridisciplinar e abre espaço ao
desenvolvimento de teorias de médio alcance, modelos, mapas, metáforas e conceitos
próprios, que permitem explicar e pensar as políticas públicas, permitem compreender os
modos e as regras gerais de funcionamento da ação pública e analisar as suas
continuidades e rupturas, bem como os processos e as determinantes do seu
desenvolvimento, e identificar a multiplicidade de fatores e forças que formam os
processos reais das políticas públicas.
O seu objetivo não é explicar o funcionamento do sistema político, mas a lógica da
ação pública, as continuidades e rupturas nas políticas públicas, as regras do seu
funcionamento, a afetação de recursos e o papel e os modos de interação de atores e
instituições nos processos políticos de etapas pelas quais uma política pública passa até
que seja colocada em prática é chamado de ciclo de políticas públicas (Araújo et al 2017).
Dessa maneira, para que uma política pública seja devidamente estruturada, faz-se
necessário observar algumas etapas e, caso haja o esquecimento técnico de algumas das
fases, a probabilidade de que a estruturação da política pública seja infrutífera é bastante
acentuada, a saber:

1. Fato social: seria apenas a identificação do problema no que tange a execução dos
elementos essenciais para consecução do direito ao desenvolvimento objeto
essencial do estado democrático de direito. O fato social remete a uma conjuntura
real dos elementos deficitários presente no funcionamento do Estado e, por isso,
torna capaz de gerar inadequações no sistema social que podem vir a suprir as
necessidades básicas da sociedade, tais como, acesso à saúde, educação,
segurança, lazer, meio ambiente economicamente equilibrado, acesso à justiça,
igualdade, ou seja, elementos que baseiam os direitos fundamentais da pessoa
humana.

2. Identificação das prioridades: sabendo que o Estado democrático de direito tem por
prioridade suprir as necessidades da população (nesse contexto, devemos incluir os
nacionais e estrangeiros alocados em determinado território), deve-se ter por base o
equacionamento das necessidades e prioridades no intuito do observar qual a
dinâmica e estratégia que devem ser utilizadas para que o estado de bem estar
social seja efetivado. Não deve ser colocado em discussão, de forma nenhuma, a
possibilidade de um problema não ser solucionado a partir da identificação do fato
social que surge em razão das deficiências na atuação estatal, mas será priorizado
aqueles atos que exigem necessidade emergencial.

3. Estruturação dos meios de solução: esta fase não é a da resolução do problema,


mas apenas a da identificação dos meios cabíveis para identificar uma maneira de
solucionar o problema. A medida que se deseja buscar precisa se adequar ao
sistema social, ou seja, deve ser passível de acolhimento por parte da sociedade.
Não se permite uma medida de solução de um problema social, quando venha a
causar outra demanda prejudicial a sociedade. Nesses termos, observa-se,
portanto, que a medida deve ser sempre equilibrada entre as necessidades da
população e as limitações do poder público e, por isso, deverão ser levadas em
consideração tanto as consequências, ou seja, os impactos sociais, como também a
técnica que será utilizada, ou seja, se o meio encontrado para solucionar a
deficiência social é viável para a população e parra o órgão público.

4. Avaliação: toda medida que se aplica, em qualquer circunstância, deve ser


acompanhada no sentido de analisar os efeitos que surgiram na sociedade com a
aplicação da política pública. A avaliação não pode ser confundida com a
fiscalização, mas apenas com o acompanhamento na aplicação e ainda, nos efeitos
que surgem com a aplicação das políticas públicas. O objeto principal de uma
política pública é apenas compreender a adequação da aplicação do sistema
devidamente elaborado e ainda, identificar a possibilidade de readequação técnica
com a realidade social para que haja um efeito positivo para o sistema social.

5. Validade: uma política pública não tem tempo estipulado de existência. Dessa
maneira, as políticas públicas podem existir enquanto o problema que deu origem a
criação das políticas público tenha deixado de existir, se, por acaso, as medidas
encontradas para a aplicação das medidas não tiverem sido adequadas e, portanto,
os efeitos sociais não foram os esperados pelo órgão público executor da medida,
mesmo que o fato social que deu origem às medidas não tenham deixado de existir.

A compreensão de política pública perpassa por ações


direcionadas a organização e funcionamento de setores e da
sociedade que tenham a chancela governamental. Entendidas
como a ação dos governos normalmente são desenhadas e
formuladas por instituições e atores políticos. As políticas se
desdobram em planos, programas e projetos. Quando
implementadas ficam submetidas a sistemas de acompanhamento
e avaliação. Este ciclo ou parte dele são passíveis de análise
pelas pesquisas no campo disciplinar de políticas públicas
(CUNHA e MENDONÇA 2015 p. 3)

As políticas não são construídas de uma só vez; são construídas e reconstruídas


interminavelmente. A construção de políticas é um processo de aproximações sucessivas
aos objetivos pretendidos, no qual os próprios objetivos vão sendo reconsiderados e
alterados. (LINDBLOM 1959: 86)

5.AS ESPÉCIES DE POLÍTICAS PÚBLICAS

As diferenças nas políticas públicas são explicadas pelas diferenças nas instituições
do estado e pelas diferenças do funcionamento do sistema político. O processo político de
tomada de decisão e de iniciativa é entendido, neste quadro, como uma “caixa negra”
(OLIVEIRA 2013).
Desenvolvendo a leitura de Lowi (1966), Azevedo (2003) apontou a existência de
três tipos de políticas públicas: as redistributivas, as distributivas e as regulatórias. As
políticas públicas redistributivas consistem em redistribuição de “renda na forma de
recursos e/ou de financiamento de equipamentos e serviços públicos” (Azevedo, 2003, p.
38)

Os principais modelos de políticas públicas apresentadas são:

● Políticas Públicas Distributivas:


As políticas públicas distributivas implicam nas ações cotidianas que todo e qualquer
governo precisa fazer. Elas dizem respeito à oferta de equipamentos e serviços públicos,
mas sempre feita de forma pontual ou setorial, de acordo com a demanda social ou a
pressão dos grupos de interesse. São exemplos de políticas públicas distributivas as
podas de árvores, os reparos em uma creche, a implementação de um projeto de
educação ambiental ou a limpeza de um córrego, dentre outros. O seu financiamento é
feito pela sociedade como um todo através do orçamento geral de um estado (OLIVEIRA
2013).

● Políticas Públicas Redistributivas:

As arenas ou políticas redistributivas, estariam próximas da literatura elitista e com


dois lados claros estáveis e consistentes, uma elite para cada um e com negociações
possíveis. No longo prazo, a política governamental mostrar-se-ia redistributiva, pois a
população pagaria mais do que receberia. Envolveriam grandes categorias de interesses
privados, os conflitos entendidos em termos de classes e ligados às associações nas
questões redistributivas e sem trabalhar diretamente com a conduta pessoal, mas o
ambiente da conduta (SOUZA 2011).
A unidade política primária seria a associação e na relação entre as unidades
atuaria a associação de cúpula classista e a ideologia. Na estrutura do poder, estaria
presente a elite conflituada (elite e contra-elite), estabilidade em relação à estrutura, no
lócus de decisão sobressairia o Executivo e as associações de cúpula e na implementação
a agência centralizada no topo (SOUZA 2011).
As políticas redistributivas, seriam vistas como tomando benefícios de outros
grupos, envolvendo conflitos sobre a legitimidade da ação e do conteúdo específico etc.
Cresceriam menos quando as iniciativas fossem percebidas como tendo resultado positivo,
conflito potencial porque as agências burocráticas fragmentariam as políticas ao influenciar
diretamente ramos do executivo. As demandas estariam associadas a uma retórica de luta
de classes e integradas (coesão de membros do grupo etc.), pressuporiam um executivo
forte e exemplifica estas políticas com taxações (SOUZA 2011).

● Políticas Públicas Regulatórias:


Elas consistem na elaboração das leis que autorizarão os governos a fazerem ou
não determinada política pública redistributiva ou distributiva. Se estas duas implicam no
campo de ação do poder executivo, a política pública regulatória é, essencialmente, campo
de ação do poder legislativo (OLIVEIRA 2013).
E, apesar da grande importância, o seu resultado não é imediato, pois enquanto lei
ela não possui a materialidade dos equipamentos e serviços que atendem diariamente a
população. Assim, os grupos sociais tendem a ignorá-la e a não acompanhar o seu
desenvolvimento, permitindo que os grupos econômicos, principalmente, mais organizados
e articulados, façam pressão sobre os seus gestores (OLIVEIRA 2013).

6. INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS

A criação e investimento em ações públicas contam com o auxílio dos entes


públicos e/ou privados, à medida que, de acordo com a Constituição Federal de 1988
possuem o dever de auxiliar a implantação de políticas públicas como forma de efetivação
dos direitos fundamentais e Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (DIAS 2015).
As políticas públicas são executadas com o patrimônio público acumulado. Sendo
que a União tem o dever de repassar parte da sua verba adquirida aos Estados e
Municípios, a fim de proporcionar condições para execução de políticas públicas no âmbito
estadual e municipal (DIAS 2015).
Dessa maneira, as ferramentas de políticas públicas, também conhecidas como
instrumentos de políticas ou instrumentos de governo, são os meios ou dispositivos que os
governos de fato usam para implementar políticas. As ferramentas de políticas públicas
dividem-se em duas categorias principais, dependendo do grau de recursos privados ou da
autoridade pública que contam para sua eficácia (SECCHI 2016).

7. AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL

As políticas públicas no Brasil são divididas em duas linhas, a primeira é aquela que
está prevista em legislação específica e a segunda a que não se encontra em legislação
específica.
Importa ressaltar que existem um número significativo de políticas públicas em pleno
funcionamento no Brasil e, pela impossibilidade de analisar todas será disponibilizada, à
seguir, algumas políticas públicas implementadas no Brasil que se encontram ainda em
vigor, como forma de resolução de problemas sociais identificados a partir de estudos
específicos desenvolvidos com a população.

a) Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas – Decreto Federal nº


5.948/2006
Como crime organizado transnacional, o tráfico de pessoas possui várias
modalidades, podendo citar: tráfico para fins de exploração sexual, exploração laboral,
mendicância forçada, remoção de órgãos, entre outras. É uma atividade criminosa de
baixos riscos e lucros bilionários, sendo a terceira mais lucrativa do mundo, só perdendo
para tráfico de armas e de drogas, e que acontece em quase todos os países do mundo,
internamente em um mesmo país, entre países vizinhos ou de continentes distintos
(ALMEIDA E NASCIMENTO 2016).
Com base nos dados da pesquisa PESTRAF, supracitada, o destino das vítimas
brasileiras são em sua maioria países de língua latina, os principais são: Espanha (32%),
Holanda (11%), Venezuela (10%), Itália (9%), Portugal (8%), Paraguai (7%), Suíça (6%),
Estados Unidos (5%), Alemanha (5%) e Suriname (5%). Diante desse quadro, em março
de 2004, o Brasil, através do Decreto nº 5.017, promulgou o Protocolo Adicional à
Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à
Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e
Crianças, ou apenas Protocolo de Palermo, como ficou mais conhecido (ALMEIDA E
NASCIMENTO 2016).
Ainda em 2003, o Ministério da Justiça, por sua Secretaria Nacional, desenvolveu
juntamente com o UNODC das Nações Unidas, o Programa Global de Prevenção ao
Tráfico de Seres Humanos, sendo este o ato inaugural do combate ao tráfico internacional
de mulheres para fins de exploração sexual (ALMEIDA e NASCIMENTO 2016).
Em 2006, a partir da preocupação conjunta de órgãos do Poder Executivo Federal o
Brasil publicou o Decreto nº 5.948, aprovando a Política Nacional de Enfrentamento ao
Tráfico de Pessoas (ALMEIDA E NASCIMENTO 2016).
b) Política Nacional de Assistência Social – 2004

De acordo com o 1º Seminário Nacional da ASSELBA (1986), a política de


assistência social tem como objetivo ampliar os direitos sociais à população, efetivando
mecanismos que inscrevam e expressem interesses populares no espaço institucional.
Para Mota (1988), a assistência é considerada não mais como uma prática compensatória
criada pelo capital, mas como um processo de luta pela constituição e expansão dos
Direitos Sociais dos Trabalhadores.
A assistência à população ocorre através de “benefícios” individuais, grupais ou
coletivos é decorrente de uma situação real, embora não deixe de ser uma forma do
Estado mascarar a dívida social que possui para com a população. Mas, por outro lado, na
lógica do capital, ela representa a única forma de acesso a bens e serviços a que tem
direito (NASCIMENTO 2013).
Assim, a assistência é uma tarefa que se coloca no trabalho do assistente social,
como de outros profissionais, em razão da sobrevivência da população e por consistir na
forma com que a lógica capitalista brasileira estende os bens e serviços às classes
subalternizadas (NASCIMENTO 2013).
Conforme Brasil (2007), a Política de Assistência Social viabiliza a padronização,
melhoria e ampliação dos serviços de assistência no País, respeitando as diferenças
locais, visando seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de
condições para atender à sociedade e à universalização dos direitos sociais.
O público dessa política são os cidadãos e grupos que se encontram em situações
de risco, com o objetivo de prover serviços de proteção social básica e, ou, especial para
famílias; contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos;
assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e
que garantam a convivência familiar e comunitária (NASCIMENTO 2013).
De acordo com Mota (2010), a política de assistência social está basicamente
inserida e institucionalizada pelo Sistema Único de Assistência Social, este apresenta dois
tipos de proteção social: a básica, com atendimento nos CRAS e a especial, com
atendimento nos CREAS, esta última ainda se subdivide em média e alta.
Segundo Nascimento (2013) a institucionalização do SUAS abrange dois aspectos:
1. Possibilidade de superar a histórica cultura assistencialista brasileira; e
2. Superar a ideologia da caridade. Ele dá ênfase à centralidade das famílias
nas ações socioassistenciais, com destaque para os programas de
transferência de renda e condição de política estruturadora.

a) Política Nacional de Enfretamento à Violência contra as Mulheres – 2011

A partir de 2003, as políticas públicas para o enfrentamento à violência contra as


mulheres são ampliadas e passam a incluir ações integradas, como: criação de normas e
padrões de atendimento, aperfeiçoamento da legislação, incentivo à constituição de redes
de serviços, o apoio a projetos educativos e culturais de prevenção à violência e ampliação
do acesso das mulheres à justiça e aos serviços de segurança pública (BRASIL 2011).
Esta ampliação é retratada em diferentes documentos e leis publicados neste
período, a exemplo dos Planos Apresentação Enfrentamento à Violência contra as
Mulheres Política Nacional 8 Nacionais de Políticas para as Mulheres, a Lei Maria da
Penha, a Política e o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres,
as Diretrizes de Abrigamento das Mulheres em situação de Violência, as Diretrizes
Nacionais de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Campo e da Floresta,
Norma Técnica do Centro de Atendimento à Mulher em situação de Violência, Norma
Técnica das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, entre outros (BRASIL
2011).

c) Política Nacional de Educação Infantil

A Educação Infantil tem função de complementar a ação da família, o que implica


uma profunda, permanente e articulada comunicação entre elas. B. O processo
pedagógico deve considerar as crianças em sua totalidade, as diferenças entre elas e a
sua forma privilegiada de conhecer o mundo por meio do brincar. A Educação Infantil deve
pautar-se pela indissociabilidade entre o cuidado e a educação. Das propostas
pedagógicas das instituições de Educação Infantil devem conter diretrizes referentes ao
processo de avaliação da criança pequena (BRASIL 2010).
A Política de Educação Infantil articular-se-á com as de Ensino Fundamental,
Saúde, Assistência Social, Justiça, Direitos Humanos, Cultura, Mulher e Discriminação
Racial, entre outras, para assegurar, nas instituições, o atendimento às crianças de zero a
seis anos educação o atendimento integral à criança, considerando os seus aspectos
físicos, afetivos, cognitivos/linguístico, sociocultural, bem como as dimensões lúdica,
artística e imaginária (BRASIL 2010).
Contribuir para consolidar a Política Nacional para a Infância considerando as
crianças como cidadãs e, portanto, sujeitos de direito. Criar mecanismo permanente e
estável de financiamento para a Educação Infantil. Incrementar o ritmo de expansão do
atendimento educacional às crianças de 0 a 6 anos de idade no país, visando a alcançar
as metas fixadas pelo Plano Nacional de Educação (BRASIL 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como pudemos perceber, a efetivação de políticas públicas que se destinam ao


ideal de efetivação do direito ao desenvolvimento se torna de substancial importância e,
por isso, um estado democrático de direito, deve ter como prioridade o equacionamento de
interesses no que diz respeito ao sistema governamental e a base populacional.
Existem diversas políticas públicas em pleno funcionamento no Brasil de forma que
se demonstra por parte do poder público, o interesse em cumprir os elementos essenciais
que formam o direito ao desenvolvimento.
Não se pode esquecer que, para se estabelecer a validade de uma política pública,
se torna essencial que haja o acompanhamento dos instrumentos e meios aplicados por
parte do sistema público no sentido de ser averiguado o real cumprimento dos objetivos
traçados nas políticas públicas.
E diante do que foi exposto, ao final deste módulo, queremos incentivá-lo a
permanecer na busca constante por conhecimento e informação!
BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Laryssa Mayara Alves de; SILVA, Luciano do Nascimento. Políticas públicas e o
combate ao tráfico de pessoas para fim de exploração sexual no Brasil. Disponível em:
Acesso em: 03 maio. 2018.
ARAÚJO, Luísa; Maria de Lurdes Rodrigues, « Modelos de análise das políticas
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http://journals.openedition.org/spp/2662;
BRASIL. Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres. Disponível
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LEAL, R. G.; RIBEIRO, D. M. A titularidade do Direito ao desenvolvimento e sua afirmação
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MELO, Milena Barbosa de. O direito ao desenvolvimento nos países que compõem os
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OLIVEIRA, Adão Francisco de. POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: conceito e
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SECCHI, Leonardo. Políticas Públicas: Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos. .
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SEN, Amartya. O desenvolvimento como liberdade. São Paulo. Companhia das Letras.
2009, Página 33.
SOUZA, Lincoln Moraes de . Comentando a classificação das políticas públicas. Cronos,
Natal-RN, v.11,n.3,161, jul/ago. 2011.
LEITURA COMPLEMENTAR:

1 http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16
2 http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rppublica/article/view/3164

SUGESTÃO DE VÍDEO:

Vídeo para complementar os conhecimentos


https://www.youtube.com/watch?v=ehLZKqU1QQw
https://www.youtube.com/watch?v=UKw3JFZymgg

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