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Ezequiel Rubinstein
Márcio A. Cardoso
Articulações fibrosas
As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são formadas por
várias camadas fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de modo a limitar
intensamente os movimentos, embora confiram uma certa elasticidade ao crânio. A
maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em contato é variável,
reconhecendo-se suturas planas (união linear retilínea ou aproximadamente retilínea),
suturas escamosas (união em bisel) e suturas serreadas (união em linha “denteada”). No
crânio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana; entre os parietais, sutura
denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa.
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(ou fontanelas). São elas que permitem, no momento do parto, uma redução bastante
apreciável do volume da cabeça fetal pela sobreposição dos ossos do crânio. Esta
redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio exterior.
Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, relativamente
longa, formando ou um ligamento interósseo ou uma membrana interóssea, nos casos,
respectivamente de menor ou maior comprimento das fibras, o que condiciona um
menor ou maior grau de movimentação. Exemplos típicos são a sindesmose tíbio-fibular
e a membrana interóssea radio-ulnar.
Articulações cartilaginosas
Articulações sinoviais
A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é
impossível quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou
cartilagíneo. Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas articulações, o
elemento que se interpõe às peças que se articulam é um líquido denominado sinóvia,
ou líquido sinovial.
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Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras
características básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular.
Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas
além disto, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos
movimentos considerados normais.
Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, em várias
delas encontram-se formações fibrocartilagíneas, interpostas às superfícies articulares,
os discos e meniscos, de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies
que se articulam (tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber
violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica forma
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de meia lua, são encontrados na articulação do joelho. Discos são encontrados nas
articulações esternoclavicular e temporomandibular.
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segmento descreve um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo vértice é
representado pela articulação que se movimenta.
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observação mostra como a superfície articular do úmero, que entra em contato com a
ulna, apresenta-se em forma de carretel. Todavia, as articulações entre as falanges
também são do tipo gínglimo e nelas a forma das superfícies articulares não se
assemelha a um carretel. Este é um caso concreto em que o critério morfológico não foi
rigorosamente obedecido. Realizando apenas flexão e extensão, as articulações sinoviais
do tipo gínglimo são mono-axiais.
· condilar, cujas superfícies articulares são de forma elíptica e elipsóide seria talvez
um termo mais adequado. Estas articulações permitem flexão, extensão, abdução e
adução, mas não a rotação. Possuem dois eixos de movimento, sendo portanto bi-axiais.
A articulação radio-cárpica (ou do punho) é um exemplo. Outros são a articulação
temporomandibular e as articulações metacarpofalângicas.
· selar, na qual a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela,
apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa
segunda peça onde convexidade e concavidade apresentam-se no sentido inverso da
primeira. A articulação carpo-metacárpica do polegar é exemplo típico. É interessante
notar que esta articulação permite flexão, extensão, abdução, adução e rotação
(conseqüentemente, também circundução) mas é classificada como bi-axial. O fato é
justificado porque a rotação isolada não pode ser realizada ativamente pelo polegar
sendo só possível com a combinação dos outros movimentos.
Complexidade de organização
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Quando apenas dois ossos entram em contato numa articulação sinovial diz-se que ela é
simples (por exemplo, a articulação do ombro); quando três ou mais ossos participam da
articulação ela é denominada composta (a articulação do cotovelo envolve três ossos:
úmero, ulna e rádio).
Inervação
As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos que suprem
a pele adjacente ou os músculos que movem as articulações.
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Cartilagem hialina
Em torno dos condrócitos, a matriz torna-se pobre em colágeno. Estas zonas, ricas em
proteoglicanas, são metacromáticas, basófilas e se coram mais intensamente pela técnica
PAS.
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condrócitos. Esta camada é responsável pelo crescimento aposicional da cartilagem. A
camada superficial do pericôndrio é composta por tecido cojuntivo denso regularmente
disposto, fibrócitos, fibroblastos e fibras colágenas
O TECIDO CARTILAGINOSO
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É um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do
conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das cavidades
articulares. Em alguns casos, vasos sanguíneos atravessam as cartilagens, indo nutrir
outros tecidos. O tecido cartilaginoso também é desprovido de vasos linfáticos e de
nervos. Dessa forma, a matriz extracelular serve de trajeto para a difusão de substâncias
entre os vasos sangüíneos do tecido conjuntivo circundante e os condrócitos. As
cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são chamadas lacunas; uma lacuna
pode conter um ou mais condrócitos. A matriz extracelular da cartilagem é sólida e
firme, embora com alguma flexibilidade, sendo responsável pelas suas propriedades
elásticas. As propriedades do tecido cartilaginoso, relacionadas ao seu papel fisiológico,
dependem da estrutura da matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno mais
elastina, em associação com macromoléculas de proteoglicanas (proteína +
glicosaminoglicanas). Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme
das cartilagens se deve às ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicanas das
proteoglicanas e o colágeno, e à grande quantidade de moléculas de água presas a estas
glicosaminoglicanas (água de solvatação) que conferem turgidez à matriz.
Cartilagem hialina
Essa cartilagem forma o esqueleto inicial do feto; é a precursora dos ossos que se
desenvolverão a partir do processo de ossificação endocondral. Durante o
desenvolvimento ósseo endocondral, a cartilagem hialina funciona como placa de
crescimento epifisário e essa placa continua funcional enquanto o osso estiver crescendo
em comprimento. No osso longo do adulto, a cartilagem hialina está presente somente
na superfície articular. No adulto, também está presente como unidade esquelética na
traquéia, nos brônquios, na laringe, no nariz e nas extremidades das costelas (cartilagens
costais).
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Pericôndrio: a cartilagem hialina geralmente é circundada por um tecido conjuntivo
firmemente aderido, chamado pericôndrio. O pericôndrio não está presente nos locais
em que a cartilagem forma uma superfície livre, como nas cavidades articulares e nos
locais em que ela entra em contato direto com o osso. Sua função não é apenas a de ser
uma cápsula de cobertura; tem também a função de nutrição, oxigenação, além de ser
fonte de novas células cartilaginosas. É rico em fibras de colágeno na parte mais
superficial, porém, à medida que se aproxima da cartilagem, é mais rico em células.
Cartilagem elástica
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isoladamente ou formar uma peça cartilaginosa junto com a cartilagem hialina. Como a
cartilagem hialina, a elástica possui pericôndrio e cresce principalmente por aposição. A
cartilagem elástica é menos sujeita a processos degenerativos do que a hialina. Ela pode
ser encontrada no pavilhão da orelha, nas paredes do canal auditivo externo, na tuba
auditiva e na laringe. Em todos estes locais há pericôndrio circundante. Diferentemente
da cartilagem hialina, a cartilagem elástica não se calcifica.
A cartilagem fibrosa ou
fibrocartilagem é um
tecido com características
intermediárias entre o
conjuntivo denso e a
cartilagem hialina. É uma
forma de cartilagem na
qual a matriz contém
feixes evidentes de
espessas fibras colágenas.
Na cartilagem fibrosa, as
numerosas fibras
colágenas constituem
feixes, que seguem uma
orientação aparentemente
irregular entre os
condrócitos ou um arranjo
paralelo ao longo dos condrócitos em fileiras. Essa orientação depende das forças que
atuam sobre a fibrocartilagem. Os feixes colágenos colocam-se paralelamente às trações
exercidas sobre eles. Na fibrocartilagem não existe pericôndrio. A fibrocartilagem está
caracteristicamente presente nos discos intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos
articulares das articulações dos joelhos e em certos locais onde os tendões se ligam aos
ossos. Geralmente, a presença de fibrocartilagem indica que naquele local o tecido
precisa resistir à compressão e ao desgaste.
Crescimento
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desenvolvimento. Há pouca produção de matriz adicional e os condrócitos permanecem
em íntima aposição. Tais grupos são chamados de grupos isógenos.
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