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DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE

O mundo contemporâneo é caracterizado pela dúvida e


quebra de paradigmas, verdades que na modernidade eram ditas
como certas e absolutas, passam a ser revistas e questionadas. O ser
humano não se coloca em uma posição tão passiva como em outras
épocas, cada vez mais se reflete sobre as ações e princípios, com o
intuito de desbravar, conquistar e realizar.

Contudo, o que representa realização ou felicidade para


alguns, não necessariamente o é para todos, a diversidade de
opiniões, de posturas políticas e de verdades, caracterizam o nosso
século XXI de uma forma especial. Não que anteriormente não
houvesse diversidade, mas com a mundialização da sociedade
humana, a partir do final do século passado, estas diversidades foram
mais divulgadas e, portanto conhecidas.

Esta divulgação e conhecimento não propiciaram muitas


vezes o respeito e interação para com o diferente, para o novo que se
apresenta diante de nós, em alguns casos a intolerância e a
arrogância de posturas fechadas, promoveram atitudes de no mínimo,
descaso ou negligência, para não citar atitudes violentas contra o que
é diferente. O diferente seja pessoal, político, social ou educacional,
não é necessariamente o inimigo, o errado, o atrasado ou sem

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utilidade. O estranho, o outro, faz parte do processo de formação da
vida, do mundo e da educação.

Diante deste quadro, de oportunidades antes jamais


realizadas, o ser humano tem uma tarefa: uma educação que se
integre nesta perspectiva, que faça um diferencial positivo na
formação enquanto pessoa e cidadão. Cria-se deste modo, uma
expectativa e um desafio para a educação na contemporaneidade.

A natureza da educação contemporânea ou antiga


pressupõe, radicalizar a humanização, isto é, de não ser uma
educação simplesmente bancária como diria Paulo Freire, mas de dar
ao estudante uma possibilidade de conhecimento que contribua na
construção, não só da sua cognição, mas na construção ética. É bem
verdade que esta natureza não se realizou em vários momentos da
história humana, não pela mudança da natureza da educação, mas
pela forma de sua realização e efetivação.

O conceito de formação é essencial para a realização da


natureza da educação como “prática da liberdade”, pois somente a
instrução com seus graus de seqüência, não produz o efeito tão
desejado e esperado. A formação educativa pressupõe uma postura
crítica e reflexiva, uma atitude de investigação do conhecimento, uma
apropriação real e legítima do conhecimento pela estudante ou pelo
estudante.

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Neste sentido, já se apresentam pelo menos dois desafios
para a educação contemporânea, alteridade e diversidade. Contudo,
não são desafios somente para a educação, mas para a sociedade
enquanto tal, e estes desafios são caracterizados por uma
peculiaridade do nosso mundo contemporâneo, a velocidade. A
velocidade com que o outro, a informação se apresenta e que
rapidamente se transforma em outros, e em outros do outro e assim
por diante.

Portanto, o desafio da educação contemporânea é


conjuntamente o desafio da sociedade contemporânea. E aqui já se
encontra outro desafio, como articular a sociedade atual, herdeira da
modernidade e baseada de modo geral na lógica do mercado, e uma
educação que se propõe ser uma educação de valores
eminentemente humanizadores, baseados na lógica do diálogo,
seguindo, portanto sua natureza. Encontra-se aqui, inicialmente um
conflito da ordem econômica com a ordem social, que acaba refletindo
em toda sociedade, inclusive na educação e na escola. Tudo isso é
situado na crise de paradigmas na qual se vive.

Este conflito e a crise são bastantes sentidos no âmbito


escolar em várias dimensões, um destes sintomas é o currículo. O
currículo deve ser voltado para desenvolver as habilidades e
competências necessárias para a formação integral do aluno ou aluna.
Deste modo, dever ser problematizador, isto é, uma provocação ao
aluno, para que ele perceba que é sujeito na construção do
conhecimento, um sujeito ativo, crítico e criativo.

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Na sociedade atual, onde a informação é um grande
instrumento, o fato de tê-la não garante necessariamente o sucesso
de qualquer projeto. É preciso saber o que fazer com ela. Tão pouco o
simples ingresso no currículo ao mundo da informática, não garante
uma prática que leve o estudante a avançar na sua formação, seja
intelectual ou pessoal. E tão pouco ainda, a alta carga de conteúdos
condensados, os chamados bizus, que muitas vezes fazem o
estudante lograr êxito em um exame, não confere a apropriação e
produção de conhecimento. Contudo, a impressão que se tem é que a
própria sociedade cria este paradoxo, pois reclama de uma educação
puramente pragmática, mas exige ao mesmo tempo resultados
práticos e imediatos da escola e da própria educação.

A lógica do mercado é baseada no empobrecimento das


relações intersubjetivas, solidárias e cooperativas, e a valorização o
egoísmo, da competição e da exploração, práticas estas que não
devem ser reproduzidas no cotidiano escolar, apesar de serem
presentes na sociedade. Então como fazer? Longe da escola e da
educação ser um topos de salvação ou o oásis desta sociedade, a
educação, através da escola deve ser um local de explicitação do
conflito e da crise, na perspectiva de construção de caminhos para a
natureza da educação. Portanto, a lógica do diálogo deve ser a linha
mestra da educação.

O diálogo não significa um simples falar ou conversar, mas


constitui-se na participação investigativa de todos os envolvidos, em
que cada um é de uma importância fundamental para a construção do

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conhecimento, já que o conhecimento não é, mas simplesmente dado
ao aluno, mas é investigado, descoberto por ele. O currículo escolar
deve aparecer aqui, como um elemento facilitador dessa postura.

Para que haja um diálogo, é preciso que as partes


integrantes se disponham a se comprometerem, se revelarem diante
um dos outro, de estar aberto para o encontro com o novo. O diálogo
como outro, pressupõe um compreender o outro, e isso se dá pela
linguagem, compreender não é estar de acordo com que o outro
pensa, é pensar junto como outro, é estar aberto a ouvir para dialogar.

“Compreender significa que eu posso


pensar e ponderar o que o outro pensa. Ele
poderia ter razão com o que diz e com o que
propriamente quer dizer. Compreender não
é, portanto, uma dominação do que está a
frente, do outro e, em geral, do mundo
objetivo.” 1

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GADAMER, Hans-Georg, Da Palavra ao Conceito, p.25. In: ALMEIDA, Custódio Luís Silva de,
Hermenêutica filosófica: nas trilhas de Hans-Georg Gadamer.- Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000.

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