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Introdução
Esta oração deixa claro que Jesus foi e é o Vencedor. Ele termina o
capítulo 16 encorajando seus discípulos, dizendo-lhes: “Tende bom ânimo;
eu venci o mundo”.
a) Ele orou por si mesmo e diz ao Pai que concluiu sua obra aqui na terra
(17.1-5);
b)Ele orou por seus discípulos, pedindo ao Pai que os guarde e santifique
(17.6-19);
c)Ele orou por sua igreja, para que possamos ser unidos nele e para que,
um dia, participemos de sua glória (17.20-26).
a) Jesus recebeu autoridade para dar a vida eterna (v. 2) – A vida eterna é
uma dádiva do Pai oferecida pelo Filho. Todo aquele que nele crê tem a
vida eterna. Quem nele crê não entra em juízo, mas passou da morte para
a vida. Não há vida eterna fora de Jesus Cristo. Só ele pode nos conduzir a
Deus. Só ele é o caminho para Deus. Só ele pode nos reconciliar com
Deus. Só ele é a porta do céu.
3. A consumação da salvação – v. 4
4. A recompensa da salvação – v. 5
b) Jesus pede para que sua igreja veja a mesma glória que ele terá no céu
– v. 24 – Vamos compartilhar da glória de Cristo. Estaremos com ele,
reinaremos com ele e o veremos face a face (1Jo 3.2). Não apenas
estaremos no céu, mas estaremos em tronos. Reinaremos com ele por
toda a eternidade.
João 6.37-40 nos fala que aqueles que o Pai dá a Jesus, esses vêm a Jesus
e os que vêm a ele, de maneira ele os lançará fora.
Jesus é o bom pastor que deu sua vida pelas ovelhas. Ele cuida da suas
ovelhas e as conduz ao céu. Jesus guardou e protegeu seus discípulos e
nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição. Por que Jesus não
guardou a Judas? Pelo simples motivo de que Judas nunca pertenceu a
Cristo. Jesus guardou fielmente todos os que o Pai lhe deu, mas Judas
nunca lhe foi dado pelo Pai. Judas não cria em Jesus Cristo (Jo 6.64-71);
não havia sido purificado (Jo 13.11); não estava entre os escolhidos (Jo
13.18); não havia sido entregue a Cristo (Jo 18.8,9). Judas não é, de
maneira alguma, um exemplo de cristão que “perdeu a salvação”. Antes,
exemplifica um incrédulo que fingiu ser salvo e que, no final, foi
desmascarado.
Cristo orou pelos seus discípulos. Nas suas diversas dificuldades, Jesus
intercedeu por eles. Ele orou por quando estavam passando por
tempestades (Mt 14.22-33). Ele orou por Pedro quando este estava sendo
peneirado pelo diabo. Agora ele ora por eles antes de ir para o Getsêmani.
Jesus fez dois pedidos fundamentais em relação aos discípulos:
2) Que eles fossem guardados do maligno (v. 15) – O mal aqui seria
melhor traduzido por “maligno” como na oração do Senhor. O maligno é
um inimigo real. Ele entrou em Judas e o levou pelo caminho da morte.
Paulo diz que ele cega o entendimento dos incrédulos. Paulo diz que
devemos ficar firmes contra as ciladas do diabo (Ef 6.11). E Pedro diz que
o diabo anda ao nosso redor buscando a quem possa devorar (1Pe 5.8).
Paulo diz que nós não lhe ignoramos os desígnios (2Co 2.11).
A Bíblia diz que Jesus está à destra de Deus e intercede por nós (Rm
8.34). E que podemos ter segurança de salvação, porque ele vive para
interceder por nós no céu (Hb 7.25).
A nossa entrada no céu será inteiramente pela graça e não pelas obras;
mas o céu em si mesmo não seria céu para nós sem um caráter sem
santidade. Nossos corações devem estar sintonizados no céu antes de nos
deleitarmos nele. Somente o sangue de Cristo pode nos capacitar a entrar
no céu, mas somente a santidade pode nos capacitar a regozijarmo-nos
nele.
Cristo nos transmitiu a Palavra (v. 8) e nos deu a Palavra (v. 14). A Palavra
de Deus é a dádiva de Deus para nós. A Palavra é de origem divina, é uma
dádiva preciosa do céu. Agora, somos santificados pela Palavra (v. 17). A
Palavra é a verdade e não apenas contém a Palavra (v. 17). A Palavra é o
instrumento da nossa santificação (v. 17). Sem o conhecimento da Palavra
não há crescimento espiritual. Dwight Moody escreveu na capa de sua
Bíblia: “Este livro afastará você do pecado ou o pecado afastará você
deste livro”. Jesus disse: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho
falado” (Jo 15.3).
b) Somos odiados pelo mundo (v. 14) – O mundo nos odeia porque
pertencemos a Cristo. A Bíblia diz que quem se faz amigo do mundo,
constitui-se em inimigo de Deus (Tg 4.4). Diz ainda que quem ama o
mundo, o amor do Pai não está nele (1Jo 2.14-16). O apóstolo Paulo diz
que não podemos nos conformar com este mundo (Rm 12.2).
c) Somos chamados do mundo (v. 19) – Jesus se separou para salvar os
discípulos e agora devemos nos santificar para ele. A palavra santificar é
separar. Essa separação não é geográfica, mas moral e espiritual.
e) Somos enviados de volta ao mundo (v. 18) – Jesus nos deu uma missão
e uma estratégia. Devemos ir ao mundo como Cristo veio ao mundo. Ele
se tabernaculou. Ele se fez carne. Ele foi amigo dos pecadores. Ele
recebeu os escorraçados. Ele abraçou os inabraçáveis. Ele tocou os
leprosos. Ele se hospedou com publicanos. Sua santidade não o isolou,
mas atraiu os pecadores para serem salvos.
Se nós somos filhos de Deus e membros da sua família não podemos viver
em desunião. Não há desarmonia entre o Pai e o Filho. Nunca houve
tensão nem conflito entre a vontade do Pai e do Filho. Se nós nascemos de
Deus, se nós nascemos do Espírito, se nós somos co-participantes da
natureza divina. Se Jesus é o nosso Senhor, então, não podemos viver
brigando uns com os outros. Não estamos disputando uns com os outros.
Somos irmãos, filhos do mesmo Pai. Nossa origem espiritual nos compele
imperativamente a buscar a unidade e não a desunião (Fp 2.1,2).
O mundo perdido não é capaz de ver Deus, mas pode ver os cristãos. Se
enxergar amor e harmonia, crerá que Deus é amor. Se enxergar ódio e
divisão, rejeitará a mensagem do evangelho. As igrejas que competem
entre si não podem evangelizar o mundo. A unidade da igreja é a
apologética final segundo Francis Schaeffer. O maior testemunho da igreja
é a comunhão entre seus irmãos, é o amor que com se amam. Jesus disse
que a prova definitiva do discipulado é o amor (Jo 13.34,3).
Jesus pede ao Pai para que seus discípulos vejam sua glória e estejam no
céu com ele. Se vamos estar no céu, se vamos morar juntos por toda a
eternidade, como podemos afirmar que não podemos conviver uns com os
outros aqui? Precisamos aprender a viver como família de Deus desde já,
pois vamos passar juntos toda a eternidade.
Santificação
Se ela abandonar seu compromisso com Deus, torna-se sal sem sabor. Se
calar sua voz, torna-se uma luz debaixo do alqueire. Se ela fizer amizade
com o mundo, torna-se inimiga de Deus. Se conformar-se com o presente
século, perde seu testemunho e acaba sendo condenada com o mundo. A
igreja precisa ser fiel à palavra de Deus para andar na verdade e pregar a
verdade. Mudar a mensagem para agradar os homens é incorrer em
anátema. Tornar a mensagem mais açucarada para agradar aos ouvidos
incircuncisos é atentar contra o Todo-poderoso. Pregar o que as pessoas
querem ouvir é cair nas malhas de um pragmatismo antropolátrico. Imitar
o mundo para agradar o mundo ou receber dele sua aprovação é assinar
seu próprio atestado de óbito. A igreja precisa ser, também, relevante. Ela
precisa estar no mundo sem ser do mundo.
Precisa pregar aos ouvidos e também aos olhos. Precisa falar e fazer.
Precisa anunciar o amor de Deus a um mundo no estertor da morte e
demonstrá-lo com atos de misericórdia. Precisa demonstrar sua fé através
de suas obras. A igreja precisa ir lá fora onde as pessoas estão em vez de
apenas esperar que elas venham onde nós estamos. A igreja relevante
não é sal no saleiro, mas atua com graça e compaixão fora dos portões,
levando o pão da vida aos famintos, a água da vida aos sedentos, a
esperança da salvação aos perdidos, o braço estendido da misericórdia
aos que jazem prostrados e feridos à beira do caminho.
Em primeiro lugar, uma igreja cujos membros eram parecidos com Jesus
(At 11.26). Antioquia era a capital da Síria. Naquele tempo era a terceira
maior cidade do mundo. O evangelho chegou até lá e floresceu de tal
maneira que aquela igreja superou Jerusalém no ardor missionário, e
através dela missionários foram enviados a várias partes do mundo, para
plantar igrejas. Os crentes daquela importante igreja eram tão parecidos
com Jesus que, os discípulos ali, pela primeira vez, foram chamados
cristãos. Quando as pessoas olhavam para aqueles crentes, sentiam que
estavam olhando para o próprio Jesus. A vida deles referendava sua
pregação. O testemunho deles era avalista de suas palavras. Se
quisermos ser uma igreja que influencia a cidade e impacta o mundo,
precisaremos, de igual modo, andar com Cristo, vivermos em sua
presença e sermos parecidos com ele. A vida piedosa é a base do
testemunho eficaz. Precisamos pregar aos ouvidos e também aos olhos.
Precisamos falar e fazer. Nosso testemunho vai à frente de nossa
pregação. Por causa do impacto da vida daqueles crentes, uma numerosa
multidão se agregou àquela igreja para receber o ensino da palavra de
Deus.
Em terceiro lugar, uma igreja que prioriza a obra missionária (At 13.1-3).
A igreja de Antioquia recebe a instrução da palavra, ora e jejua. O Espírito
diz a essa igreja para separar seus dois pastores principais para a obra
missionária. A igreja não questiona nem adia a pronta obediência.
Barnabé e Saulo receberam a imposição de mãos e foram despedidos
para o campo missionário. Muito embora Antioquia fosse uma grande
metrópole, os crentes entenderam, por direção do Espírito Santo, que o
evangelho precisava ir além, atravessando fronteiras, chegando até aos
confins da terra. Oh, como precisamos entender que o propósito de Deus
é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o mundo. Cada igreja deve
ser uma agência missionária e cada crente deve ser uma testemunha.
Antioquia não reteve apenas para si o que recebeu. O evangelho precisa
ser anunciado a tempo e a fora de tempo, aqui, ali e além-fronteiras. Essa
é uma tarefa imperativa, impostergável e intransferível. Precisamos saber
que o campo é o mundo, a igreja é método de Deus e o tempo de Deus é
agora!
Não foi uma inovação, mas um retorno ao Cristianismo apostólico. Não foi
um desvio, mas uma volta às Escrituras.
Devemos rogar a Deus, com temor e tremor, a fim de que sua vontade
seja feita e que homens fiéis e cheios do Espírito Santo sejam eleitos para
governarem e para servirem à igreja com o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus. Precisamos de pastores servos e de servos
pastores. Precisamos de homens firmes na Palavra e amáveis no trato.
Homens que tenham conhecimento e sabedoria. Homens que amem a
Cristo e apascentem suas ovelhas. Homens que sejam doutos na Palavra e
dedicados ao ensino. Homens que sejam intolerantes com o pecado e
compassivos com os pecadores. Homens que celebram com o rebanho e
também chorem suas dores. Homens que inspirem mais pelo exemplo do
que pelo discurso. Homens que vivam o que ensinam e preguem como se
jamais tivessem oportunidade de pregar novamente. Homens que
conheçam o estado de suas ovelhas e desçam aos lugares mais perigosos
para resgatar aquela que caiu. Homens que cuidem das ovelhas que estão
seguras no aprisco e saiam em busca da que se desviou.
É triste constatar como tantos crentes estão mais cheios de vinho do que
do Espírito Santo. É vergonhoso constatar que alguns crentes estão
vivendo dissolutamente, porque em nome do uso moderado do vinho,
chegam a excessos. É assaz preocupante notar que as festas dos crentes
são regadas a álcool como se dependêssemos desses artifícios para
celebrarmos com alegria. É humilhante ver nossas festas se
transformando em redutos de bebedeira e ver até mesmo pais crentes
introduzindo seus filhos nessa prática perigosa.
Em sexto lugar, é uma oração objetiva (Is 62.7). Esta oração tem um
propósito definido e não cessa até que a resposta chegue. A expressão
“até que…” deve nos ensinar a não desistir da oração porque a resposta
ainda não chegou. Se Deus parece demorar não é porque ele desistiu de
nós, mas é porque ele age no seu tempo, para o louvor de sua glória, para
nos dar coisas maiores do que planejamos. Seus caminhos são mais altos
do que os nossos e seus pensamentos mais elevados do que os nossos.
Para cumprir o seu papel na história a igreja precisa ser fiel. Se ela
abandonar seu compromisso com Deus, torna-se sal sem sabor. Se calar
sua voz, torna-se uma luz debaixo do alqueire. Se ela fizer amizade com o
mundo, torna-se inimiga de Deus. Se conformar-se com o presente século,
perde seu testemunho e acaba sendo condenada com o mundo. A igreja
precisa ser fiel à palavra de Deus para andar na verdade e pregar a
verdade. Mudar a mensagem para agradar os homens é incorrer em
anátema. Tornar a mensagem mais açucarada para agradar aos ouvidos
incircuncisos é atentar contra o Todo-poderoso. Pregar o que as pessoas
querem ouvir é cair nas malhas de um pragmatismo antropolátrico. Imitar
o mundo para agradar o mundo ou receber dele sua aprovação é assinar
seu próprio atestado de óbito.
A igreja precisa ser, também, relevante. Ela precisa estar no mundo sem
ser do mundo. Precisa pregar aos ouvidos e também aos olhos. Precisa
falar e fazer. Precisa anunciar o amor de Deus a um mundo no estertor da
morte e demonstrá-lo com atos de misericórdia. Precisa demonstrar sua fé
através de suas obras. A igreja precisa ir lá fora onde as pessoas estão em
vez de apenas esperar que elas venham onde nós estamos. A igreja
relevante não é sal no saleiro, mas atua com graça e compaixão fora dos
portões, levando o pão da vida aos famintos, a água da vida aos sedentos,
a esperança da salvação aos perdidos, o braço estendido da misericórdia
aos que jazem prostrados e feridos à beira do caminho.
Pela oração, a igreja se deleita em Deus mais do que nas obras de Deus.
O maior privilégio da oração é ter intimidade com Deus e deleitar-se nele.
Quanto mais nos regozijamos em Deus, mas ele se deleita em nós.
Quanto mais nos apegamos ao Altíssimo, mais temos gozo nele e motivos
para andarmos com ele. Nosso maior problema não é a presença do
adversário, mas a ausência de Deus. Nossa maior riqueza não são as
bênçãos de Deus, mas o Deus das bênçãos. Deus é melhor do que suas
bênçãos. Ele é mais excelente do que suas mais excelentes dádivas. Oh,
que a igreja redescubra as bênçãos da oração! Oh, que a igreja deixe de
fazer a obra na força do braço humano, para recorrer aos insondáveis
recursos divinos. Oh, que a igreja se prostre diante de Deus em oração,
para levantar-se diante dos homens em testemunho!
Jesus subira com Pedro, Tiago e João para um alto monte, a fim de orar. Lá
ele foi transfigurado na presença deles. Mesmo vendo milagres no topo
dessa montanha, os discípulos não oraram. Por isso, estavam desprovidos
de entendimento. Não compreenderam a centralidade da pessoa nem da
missão de Jesus. Em vez de se deleitarem em Deus, passaram a ter medo
dele. Os discípulos que ficaram no sopé do monte também não oraram.
Em vez de fazerem a obra, discutiram com os escribas, os maiores
opositores de Jesus. A apologética é necessária quando se trata da defesa
da fé, mas apenas discutir a obra em vez de fazer a obra é uma perda de
foco e um perigo ameaçador para a igreja.
Quando aquele pai aflito buscou a Jesus e o informou que seus discípulos
não puderam libertar seu filho, Jesus soltou uma exclamação de dor: “Oh,
geração incrédula e perversa, até quando vos suportarei?”. A falta de
poder na igreja causa dor no coração do nosso Salvador. Jesus, então,
libertou o menino e o devolveu a seu pai. O mal foi vencido. As trevas
foram derrotadas. O evangelho prevaleceu. A falta de poder na igreja
impede os cativos de serem libertos. A falta de poder na igreja é um
entrave para o seu crescimento. É tempo de avaliarmos nosso coração,
nossa vida, nossa agenda, nossa igreja. É tempo de sairmos da arena da
discussão, para o campo da ação. É tempo de fazermos a obra em vez de
apenas discutir sobre a obra. É tempo de orar e jejuar. É tempo de
buscarmos o poder do Espírito Santo. É tempo de sermos uma igreja viva
e operosa, que leva a esperança da salvação para fora de seus portões!
Os profetas, Jesus e os apóstolos pregaram nas ruas, nas praças, fora dos
portões. Eles percorriam as cidades, as vilas, os campos. Estavam onde o
povo estava. A missão deles era principalmente centrífuga, para fora dos
portões. Hoje, concentramos nossas atividades no templo. Invertemos a
ordem. Em vez de irmos lá fora, onde as pessoas estão, queremos que
elas venham a nós, onde nós estamos. Nosso testemunho tornou-se
intramuros. Nossa missão tornou-se centrípeta, para dentro.
Se não investirmos nosso tempo na obra, vamos nos distrair com outras
coisas periféricas. Se não gastarmos nossa energia no trabalho, vamos
gastá-la em embates acirrados, discutindo opiniões e preferências. Crente
que não trabalha, dá trabalho. Igreja que não evangeliza, precisa ser
evangelizada. A igreja é uma agência missionária ou um campo
missionário. Muitas igrejas hoje capitularam-se ao comodismo. Fazem um
trabalho apenas de manutenção. Estão estagnadas. Não crescem nem
têm propósito de crescer. Preferem criar desculpas teológicas para
justificar sua covarde omissão. Há denominações históricas na Europa e
na América que estão perdendo cerca de dez por cento de sua membresia
a cada ano. Há igrejas que já abandonaram o genuíno evangelho e
perderam a mensagem. Há igrejas que já perderam o fervor e não
proclamam mais, no poder do Espírito, a mensagem da graça. Há igrejas
que, embora tenham uma sólida firmeza doutrinária, possuem um pífio
desempenho missionário. Oh, que Deus desperte nessa geração uma
igreja fiel e relevante, uma igreja que ora com fervor e evangeliza com
entusiasmo, uma igreja que edifica os salvos e busca os perdidos. Oh, que
Deus derrame sobre nós o poder do seu Espírito! Oh, que Deus revista sua
igreja de poder para viver e para pregar! Oh, que Deus traga sobre nós
paixão pelas almas e nos tire do comodismo das quatro paredes e nos
leve para fora dos portões!
O perigo dos crentes viverem em conflito dentro da igreja (Fp 4.2). Aqui o
apóstolo está trabalhando com a questão do conflito entre lideranças da
igreja local, pessoas que disputam entre si a atenção e os espaços de
atuação na igreja. Quando o trabalho era dirigido pela família de Evódia,
possivelmente o pessoal de Síntique não participava, e quando era
promovido por Síntique quem não participava era o pessoal de Evódia.
Na sua epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo diz que a igreja de Cristo
recebeu o Espírito (3.2), nasceu segundo o Espírito (4.29), anda no
Espírito (5.16), é guiada pelo Espírito (5.18), produz o fruto do Espírito
(5.22,23), e vive no Espírito (5.25). Mas, ainda não está no céu. Há ainda a
terrível possibilidade de quedas e fracassos. Estamos sujeitos a fraquezas
e quedas. É nesse contexto que a igreja precisa se firmar como uma
comunidade terapêutica. Paulo escreve: “Irmãos, se alguém for
surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com
espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl
6.1). À luz deste versículo, destacaremos três pontos importantes:
Mas a igreja hoje está exatamente como o povo de Israel, imitando a vida
dos povos ao seu redor. Por isso, a igreja tem perdido o seu poder
espiritual. Martyn Lloyd-Jones diz que só vamos influenciar e ganhar o
mundo quando formos exatamente diferentes do mundo. No Brasil a igreja
evangélica está crescendo mas não influenciando o mundo. A igreja tem
extensão, mas não profundidade. Tem números, mas não santidade. Tem
quantidade, mas não qualidade.
Deus não se impressiona com formas, com programas, com ritos, com
cerimônias. Ele busca um povo santo, piedosos, fiel. Há pecados na igreja:
1) Falta de consistência espiritual – piedade na igreja e mundanidade em
casa; 2) Falta de fervor espiritual – cansaço com as coisas de Deus e
entusiasmo com as coisas do mundo. Falta de oração. Analfabetismo
bíblico; 3) Falta de pureza moral – Crentes que abrigam imoralidade no
coração, com pornografia, com namoros impuros, com festas mundanas;
4) Falta de amor nos relacionamentos – Crentes que são insubmissos aos
pais, que são insensíveis com o cônjuge, que são frios no trato uns com os
outros. 5) Falta de fidelidade na mordomia dos bens – Crentes que amam
mais o dinheiro do que a Deus. Crentes que sonegam os dízimos, que
roubam de Deus, que não investem no Reino.
Qual foi a última vez que você jejuou para buscar a Deus? Jejum não é
greve de fome, não é regime para emagrecer, não é ascetismo nem
meritório. O jejum é instrumento de mudança. Ele muda a nós, não a
Deus.
Devemos jejuar para Deus. Devemos jejuar para nos humilharmos diante
do Senhor. Devemos jejuar para reconhecermos a falência dos nossos
recursos. Devemos jejuar para buscarmos o socorro de Deus. O povo de
Deus sempre jejuou. Quem jejua tem pressa. Quem jejua está ansioso por
ver a intervenção de Deus.
Josafá convocou a nação de Judá para jejuar e Deus libertou o seu povo
das mãos do adversário. Nínive jejuou e Deus lhe concedeu libertação.
Ester jejuou com o seu povo e Deus poupou a nação de um holocausto.
Quem jejua tem mais pressa em acertar a sua vida com Deus do que
saciar as necessidades do corpo. Hoje os crentes têm pressa para correr
atrás de seus próprios interesses. Precisamos de restauração.
Conhecemos o que é chorar numa volta para Deus? Nosso coração tem-se
derretido de saudades do Senhor?
Nessa volta para Deus não adianta fingir. O Senhor não aceita encenação.
Ele não se impressiona com os nossos gestos, nossas palavras bonitas,
nossas emoções sem quebrantamento. Diante de Deus as máscaras
caem. Ele vê o coração.
Para Deus não é suficiente apenas estar na igreja, ter um culto animado. É
preciso ter um coração rasgado, quebrado, arrependido e transformado.
Como é triste ver pessoas que passam a vida toda na igreja e nunca
foram quebrantadas. Passam a vida toda representando um papel de
santidade, mas são impuros. Fazem alarde da sinceridade, mas
interiormente são hipócritas. Advogam fidelidade, mas no íntimo são
infiéis.
A despeito da crise devemos nos voltar para Deus. A crise não deve nos
empurrar para longe de Deus, mas para os seus braços. A frieza da igreja
não deve ser motivo de desalento, mas de forte clamor e profunda
determinação para nos voltarmos para Deus.
O povo havia-se desviado de Deus, mas ainda era o povo de Deus. Deus
continua interessado na restauração do seu povo e ainda está
comprometido com o seu imutável amor e propósito. Devemos nos voltar
para Deus como o Deus do pacto. Ele é fiel. Ele jamais cessou de nos
buscar, nos atrair, de nos chamar para ele. Somos o seu povo.
Ninguém pode ficar de fora dessa volta para Deus. Todo o povo deve ser
congregado. Toda a congregação deve ser santificada. Todavia o profeta
começa a particularizar os que devem fazer parte dessa volta:
A igreja é um retrato da sua liderança. Ela nunca está à frente dos seus
líderes. Os líderes devem ser os primeiros a se voltarem para Deus com
choro, com jejum, com o coração rasgado.
Nós pastores precisamos aprender a chorar pelo povo. Temos feito a obra
de Deus com os olhos enxutos demais. Não podemos nos conformar com
a crise. Não podemos nos conformar em ver a sequidão espiritual do povo
de Deus. O choro precisa começar com os pastores. Os líderes precisam
chorar e orar.
Quando perguntaram para Moody qual era o maior obstáculo da obra, ele
disse: “O maior obstáculo da obra são os obreiros.” Estamos vivendo uma
crise pastoral no Brasil. Precisamos nos voltar para Deus e precisamos
chorar por nós mesmos e pela vida do povo de Deus.
Quando a igreja se volta para Deus e acerta sua vida com ele, ele se
compadece do seu povo: ao invés de fome, há fartura (2:19,24). Ao invés
de opresssão do inimigo, há libertação (2:20). Ao invés de seca, há chuvas
abundantes (2:23). Ao invés de prejuízo, há restituição (2:25). Ao invés de
vergonha, há louvor (2:26). Ao invés de lamentaçãoi e de solidão, há a
plena consciência de que Deue está presente (2:26,27).
3. Quando Deus restaura a igreja, ele derrama sobre ela o Seu
Espírito – v. 28-32
"Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores, por meio
daquele que nos amou. Pois tenho certeza de que nem morte, nem vida,
nem anjos, nem autoridades celestiais, nem coisas do presente, nem do
futuro, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra
criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus,
nosso Senhor." - Romanos 8.37-39