A existência de um Estado, determina a convergência e concertação de três
elementos fundamentais, o Povo, o Território e o Poder Político. O Povo neste contexto, não se refere à população do Estado, mas sim a um conjunto diverso, constituído pelas pessoas que têm a cidadania desse Estado, ou seja, é designado pelo elemento humano do Estado. O Território é o elemento físico e geográfico, correspondendo a uma parte da crosta terrestre apropriada por um povo. O território no seu todo, abrange o território terrestre, aéreo e aquático. O mar territorial (até 12 milhas marítimas contadas a partir da linha da costa), os rios e os lagos estão inseridos no território aquático, englobando a sua superfície, profundidade, o solo e subsolo bem como os bens e riquezas nele contidos. A mesma definição é utilizada para o território terrestre. De realçar que a ZEE (Zona económica exclusiva, que é delimitada por uma linha até ás 200 milhas marítimas), não pertence ao território do Estado. O território aéreo é medido a partir dos limites verticais dos limites maiores do território aquático e terrestre, até ao limite da atmosfera. A cidadania pode ser adquirida, pelo nascimento (jus soli e/ou jus sanguinis), pela adopção, pelo casamento e pela naturalização. Perde-se a nacionalidade pela renúncia, pela cassação, pela escolha decorrente da incompatibilidade de acumulação de algumas nacionalidades e pela extinção de um Estado. A ausência de uma nacionalidade pode ser suprida pelo estatuto de apátrida tutelado pela O.N.U. O Poder político é um poder único na ordem do Estado, sendo um seu exclusivo e das sociedades maiores. Só há poder político a partir dos Estados. O poder político subdivide-se em: Soberano, Não soberano e semi- soberano.
A origem do território e a sua classificação
O território não é uma exclusividade da espécie humana pois partilhamos esta
característica com muitas outras do reino animal, sendo um espaço físico determinado com o qual se estabelecem relações duráveis e predominantes, é passível de várias classificações em função dos parâmetros que se adoptarem para a sua caracterização. Podemos definir que: 1. Quanto ao utente: a) Território de solitários – Estabelecido que é o seu abrigo, será defendido quer por marcas de possessão bem como eventualmente pelo combate. a.1) Território de sociedades: Entendendo-se que em todas as actividades animais, a propriedade do território pode socializar-se, se a espécie for social teremos de considerar várias subdivisões consoante a utilização que esse território esteja sujeito, a saber: a) Território de famílias restritas: Onde é apenas permitido o acesso ao casal e seus filhos dependentes, sendo considerado como inviolável, mesmo para os restantes membros da sociedade em questão. b) Territórios sociais, restritos e fixos: Onde se sedentariza a vida de uma sociedade em regime de exclusividade e permanência. c) Territórios sociais, restritos e sazonais: Onde se sedentariza a vida de uma sociedade em regime de exclusividade durante um período de ano, existindo para o efeito um segundo habitat para onde a sociedade migra durante o outro período de tempo, por motivos de ordem climática ou de ciclo biológico. Tratam-se neste caso de sociedades de migrações pendulares e consequentemente classificadas de semissedentárias. d) Territórios de passagem: São zonas de passagem de animais activos que, por vezes têm um ciclo de viagens seguindo, com regresso fixo pelos mesmos locais. e) Territórios de domínio vital: Zona regularmente utilizada para caça ou ocupações diversas e não tão defendido conta os congéneres. Dois domínios vitais podem sobrepor-se (domínio regulado) em que vários sinais indicam a sua posse. f) Território aberto: Área sem apropriação definida, de acesso livre a várias sociedades indistintamente. b) Matéria constitutiva Quanto à matéria constitutiva o território pode assumir três grandes formas principais: a) Terrestre, aérea e aquática de acordo com as definições atrás descritas.
Fronteira – é entendida como o limite do território sendo uma realidade
indissociável da existência de um território. Esta definição não é consensual á generalidade das doutrinas.