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A proposta do GT deverá orientar-se pelas seguintes questões: a) qual o objetivo deste GT?

b) qual a relação deste GT com o


tema do encontro? c) qual a relação com o eixo temático escolhido? d) que tipo de trabalho será acolhido e quais as
discussões que o GT pretende promover?

A psicologia social em tempos de crise sistêmica:


Estado de exceção, necropolítica e emancipação.

O objetivo deste GT é promover e desenvolver discussões epistemológicas diversas,


acolhendo temas e objetos de pesquisa variados, sob o pretexto e a justificativa de que a
construção da reflexão crítica e do pensamento engajado dependem destes elementos
enquanto atitudes de como estar com a construção de um saber possível e com a experiência
propriamente e por ela mesma. Deixando-nos como, sugere Bondía (2002), sermos não só
atravessados pelas questões, mas “se nos” sabidos e acontecidos com elas.
No interior do campo plural da psicologia social, partimos da perspectiva que se pode
denominar de “psicologia social marginal” (MUNNÉ, 1982), que se caracteriza por se
fundamentar nas contribuições de Karl Marx. A chamada “Escola de Frankfurt” ou “Teoria
Crítica da Sociedade” teve como projeto epistemológico unir materialismo e psicanálise na
construção dessa psicologia social marginal (SOARES, p. 473). Sua visada específica, de acordo
com Max Horkheimer, intelectual ligado à teoria crítica, é o materialismo interdisciplinar capaz
de dar conta da “conexão que subsiste entre a vida econômica da sociedade, o
desenvolvimento psíquico dos indivíduos e as transformações quem têm lugar nas esferas
culturais” (HORKHEIMER, 1999, p. 130). Portanto, trata-se de tematizar problemas histórico-
sociais nos eixos da economia, do psiquismo e da cultura.
Isso significa a defesa de uma psicologia social que faz frente aos nossos tempos e suas
nuances, como: a crise sistêmica do capitalismo; a polarização do discurso político e o retorno
ao encrudescimento das liberdades singulares e suas expressões e possibilidades mais
genuínas e autênticas de fenômeno, ou seja, encontro na experiência. O que convoca a
psicologia social a ser tal qual uma verdadeira perspectiva agente de política pública.
Este GT, que pretende, a partir da teoria crítica, promover e desenvolver discussões
epistemológicas que possam contribuir com reflexões mais fundantes e, portanto, críticas, em
torno de questões primárias ou de raiz, não só, mas, também, sobre a maneira como
estruturamos e conduzimos nossas relações de produção enquanto lógica do capital – cuja
objetividade econômica sabe-se e se faz a temática exclusivista da nossa racionalidade em
torno do assim chamado reino da necessidade, e por isso, fundantemente instrumental – está
destacadamente consonante com a atmosfera de discussões deste XX Encontro Nacional da
Abrapso.
Isso porque uma cuidadosa e corresponsável atitude de discussões epistemológicas
convida e sugere a oportunidade de novos começos milagrosos, como nos diria Hannah Arendt
(2013), e, com isso, a realização do imprevisível da agência dos sujeitos onde habita justamente
a possibilidade transparente da revelação de uma ação e a partir dela a expansão dos nossos
níveis mais conscientes de percepção e elaboração do real e da experiência.
E isto é o mesmo que, ou significa diretamente, experimentarmos alargamentos morais
e deles derivarmos, portanto, diferenciada, emancipação sociopolítica e econômica quando
comparadas às nossas experiências atuais de direitos, ética, diálogo e ações políticas.
A experiência do dialogado que constrói a ação política, isso porque o diálogo tem de
lhe ser parte, é o desejo mais central deste GT, que está interessado em ser uma experiência de
presença do dito e diante deste, ou seja, de escuta ativa. Redirecionando as fragilidades que
têm sido utilizadas para esgarçar o nosso estar com o outro e a diferença à dimensão
democrática da pluralidade de singularidades, que é por ela mesma, a condicionante de toda
ação política.
Se a dignidade da política reside na realização concreta da convivência a partir das
diferenças de opiniões, a doxa propriamente, que sustentam e flagram a revelação do agente
político, através de seu discurso ou narrativa, a promessa da política, por sua vez, resulta na
preservação da integridade desta poiésis. Ao contrário de uma verdade platônica, que fosse ou
pudesse ser eterna, a opinião socrática, enquanto narrativa singular política, revela que as
opiniões, no lugar de serem consideradas apenas uma fantasia subjetiva ou uma
arbitrariedade, são, na verdade, a formulação daquilo que aparece aos cidadãos a partir de um
mundo comum, ou aquelas às quais a verdade invariavelmente adere.
Ainda que o mundo comum-público, aquele que se instaura a partir do caráter político
do próprio domínio público, apareça ou se abra de modo diferente para cada sujeito, é
justamente a capacidade de ter isso em consideração que se configura enquanto uma
compreensão e um exercício político por excelência. E, de toda forma, para Sócrates era
justamente nas diferenças de opiniões que residia a possibilidade de uma discussão até o fim,
ou seja, a própria dialética enquanto método, que “não extrai a verdade pela destruição da
doxa, ou opinião, mas, ao contrário, revela a doxa em sua verdade” (ARENDT, 1993 p. 97).
É desta forma que o GT encoraja os esforços dos pensamentos e temas
transdisciplinares, enquanto objetos de pesquisa. E tem, por isso mesmo, em seus
proponentes, esta atitude deliberadamente voluntária, como, por exemplo, pesquisas sobre o
movimento transnacional de resistência sociopolítica conhecido desde 2008 como
Decrescimento, mas, cujas raízes, remetem à década de 1960. A proposta é resgatar, também,
reavaliando, reconceituando e reestruturando, as ideias em torno de uma assim chamada,
economia política, por exemplo. Enquanto experiência de uma economia ecológica
apropriadamente, que quer dizer uma bioeconomia.
A sustentabilidade ecológica, segundo a metodologia proposta pela bioeconomia,
depende ainda de que seja questionada a estrutura das instituições econômicas, por elas
mesmas. Tratar-se-ia da crítica cultural e institucional à sociedade do crescimento e sua relação
com o meio, em definitivo. (Bonaiuti, 2015)
Fica estabelecida a relação do GT com o eixo temático em questão: das discussões
epistemológicas, e seus desafios e problemáticas, de tal maneira que a proposta é esTARmos
com a atitude e o esforço do saber, sua trajetória histórica e os desafios mais recorrentes e
atuais que o fragilizam, porque flagram dentre outras perspectiva suas dicotomias
reducionistas e dos pré-estabelecidos e julgados, quase que como em uma atitude Teoria Ator-
Rede (TAR). Ou seja, uma prática para com o saber que amplia variáveis de análises, acolhe a
desconstrução do pensamento como igual construção e se implica a partir de outra amplidão,
inclusive, com os atores/agentes, não-humanos, por exemplo.
E por isso e por fim os trabalhos que serão acolhidos devem refletir
transdisciplinaridade, acolhendo diferentes objetos e temas, cuidando para que a Teoria Crítica
lhes seja um fio condutor do pensamento, e que por isso mesmo dialógico e quando não
dialético.

Arendt, H. (1993). A Dignidade da Política. Coletânea organizada por Antônio Abranches. Rio de
Janeiro: Relume-Dumará.

_________. (2013). A Condição Humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Bonaiuti, M. (2015). “Bioeconomics.” In D’Alisa, G.; Demaria, F.; Kallis, G. (Org.). Degrowth: a
vocabulary for a new era. Nova Iorque: Routledge, pp. 25-28.

Bondía, J. L. (jan./fev./mar./abr. 2002). “Notas sobre aexperiência e o saber da experiência.” In


Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, 19, 20-28.

HORKHEIMER, M. A presente situação da filosofia social. In Praga: Estudos Marxistas, 7, 1999,


pp. 121-132.

MUNNÉ, F. Psicologías sociales marginadas: la línea de Marx en la psicología social. Barcelona:


Editorial Hispano Europea, 1982.

SOARES, J. C. Escola de Frankfurt: unindo materialismo e psicanálise na construção de uma


psicologia social marginal. In: Jaco-Vilela, A.; Ferreira, A; Portugal, F. (Orgs.). História da
psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2008.

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