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Lista de símbolos

AD área de exposição equivalente da estrutura, expressa em metro quadrado


(m2);

ADJ
área de exposição equivalente da estrutura adjacente, expressa em metro
quadrado (m2);

AI
área de exposição equivalente para descargas atmosféricas perto de uma
linha.

área de exposição equivalente para descargas atmosféricas em uma


AL
linha;
AM
área de exposição equivalente para descargas atmosféricas perto de
uma estrutura;

ca valor dos animais presentes na zona;

cb valor da edificação relevante à zona;

cc valor do conteúdo da zona;

cs valor dos sistemas internos incluindo suas atividades na zona;

ct valor total da edificação e conteúdo da estrutura;

cz valor do patrimônio cultural na zona;


hz
fator de aumento da perda devido a danos físicos quando um perigo
especial estiver presente;

KS1
leva em consideração a eficiência da blindagem por malha da estrutura,
SPDA ou outra blindagem na interface ZPR 0/1;

KS2
leva em consideração a eficiência da blindagem por malha da estrutura,
SPDA ou outra blindagem na interface ZPR X/Y (X > 0, Y > 1;

KS3 leva em consideração as características da fiação interna;

KS4
leva em consideração a tensão suportável (UW de impulso do sistema a
ser protegido, avaliado como KS4 = 1/UW.
perda relacionada aos ferimentos a seres vivos por choque elétrico
LA (descar-
gas atmosféricas à estrutura);
LB perda em uma estrutura relacionada a danos físicos (descargas
atmosféricas à estrutura);

LC
perda relacionada à falha dos sistemas internos (descargas atmosféricas
à estrutura);

LF número relativo médio típico de vítimas por danos físicos;

LM
perda relacionada à falha de sistemas internos (descargas atmosféricas
perto da estrutura);

LO perda em uma estrutura devido à falha de sistemas internos;

LT número relativo médio típico de vítimas feridas por choque elétrico;


LU
perda relacionada a ferimentos de seres vivos por choque elétrico
(descargas atmosféricas na linha);

LV
perda em uma estrutura devido a danos físicos (descargas atmosféricas
na linha);

perda devido à falha de sistemas internos (descargas atmosféricas na


LW
linha);
LZ
perda relacionada à falha de sistemas internos (descargas atmosféricas
perto da linha);

ND
número de eventos perigosos devido às descargas atmosféricas em uma
estrutura;

NDJ
número de eventos perigosos devido às descargas atmosféricas em uma
estrutura adjacente;

Ng densidade de descargas atmosféricas;

NI
número de eventos perigosos devido às descargas atmosféricas perto de
uma linha;

número de eventos perigosos devido às descargas atmosféricas a uma


NL
linha;
NM
número de eventos perigosos devido às descargas atmosféricas perto
de uma estrutura;

nt número total de pessoas na estrutura;

nz número de pessoas na zona;

PA probabilidade de uma descarga atmosférica em uma estrutura causar feri-


mentos a seres vivos por meio de choque elétrico;

PC probabilidade de uma descarga atmosférica em uma estrutura causar falha


a sistemas internos;
PM probabilidade de uma descarga atmosférica perto de uma estrutura causar
falha em sistemas internos;
PMS fator relacionado às interfaces isolantes e sistemas coordenados de DPS
como medidas de proteção para diminuição de PM;
PU probabilidade de uma descarga atmosférica em uma linha causar ferimentos
a seres vivos por choque elétrico;
PV probabilidade de uma descarga atmosférica em uma linha causar danos fí-
sicos;
PW probabilidade de uma descarga atmosférica em uma linha causar falha de
sistemas internos;
PZ probabilidade de uma descarga atmosférica perto de uma linha que entra na
estrutura causar falha dos sistemas internos;
rf fator de redução da perda devido a danos físicos dependendo do risco de
incêndio ou do risco de explosão da estrutura;
rp fator de redução da perda devido a danos físicos dependendo das providên-
cias tomadas para reduzir as consequências do incêndio;
rt fator de redução da perda de vida humana dependendo do tipo do solo ou
piso;
tz número total de pessoas presentes na estrutura;
Sumário

Lista de símbolos ................................................................................................................... 2

Sumário ................................................................................................................................. 5

2 Descargas Atmosféricas ..................................................................................................... 7

2.1 Histórico ...................................................................................................... 7

2.2 Formação dos Raios ................................................................................... 8

2.3 Riscos ......................................................................................................... 10

2.3.1 Descargas diretas .................................................................................. 12

2.3.2 Descargas indiretas ............................................................................... 12

2.3.3 Tensões Induzidas ................................................................................. 13

2.3.4 Interferência Eletromagnética ................................................................ 13

2.4 Descargas atmosféricas em torres .............................................................. 13

3 NBR5419:2015 ................................................................................................................. 16

3.1 Definição das partes ................................................................................. 16

3.2 Principais Mudanças em relação à norma ABNT NBR 5419:2005 .............. 17

Parte 1 .............................................................................................................. 17

Parte 2 .............................................................................................................. 17

Parte 3 .............................................................................................................. 20

Parte 4 .............................................................................................................. 23

3.3 Os benefícios e impactos da atual norma argumentados por alguns profissionais


......................................................................................................................................... 23

4 Proteção Contra Descargas Atmosféricas - NBR 5419 ..................................................... 25

4.1 Definição dos Riscos e seus Parâmetros .................................................... 25

4.1.1 Componentes de Risco .......................................................................... 26


4.1.2 Gerenciamento de Risco ........................................................................ 38

4.2 Medidas de Proteção .................................................................................. 39

4.2.1 Níveis de Proteção ................................................................................. 40

4.2.2 Métodos de proteção ............................................................................. 41

4.2.3 Proteção do Sistema Elétrico e Eletrônico ............................................. 44

4.2.4 Proteção de sistemas de telecomunicações .......................................... 47

Referências ......................................................................................................................... 49

ANEXO A – Fluxogramas .................................................................................................... 51

A.1 Procedimento para decisão da necessidade da proteção e para selecionar as


medidas de proteção ........................................................................................................ 51
2 Descargas Atmosféricas

Descarga Atmosférica é um fenômeno natural de alta complexidade que, até hoje,


ainda intriga os pesquisadores no que se refere à compreensão dos aspectos físicos e seus
efeitos. A preocupação com os efeitos destrutivos desse fenômeno nos leva à tarefa de buscar
formas de proteção contra ele (PRAZERES, 2007).

2.1 Histórico
Ao longo da história o raio sempre foi admirado e temido por toda civilização. Alguns
povos atribuíam este fenômeno aos deuses que os lançavam sobre a terra como sinal de
reprovação ou de que haveria tempos prósperos para a lavoura. Outros povos associavam
que os raios eram produzidos pelas batidas de um poderoso martelo, cujo efeito estrondoso
originava os raios e trovões. Algumas tribos sustentavam a crença de que um "pássaro
trovão"mergulhava das nuvens para a terra, provocando tal efeito.
Pesquisas com o objetivo de obter informações sobre as características elétricas do
raio surgem por volta do século XVII. Experiências realizadas nos EUA e na Europa foram
elaboradas demonstrando o caráter elétrico dos raios e sua possibilidade de ser captado
(BENITEZ, Salvador: 2006).
Benjamin Franklin (1706-1790), cientista e inventor americano, adquiriu reputação
internacional devido as suas descobertas sobre a eletricidade e, também, demonstrando que
os raios são um fenômeno de natureza elétrica.
Desenvolveu um perigoso experimento, a fim de demonstrar sua teoria de que os raios
são originários da própria natureza, fazendo voar uma pipa presa a um condutor metálico
aterrado, durante uma tempestade. Desse modo, pôde provar que os raios eram apenas
grandes descargas elétricas que ocorriam de forma natural. Apesar de relatar em seus
escritos sobre seus conhecimentos do perigo que tais métodos alternativos possuíam e
colocando em risco sua própria vida, ainda tem-se o questionamento se ele, de fato, a
realizou.
A partir desse mesmo experimento, Franklin propôs que se a descarga fosse
transportada através de hastes metálicas até o solo poderiam impedir que os raios atingissem
qualquer estrutura. Sugeriu que fosse colocado, acima das casas, uma ponta metálica com
hastes em contato com a terra, propiciando a condução da corrente elétrica nesta
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Página

composição, sem que o raio causasse danos às estruturas. Com isso, surgia o para-raio e
este é o conceito de um dos métodos de proteção contra descargas atmosféricas ser
conhecido como método Franklin.
Nos últimos anos de sua vida dedicava a maior parte de seu tempo ao serviço público,
mas continuou realizando experimentos ocasionais seguindo o trabalho de outros cientistas.
Franklin também participou de conselhos para revisão de métodos de proteção contra raios e
fez recomendações para a proteção de catedrais e de instalações para a fabricação e
armazenamento de pólvora.

2.2 Formação dos Raios


Os raios se formam em nuvens denominadas Cumulunimbus, capazes de atingir uma
extensão de 9 a 12 km. A carga elétrica que se acumulam nestas nuvens surgem pelo
processo do encontro entre correntes ascendentes de ar quente e úmido por partículas
superesfriadas de sentido descendente. Esta colisão entre as correntes e o atrito entre
gotículas de chuva favorecem a produção de grandes cargas de eletricidade na nuvem,
formando gradientes de tensão que variam de 50 a 5.200 V/cm (LIMA, 2009).

Figura 1 – Campo induzido entre nuvem e solo pelo carregamento da base da nuvem

Fonte: Prazeres (2007)

As descargas intra-nuvens são as mais frequentes, conforme dados de RINDAT


(2016), pelo fato da capacidade isolante do ar diminuir com a altura em função da diminuição
da densidade do ar e pelas regiões de cargas opostas na nuvem estarem mais próximas.
Para este trabalho, serão consideradas as descargas ocorrendo entre nuvem-solo,
devido ao seu potencial destrutivo e objetivo de utilização de SPDA.
Como dito anteriormente, entre a nuvem e o solo haverá a presença de um campo
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Página

elétrico produzido pelas cargas da base da nuvem (concentração de cargas negativas) e o


solo (concentração de cargas positivas), ocorrendo o rompimento da rigidez dielétrica do ar1
sendo favorável que gere uma descarga elétrica entre a nuvem e o solo (descarga negativa).
O rompimento da rigidez dielétrica do ar é apenas o primeiro passo para a descarga
atmosférica, sendo necessário que ocorram outros eventos para que a descarga atmosférica
seja concluída (SILVA, 2014).
Fracas descargas ocorrem na região de cargas negativas no interior da nuvem e se
deslocam em direção ao centro de cargas positivas por um período de cerca de 10 ms,
denominado período de quebra de rigidez preliminar (RINDAT, 2016). Com isso, inicia-se o
processo de formação de um canal ionizado de plasma, que é denominado canal precursor
de descarga (ou líder descendente) formando para baixo na região externa da nuvem.
O líder descendente realiza o caminho em etapas, percorrendo trechos de 30 a 100
metros, buscando o percurso mais fácil - com menor rigidez dielétrica - para que o canal seja
estabelecido entre a nuvem e o ponto de impacto. Junto a isso, um processo similar ocorre a
partir do solo onde a concentração de cargas positivas sofrem indução e formam, também,
um canal ascendente que parte em direção à nuvem, em encontro ao líder descendente
(Figura 2).

Figura 2 – Processo de conexão dos canais ascendente e descendente

Fonte: Prazeres (2007)

No momento em que os canais estão a uma distância crítica mínima de separação um


do outro, ocorre uma descarga final responsável pela interligação dos canais. O
estabelecimento do canal gera uma intensa onda de corrente elétrica, chamada de corrente
de retorno, propagandose pelo canal e neutralizando as cargas acumuladas (SILVEIRA,
9

2006).
Página

1
Quando materiais isolantes são ionizados por campos elétricos muito intensos, tornam-se condutores. Para o
ar, isto ocorre para campos elétricos da ordem de 3 · 106 V/m (NIELSEN, 2008)
Como resultado do fluxo de corrente que circula pelo canal ionizado, ocorre um
intenso aquecimento deste, podendo alcançar temperaturas superiores a 3.000oC. Tal
aquecimento provoca um efeito luminoso intenso - o relâmpago - e também resulta na
expansão muito rápida do ar ao redor do canal, provocando o deslocamento de uma onda
sonora no ar - trovão (VISACRO, 2005b).

2.3 Riscos
Estima-se que, a cada segundo, caem sobre a Terra cerca de 50 a 100 raios, o que
equivale a cerca de 10 milhões de descargas por dia ou três bilhões por ano. Esta
consequente descarga à Terra provoca prejuízos e mortes (LIMA, 2009). No Brasil, cerca 50
milhões de descargas atingem anualmente seu território. De acordo com Silva (2014), entre
os anos 2000 e 2012, foram registradas 1.601 mortes causadas por descargas atmosféricas.
Dentro do curto período de tempo de ocorrência de uma descarga atmosférica, podem
ser destacados três partes (Figura 3): tempo de subida ou de frente (tempo para que o raio
atinja o valor máximo), tempo de meia onda ou de meio valor (tempo necessário para que o
raio atinja 50% do valor de pico) e a cauda da onda (tempo a partir do tempo de subida,
seguido por um período mais longo e suave no qual a corrente decai até desaparecer).

Figura 3 – Parâmetros de um impulso de corrente

Fonte: ABNT NBR 5419-1:2015

onde:
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O1 origem virtual;
Página
I corrente de pico;

T1 tempo de frente;

T2 tempo até o meio valor;

±i polaridade (positiva ou negativa) da corrente.

Uma descarga atmosférica pode atingir valores expressivos de tensão entre a nuvem
e o solo, nuvem e o ponto atingido, proporcionando que haja o fluxo de uma corrente
impulsiva de alta intensidade e curta duração. Segundo Lima (2009), esta tensão dependerá,
principalmente, da intensidade de corrente do raio e da impedância existente entre o
percurso da descarga.
Tabela 1 – Características das descargas atmosféricas
Parâmetros Valores Unidade
Corrente 2.000 a 200.000 A
Tensão 100 a 1.000.000 kV
Duração 70 a 200 µs
Carga elétrica da 20 a 50 C
nuvem
Potência liberada 1000 a 8.000 kW
milhões
Energia 4 a 10 kWh
Tempo de crista 1,2 µs
Tempo de meia cauda 50 µs
Fonte: Kindermann (2002).

Por se tratar de uma corrente cuja variação de intensidade ocorre de forma muito
rápida, torna este fenômeno um importante causador de distúrbios eletromagnéticos com
capacidade de gerar danos e interferências em sistemas elétricos e eletrônicos. Bem como
induzir altas tensões em partes metálicas com grande risco de acidente à estrutura e aos seus
ocupantes.
As descargas atmosféricas podem ser divididas conforme dois tipos distintos de efeitos:
descargas diretas e descargas indiretas.
11
Página
2.3.1 Descargas diretas

Tais descargas acontecem quando o canal principal (ou um dos ramos) incide
diretamente sobre determinado objeto e são as responsáveis pelos efeitos mais severos de
danos que podem ocorrer.
A incidência direta de descarga sobre seres vivos, prédios, estruturas e sistemas
elétricos pode gerar destruição, incêndios e, possivelmente, mortes.
Uma descarga direta sobre uma edificação, por exemplo, poderá ocasionar a
destruição de paredes, fundir materiais metálicos, danificar e/ou destruir antenas e cabos de
comunicações, entre outros. (VISACRO, 2005a)

2.3.2 Descargas indiretas

São descargas cujos efeitos sobre as estruturas ou seres vivos são causadas
distantes do ponto de queda do raio.
Quando o líder descendente se encontra com o líder ascendente e o circuito é
fechado, ocorre uma descarga de grande intensidade que faz com que o canal ionizante
alcance altas temperaturas; fortes campos eletromagnéticos são produzidos em torno deste
canal principal (Figura 4). No solo, radialmente a partir do ponto de impacto, linhas de corrente
propagamse, colocando em risco à tensões de toque, tensão de passo, tensões induzidas em
condutores próximos e EMI.
Figura 4 – Onda eletromagnética irradiada pela corrente de retorno

Fonte: Visacro (2005b).


12
Página
2.3.3 Tensões Induzidas

De acordo com Buratto (2011), a corrente de retorno fluindo pelo canal ionizado,
constituído entre nuvem e solo promove tensões induzidas em corpos próximos ao ponto de
incidência. Tais tensões constituem a principal fonte de danos nas linhas de distribuição de
energia e em circuitos de baixa tensão em geral, incluindo as redes de telecomunicações.
Constituem, ainda, a origem de interferência eletromagnética em sistemas e equipamentos,
que, em muitos casos, resulta na corrupção de dados transmitidos em sistemas de
comunicação através de sistemas elétricos.

2.3.4 Interferência Eletromagnética

Apesar dos efeitos gerados pelos campos eletromagnéticos causarem danos aos
seres vivos pelas tensões induzidas, seus danos são maiores em equipamentos eletrônicos
e sistemas de comunicações (LIMA, 2009), que, em muitos casos, resulta em perdas de dados
transmitidos e recebidos nos sistemas de comunicação.

2.4 Descargas atmosféricas em torres


Medidas para que as perdas de uma baixa eficiência de transmissão sejam reduzidas
está em manter a torre da antena o mais próximo possível do edifício que abriga os
equipamentos. No entanto, esta prática é contrária à concepção de um sistema confiável de
proteção contra os efeitos de uma descarga atmosférica.
A distância mínima considerada entre o edifício de equipamentos e a torre de antenas,
para que os efeitos do campo eletromagnético 2 associado ao raio não danifiquem os
equipamentos, é de 9 m (IEEE, 2011). Na impossibilidade de execução com esta distância
mínima deverá haver a instalação, no interior e no exterior da estrutura, de uma malha de
condutores formando uma gaiola de Faraday.
13
Página

2
A intensidade do campo eletromagnético cai com o quadrado da distância.
Figura 5 – Sistema de aterramento integrado

Fonte: Lock (2011)

Como os dois sistemas de aterramento (da torre e da estrutura) devem estar


conectados a mesma malha de aterramento (Figura 5), a distância adotada entre as duas
massas protegidas irá reduzir significativamente o aumento de potencial de terra, não haverá
interferências entre os equipamentos internos à estrutura.
Uma proteção contra descargas atmosféricas efetivamente projetada para torres e
telecomunicações deve, segundo Lock (2011), atender de forma integrada ao maior número
dos seguintes fatores:

∙ Proteção contra descargas diretas;

∙ Rede de aterramento capaz de dispersar a corrente do raio;

∙ Integrar a rede de energia ao sistema de proteção;

∙ Sistema de equipotencialização eficaz;


14

∙ Reduzir aumentos de potencial;


Página

∙ Previnir sobretensões em equipamentos no interior da cabine;


∙ Mitigação de efeitos provocados LEMP.
Devido às elevadas amplitudes de corrente do raio, ocorre um intenso e variável
campo magnético próximo aos condutores dos quais elas fluem, fazendo com que os efeitos
deste campo induza elevadas correntes nos circuitos de equipamentos no interior da estrutura
(COORAY, 2010). Para que estes efeitos sejam minimizados, equipamentos e cabos devem
ser aterrados, de forma adequada, e protegidos por um sistema coordenado de DPS’s.

15
Página
16

3 NBR5419:2015

Desde a última versão publicada da norma ABNT (2005), os membros da Comissão de


Estudos CE 64.10 estiveram reunidos para revisarem o documento e elaborarem um novo
projeto, muito mais abrangente e criterioso, tendo como base a segunda versão da norma IEC
62305 Lightning Protection partes 1, 2, 3 e 4, (MOREIRA, 2014). Aqui serão apresentadas
algumas das principais mudanças entre os textos normativos.

3.1 Definição das partes


Em conformidade com a IEC 62305/2010, a ABNT NBR 5419:2015 segue com a
mesma estrutura e organização dos documentos, composta por quatro documentos
normativos e seus anexos, sendo eles:

Parte 1 - Princípios Gerais;


Parte 2 - Gerenciamento de Risco;
Parte 3 - Danos Físicos às Estruturas e Perigo à Vida;
Parte 4 - Proteção de Sistemas Elétricos e Eletrônicos.

Figura 6 – Conexões entre as partes da ABNT NBR 5419

16
Página

Fonte: NBR 5419-1:2015


A figura 6 mostra a conexão entre cada uma das partes que compõem a norma
atualizada. As medidas de proteção contra descargas atmosféricas integram de forma
completa a proteção contra descargas atmosféricas, colocando em segurança a vida dos
ocupantes e a integridade dos equipamentos presentes no interior da estrutura.
A principal mudança notável, sem dúvidas, é a quantidade de páginas que regem a
atual norma, passando de quarenta e duas (42) páginas (ABNT, 2005) para mais de trezentas.
A maior parte do texto da nova norma sobre proteção contra descargas atmosféricas foi fiel ao
texto da IEC 62305/2010, especialmente as partes 1 e 4. (MOREIRA, 2014)

3.2 Principais Mudanças em relação à norma ABNT NBR 5419:2005

Parte 1

A Parte 1 do texto do documento trata exclusivamente sobre o fenômeno da descarga


atmosférica, definindo parâmetros das correntes das descargas que são utilizados como a
base das regras de medidas de proteção e dimensionamento de componentes, por exemplo.
Sendo uma das partes com a tradução mais próxima da IEC 62305-1. Tais parâmetros são
considerados para detalhamento das medidas de proteção (MPS (ABNT, 2015d)).
Tais considerações e parâmetros não eram tratados de forma explicita e foram
abordados na norma ABNT NBR 5419:2005, no Anexo C (normativo), apresentando
parâmetros do valor de crista da corrente da descarga, utilizado para o cálculo do raio da esfera
rolante (Modelo Eletrogeométrico) e determinação do nível de proteção.

Parte 2

A segunda parte traz as maiores mudanças na proteção de estruturas contra as


descargas atmosféricas (SUETA, 2016). É apresentada de forma detalhada a definição de
diversos parâmetros da estrutura, dos danos às estruturas decorrentes das descargas
atmosféricas, sendo consideradas quatro fontes de danos 3 distintas pelo ponto de impacto da
descarga, sendo definidas como: S1 - descarga na estrutura, S2 - descarga perto da estrutura,
S3 - descarga na linha e S4 - descarga perto da linha.
Define-se também tipos de danos (DX) como consequência das descargas
17

atmosféricas, sendo: D1 - ferimentos a seres vivos; D2 - danos físicos; D3 - falhas de sistemas


Página

eletroeletrônicos. Cada um destes danos, sozinhos ou combinados, refletem em diferentes

3
A corrente da descarga atmosférica é a principal fonte de danos (ABNT, 2015b).
tipos de perdas (LX) à estrutura, definidas como: L1 - perda da vida humana; L2 - perda de
serviços públicos; L3 - perda de patrimônio cultural; e L4 - perda de valores econômicos.
A tabela 2 ilustra cada uma destas situações de forma simplificada para melhor
compreensão.

Tabela 2 – Fontes de danos, tipos de danos e tipos de perdas de acordo com o ponto de impacto
Descarga atmosférica Estrutura
Ponto de impacto Fonte de danos Tipo de danos Tipo de perdas

D1 L1, L4a
S1 D2 L1, L2, L3, L4

D3 L1b, L2, L4

S2 D3 L1b, L2, L4

D1 L1, L4a
S3 D2 L1, L2, L3, L4

D3 L1b, L2, L4

S4 D3 L1b, L2, L4

a Somente para propriedades onde animais possam ser perdidos.


b Somente para estruturas com risco de explosão ou para hospitais ou outras estruturas
onde falhas de sistemas internos podem imediatamente colocar em perigo a vida
humana.
Fonte: NBR 5419-2:2015
18

Torna-se necessária a realização de cálculos referentes aos riscos em uma estrutura


Página

(associados aos tipos de perdas). Cada risco depende do número anual de descargas
atmosféricas que incidem na estrutura ou próximo a ela, da probabilidade de dano por uma
das descargas atmosféricas que influenciam esta estrutura e da quantidade média das perdas
causadas. (ABNT, 2015b)
Cada uma das componentes de risco que serão avaliadas na composição de cara risco
pode ser calculada por meio de uma expressão geral:

RX = NX · PX · LX (3.1)

onde:
NX: é o número de eventos perigosos por ano;

PX: é a probabilidade de danos à

estrutura; LX: é a perda consequente.

De acordo com ABNT NBR 5419-1, os riscos R1, R2 e R3 devem ser considerados na
avaliação da necessidade da proteção contra as descargas atmosféricas e os parâmetros
relevantes aos cálculos podem ser obtidos ou calculados a partir dos anexos presentes nesta
parte da Norma, que serão abordados e discutidos no capítulo seguinte.
Em sua versão de 2005 é apresentado um estudo simplificado com informações e
procedimentos para o cálculo necessário para a determinação da área de exposição de uma
estrutura e se esta exige ou não um SPDA. Realizava-se o cálculo da área de exposição
equivalente (Ae) (alterada na versão atualizada), verificava-se o índice ceráunico da região
(número de dias de trovoadas de trovoada (Td)) necessário para determinar a densidade das
descargas atmosféricas para a terra (Ng), aplicava-se fatores ponderantes (como tipo de
ocupação, de construção, o conteúdo e os efeitos indiretos das descargas, a localização da
estrutura e a topografia da região) e fazia-se uma avaliação final da frequência média anual
de descargas atmosféricas (Ndc) ponderada prevista para a estrutura. Desta forma:

∙ se Ndc > 10−3, a estrutura requer um SPDA;

∙ se 10−3 > Ndc > 10−5, facultativo, sendo determinado por especialista a necessidade ou não
de se instalar um SPDA;

∙ se Ndc 6 10−5, dispensa-se o uso de um SPDA.


19
Página
Então, podia-se utilizar uma tabela fornecida pela norma em função da classificação
das estruturas ou a curva de eficiência do SPDA para a definição do nível de proteção do
SPDA.
A forma de obtenção de Ng tem sido questionada (SUETA et al., 2013) e tal dado, por
recomendação da IEC, sugere o uso Ng mapeado a partir da rede LLS (por exemplo RINDAT,
BrasilDat) elaborado pelo ELAT e, na falta destes, recomenda que adote a seguinte
aproximação (ABNT, 2015b):

Ng ≈ 0,1Td (3.2)

na qual, Td é o número de dias de trovoadas por ano.


A atual ABNT NBR 5419, no Anexo F, possui um mapa de NG para as cinco regiões do
Brasil, preparados no INPE pelo ELAT, para que este dado seja consultado, podendo também
ser obtido através da web page do ELAT.
Além de um procedimento detalhado para que seja avaliado e determinado a
necessidade de SPDA, a esta parte da Norma dispõe de um procedimento para que seja
avaliado o custo da eficiência da proteção no sentido de que sejam reduzidas as perdas
econômicas L4. Avaliando-se as componentes de risco R4, é possível que seja avaliado o custo
da perda econômica com ou sem medidas de proteção, devendo ser avaliado de acordo com
o que consta no Anexo D.
Dois fluxogramas, um referente ao procedimento para avaliar a necessidade de
proteção e outro para que seja avaliado a eficiência do custo da proteção são mostrados,
respectivamente, no Anexo A, retirados da própia Norma.
Dessa forma, as medidas de proteção, tais como o nível de proteção (I, II, III ou IV), as
classes dos DPSs (Classe 1, 2 ou 3), as formas para redução de incêndio, as medidas para
redução de tensões de toque e passo e as formas de cabeamento e blindagens serão definidas
pela análise de risco da estrutura sob estudo. (SUETA, 2016)

Parte 3

A terceira parte do documento normativo, aliás, é a que mais tem correspondência com
o texto compreendido pela versão em vigor. Neste sentido, é o trecho que mais conta com
20

alterações. (MOREIRA, 2014)


Página

Define-se a finalidade de se utilizar um SPDA externo e interno, bem como ao que


estará destinado a proteger em estruturas sem limitação de altura. Garantindo que a descarga
seja captada pela estrutura, conduzida pelos condutores e dispersada na terra de forma eficaz
e segura, reduzindo os riscos de centelhamento perigosos no interior da estrutura sem expor
à riscos os ocupantes e outros elementos eletricamente condutores.
Apresenta mudanças quanto a materiais de condutores de captação e descida,
procedimentos nos testes de continuidade e arquitetura de interligação dos condutores de
descida.
O método do ângulo de proteção (método Franklin) teve um aumento significativo em
relação ao alcance dos captores. Os ângulos não são mais fixados em função do nível de
proteção passando a serem obtidos em função da altura dos captores (Figura 7). A utilização
do método das malhas (Faraday) teve suas dimensões de espaçamento entre as malhas
diminuidas, tendo um formato mais "quadrado", como mostrado na Tabela 3.

Tabela 3 – Comparativo da largura máxima da malha de proteção e raio da esfera rolante de acordo
com a classe do SPDA
Métodos de Proteção
Eletrogeométrico Faraday
Classe Raio da esfera Largura máxima Comprimento Máximo afastamento dos
do SPDA a
rolante - R (m) b
da malha (m) da malha (m) condutores da malha c (m)
b

I 20 5 6 10 5x5
II 30 10 6 20 10x10
III 45 10 6 20 15x15
IV 60 20 6 40 20x20
a Não mudou após atualização
b Conforme ABNT NBR 5419:2005 - Tabela 1 c Conforme
ABNT NBR 5419-3:2015 - Tabela 2
Figura 7 – Ângulo de proteção correspondente à classe de SPDA

21

Fonte: ABNT NBR 5419-3:2015


Página
O que pode ser notado é que anteriormente, considerava-se que o comprimento da
malha, da rede de condutores posicionadas no plano horizontal ou inclinado da estrutura a ser
protegida, poderia ter um espaçamento não maior que o dobro da largura máxima da malha.
De agora em diante, essa malha deverá ter seu comprimento igual a medida da sua largura.
Em ABNT NBR 5419:2005 outrora determinava-se o espaçamento médio entre os
condutores de descida (Tabela 4) e a interligação por meio de condutores horizontais a cada
20 metros de altura.
Esta exigência passa a ser alterada, agora consideradas as distâncias conforme
mostrado nesta mesma tabela (Tabela 4) e as interligações horizontais passam a ser admitidas
em intervalos entre 10 a 20 metros no atual texto normativo, sendo aceitável que o
espaçamento dos condutores de descidas tenham no máximo 20% além dos valores
estipulados (ABNT, 2015c).

Tabela 4 – Comparativo entre valores típicos de distância entre os condutores de descida conforme o
nível de proteção do SPDA
Classe do SPDA Espaçamento Médio a (m) Distâncias b (m)
I 10 10
II 15 10
III 20 15
IV 25 20
a Segundo
ABNT NBR 5419:2005 b
Segundo ABNT NBR 5419:2015
Referente aos condutores utilizados para os sistemas de captação e de descida,
materias como o aço e o alumínio cobreado foram adicionados e houve um aumento nas
dimensões mínimas, e das tolerâncias, dos condutores de captação, hastes captoras e
condutores de descida considerados para a composição do SPDA.
Como, por exemplo, o cobre que passa a ser considerado uma área de seção mínima
de 35 mm4 para captação e descidas, contra o mínimo que antes era estipulado de 35 mm2 para
captação e 16 mm2 para descidas.
A continuidade elétrica das armaduras de concreto armado existentes, apresentada no
atual texto da norma, deverão apresentar uma resistência elétrica inferior a 0,2 Ω para que
sejam considerados como condutores naturais da corrente da descarga atmosférica,
22

contrapondo a ABNT NBR 5419:2005 que determinava que uma resistência medida poderia
ser inferior a 1 Ω.
Página

4
Composto por eletrodos radiais (verticais, horizontais ou inclinados) sendo indicado para solos de baixa
resistividade e pequenas estruturas. (ABNT, 2005)
Caso este valor não seja alcançado ou não possa ser medido, um sistema
convencional de proteção deve ser adotado e instalado.
Houve a retirada da consideração da medição da resistência ôhmica do aterramento
do SPDA, que antes era sugerido o valor de 10 Ω, e da configuração de aterramento conforme
o arranjo "A"2 sendo considerado apenas o arranjo "B"5

Parte 4

A quarta parte da norma não tem referência com a norma ABNT NBR 5419:2005 e é
voltada para a proteção de equipamentos eletroeletrônicos no interior da estrutura utilizando
as chamadas Medidas de Proteção Contra Surtos (MPS’s) e trata basicamente de aspectos
gerais ligados à compatibilidade eletromagnética e proteção para equipamentos elétricos e
eletrônicos.
A base destas medidas são o roteamento dos condutores, suas blindagens e a
equipotencialização por meio dos DPS’s daqueles condutores normalmente energizados.
(SANTOS, 2015)
Sistemas eletroeletrônicos podem sofrer danos permanentes causados por impulsos
eletromagnéticos da descarga atmosférica (LEMP) por meio de surtos conduzidos ou
induzidos transmitidos pelos cabos conectados aos sistemas e/ou pelos efeitos dos campos
eletromagnéticos irradiados diretamente para os próprios equipamentos (ABNT, 2015d)
havendo ou não um SPDA instalado externamente à estrutura.
Os campos eletromagnéticos irradiados podem ser gerados a partir da corrente elétrica
que flui no canal das descargas atmosféricas diretas e pela corrente parcial da descarga
atmosférica fluindo nos condutores 6.
3.3 Os benefícios e impactos da atual norma argumentados por alguns profissionais
Segundo Silva (2015), a ABNT (2015a), juntamente com seus anexos, possui vastos
dados e informações conceituais úteis que podem servir de subisídio para análises, estudos
acadêmicos, simulações, dimensionamento de componentes de proteção, etc.
José Cláudio de Oliveira e Silva, membro da CE 03:64.10, expõe que os critérios
básicos para proteção contra descargas atmosféricas têm como base os parâmetros das
correntes das descargas atmosféricas (SILVA, 2015). As medidas de proteção, na maior parte,
23

dependem dos valores máximos destes parâmetros e, considerando a corrente de pico mínima
Página

5
Composto por eletrodos em anel ou embutidos nas fundações da estrutura.
6
e.g. nos condutores de descida de um SPDA externo, de acordo com a parte 3 da norma.
para o projeto do subsistema de captação do SPDA, mais "fechado"tem que ser o subsistema
de captação para interceptar a descarga.
De acordo com a mudança do ângulo de proteção no método Franklin, o engenheiro
eletricista, secretário da Comissão de Estudos (CE) 64.10, Hélio Sueta, em Moreira (2014),
colabora dizendo que "essa mudança deverá revitalizar comercialmente o emprego deste
método, que até o momento vem sendo deixado de lado pela comunidade técnica em função
da pouca flexibilidade na utilização dos ângulos de proteção". E continua dizendo que, a
respeito da parte 2, diversos tipos de descargas que possam influenciar a proteção da estrutura
são considerados para a determinação da necessidade de se implantar um SPDA na estrutura
sobre estudo.
Resumidamente, o engenheiro eletricista e gerente da Termotécnica Pararaios, José
Barbosa de Oliveira, afirma que a principal mudança trazida pela parte 3 da ABNT NBR 5419
será o aumento da eficiência dos subsistemas de captação, descida e aterramento, o que
demandará mais elementos (materiais e serviços) a fim de atender às exigências mínimas da
revisão (MOREIRA, 2014).
O conjunto dos parâmetros de especificação de condutores, dados nas tabela 6 e 7 da
ABNT NBR 5419-3:2015, com uma diversidade maior dos tipos de condutores disponíveis
comercialmente, trarão um detalhamento e um dimensionamento do SPDA com maior clareza
e critério. Os trabalhos de inspeção quando da verificação da conformidade dos condutores
serão mais objetivos. (OLIVEIRA, 2015)
Segundo Santos (2015), quanto aos equipamentos eletroeletrônicos, a nova norma
aborda de forma completa e detalhada a proteção contra sobretensões transitórias, com
conceitos de aterramento e equipotencialização bem definidos e explicados, permitindo ao
profissional a base necessária para a proteção dos equipamentos eletrônicos contra estes
eventos.
Para os fabricantes de DPSs a nova norma, desde que incentivem a divulgação e a
aplicação do texto normativo, trará uma aplicação melhor destes dispositivos, com instalações
mais eficazes garantindo melhores resultados. (SANTOS, 2015)
24
Página
4 Proteção Contra Descargas Atmosféricas -
NBR 5419
Neste capítulo será apresentado como é obtido e escolhido o nível de proteção de uma
estrutura, a partir da ABNT NBR 5419:2015, e como se aplicam as definições apresentadas
na Parte 2 e 3 desta referência normativa para a elaboração de um projeto de SPDA novo ou
para a adequação de um já existente.
Serão, também, apresentados meios de proteção para o sistema eletroeletrônico
interior à estrutura a ser protegida (apresentado na Parte 3 da norma e outros métodos
apresentados na literatura que são comumente utilizados) e à proteção contra descargas
atmosféricas de torres de rádio transmissão e sinais de dados.

4.1 Definição dos Riscos e seus Parâmetros


Como apresentado no capítulo 3, seção 3.2.2, a parte 2 da norma estabelece os
requisitos para análise de risco em uma estrutura devido às descargas atmosféricas e fornece
um procedimento para que tais riscos sejam avaliados.
Conhecidos os tipos de perdas (LX), o risco resultante deverá ser avaliado para cada
tipo de perda que pode aparecer na estrutura devido à ocorrência de uma descarga
atmosférica.
Os riscos a serem considerados, segundo ABNT NBR 5419-2:2015, são:

a) R1: risco de perda de vida humana (incluindo ferimentos permanentes);

b) R2: risco de perda de serviço ao público;

c) R3: risco de perda de patrimônio cultural;

d) R4: risco de perda de valores econônimos.

Cada risco R será obtido a partir da soma de cada uma de suas componentes de riscos,
podendo ser agrupados de acordo com as fontes de danos e os tipos de danos, que serão
definidos permitido que a equação 3.1 seja compreendida.
25
Página
4.1.1 Componentes de Risco

Os componentes7 de risco relevantes para a avaliação do risco R serão determinados


pelos riscos parciais que dependem da fonte ou do tipo de dano na estrutura a ser protegida,
de acordo com o mostrado na Tabela 2, são apresentados resumidamente:
1. Componentes de risco para uma estrutura devido às descargas atmosféricas na estrutura:

a) RA: relativo a ferimentos aos seres vivos causados por choque elétrico devido às
tensões de toque e passo dentro da estrutura e fora nas zonas até 3 m ao redor
dos condutores de descida;

b) RB: relativo a danos físicos causados por centelhamentos perigosos dentro da


estrutura iniciando incêndio ou explosão;

c) RC: componente relativo a falhas de sistemas internos causados por LEMP.

2. Componentes de risco para uma estrutura devido às descargas atmosféricas perto

da estrutura:

- RM: componente relativo a falhas de sistemas internos causados por LEMP.

3. Componentes de risco para uma estrutura devido às descargas atmosféricas a uma linha
conectada à estrutura:

a) RU: componente relativo a ferimentos aos seres vivos causados por choque elétrico
devido às tensões de toque e passo dentro da estrutura;

b) RV : componente relativo a danos físicos devido à corrente da descarga atmosférica


transmitida ou ao longo das linhas;

c) RW: componente relativo a falhas de sistemas internos causados por sobretensões


induzidas nas linhas que entram na estrutura e transmitidas a esta.

4. Componentes de risco para uma estrutura devido às descargas atmosféricas perto de uma linha
conectada à estrutura:

- RZ: componente relativo a falhas de sistemas internos causados por sobretensões


induzidas nas linhas que entram na estrutura e transmitidas a esta.
26
Página

7
Retirados de ABNT NBR 5419-2:2015.
Cada risco, dado pela soma de suas componentes a serem consideradas para cada
tipo de perda, é listado a seguir e agrupados em uma tabela, Tabela 5, para a identificação.

∙ Para o risco de perda de vida humana: R1:

(4.1)
a Somente para estruturas com risco de explosão e para hospitais com equipamentos elétricos
para salvar vidas ou outras estruturas quando a falha dos sistemas internos imediatamente
possa por em perigo a vida humana.
∙ Para o risco de perdas de serviço ao público: R2:

R2 = RB2 + RC2 + RM2 + RV2 + RW2 + RZ2 (4.2)

∙ Para o risco de perdas de patrimônio cultural: R3:

(4.3)
R3 = RB3 + RV3

∙ Para o risco de perdas de valor econômico: R4:


(4.4)
b Somente para propriedades onde animais possam ser perdidos.

Tabela 5 – Componentes de risco a serem considerados para cada tipo de perda em uma estrutura
Descarga Descarga
Descarga
Descarga Atmosférica Atmosférica perto
Atmosférica
Fonte de Atmosférica na em uma Linha de uma
Perto da Linha Conectada à
Danos Estrutura Conectada à
Estrutura Estrutura
S1 Estrutura
S2 S4
S3
Componente
de RA RB RC RM RU RV RW RZ
Risco
Risco para
cada tipo de
perda R1 * * *a *a * * *a *a
R2 * * * * * *

R3 * *

R4 *b * * * *b * * *
27

a
Somente para estruturas com risco de explosão e para hospitais ou outras estruturas
Página

quando a falha
dos sistemas internos imediatamente possam colocar em perigo a vida humana.
b
Somente para propriedades onde animais possam ser perdidos.

Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela 2.

Cada uma destas componentes de risco podem ser sintetizadas, de forma geral, de
acordo com a Equação 3.1 (RX = NX · PX · LX).
O número NX de eventos perigosos é avaliado a partir da densidade de descargas
atmosféricas (NG) e pelas características da estrutura ou linha (energia, dados, telefonia),
como a área de exposição da estrutura, AD, ou da linha, AL, e por fatores de correção relativos
às características físicas da estrutura CD e da linha CI, CT e CE.
Também avalia-se o número de eventos perigosos devido às descargas atmosféricas
em estruturas adjacentes, próximas à estrutura em análise (se houverem tais estruturas).
O fator de localização CD é o parâmetro compensador à localização da estrutura, se há
estruturas ao redor e o quão exposta esta a estrutura. A Tabela 6 caracteriza este parâmetro.

Tabela 6 – Fator de localização da estrutura CD

Estrutura cercada por objetos da mesma altura ou mais baixos 0,5

Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela A.1.

Os valores adotados para os parâmetros compensadores da linha são detalhados nas


Tabelas 7, 8 e 9.

Tabela 7 – Fator de instalação da linha CI

Cabos enterrados instalados completamente dentro de uma


0,01
malha de aterramento (ABNT NBR 5419-4:2015, 5.2).
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela A.2.
Tabela 8 – Fator tipo de linha CT

Linha de energia em AT (com transformador AT/BT) 0,2


28

Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela A.3.


Página
Tabela 9 – Fator ambiental da linha CE

Urbano com edifícios mais altos que 20 m. 0,01


Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela A.4.

Assim, as equações a seguir, com a utilização dos parâmetros mostrados, completam


a avaliação do número de eventos perigosos à estrutura e à linha.

ND = NG · AD · CD · 10−6 (4.5)
NDJ = NG · ADJ · CDJ · CT · 10−6 (4.6)

NM = NG · AM · 10−6 (4.7)

NL = NG · AL · CI · CE · CT · 10−6 (4.8)

NI = NG · AI · CI · CE · CT · 10−6 (4.9)

NDJ = NG · ADJ · CDJ · CT · 10−6 (4.10)


com AD e ADJ sendo a área de exposição equivalente da estrutura e da estrutura
adjacente, respectivamente, dadas por:

AD = L · W +2 · (3 · H) · (L + W)+ π · (3 · H)2 (4.11)

ADJ = LDJ · WDJ +2 · (3 · HDJ) · (LDJ + WDJ)+ π · (3 · HDJ)2 (4.12)

A probabilidade de dano (PX) é afetada pelas características da estrutura a ser


protegida, das linhas conectadas e das medidas de proteção existentes.
Consideram-se, nesta análise, o nível de proteção contra descargas atmosféricas
instalado ou projetado, medidas de proteção adicionais que reduzem as tensões de toque e
passo, utilização de DPS, condições de blindagens das linhas de energia e telecomunicação,
29

fatores referentes à eficiência de malhas de blindagens e tensões suportáveis de impulsos


entre outros fatores.
Página
Nas tabelas a seguir são mostrados tais parâmetros, que compõem as equações para
a determinação de PX.

Tabela 10 – Valores de probabilidade PTA de uma descarga atmosférica em uma estrutura


causar choque a seres vivos devido a tensões de toque e de passo perigosas

Isolação elétrica (por exemplo, pelo menos 3 mm de polietileno reticulado 10−


das partes expostas (por exemplo, condutores de descida) 2
Equipotencialização efetiva do solo 10−
2
Restições físicas ou estrutura do edifício utilizada como subsistema de descida 0
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.1

Tabela 11 – Valores de probabilidade PB dependendo das medidas de proteção para reduzir danos
físicos
Cacterística da estrutura Classe do SPDA PB
Estrutura não protegida por - 1
SPDA
IV 0,2
III 0,1
Estrutura protegida por SPDA
II 0,05
I 0,02
Estrutura com subsistema de captação conforme SPDA classe I
e uma estrutura metálica contínua ou de concreto armado 0,01
atuando como um subsistema de descida natural
Estrutura com cobertura metálica e um subsistema de captação,
possivelmente incluindo componentes naturais, com proteção
complet de qualquer instalação na cobertura contra descargas 0,001
atmosféricas diretas e uma estrutura metálica contínua ou de
concreto armado atuando como um subsistema de descidas natural
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.2

Tabela 12 – Valores de probabilidade de PSPD em função do NP para o qual os DPS foram projetados
NP PSPD
Nenhum sistema de DPS 1
coordenado
III-IV 0,05
30

II 0,02
I 0,01
Página
Nota 0,005-
0,001
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.3

Tabela 13 – Valor do fator KS3 dependendo da fiação interna


Tipo de fiação interna KS3
Cabo não blindado - sem preocupação no roteamento no sentido de evitar 1
laços a
Cabo não blindado - preocupação no roteamento no sentido de evitar grandes
0,2
laços b
Cabo não blindado - sem preocupação no roteamento no sentido de evitar 0,01
laços c
Cabos blindados e cabos instalados em eletrodutos metálicos d 0,0001
a Condutores em laço com diferentes roteamentos em grandes edifícios (área do
laço da ordem de 50 m2).
b Condutores em laço roteados em um mesmo eletroduto ou condutores em laço
com diferentes roteamentos em edifícios pequenos (área do laço da ordem de
10 m2). c Condutores em laço roteados em um mesmo cabo (área do laço da
ordem de 0,5 m2). d Blindados e eletrodutos metálicos interligados a um
barramento de equipotencialização em ambas extremidades e equipamentos
estão conectados no mesmo barramento equipotencialização.
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.5
Tabela 14 – Valores dos fatores CLD e CLI dependendo das condições de blindagem aterramento e
isolamento
Tipo de linha externa Conexão na entrada CLD CLI
Linha aérea não blindada Indefinida 1 1
Linha enterrada não Indefinida 1 1
blindada
Linha de energia com
Nenhuma 1 0,2
neutro multiaterrado
Linha enterrada blindada
Blindagem não interligada ao mesmo 1 0,3
(energia ou sinal)
barramento de equipotencialização que o
Linha aérea blindada
equipamento 1 0,1
(energia ou sinal)
Linha enterrada blindada Blindagem interligada ao mesmo
(energia ou sinal) barramento de equipotencialização que o 0 0
equipamento
Linha aérea blindada Blindagem interligada ao mesmo
(energia ou sinal) barramento de equipotncialização que o 1 0
equipamento
31
Página
Cabo protegido contra
descargas atmosféricas ou
cabeamento em dutos
Blindagem interligada ao mesmo
para cabos protegido
barramento de equipotncialização que o 0 0
contra descargas
equipamento
atmosfericas, eletrodutos
metálicos ou tubos
metálicos
Sem conexões com linhas externas
(Nenhuma linha externa) 0 0
(sistemas independentes)
Interfaces isolantes de acordo com a
Qualquer tipo 0 0
ABNT NBR 5419-4
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.4

Tabela 15 – Valores da probabilidade PTU de uma descarga atmosférica em uma linha que adentre a
estrutura causar choque a seres vivos devido a tensões de toque perigosas
Medida de proteção PTU
Nenhuma medida de proteção 1

Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.6

Tabela 16 – Valor da probabilidade PEB em função do nível de proteção NP para o qual os


DPS foram projetados
NP PEB
Sem DPS 1

Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.7

Tabela 17 – Valores da probabilidade PLD dependendo da resistência RS da blindagem do cabo e da


tensão suportável de impulso UW do equipamento
Tipo da Condições do roteamento, blindagem e Tensão suprtável UW em kV
linha interligação
32

1 1,5 2,5 4 6
Página
Linha aérea ou enterrada, não blindada
ou com a blindagem não interligada ao
mesmo barramento de 1 1 1 1 1
equipotencialização do equipamento

Linhas de Blindagem aérea ou


50/km RS 20 1 1 0,95 0,9 0,8
energia enterrada cuja
ou sinal blindagem está
interligada ao 1 RS 5 0,9 0,8 0,6 0,3 0,1
mesmo barramento
de
equipotencialização RS 1 0,6 0,4 0,2 0,04 0,02
do equipamento
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.8

Tabela 18 – Valores da probabilidade PLI dependendo do tipo da linha e da tensão suportável de


impulso UW dos equipamentos
Tensão suportável UW em kV
Tipo da linha
1 1,5 2,5 4 6
Linhas de 1 0,6 0,3 0,16 0,1
energia
Linhas de sinal 1 0,5 0,2 0,08 0,04
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela B.9

Definidos os parâmetros, as equações de PX são dadas da seguinte forma:

PA = PTA · PB (4.13)
PC = PSPD · CLD (4.14)

PM = PSPD · PMS (4.15)


PU = PTU · PEB · PLD · CLD (4.16)

PV = PEB · PLD · CLD (4.17)

PW = PSPD · PLD · CLD (4.18)

PZ = PSPD · PLI · CLI (4.19)


33

PMS = (KS1 · KS2 · KS3 · KS4)2 (4.20)


Página

A perda consequente (LX) , conforme ABNT NBR 5419:2015, é afetada pela forma de
utilização da estrutura, frequência de utilização e de pessoas no interior, pelos bens que serão
afetados pelos danos decorrentes de uma descarga atmosférica. Desta forma, podem ser
agrupados conforme a Tabela 19.

Tabela 19 – Valores de perda em cada zona de acordo com a perda considerada


Tipo de perda Tipo de dano Perda típica
D1 LA = rt · LT · (︀nz/nt)︀ · (︀tz/8760)︀
D1 LU = rt · LT · (︀nz/nt)︀ · (︀tz/8760)︀
L1
D2 LB = LV = rp · rf · hz · LF · (︀nZ/nt)︀ · (︀tz/8760)︀
D3 LC = LM = LW = LZ = LO · (︀nZ/nt)︀ · (︀tz/8760)︀
D2 LB = LV = rp · rf · LF · (︀nz/nt)︀
L2
D3 LC = LM = LW = LZ = LO · (︀nz/nt)︀
L3 D2 LB = LV = rp · rf · (︀cz/ct)︀
D1 LA = rt · LT · (︀ca/ct)︀
D1 LU = rt · LT · (︀ca/ct)︀
L4
D2 LB = LV = rp · rf · LF · (ca + cb + cc + cs)/ct
D3 LC = LM = LW = LZ = LO · (︀cs/ct)︀
8760: corresponde ao tempo, em horas, de um ano.
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.

Valores típicos de perda e os fatores de redução ou aumento necessários para a


análise das perdas típicas para os diferentes tipos de danos são dados nas Tabelas 20 a 27.
Tabela 20 – Valores médios típicos de LT, LF e LO para perdas do tipo L1
Valor de perda
Tipo de danos Tipo da estrutura
típico
D1
LT 10−2 Todos os tipos
ferimentos

D2
LF 5 · 10−2
Entretenimento público, igreja, museu
danos físicos
2 · 10−2
Industrial, comercial
10−2
Outros
D3 LO 10−1
Risco de explosão
falhas de Unidade de terapia intensiva e bloco
sistemas internos 10 −2
cirúrgico de hospital
10−3 Outras partes de hospital
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.
34
Página

Tabela 21 – Valores médios típicos de LF e LO para perdas do tipo L2


Valor da perda
Tipo de dano Tipo de serviço
típica
D2 10−1 Gás, água, fornecimento de
danos físicos LF energia
10−2 TV, linhas de sinais
D3 falhas de 10−2 Gás, água, fornecimento de
sistemas LO energia
10−3 TV, linhas de sinais
internos Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.

Tabela 22 – Valor médio típico de LF para perdas do tipo L3


Tipo de dano Valor típico de perda Tipo de estrutura ou zona
D2
LF 10−1 Museus, galerias
danos físicos
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.

Tabela 23 – Valores médios típicos de LT, LF e LO para perdas do tipo L4


Valor de perda
Tipo de danos Tipo da estrutura
típico
D1
LT 10−2 Todos os tipos
ferimentos
D2 LF 1 Risco de explosão
danos físicos 0,5 Hospital, indústria, museu, agricultura
Hotel, escola, escritório, igreja, entretenimento
0,2
público, comercial
10−1 Outros
D3 LO 10−1 Risco de explosão
falhas de 10−2 Hospital, indústria, escritório, hotel, comercial
sistemas Museu, agricultura, escola, igreja, entretenimento
internos 10−3
público
10−4 Outros
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.

Tabela 24 – Fator de redução rt em função do tipo da superfície do solo ou piso


Resistência de contato
Tipo de superfície rt
kΩ
35

Agricultura, concreto ≤1 10−2


Página

Marmore, cerâmica 1 - 10 10−3


Cascalho, tapete, 10 - 100 10−4
carpete
Asfalto, linóleo, madeira maior igual 100 10−5
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.

Tabela 25 – Fator de redução rp em função das providências tomadas para reduzir as consequências
de um incêndio

Uma das seguintes: extintores, instalações fixas operadas


manualmente, instalações de alarme manuais, hidrantes, 0,5
compartimentos à prova de fogo, rotas de escape
Uma das seguintes: instalações fixas operadas automaticamente,
0,2
instalações de alarme automático
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.

Tabela 26 – Fator de redução rf em função do risco de incêndio ou explosão na estrutura


Risco Quantidade de risco rf
Zonas 0, 20 e explosivos sólidos 1
Explosão Zonas 1, 21 a 10−1
10−3

a
a Definidas conforme ABNT NBR 5419:2015

Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.

Tabela 27 – Fator hz aumentando a quantidade relativa de perda na presença de um perigo especial

Baixo nível de pânico (por exemplo, uma estrutura imitada a dois andares e
2
número de pessoas não superior a 100)
Nível médio de pânico (por exemplo, estruturas designadas para eventos
culturais ou esportivos com número de participantes entre 100 e 1000 pessoas) 5

Dificuldade de evacuação (por exemplo, estrutura com pessoas imobilizadas,


5
hospitais)
36

Alto nível de pânico (por exemplo, estruturas designadas para eventos culturais ou
Página

10
esportivos com número de participantes maior que 1000 pessoas)
Fonte: ABNT NBR 5419-2, Anexo C.

Em resumo, os componentes de risco em análise podem ser agrupados, conforme a


Tabela 28, de acordo com os Tipos e Fontes de Danos de uma descarga atmosférica
complementando a Tabela 5, sendo a base para o Gerenciamento de Risco.

Tabela 28 – Componentes de risco para diferentes tipos de danos e fontes de danos


Fontes de danos
Danos
S1 S2 S3 S4

RA = ND · PA· LA RU = (NL + NDJ)· ·PU ·


D1 - -
LU
RB = ND · PB· LB RV = (NL + NDJ)· PV ·
D2 - -
LV
RC = ND · PC· LC RM = NM · PM· LM RW = (NL + NDJ)· RZ = NI · PZ· LZ
D3
PW · LW
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela 6.

Uma estrutura pode ser divida em zonas ZS cada uma com características semelhantes
para a análise dos componentes de risco em cada zona e o risco R total da estrutura será
dado pela soma dos riscos para cada zona determinada. Porém, pode-se considerar que a
estrutura é composta por uma única zona ou duas (uma externa e uma interna). Isto levará a
uma análise menos detalhada, porém não deixa de ser adequada.
Para a seleção dos parâmetros envolvidos na avaliação dos componentes de risco em
cada zona, deve-se considerar:

∙ tipo de solo ou piso (componentes de risco RA e RU);

∙ compartimentos à prova de fogo (componentes de risco RB e

RV ); ∙ blindagem espacial (componentes de risco RC e RM).

E as Zonas adicionais definidas por:

∙ layout dos sistemas internos (componentes de risco RC e RM);

∙ medidas de proteção existentes ou a serem instaladas (todos componentes


37

de risco); ∙ valores de perdas LX (todos componentes de risco).


Página
De forma análoga, pode-se avaliar os componentes de risco devido uma descarga
atmosférica em uma linha, ou próximo a uma linha, dividindo-se esta linha em seções SL mas,
também, uma linha pode assumir ser uma única seção.
As seções SL são definidas como:

∙ tipo da linha (aérea ou enterrada);

∙ fatores que afetem a área de exposição equivalente (CD, CE, CT);

∙ características da linha (blindada ou não blindada, resistência da blindagem).

4.1.2 Gerenciamento de Risco

O gerenciamento de risco8 para a determinação da necessidade ou não de se adotar


à estrutura um SPDA ou de melhorar o sistema já implantado no caso de haver um SPDA, se
dá, primeiramente, identificando a estrutura a ser protegida e as suas características, como:
localização, dimensões (para o cálculo da área de exposição), o conteúdo e as instalações da
estrutura, a finalidade de sua utilização (habitacional em área urbana/rural, espaço público,
etc.), a frequência com que as pessoas a utilizam, entre outros.
Identificam-se todos os possíveis Tipos de Perdas (L1 a L4), avalia os correspondentes
Componentes de Risco relacionados aos Riscos de Perdas (RA, RB, RC, RM, RU, RV , RW e RZ),
calculando-os para obter o valor final de cada um dos riscos R1 a R4.
A implantação de um SPDA será definida pela comparação dos riscos R1 a R3 com o
Risco Tolerável RT, cujos valores representativos são considerados caso as descargas
atmosféricas causem perda de vida humana, perda de serviço ao público ou perdas de
patrimônio cultural, dados na Tabela 29.
A avaliação da componente de risco R4 é feita no sentido de se avaliar o custo da
implantação de proteção comparando com o custo total das perdas (perda de valor econômico
L4) se houver proteções à estrutura ou não. Este processo leva em consideração o cálculo do
custo anual das perdas na ausência de medidas de proteção e do custo anual das perdas no
caso de haver medidas de proteção. Adotar o valor representativo do risco tolerável de RT =
10−3.
38

Tabela 29 – Valores típicos de risco tolerável RT


Página

8
Como detalhado em ABNT NBR 5419:2015
L1 10−5
L2 10−9
L3 Perda de patrimônio cultural 10−4
Fonte: ABNT NBR 5419-2:2015, Tabela 4.

Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas deverá ser adotado se o risco


calculado foir maior que o tolerável (R ≥ RT) e medidas adicionais de proteção devem ser
tomadas de modo que seja obtido um risco inferior ao tolerável (R < RT).
No Apêndice A, encontram-se os procedimentos para a avaliação da necessidade de
proteção e para avaliar o custo da eficiência da proteção.

4.2 Medidas de Proteção

Determinados os Riscos e sendo superior(es) ao risco tolerável RT, medidas de


proteção devem ser adotadas3 no sentido de que as componentes de risco sejam reduzidas e
garantam que as perdas, devido às descargas atmosféricas, sejam minimizadas.
Deve-se prover proteção contra ferimentos de seres vivos e danos físicos à estrutura,
referido em ABNT NBR 5419-3:2015 e garantir a proteção contra falhas dos sistemas
eletroeletrônicos, contido em ABNT NBR 5419-4:2015. A seleção das medidas de proteção
devem, sempre, estar em conformidade com os requisitos destas normas.
Para proteger uma estrutura, os seres vivos presentes em seu interior e seu sistema
eletroeletrônico (ou qualquer outro sistema que deseja-se prover de proteção), um SPDA deve
ser instalado e o sistema deverá ser contemplado por:

1. SPDA externo
Destinado a interceptar, conduzir e dispersar a corrente da descarga
atmosférica, de forma segura, que tenha incidido na estrutura. É composto por:
a) Subsistema de captação;
b) Subsistema de descida;
39

c) Subsistema de aterramento.
Página

9
Pode-se considerar a necessidade de adoção de medidas de proteção se isto for uma exigência legal, uma
precaução do proprietário para evitar prejuízos futuros ou determinação de companhias de seguro
residencial.
2. SPDA interno
É destinado a evitar que ocorra centelhamentos perigosos no interior da
estrutura e do volume de proteção, devido à corrente da descarga que flui pelo SPDA
externo. É garantido por:

a) Equipotencialização da estrutura e partes elétricas condutivas e sistemas


elétricos;

b) Utilização de dispositivos de proteção contra surtos (DPS);


c) Isolação elétrica.

4.2.1 Níveis de Proteção

O nível de proteção está relacionado com a classe do SPDA e cada classe


corresponde a um nível de proteção. Isto é determinado de acordo com as características da
estrutura que se deseja proteger e dependem dos parâmetros da descarga atmosférica
definidos em ABNT NBR 5419-1:2015 (Tabela 30), do raio da esfera rolante, tamanho da
malha e o ângulo de proteção, distâncias entre condutores de descida e dos condutores em
anel, da distância de segurança contra o centelhamento perigoso e do comprimento mínimo
dos eletrodos de aterramento.

Tabela 30 – Valores mínimos dos parâmetros das descargas atmosféricas e respectivos raios da esfera
rolante, correspondentes aos níveis de proteção (NP)
Critérios de interceptação NP
Símbolo Unidade
I II III IV
Corrente de pico I kA 3 5 10 16
mínima
Raio da esfera rolante r m 20 30 45 60
Fonte: ABNT NBR 5419-1:2015, Tabela 4.

A escolha e determinação de um nível de proteção contra descargas atmosféricas, de


acordo com a NBR 5419-1:2015, está fixado em um conjunto de parâmetros máximos e
mínimos das correntes das descargas atmosféricas para cada um dos níveis de proteção (I a
IV).
Segundo Ozolnieks e Vanzovics (2010), a escolha de um nível de proteção que seria
40

mais benéfica para a estrutura pode ser determinado desejando-se reduzir um, ou vários, dos
Página
componentes de risco, pois cada nível de proteção reduz o alto efeito de um ou mais
componentes de risco.
Essa redução pode ser alcançada ao reduzir as probabilidades de danos na ocorrência
de uma descarga atmosférica, sejam danos físicos, falhas em sistemas internos ou ferimentos
a seres vivos. A probabilidade de dano é considerada para os diferentes níveis de proteção
ou se não houver proteção esta probabilidade é 100% (Tabelas 15 e 16, seção 4.1.1).
Tais parâmetros e considerações, a respeito de cada probabilidade de dano,
correspondem ao Anexo B da NBR 5419-2:2015.

4.2.2 Métodos de proteção

São aceitos, pela NBR 5419:2015, três métodos utilizados para o posicionamento do
subsistema de captação:

1. Método do ângulo de proteção (método Franklin);

2. Método das malhas (método Faraday).

3. Método da esfera rolante (método Eletrogeométrico);

Basicamente, podem ser agrupados a partir de duas filosofias de aplicação. Uma delas
é contemplada pelos métodos Franklin e Eletrogeométrico, que utilizam hastes verticais ou
condutores suspensos, denominados terminais aéreos ou simplesmente para-raios. Já a outra
é utilizada pelo método Faraday, no qual utilizam-se condutores horizontais não-suspensos
formando uma malha sobre a estrutura (BURATTO, 2011).

1. Método do ângulo de proteção

Constituído por um ou mais captores de quatro pontas fixados em mastros verticais


aproveitando-se o efeito das pontas10. O volume de proteção será determinado pelo formato
de um cone circular com vértice posicionado no eixo do mastro (Figura 8) e o ângulo de
proteção será definido de acordo com a altura do mastro (Figura 7).
41
Página

10
Segundo esse princípio, o excesso de carga elétrica em um corpo condutor é distribuído por sua superfície
externa e se concentra nas regiões pontiagudas ou de menor raio.
Figura 8 – Exemplo de aplicação do método do ângulo de proteção

Fonte: ABNT NBR 5419:2015.

onde:
A topo do captor; h1 altura de um mastro acima do plano de re-
ferência;
B plano de referência;

OC raio da base do cone de proteção; α ângulo de proteção conforme Figura 7.

2. Método das malhas

Baseia-se na teoria formulada por Faraday a qual diz que o campo no interior de uma
gaiola formada por condutores que conduzem uma corrente qualquer é nulo, independende
do valor da corrente. Porém, o campo será nulo no centro da gaiola (por consequinte, no
centro da estrutura). Nas proximidades dos condutores haverá um campo que poderá induzir
tensões em condutores no interior da estrutura próximos aos condutores de descida, por
exemplo.
Sua execução consiste em instalar um sistema de captores formado por condutores
horizontais, interligados formando uma malha no topo e na lateral da estrutura a ser protegida,
provendo uma blindagem eletrostática (Figura 9).

Figura 9 – Exemplo de aplicação do método da malha de proteção


42
Página
Fonte: (VISACRO, 2005b)

ANBR 5419-3:2015 estabelece as dimensões máximas da malha do subsitema


de cap-tação que são determinadas de acordo com o nível de proteção adotado para a
proteção da estrutura, que foram apresentadas no Capítulo 3 (Tabela 3).
Em estruturas com grande área de cobertura, a adoção deste método é mais usual
pois a utilização das outras técnicas de dimensionamento do subsistema captor implicaria
num grande número de componentes e materiais (CREDER, 2007).

3. Método da esfera rolante

Este método é muito indicado em estruturas com um formato arquitetônico complexo


ou de grandes alturas. Seu estudo é baseado em métodos científicos de observação e
medição dos parâmetros dos raios, registros fotográficos e ensaios em laboratórios de alta
tensão. (BURATTO, 2011)
Admite-se que o líder descendente traça um percurso no sentido vertical indo em
direção à terra, deslocando-se no espaço em saltos sucessivos de algumas dezenas de
metros dentro de uma esfera fictícia, cujo raio é igual ao comprimento de todos os saltos antes
do último e a superfície da esfera representa o provável lugar geométrico dos pontos a serem
atingidos pela descarga atmosférica (COUTINHO; ALTOÉ, 2003).
A eficácia deste método dar-se-á se nenhum ponto da estrutura a ser protegida
estiverem contato com a esfera rolando ao redor e no topo da estrutura em todas as direções
possíveis. Ou seja, em todos os pontos em que a esfera toca a estrutura 11, utiliza-se um
captor, (Figura 10).

43
Página

11
No caso de estruturas com altura superior a 60 metros, a instalação de captores laterais é recomendável em
até 20 % do topo da altura da estrutura.
Figura 10 – Exemplo de aplicação conforme o método da esfera rolante

Fonte: ABNT NBR 5419:2015.

O raio da esfera deverá seguir o valor especificado dependente da classe do SPDA


que será adotado.

4.2.3 Proteção do Sistema Elétrico e Eletrônico

Por tempos, a proteção do sistema eletônico contras as descargas atmosféricas,


historicamente, era deixada de fora do âmbito da compatibilidade eletromagnética por
envolver as interferências eletromagnéticas (EMI) como, a maior causa delas, os danos às
estruturas.
De acordo com Barreto (2009), ao elevarmos a proteção dos sistemas eletrônicos
contra às descargas atmosféricas e os seus efeitos no campo da compatibilidade
eletromagnética, certo que as descargas e seus efeitos corraboram com perturbações
eletromagnéticas, torna-se claro uma nova situação e procedimentos devem ser seguidos
para amenizar a natureza do problema.
A presente norma NBR 5419, em sua parte 4, que trata sobre a proteção dos sistemas
elétricos e eletrônicos internos na estrutura, fornece amplas medidas (MPS) de proteção que
colaboram para a redução de danos permanentes aos sistemas existentes na estrutura,
causados pelo impulso eletromagnético da descarga atmosférica (LEMP). Tais medidas são
aplicáveis em sistemas de telecomunicações, sistemas de instrumentação em plantas
44

industriais, sistemas hospitalares, entre outros (BARRETO, 2009).


Página
Os danos causados por LEMP, segundo a NBR 5419:2015, podem ser por meio
de:

- surtos conduzidos ou induzidos transmitidos pelos cabos conectados ao sistema;

- os efeitos dos campos eletromagnéticos irradiados diretamente para os próprios


equipamentos.

Como maneira de prover proteção contra os efeitos dos campos eletromagnéticos


irradiados diretamente para os próprios equipamentos, os MPS recomendados são aqueles
que constituem de blindagens espaciais e/ou condutores blindados. De forma a proteger o
sistema contra os surtos conduzidos ou induzidos, um sistema coordenado de DPS deve ser
adotado.
A proteção destes sistemas contra LEMP é baseada no conceito das zonas de proteção
contra raios (ZPR), sucessivas zonas de proteção na estrutura caracterizam uma mudança na
severidade no LEMP e a fronteira destas zonas são determinadas pelas MPS adotadas.
Podem ser destacados quatro itens primordiais, como meios básicos de proteção
contra a LEMP, devendo ser considerados e executados de forma à permitirem a eficácia do
SPDA, sendo eles:

1. Aterramento e Equipotencialização
O subsistema de aterramento deve atender a parte 3 da norma, conduzindo e
dispersando a corrente da descarga atmosférica para o solo.

Uma rede de equipotencialização de baixa impedância minimiza as diferenças


de potencial entre todos os equipamentos dentro da ZPR, podendo, ainda, reduzir os
efeitos do campo magnético.

2. Blindagem magnética e roteamento de linhas


As blindagens espaciais atenuam os campos magnéticos no interior das ZPR,
oriundos das descargas atmosféricas diretas ou próximas à estrutura. Podem prover
proteção para toda a estrutura, uma parte dela ou apenas um cômodo ou parte de um
equipamento. São aconselháveis onde for mais prático e útil a proteção de uma região
específica da estrutura.

Uma blindagem eficaz é alcançada se a largura da malha formada pelos


45

componentes naturais das estruturas tiver uma largura menor que 5 m.


Página
Nas linhas internas é realizada a blindagem metálica dos cabos, utiliza-se dutos
metálicos fechando os cabos e gabinetes metálicos dos equipamentos, de forma a
garantir a proteção dos mesmos contra as interferências eletromagnéticas.

Deve-se minimizar os laços de indução e reduzir a criação de tensões de surto


no interior da estrutura executando um adequado roteamento das linhas internas.
De acordo com Santos (2016a), a vantagem da utilização das blindagens
espaciais está no aproveitamento dos próprios elementos da estrutura sendo possível
obter, de forma econômica, a blindagem de toda a instalação.

3. Coordenação de DPS
A utilização de um DPS está vinculada com a limitatação das tensões transitórias
e prover um caminho para as correntes de surto para fora dos equipamentos,
protegendo-os contra os efeitos de tais correntes originárias das descargas
atmosféricas (BARRETO, 2009).

Podem ser utilizados em todos os cabos que adentram as zonas de proteção,


os cabos de energia, linhas de telefone e cabos de antenas, garantindo que o nível das
sobretensões ou das sobrecorrentes possam ser menores do que os níveis de
resistibilidade dos equipamentos.

a) Tipos de DPS
São separados em tipos I, II e III, e a eficácia de cada um depende do seu
posicionamento na estrutura de acordo com o conceito das zonas de proteção
contra raios (ZPR).
Os DPS’s tipo I são utilizados para realizar a equipotencialização dos
condutores de energia e sinal que entram ou saem da estrutura, provendo um
caminho direto para o sistema de aterramento sem que a corrente das descargas
atmosféricas diretas entre na edificação (SANTOS, 2016b).

Tais DPS’s são submetidos a ensaios na curva 10/350 µs , que simulam os


efeitos de uma descarga atmosférica real.
No caso dos DPS’s tipo II, serão instalados nos QGD e são adequados
quanto a proteção dos efeitos de descargas indiretas, atuando como um
complemento dos DPS classe I.
Já os DPS’s classe III são dispositivos com tempo de atuação mais rápido
46

que os das demais classes, eliminando quaisquer surtos residuais provocados


pelas correntes de descarga atmosférica, sendo instalados nas proximidades dos
Página

aparelhos eletroeletrônicos (FINDER, 2012).


b) Varistores
Além dos DPS’s, utiliza-se varistores em conjunto para a proteção do
sistema elétrico.
São componentes que possuem uma elevada resistência entre seus
terminais, que depende da tensão entre seus terminais. Sua resistência tende a
zero quando atingido determinado valor de tensão entre os terminais, causando
um curto circuito na rede elétrica e transformando o pico de tensão na rede em
calor, protegendo a alimentação dos equipamentos (RINDAT, 2016).
4. Interfaces Isolantes
Para a redução das interferências que podem ocorrer entre os equipamentos
novos e já existentes na ocasião de um surto nas linhas, interfaces que minimizam tais
efeitos podem ser: equipamentos com isolação classe 212, transformadores isolantes,
cabos de fibra óptica ou optoaclopadores.

4.2.4 Proteção de sistemas de telecomunicações

Consideram-se sistemas de telecomunicações sistemas destinados à transmissão,


recepção, armazenamento, controle e manipulação de voz e/ou dados, bem como softwares
e hardwares que desempenham algumas destas funções.
Tal sistema está exposto às descargas que atingem diretamente à estrutura (torre ou
estação), descargas nas linhas de energia e sinal e próximas à estas estruturas e linhas
(Figura 11).

Figura 11 – Estação rádio base


(a) Linha de energia que entra na estrutura e linha de
sinal que sai da estrutura (b) Interior da estrutura
47
Página

12
De acordo com a IEC 61140, são equipamentos que não necessitam do condutor de proteção conectado ao
sistema de aterramento.
Fonte: Paulino (2015).

Sendo o número de ocorrências de descargas atmosféricas em estruturas com altura


superior a 60 metros, no topo ou nas laterais destas estruturas, são estatisticamente maiores
do que em estruturas de até 60 metros, há uma preocupação especial com proteção de
estruturas elevadas (ALVES, 2016a). Isso é evidenciado no cálculo da área de exposição
destas estruturas, pois a nova NBR 5419 considera (na composição do cálculo desta área) o
triplo da altura da edificação. Desta forma, a área abrangida pela torre ficaria em torno de
aproximadamente π · (3 · 60)2 = 32.400 · π m2.
Esta nova consideração no cálculo da área de exposição causa um forte impacto em
atuais projetos de SPDA de estrutruras muito extensas e muito altas (e nas vizinhanças),
tendendo à utilização do SPDA classe I e à uma proteção mais coerente.
Por esta razão, mesmo que sejam adotadas as medidas de proteção pertinentes para
o SPDA classe I, os sistemas ainda poderiam estar expostos aos efeitos de sobretensões e
interferências eletromagnéticas provocadas pelas descargas atmosféricas e medidas
mitigatórias extras devem ser adotadas, garantindo ainda mais a proteção dos equipamentos
(LOCK, 2011).

É evidente a necessidade do uso de DPS’s nas estruturas, tanto na rede de baixa


tensão que entra na estrutura da estação quando para os cabos de dados que saem da
estação e se direcionam para a torre de transmissão. A aplicação do conceito das ZPR,
definidas pela NBR 5419:2015, permitirá que os danos causados pelos surtos induzidos e
pelos efeitos do campo eletromagnético irradiado sejam atenuados.
Ainda que seja dotada à estrutura as mais criteriosas medidas de proteção, um SPDA
classe I (Nível I de proteção), blindagens de linha, entre outras medidas complementares de
proteção, a análise dos riscos feita pelo Gerênciamento de Risco (NBR 5419-2:2015) poderá
concluir que o Risco em análise encontra-se acima do Risco Tolerável (RT) (ALVES, 2016b).
Nesta cocorrência, deverá ser justificado técnicamente, pelo profissional habilitado através do
Gerenciamento de Risco, que as medidas preventivas foram tomadas porém o risco ainda se
encontra acima dos parâmetros da norma.
48
Página
Referências
ABNT. NBR 5419:2005, Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.
Packaging Boston Mass, Segunda ed, p. 42, 2005. Citado 3 vezes nas páginas 12, 13 e 18.

ABNT. NBR 5419:2015, Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 1: Princípios


Gerais. p. 67, 2015. Citado na página 19.

ABNT. NBR 5419:2015, Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 2:


Gerênciamento de Risco. p. 104, 2015. Citado 4 vezes nas páginas 13, 14, 15 e 64.

ABNT. NBR 5419:2015, Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 3: Danos


físicos a estruturas e perigos à vida. p. 51, 2015. Citado na página 17.

ABNT. NBR 5419:2015, Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 4: Sistemas


elétricos e eletrônicos internos na estrutura. p. 87, 2015. Citado 2 vezes nas páginas 13 e 18.

ALVES, N. A captação em edificações com altura superior a 60 m. O Setor Elétrico,


Edição 120, p. 3–5, 2016. Citado na página 40.

ALVES, N. V. B. Nova ABNT NBR 5419 comemora um ano de existência. 2016. O Setor
Elétrico. Acessado em 20/11/2016. Disponível em:
<http://www.osetoreletrico.com.br/2016/ 2016/11/14/nova-abnt-nbr-5419-comemora-um-ano-
de-existencia/>. Citado na página 41.

ANDRADE, L. Memorial de Calculo SPDA 5419:2015. 2016. QI SPDA. Aces-


sado em 05/09/2016. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/291270020/
Memorial-de-Calculo-Spda-5419-2015>. Citado na página 58.

BARRETO, R. M. Compatibilidade Eletromagnética em Sistemas Elétricos. p. 32–35,


2009. Citado 3 vezes nas páginas 37, 38 e 39.

BENITEZ, C. Z. M. Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas Conforme


Norma NBR-5419/2005. Salvador: 2006. Monografia apresentada ao curso de engenharia
elétrica, ÁREA 1, 2005. Citado na página 4.

BURATTO, F. S. Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas utilizando


componentes naturais da edificação. 2011. Citado 3 vezes nas páginas 9, 35 e 36.
49
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50

SX I S1 I S2 I S3 I S4 I RX I R1 I R2 I R3 I R4
I I I I I I I I I
S1 S2 S3 S4
R1 R2 R3 R4
ANEXO A – Fluxogramas
A.1 Procedimento para decisão da necessidade da proteção e para selecionar as
medidas de proteção

Fonte: ABNT NBR 5419:2015


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