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DOCÊNCIA EM

ASSISTÊNCIA SAÚDE
DE ENFERMAGEM EM
EXAMES LABORATORIAIS, DIAGNÓSTICOS E
ENDOSCÓPICOS
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Portal Educação

P842a Assistência de enfermagem em exames laboratoriais, diagnósticos e


endoscópicos / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012.

163p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-312-8

1. Enfermagem - Cuidados. 2. Enfermagem – Exames laboratoriais,


diagnósticos e endoscópicos. I. Portal Educação. II. Título.

CDD 610.736
SUMÁRIO

1 EXAMES LABORATORIAIS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ....................................7

2 REVISÃO FISIOLÓGICA DO SISTEMA HEMATOLÓGICO.....................................................17

2.1 ÓRGÃOS HEMOLÍTICOS - POÉTICOS ...................................................................................17 2

2.1.1 Medula Óssea ...........................................................................................................................18

2.1.2 Baço ..........................................................................................................................................19

2.1.3 Linfonodos ou Gânglios Linfáticos .............................................................................................20

2.2 CÉLULAS SANGUÍNEAS PERIFÉRICAS .................................................................................21

2.2.1 Eritrócitos...................................................................................................................................21

2.2.2 Neutrófilos ................................................................................................................................ 22

2.2.3 Eosinófilos .................................................................................................................................23

2.2.4 Basófilos e Mastócitos ...............................................................................................................24

2.2.5 Monócitos ..................................................................................................................................24

2.2.6 Linfócitos ..................................................................................................................................25

3 HEMOGRAMA ..........................................................................................................................26

3.1 ERITROGRAMA .......................................................................................................................27

3.2 HEMÁCIAS (ERITRÓCITOS) ...................................................................................................27

3.3 HEMATÓCRITO (HCT) .............................................................................................................28

3.4 HEMOGLOBINA (HGB) ............................................................................................................ 28

3.5 VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM) .............................................................................. 29

3.6 HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (HCM) ....................................................................29


3.7 CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (CHCM) ............................29

3.8 RDW (RED CELL DISTRIBUITION WIDTH) .............................................................................30

3.9 LEUCOGRAMA .........................................................................................................................30

3.10 LEUCÓCITOS ..........................................................................................................................31

3.11 MONÓCITOS ............................................................................................................................31 3

3.12 LINFÓCITOS ............................................................................................................................ 32

3.13 EOSINÓFILOS ..........................................................................................................................32

3.14 BASÓFILOS ..............................................................................................................................32

3.15 NEUTRÓFILOS SEGMENTADOS ............................................................................................33

3.16 SÉRIE PLAQUETÁRIA ..............................................................................................................33

4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA COLETA DO HEMOGRAMA ....................................36

4.1 COLETA DE SANGUE VENOSO ..............................................................................................37

5 TESTE DO PEZINHO ............................................................................................................... 53

6 HEMOCULTURA...................................................................................................................... 59

6.1 COLETA DE MATERIAL PARA HEMOCULTURA E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ... 59

6.2 PRINCIPAIS CUIDADOS QUE O PROFISSIONAL DEVE MANTER NA COLETA DA


HEMOCULTURA ................................................................................................................................61

6.2.1 Momento Adequado para coleta ................................................................................................62

6.2.2 Quantidade de Amostras da Hemocultura .................................................................................62

6.2.3 Volume de Sangue ................................................................................................................... 63

6.2.4 Material para Coleta ................................................................................................................. 63

6.2.5 Transporte das Amostras ..........................................................................................................64


6.2.6 Cuidados na Coleta em Sistema Fechado da Hemocultura Segundo a SBPC/ML (2009) ........64

7 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À COLETA DO SANGUE VENOSO ....... 66

8 GASOMETRIA ARTERIAL ...................................................................................................... 68

8.1 COLETA DE AMOSTRA PARA GASOMETRIA ARTERIAL ......................................................68

9 REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO..................................71 4


9.1 EXAME DE FEZES....................................................................................................................72
9.1.1 Consistência ..............................................................................................................................72
9.1.2 Peso .........................................................................................................................................73
9.1.3 Forma ........................................................................................................................................73
9.1.4 Aspecto .....................................................................................................................................73
9.1.5 Cor ............................................................................................................................................74
9.1.6 Odor.......................................................................................................................................... 74
9.1.7 Viscosidade .............................................................................................................................. 74
9.1.8 Elementos Anormais................................................................................................................. 75
9.1.9 Coleta de Amostra para o Exame de Fezes ..............................................................................76
10 REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA URINÁRIO ......................................80
10.1 EXAME DE URINA ....................................................................................................................80
10.1.1 Coleta de amostra para o exame de urina .................................................................................87
10.1.2 Coleta de urina em frasco coletor e urina de 24 horas ..............................................................88
10.1.3 Coleta de Urina em Bolsa Esterilizada ......................................................................................92
10.1.4 Coleta de Urina por Cateterismo Vesical ...................................................................................93
101.5 Coleta de Urina em Paciente com Sonda Vesical .....................................................................94
10.1.6 Coleta de urina por punção suprapúbica .................................................................................. 95
11 REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................96
11.1 EXAME DE ESCARRO .............................................................................................................97
11.1.1 Coleta de escarro ......................................................................................................................97
11.1.2 Assistência de enfermagem na coleta de escarro ................................................................... 100
11.1.3 Coleta de escarro para investigação da tuberculose pulmonar ................................................102
12 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS UNIDADES DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ....104

12.1 CONTRASTES RADIOLÓGICOS.............................................................................................118


13 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES SUBMETIDOS AOS AGENTES
CONTRASTANTES ............................................................................................................................122

13.1 MEIOS DE CONTRASTE NÃO IODADOS ...............................................................................124

13.1.1 Sulfato de Bário ........................................................................................................................124

13.1.2 Gadopentetato Dimeglumínico .................................................................................................124 5

13.1.3 D – Galactose ...........................................................................................................................125

14 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ...................................................................................127

14.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA .....................128

15 ULTRASSONOGRAFIA ...........................................................................................................130

15.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ULTRASSONOGRAFIA .............................................131

16 IMAGEAMENTO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ............................................................132

16.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ..................................133

17 ESOFAGOESTOMAGODUODENOGRAFIA (EED) ................................................................135

17.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EED ...........................................................................135

18 RAIOS X DE ESTRUTURAS ÓSSEAS ....................................................................................138

18.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO RX DE ESTRUTURAS ÓSSEAS ............................. 138

19 BRONCOSCOPIA ...................................................................................................................146

19.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA BRONCOSCOPIA .....................................................147

20 ENDOSCOPIA .........................................................................................................................149

20.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ENDOSCOPIA ...........................................................149

21 COLONOSCOPIA ....................................................................................................................151
21.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA COLONOSCOPIA .....................................................152

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................155

6
1 EXAMES LABORATORIAIS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Os exames laboratoriais são responsáveis pelo fornecimento do estado de saúde do


paciente, auxiliam a avaliação de diagnósticos clínicos, fornecem o monitoramento do tratamento
7
que deve ser realizado e consequente prognóstico (SILVA, 2004). Sannazzaro (1993) descreve
que os exames laboratoriais surgiram na metade do século XIX como resultado da modernização
e progresso da medicina, principalmente nas ciências da microbiologia, citologia e bioquímica,
sendo que estes exames aparecem como forma de auxiliar os diagnósticos médicos.

Os exames laboratoriais são realizados por laboratórios com alvará de licenciamento e


profissional responsável. Segundo a RDC nº 302 de 2005, o Laboratório Clínico conceitua-se
como um serviço destinado à análise de amostras de pacientes, com o objetivo de oferecer
apoio ao diagnóstico e ao tratamento; esta resolução define os requisitos para o funcionamento
dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratoriais público ou privado, que realizam
atividades na área de análises clínicas, patologia clínica e citologia.

Os denominados Postos de Coleta laboratorial são conceituados como unidades


vinculadas a um laboratório clínico, que realizam atividades laboratoriais, entretanto não
analisam o exame (não participam da etapa analítica do processo), exceto nos casos de exames
presenciais, cujas realizações ocorram no ato da coleta. A enfermagem, tanto hospitalar como
ambulatorial e/ou domiciliar, está em constante presença no tratamento do paciente acometido
por uma patologia, ou mesmo nas pessoas sadias que buscam o acompanhamento de sua
saúde regularmente.

Assim, torna-se importante ser conhecedor da assistência correta prestada ao paciente


no que diz respeito aos exames laboratoriais, uma vez que estes se constituem em instrumento
de avaliação, acompanhamento e prevenção no tratamento dos indivíduos. São vários os tipos
de exames laboratoriais existentes atualmente, cada vez mais o emprego da tecnologia vem
auxiliando na análise de dados que possam garantir ao clínico um diagnóstico preciso do
paciente. Neste estudo serão citados alguns dos exames mais utilizados na prática clínica,
buscando enfatizar prioritariamente a assistência de enfermagem na busca por um resultado
fidedigno.
Desde a requisição do exame ao paciente, realizada pelo médico, existem vários
fatores que podem induzir a um erro no resultado do exame. Ao contrário do que se pensa, não
é apenas a análise do material que está sujeita a erros, mas também toda a fase do processo,
ou seja, desde o momento da solicitação do exame, preparo, coleta e até a busca pelo resultado.

Portanto, é possível considerar que a enfermagem está envolvida além da realização


de técnicas, na questão informativa do processo, por meio do fornecimento de informações 8
precisas sobre a realização do exame, locais de coleta, forma de coleta, cuidados antes do
exame, retirada do exame e encaminhamento do resultado ao médico, e até mesmo na
interpretação equivocada do resultado pelo próprio paciente.

Segundo Silva (2004) as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro em Laboratórios de


Análises Clínicas, caracterizam-se pelo gerenciamento da assistência de enfermagem e a
organização da instituição; sendo necessária uma visão ampla pelo profissional, englobando não
somente os aspectos éticos e legais dos serviços prestados, mas também o conhecimento
acerca dos trabalhos da enfermagem neste campo, não necessariamente executando-os.

O enfermeiro trabalha desde o planejamento e supervisão da assistência até as


avaliações e cuidados tanto do paciente como dos serviços. A assistência de enfermagem aos
pacientes, como por exemplo, coletas de sangue são direcionadas aos profissionais de nível
médio, (Auxiliares e Técnicos de Enfermagem).

Segundo Moura (1998) a coleta dos materiais biológicos é considerada a parte mais
importante do processo de análise clínica. Um material advindo de uma coleta inadequada, ou
seja, com falhas, nem mesmos os aparelhos mais modernos conseguem validar a amostra,
tornando-se assim de grande importância um procedimento de coleta eficiente.

O Regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos descrito pela


RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005, conceitua amostra do paciente como parte do material
biológico de origem humana utilizada para análise laboratorial. E a amostra do paciente com
restrição como fora das especificações, mas que ainda pode ser utilizada para alguma análise
laboratorial.

Este mesmo regulamento descreve as fases envolvidas no processo de coleta, análise


e resultado de exames laboratoriais, sendo especificadas como:
- Fase Pré-Analítica: inicia-se na solicitação da análise, coleta da amostra e termina
com o início da análise do material. Segundo as recomendações da Sociedade Brasileira de
Patologia Clínica Medicina Laboratorial para Coleta de Sangue Venoso (2009), as principais
condições da fase pré-analítica são: variações cronológicas (alteração cíclica na concentração
de um parâmetro em função do tempo); gênero (concentração de alguns componentes
sanguíneos e urinários distintos entre homens e mulheres); idade (concentração dos
9
componentes distinta entre as diferentes idades); posição (mudança súbita de posição pode
levar a uma alteração nas concentrações dos valores bioquímicos como, por exemplo, da
posição supina para a ereta, nestes casos os níveis de albumina, colesterol, triglicerídeos,
hematócrito e hemoglobina podem ser superestimados em até 8 a 10% da concentração inicial);
atividade física (o esforço físico pode provocar aumento da atividade sérica de algumas enzimas,
sendo que este aumento pode persistir por 12 a 24 horas após a realização do exercício); jejum
(evita-se a coleta de sangue por jejum superior a 16 horas, o jejum para a coleta de sangue
habitual é de 8 horas, havendo a possibilidade de redução para 4 horas, situações especiais e
em crianças de baixa idade o jejum pode ser de uma a duas horas); dieta (mesmo seguindo o
jejum, a dieta pode interferir em alguns dados de resultado do exame, principalmente no início de
uma internação hospitalar quando ocorrem alterações nas dietas habituais do paciente); uso de
fármacos e drogas de abuso; outras causas de variações (administração de contraste para
exames de imagem, realização de toque retal, eletromiografia, hemodiálise, diálise peritoneal,
cirurgia, transfusão de sangue e infusão de fármacos).

- Fase Analítica: compreende a análise do material (amostra); é o conjunto de


operações utilizadas para a análise da amostra com descrição específica conforme o método
utilizado.

- Fase Pós-Analítica: inicia com a emissão do resultado válido e termina com a emissão
do laudo para posterior interpretação pelo solicitante.

Silva (2004) descreve os principais itens a serem observados na coleta do material


para obtenção de uma amostra adequada, são eles:

 Fase de Orientação e Preparo do Exame;


 Horário e seleção anatômica do local de coleta;
 A técnica de coleta propriamente dita;
 Os materiais e condições para transporte do material até o laboratório e seu
acondicionamento;
 Tempo entre a coleta e a análise do material.

Diante destes itens citados pelo autor e reportando-se à prática diária, é importante
10
que se faça referência às diferentes formas de intervenção da enfermagem na coleta de exames
laboratoriais, assim é possível acrescer aos itens anteriores as seguintes considerações:

 Fase de Orientação e Preparo do Exame: quando o paciente está hospitalizado é


de suma importância uma eficiente comunicação entre o laboratório de análises clínicas e os
profissionais que atendem ao paciente, uma vez que estes últimos estão em constante contato
com o paciente e são responsáveis pela disseminação das informações. Muito depende da rotina
estabelecida pela instituição, ou seja, em alguns locais os próprios técnicos do laboratório
visitam o paciente no quarto e realizam a orientação, em outros locais quem orienta o paciente é
o técnico de enfermagem que o atende.
Em quaisquer umas das rotinas seguidas é necessário haver sempre a comunicação
entre ambos os técnicos da mesma informação para segurança do paciente e da coleta; também
os técnicos de enfermagem que atuam nas unidades devem estar cientes da informação que
irão repassar aos pacientes, evitando com isso invalidação da amostra. Um caminho é a
utilização de manuais de rotinas dentro de cada unidade, onde o funcionário tenha acesso por
intermédio de fluxogramas dos preparos e informações cabíveis diante de cada exame
solicitado.

Estar atento para a solicitação médica da análise é outro item importante a ser
considerado, uma vez que podem ocorrer situações em que o paciente está internado, o médico
solicita o exame e a enfermagem não encaminha a solicitação ao laboratório, resultando em
aumento do tempo para a realização da coleta e consequentemente obtenção do resultado, o
que pode acarretar uma ampliação na permanência do paciente na instituição, aumento de
custos, demora na comprovação diagnóstica, insatisfação médica e angústia do paciente.
Na situação de atendimento ambulatorial, em que na maioria das vezes o paciente
encaminha o exame ao laboratório, este deverá ser instruído quanto ao preparo adequado;
acredita-se que além da informação verbal é necessária a informação por escrito sobre o
preparo do exame para evitar o esquecimento do paciente; na ida do paciente ao laboratório o
mesmo deve igualmente ser questionado sobre o uso de medicações contínuas, atividades
físicas, entre outros cuidados específicos conforme a peculiaridade de cada exame.
11
O item 6.1.1 do Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios Clínicos (2005)
descreve a obrigatoriedade do laboratório clínico e posto de coleta laboratorial em fornecer por
escrito e/ou verbal instruções claras para o paciente e/ou responsável sobre o preparo e a coleta
de amostras. O item 6.1.2 do referido Regulamento estipula a necessidade do laboratório em
exigir documento do paciente para cadastro de identificação, sendo que nos casos dos pacientes
internados ou em situações de urgência podem-se usar dados do prontuário do paciente para
realização do cadastro.

Também segundo este regulamento são necessárias as seguintes informações no


cadastro do paciente: número de registro de identificação do paciente gerado pelo laboratório;
nome do paciente; idade, sexo e procedência do paciente; telefone e/ou endereço do paciente,
quando aplicável; nome e contato do responsável em caso de menor de idade ou incapacitado;
nome do solicitante; data e hora do atendimento; horário da coleta, quando aplicável; exames
solicitados e tipo de amostra; quando necessário: informações adicionais, em conformidade com
o exame (medicamento em uso, dados do ciclo menstrual, indicação/observação clínica, dentre
outros de relevância); data prevista para a entrega do laudo e indicação de urgência, quando
aplicável.

Torna-se necessário igualmente entregar um comprovante ao familiar e/ou paciente do


atendimento, número de registro, nome do paciente, data do atendimento, data prevista de
entrega do laudo, relação de exames solicitados e dados para contato com o laboratório. A
coleta de materiais enquanto o paciente estiver internado pode ser registrada no prontuário do
mesmo pelo técnico que a realizou indicando o horário, data e assinatura.

 Horário e Seleção Anatômica da coleta: o horário da obtenção da coleta é de suma


importância, pois a partir dele se pressupõe o preparo, como por exemplo, o tempo de jejum do
paciente. Nesta questão cabe ter atenção para as rotinas internas da instituição hospitalar
quando o paciente estiver internado, uma vez que algumas situações devem ser previstas para
minimizar os atrasos e uma coleta em horário impróprio.
Na ocasião do paciente ser ambulatorial, e o mesmo ter que comparecer ao laboratório
para a coleta, é imprescindível questionar o paciente sobre a possibilidade de estar presente no
horário determinado. Nos casos de coletas domiciliares precede-se à comunicação do paciente
sobre a visita do profissional que irá realizar a coleta em comum acordo entre o técnico, a família 12
e o paciente. A seleção da área anatômica consiste no local onde será extraída a amostra. Neste
momento o profissional habilitado a realizar a inspeção e verificação do local da coleta deve
possuir conhecimento técnico e científico para tal.

 A técnica da coleta: uma das principais amostras para a realização dos exames
laboratoriais é o sangue, que pode ser obtido por diferentes formas do organismo do paciente.
Na prática, a técnica mais utilizada é a punção com agulha em veia periférica. A realização do
procedimento de coleta eficiente pressupõe um resultado de exame fidedigno, desta forma o
profissional deve ser treinado para a realização de uma técnica asséptica e livre de riscos. Este
assunto será tratado em específico posteriormente neste módulo.
Sobre a obtenção de amostra, o Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios
Clínicos (2005) estipula que a mesma deve ser identificada no momento da coleta ou quando o
paciente entregá-la ao laboratório, identificando o nome do paciente e do funcionário que
realizou a coleta e/ou a recebeu; sendo que o laboratório ou postos de coleta devem possuir por
escrito rotinas de orientação sobre o recebimento, coleta e identificação da amostra.

 Os materiais e condições para transporte do material até o laboratório e seu


acondicionamento: o acondicionamento correto da amostra representa uma amostra aprovada
para a análise. É necessário manter constante contato com o bioquímico para que se sigam as
normas de temperatura e armazenamento. Nos hospitais onde os laboratórios realizam a coleta
geralmente as amostras de sangue estão acondicionadas em caixas térmicas e logo após a
coleta são encaminhadas pelo técnico ao laboratório. Nos casos, é importante prever a distância
entre o domicílio do paciente e o laboratório e juntamente o tempo que a amostra irá permanecer
armazenada e local adequado para manutenção.
Todos os laboratórios e os postos de coletas laboratoriais devem possuir por escrito
rotinas referentes ao transporte da amostra, contendo os prazos estabelecidos, condições de
temperatura e padrões técnicos que garantam a estabilidade e integridade da mesma. Segundo
o Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios Clínicos (2005), a amostra do paciente
deverá ser transportada em recipiente isotérmico, higienizável e impermeável, que permita a
estabilidade da amostra desde a coleta até a análise do material.
13
As Recomendações da SBPC/ML para Coleta de Sangue Venoso (2009) descrevem
que, no geral, os tempos referidos de armazenagem das amostras primárias consideram os
limites para temperatura como: temperatura ambiente 18 a 25ºC, refrigeradas de 4 a 8°C e
congeladas abaixo de 20ºC negativos. Quando não há orientação específica sobre
acondicionamento e transporte de um material, poderá o material ser deslocado para postos ou
outras unidades em caixa de isopor com gelo reciclável, calçado por flocos de isopor ou papel
jornal; não podendo as amostras ficar em contato direto com o gelo para evitar a hemólise.

Na ocasião de congelamento para transporte é recomendado o uso do gelo seco,


nestes casos há a necessidade de tomar precauções com o recipiente que contém gelo seco
para que permita a saída do dióxido de carbono, consequentemente evitando a formação de
pressão excessiva.

 Tempo entre a coleta e a análise do material: existem particularidades sobre o


tempo de coleta e a análise da amostra diante de cada tipo de exame realizado; o profissional de
enfermagem deve ser conhecedor destas questões, pois participa do processo, desta forma é
imprescindível o cuidado no encaminhamento das amostras, obedecendo ao tempo estipulado.
A orientação da SBPC/ML para Coleta de Sangue Venoso (2009) orienta que o tempo
entre a coleta do sangue e a centrifugação (2° etapa de análise da amostra) não exceda uma
hora, sendo que as amostras colhidas com anticoagulantes, nas quais o material será o sangue
total, devem ser mantidas até o procedimento em temperatura de 4ºC a 8ºC.

Outras questões que englobam a fase analítica e pós-analítica no processo de análise


de material biológico e que se tornam importantes para o conhecimento do profissional de
enfermagem baseadas no Regulamento para Funcionamento de Laboratórios Clínicos (2005)
são descritas abaixo:
 Os laboratórios clínicos devem possuir lista descrita dos exames realizados em sua
unidade, em outras ou laboratórios terceirizados; manter descrito um fluxo de rotina quando o
resultado do exame precisa ser comunicado ao médico e/ou paciente para uma decisão
imediata; devem possuir rotina por escrito sobre a emissão de laudos, contemplando situações
de rotina, urgência e plantões; o laudo emitido pelo laboratório deve ser legível, sem rasuras, em
língua portuguesa, datado e assinado pelo profissional (grau superior) habilitado; nos casos em
14
que o laboratório optar pela transcrição do laudo emitido por outro laboratório de apoio, é
necessário garantir que na técnica da transcrição a legitimidade do laudo não seja alterada; as
cópias dos laudos devem ser arquivadas por período de cinco anos; todas as retificações
necessárias após a emissão de um laudo devem ser feitas a partir da emissão de novo laudo;
quando o resultado dos exames advém de uma amostra com restrição, esta informação deve
conter no laudo.
 O laudo deve conter no mínimo os seguintes itens: identificação do laboratório;
endereço e telefone; identificação do Responsável Técnico (RT); número de registro do RT no
respectivo conselho de classe profissional; identificação do profissional que liberou o exame;
número de registro do profissional que liberou o exame no respectivo conselho de classe do
profissional; número de registro do laboratório clínico no respectivo conselho de classe
profissional; nome e registro de identificação do cliente no laboratório; data da coleta da amostra;
data de emissão do laudo; nome do exame, tipo de amostra e método analítico; resultado do
exame e unidade de medição; valores de referência, limitações técnicas da metodologia e dados
para interpretação; observações pertinentes.
O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) é quem assegura a assistência de enfermagem
nos laboratórios de análises clínicas, principalmente sobre a coleta de exames. A Portaria CVS -
13, de 4 de novembro de 2005, aprova norma técnica que trata das condições de funcionamento
dos laboratórios de Análises Clínicas e Pesquisa Clínica, Patologias Clínicas e Congêneres. Em
seu item 4.44 descreve os profissionais habilitados para a coleta de material humano:

4.44.1- De nível superior: médicos e enfermeiros; farmacêuticos e


biomédicos e, ainda, biólogos e químicos que no curso de graduação
e/ou em caráter extracurricular frequentaram disciplinas que confiram
capacitação para a execução das atividades de coleta.
4.44.2- De nível técnico: técnicos de enfermagem, assim como
técnicos de laboratório, técnicos em patologia clínica e profissionais
legalmente habilitados que concluíram curso em nível de ensino de 2°
grau, que, no curso de graduação e/ou em caráter extracurricular,
frequentaram disciplinas que confiram capacitação para a execução
das atividades de coleta.

4.44.2.1- Os profissionais de que trata o subitem anterior poderão


executar todas as atividades técnicas relacionadas às etapas de
tratamento pré-analítico, mediante prévio treinamento.
15
4.44.2.2- É dispensável prévio treinamento para técnicos de laboratório
e técnicos em patologia clínica.

4.44.3- De nível intermediário (médio): auxiliares de enfermagem,


assim como profissionais legalmente habilitados que concluíram curso
em nível de ensino de 1° grau, que, no curso de graduação e/ou em
caráter extracurricular, frequentaram disciplinas que confiram
capacitação para a execução das atividades de coleta.

4.44.3.1- Os profissionais de que trata o subitem anterior poderão


executar todas as atividades auxiliares relacionadas às etapas de
tratamento pré-analítico, mediante prévio treinamento. (

Diante desta portaria é possível identificar que o técnico de enfermagem participa do


processo de coleta do material humano na fase pré-analítica, ou seja, desde a solicitação da
análise pelo médico, coleta da amostra e encaminhamento da amostra para análise; sendo que a
coleta do material deve ser analisada mediante a complexidade do procedimento e as
atribuições específicas do técnico de enfermagem para desenvolvê-la ou não.

Na Resolução COFEN -195, de 18 de fevereiro de 1997, é conferido ao enfermeiro


atuante na saúde pública, a autonomia para a solicitação de exames de rotinas e
complementares preconizados pelos programas do Ministério da Saúde. Além disso, a
Resolução COFEN – 146, de 1 de junho de 2002, atribui a responsabilidade e a presença de um
enfermeiro nos locais em que estejam sendo realizadas assistências de enfermagem.

Diante da atuação da enfermagem no campo de análise clínica cabe aos profissionais


o aperfeiçoamento tanto técnico como científico, com o desenvolvimento de projetos a fim de
qualificar sua assistência e tornar-se necessário para o mercado (SILVA, 2004). Tanto nos
hospitais como nos próprios laboratórios de análises clínicas é importante que o enfermeiro no
gerenciamento da equipe de enfermagem formule manuais de normas e rotinas objetivando
esclarecer a todos os envolvidos sobre a operacionalização dos itens que compõem a fase pré-
analítica na análise de exames laboratoriais.

Motta (2008) descreve a rotina de enfermagem em hospitais para Coleta de Exames


Laboratoriais de Rotina como:

16
 Conferência da solicitação do exame na prescrição médica;
 Recebimento do pedido de solicitação do exame devidamente preenchido e
carimbado pela equipe médica;
 Aguardo da enfermagem para a coleta realizada pelo setor de laboratório,
conforme o horário estabelecido pela instituição hospitalar como rotina;
 Conferência juntamente com o laboratório dos exames colhidos de acordo com
os pedidos;
 Colocação dos resultados no prontuário médico do paciente.

Observação:

 Os exames realizados durante o plantão, sendo ou não casos de emergência,


devem ser colhidos pela enfermagem da unidade e encaminhados ao
laboratório;
 Aos domingos e feriados os exames devem ser colhidos pela enfermagem e
encaminhados ao laboratório, nos casos em que não houver plantão de coleta;
 Caso os valores estejam alterados, deverá haver a comunicação imediata ao
médico assistente.
No item de observação descrito acima por Motta (2008) cabe enquadrar-se a realidade
de cada hospital, como também de cada laboratório. Abaixo serão descritos os principais
exames laboratoriais realizados na prática clínica e formas de coleta, apresentando uma breve
revisão da fisiologia como forma de complementar o estudo.
2 REVISÃO FISIOLÓGICA DO SISTEMA HEMATOLÓGICO

O sangue é uma porção líquida encontrada no meio intersticial, que circula pelos vasos
sanguíneos em um sistema fechado denominado Sistema Circulatório; é composto por 17
propriedades químicas e físicas que tornam as células funcionais, também ocorre a formação do
plasma sanguíneo por meio da ingesta de água e das trocas líquidas entre os outros
compartimentos do organismo.

As origens das células do sangue são múltiplas, por exemplo, as hemácias, plaquetas
e leucócitos granulócitos tem sua origem na medula óssea, já os linfócitos e monócitos originam-
se no sistema reticuloendotelial, que é formado pelos linfonodos e baço, órgãos do sistema
hematopoiético.

O sistema hemolítico-poético mantém os elementos morfológicos do sangue em


condições normais devido à sua grande extensão e função hemolítica ou de destruição das
células do sangue. Este sistema é constituído por funções diferentes:

1. Órgãos hematopoiéticos específicos (função formadora dos glóbulos): tendo a Medula Óssea
como principal órgão, dando origem aos eritrócitos, leucócitos granulócitos e aos trombócitos ou
plaquetas; e as formações linfáticas, originando a produção de linfócitos na circulação.

2. Sistema Reticuloendotelial ou hemoistioblástico: Este sistema origina os monócitos (por meio


da função hematopoiética), além de integrar todo o organismo, principalmente o fígado e baço,
ele exerce função hemolítica conservando a capacidade hematopoiética que adquirimos na vida
embrionária.

2.1 ÓRGÃOS HEMOLÍTICOS - POÉTICOS


2.1.1 Medula Óssea

É o órgão mais importante do sistema Hematopoiético (elaboração do sangue), situada


no canal medular dos ossos longos, no tecido esponjoso. Tem envolvimento na formação, 18
maturação e libertação dos eritrócitos, granulócitos e das plaquetas. Segundo Lima et al. (2001),
macroscopicamente a medula se distingue em dois tipos fundamentais: a medula vermelha ou
fetal, diferenciada pela rica vascularização e pela atividade hematopoiética, e a amarela ou
adiposa, pouca vascularizada e consequentemente inativa, porém torna-se ativa caso seja
exigido pelo sistema.

FIGURA 1 – MEDULA ÓSSEA

FONTE: Disponível em: <http://www.cabesp.com.br/.../008-080.jpg>. Acesso em: 28 dez. 2009.


FIGURA 2 - CONSTITUIÇÃO

19

FONTE: Disponível em: <http://www.ameo.org.br/interna2.php?id=4>.

Acesso em: 28 dez. 2009.

2.1.2 Baço

Órgão mais importante do sistema reticuloendotelial pela sua capacidade de distensão


e contração, devido às cápsulas ricas em fibras conjuntivas elásticas e musculares. Destacam-se
como funções do órgão a hematopoiética, hemocaterética e a função de depósito de sangue. Na
função hematopoiética incluiu a função erito e leucopoética durante a vida fetal sendo a mais
importante. Após o nascimento esta função desaparece e o baço atua na regeneração
sanguínea como órgão linfopoético.

A função hemocaterética é a atuação do baço na desintegração e metabolização das


células sanguíneas, tendo como principais elementos os eritrócitos e a hemoglobina. A função
de depósito de sangue apresenta grande importância em determinadas patologias, uma vez que
o baço contém um acúmulo de eritrócitos, ou seja, uma reserva que é acionada em casos de
hemorragias intensas, ambientes pobres em oxigênio, etc., entrando na circulação periférica e
suprindo as necessidades do momento.

20
FIGURA 3 - BAÇO

FONTE: Disponível em: <http://www.webciencia.com/11_01baco.htm>. Acesso em: 28 dez. 2009.

2.1.3 Linfonodos ou Gânglios Linfáticos

Fazem parte do sistema linfático. Este sistema é responsável pelo transporte da linfa
(fluído linfático) para o sistema circulatório, porém, antes dessa passagem, cabe aos linfonodos
filtrarem essa linfa, que pode ter a presença de microrganismos capazes de desenvolver um
dano. A linfa chega até a circulação sanguínea livre de qualquer invasão. Assim, o sistema
linfático torna-se um importante componente do sistema imunológico, pois colabora junto com os
glóbulos brancos na defesa do organismo contra agentes invasores.
FIGURA 4 – GÂNGLIOS LINFÁTICOS

21

FONTE: Disponível em: <http://www.soscorpo.com.br/anatomia/s-imu02.htm>.

Acesso em: 28 dez. 2009.

2.2 CÉLULAS SANGUÍNEAS PERIFÉRICAS

2.2.1 Eritrócitos

Compreendem as hemácias, têm por principal função o transporte de oxigênio para os


tecidos e do gás carbônico para os pulmões. A grande parte desta troca é realizada pela
proteína Hemoglobulina A (HbA), principal hemoglobina nos adultos, sendo dois terços
sintetizadas nos eritroblastos e o restante no reticulócito. A vida média de uma hemácia é de 120
dias, após esse período são destruídas no compartimento extravascular pelos macrófagos do
sistema retículo endotelial.
FIGURA 5 - ERITRÓCITOS

22

FONTE: Disponível em:<http://www.msd-brazil.com/.../mm_sec14_154.html>.

Acesso em: 28 dez. 2009.

2.2.2 Neutrófilos

Exercem um papel importante na inflamação, sendo responsáveis pela defesa do


organismo contra microrganismos. Sua produção ocorre na medula óssea em um período de 6 a
10 dias. Parte destes neutrófilos fica armazenada na medula como uma “reserva’’ do sistema. Os
demais, quando liberados, permanecem na circulação por até 12 horas e após encaminham-se
para os tecidos desempenhando então a função fagocitária. O tempo médio de vida dos
neutrófilos nos tecidos é de dois a quatro dias, passando este período morrem pela sua ação
defensiva.
FIGURA 6 - NEUTRÓFILO

23

FONTE: Disponível em: <http://www.recursos.cnice.mec.es/.../amplianeutro.htm>.

Acesso em: 28 dez. 2009.

2.2.3 Eosinófilos

Embora o mecanismo não seja muito conhecido, presume-se que tenha particularidade
com o mecanismo dos neutrófilos. Além de apresentarem como função a fagocitose, os
eosinófilos têm um papel importante nas alergias e em doenças parasitárias.

FIGURA 7 - EOSINÓFILOS

FONTE: Disponível em: <http://www.fiocruz.br/.../start.htm?infoid=2233&sid=9>.

Acesso em: 28 dez. 2009.


2.2.4 Basófilos e Mastócitos

São células que contém heparina e mediadores farmacológicos nos seus grânulos que
são liberadas, após um processo alérgeno, à superfície celular por meio de receptores. Além dos 24
mastócitos participarem na defesa contra microrganismos são responsáveis por alguns sintomas
adversos das manifestações alérgicas.

FIGURA 8 - BASÓFILOS

FONTE: Disponível em: <http:// www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm>.


Acesso em: 28 dez. 2009.

2.2.5 Monócitos

São fagócitos ativos que permanecem na circulação de 20 a 40 horas, após passam


para os tecidos, amadurecendo e desempenhando funções, podendo ter uma vida média de
meses ou até anos. Os monócitos dividem-se em macrófagos fagocitários que tem a principal
função de apresentar o antígeno para os linfócitos do organismo.
FIGURA 9 - MONÓCITOS

25

FONTE: Disponível em: <http:// www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm>.


Acesso em: 28 dez. 2009.

2.2.6 Linfócitos

Os linfócitos auxiliam os fagócitos no processo de defesa do organismo, prevenindo


infecções e invasão de agentes estranhos. São divididos em dois importantes grupos, os
linfócitos T, que são produzidos inicialmente no timo e os linfócitos B. Os linfócitos T maduros
compreendem 65 a 80% dos linfócitos circulantes e os linfócitos B 5 a 15%.

FIGURA 10 - LINFÓCITOS

FONTE: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm>.


Acesso em: 28 dez. 2009.
3 HEMOGRAMA

O hemograma, segundo Failace (2003), é o exame complementar mais utilizado em


laboratórios de análises clínicas, tanto para fins diagnósticos como para controle de algumas 26
doenças de caráter infeccioso, doenças crônicas e emergências médicas. O hemograma é o
estudo do sangue que avalia cada elemento presente na via hematológica, na forma quantitativa,
por exemplo, a contagem dos leucócitos, como na forma qualitativa, analisando a qualidade
destes elementos.

Grotto (2009) descreve que as informações fornecidas pela análise do sangue


periférico têm como objetivo responder a duas questões principais, se a medula óssea está
produzindo número suficiente de células maduras de diferentes linhagens e se os processos de
proliferação, diferenciação e aquisição de funções de cada tipo celular estão se desenvolvendo
de maneira adequada em todas as linhagens celulares.

O hemograma consiste em um exame que analisa as variações quantitativas e


morfológicas dos elementos figurados no sangue, geralmente é requisitado pelos médicos para
diagnosticar e/ou controlar a evolução de uma doença como anemia e infecções de diversos
tipos (PATRÍCIA, 2009). Segundo Neto (2004), o hemograma consiste em um exame
complementar que auxilia no diagnóstico de doenças sistêmicas e também permite avaliar as
condições gerais do paciente; embora sendo inespecífico, o hemograma pode apresentar
alterações que quando somadas a outros dados clínicos e demais exames complementares
permite hipóteses diagnósticas sobre patologias e/ou avalia o risco para determinados
procedimentos cirúrgicos e exames ou administração de medicamentos.

O hemograma, mesmo possuindo um poder diagnóstico limitado nas mãos de um


clínico conhecedor das funções celulares e das bases fisiopatológicas das doenças, torna-se
uma ferramenta importante na avaliação de diferentes situações, como nos diagnósticos de
evolução de doenças hematológicas, detecção de quadros infecciosos e no monitoramento
terapêutico (GROTTO, 2009).
Geralmente a primeira parte de um hemograma constitui-se da Série Vermelha
(Eritrograma), sendo expressos principalmente os números de hemácias, concentração de
hemoglobina e hematócrito; já a segunda parte do hemograma é chamada de Série Branca
(Leucograma), em que são expressos os valores dos glóbulos brancos, avaliação do número de
leucócitos e diferenciação celular e a última parte do exame é expressa pela quantidade de
plaquetas.
27
Este curso trata-se da assistência de enfermagem na realização dos exames tanto
laboratoriais como diagnósticos, desta forma, o foco não está centrado na interpretação dos
resultados e sim na aprendizagem dos cuidados necessários para uma adequada assistência na
coleta da amostra, buscando um resultado que condiz com a realidade do paciente. Mesmo
assim, para que se compreendam as especificidades dos exames serão citadas as descrições
de cada item que engloba o exame, bem como os valores referenciais.

3.1 ERITROGRAMA

3.2 HEMÁCIAS (ERITRÓCITOS)

Corresponde à contagem do número de glóbulos vermelhos no sangue por mililitro


cúbico. O aumento do número de eritrócitos é denominado de eritrocitose, enquanto a
diminuição do número de eritrócitos é denominada de eritropenia, sendo que a primeira
relaciona-se à policitemia (aumento da espessura do sangue, reduzindo a velocidade de
circulação), enquanto a segunda relaciona-se à anemia propriamente dita. Valores de Referência
para pacientes adultos: 4,5 a 6,10 (milhões/mm³).
3.3 HEMATÓCRITO (HCT)

Em uma amostra de sangue, expressa a porcentagem da massa dos eritrócitos, ou


seja, o volume da massa das hemácias. Segundo Failace (2003), com o avanço tecnológico dos 28
contadores atuais, a centrifugação do Hct tornou-se um método não mais utilizado, pois a
contagem e a medida do volume dos eritrócitos agora são exatas. Porém, na Hemoterapia
(emprego terapêutico do sangue) o Hct ainda resiste devido à avaliação das alterações
volêmicas.

Valores baixos de Hematócrito podem indicar uma provável anemia e um valor alto
pode estar relacionado à policitemia (aumenta a espessura do sangue, reduzindo a sua
velocidade de circulação). Valores de Referência: Hematócrito (%): Homens: 47,0 Mulheres:
42,0.

3.4 HEMOGLOBINA (HGB)

A hemoglobina é o dado básico do eritrograma, pois além de ser o principal


componente dos eritrócitos com a função de transportar o oxigênio do sangue para os tecidos,
seus níveis abaixo da referência para os adultos sugerem anemia.

Os valores de referência da Hemoglobina (g/dl) para o homem são de 15,5 e na mulher 13,6.
3.5 VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM)

O VCM é a relação entre o volume do hematócrito e o número de eritrócitos, ou seja,


avalia a média do volume das hemácias, sendo que o resultado pode trazer tamanho normal 29
(chamadas normocíticas), diminuídas (microcíticas) ou aumentadas (macrocíticas), sendo que a
anisocitose refere-se ao achado de presença de hemácias com volumes diferentes. Segundo
Grotto (2009), o VCM ainda é o mais utilizado para avaliação das anemias associado a
alterações morfológicas das hemácias. Valores de Referência na Normocitose: Adultos: 81 u³ (80
a 98,0 fl); Crianças até 3 anos: 73 u³; Crianças de 04 a 14 anos: 73 u³.

3.6 HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (HCM)

A HCM é dada a partir da relação entre o valor da hemoglobina obtida em gramas e a


contagem dos eritrócitos, pode estar elevada na presença da macrocitose ou diminuída na
presença de hemácias microcíticas. Valores de Referência para paciente Adulto: 27,0 a 34,0 pg.

3.7 CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (CHCM)

A CHCM é calculada por meio da relação entre a hemoglobina obtida em gramas e o


volume globular. Refere-se à avaliação da hemoglobina encontrada em 100 ml de hemácias;
indica o grau de saturação de hemoglobina encontrada nos eritrócitos. Quando esta saturação é
normal o resultado são hemácias normocrômicas, quando está diminuída, hemácias
hipocrômicas, e quando está elevada, hemácias hipercrômicas. Valores de Referência para
paciente Adulto: 31,0 a 35,0 g/dl

30

3.8 RDW (RED CELL DISTRIBUITION WIDTH)

Medida quantitativa da anisocitose, realizado por meio do histograma de distribuição


das hemácias de acordo com o volume das células. Seus valores são obtidos em percentagem,
sendo que os índices de normalidade encontram-se entre 11% e 16%; uma das principais
utilidades é a diferenciação entre a anemia ferropriva e a betatalassemia heterozigótica; o índice
de anisocitose se altera rapidamente na deficiência do ferro, mais rápido do que nos parâmetros
de VCM e diminuição de albumina.

3.9 LEUCOGRAMA

A análise da série branca no hemograma tem como principal objetivo fornecer os


valores globais e diferenciais de leucócitos, bem como suas alterações qualitativas e
quantitativas. Vale lembrar que os leucócitos (glóbulos brancos) são os responsáveis pelo
sistema de defesa do organismo e se encontram aumentados principalmente em processos
infecciosos bacterianos e parasitários, em algumas doenças autoimunes, destruição tecidual por
doenças degenerativas e diminuídas em casos de infecção viral (NETO, 2004).
Os principais tipos de leucócitos são: os neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e
basófilos. Quando é solicitado um hemograma completo a diferenciação dos leucócitos é feita
além do valor global. Estes valores em separado servem de base para o clínico identificar
processos patológicos mais específicos diante do aumento ou diminuição de cada leucócito.

31

3.10 LEUCÓCITOS

Refere-se à contagem global dos glóbulos brancos, na maioria das vezes encontra-se
aumentado (leucocitose) em processos infecciosos agudos ou crônicos, reações alérgicas,
leucemias, etc. Valores de Referência em Adulto: 3.100 a 11.000 mm³. A diferenciação do tipo
de leucócito é feita por meio dos itens abaixo apresentados.

3.11 MONÓCITOS

São células que se caracterizam por se movimentarem durante alguns dias na


circulação sanguínea e depois a deixam, fixando-se nos tecidos, adquirindo aspecto de
macrófagos. Tem como principal função a fagocitose e defesa do organismo. Apresentam-se em
grande número nos processos infecciosos crônicos ou em fase final das infecções. Valores de
Referência em Adulto: 2 a 10 % e 72 a 1.100/mm³.
3.12 LINFÓCITOS

Os linfócitos estão presentes de 20 a 30% na circulação, a maioria apresenta


morfologia típica, por isso a denominação de linfócitos típicos. Quando apresentam tamanho 32
maior, com núcleo pouco menos maduro e granulações citoplasmáticas, recebem o nome de
linfócitos atípicos ou linfócitos leucocitoides. Denomina-se de linfocitose quando existe o
aumento do número de linfócitos e linfopenia quando há carência do número de linfócitos, sendo
que nesta última situação o indivíduo está com sua imunidade prejudicada. Valores de
Referência em Adulto: 20 a 50% e 720 a 5.500 mm³. Não é considerado um hemograma normal
a indicação de existência de Linfócitos Atípicos.

3.13 EOSINÓFILOS

Os eosinófilos correspondem a cerca de 2 a 4% dos leucócitos dos esfregaços.


Apresentam-se aumentados (eosinofilia) em processos infecciosos (parasitas), doenças
imunológicas e reações alérgicas ou de hipersensibilidade. Valores de Referência em Adulto: 1 a
7% e 36 a 770/mm³.

3.14 BASÓFILOS
Os basófilos são células raras, correspondem a cerca de 0 a 1%. O aumento dos
basófilos (basofilia) ocorre principalmente em processos infecciosos e imunológicos. Valores de
Referência em Adulto: 0 a 3 % e 0 a 330/mm³.

33

3.15 NEUTRÓFILOS SEGMENTADOS

São os leucócitos mais numerosos, cerca de 60 a 65%, se apresentam como células


diferenciadas, com seus núcleos em forma segmentada, por isso a denominação de neutrófilos
segmentados. Cerca de 2 a 5% das células têm núcleo não segmentado, como bastão, por este
motivo são denominados bastonetes. Têm a função de realizar a fagocitose e encontram-se
aumentados (neutrofilia) nos processos infecciosos e inflamatórios e valores diminuídos indicam
a neutropenia. Valores de Referência em Adulto (Segmentados): 40 a 65% e 1.440 a 7.150/mm³.
Valores de Referência em Adulto (Bastões): 1 a 5% e 36 a 550/mm³.

É normal na corrente circulatória encontrar células maduras, entretanto, quando há


presença de células jovens, sejam de eritrócitos ou leucócitos, significa que existe juntamente
um processo agudo acontecendo. Na presença de leucócitos jovens circulantes (mielócitos, pró-
mielócitos, metamielócitos) há uma infecção aguda ou enfermidades que acometem a medula
óssea. Desta forma, quando temos células jovens circulantes em número acima da referência
denomina-se desvio à esquerda e na presença de células maduras, desvio à direita (NETO,
2004).

3.16 SÉRIE PLAQUETÁRIA


As plaquetas ou trombócitos constitui-se em elementos sanguíneos circulantes que
provêm do citoplasma megacariócito (VERRASTRO, 1998). São formadas no sistema
hematopoiético da medula óssea e a principal função é a participação fundamental na fase inicial
do processo fisiológico de hemostasia.

A hemostasia conceitua-se como um fenômeno fisiológico que procura manter o


sangue no interior dos vasos e impedir a sua saída para tecidos vizinhos. Ao contrário do que 34
muitos pensam este mecanismo não é composto apenas por coágulos e, sim, por fatores como
plaquetários, coagulantes, vasculares, fibrinolíticos, anticoagulantes, etc.

Desta forma as plaquetas promovem a agregação das células e a adesão delas com
as células endoteliais que se encontram próximas da lesão. Neste mecanismo da hemostasia as
plaquetas funcionam como tampões e desencadeiam a coagulação sanguínea.

FIGURA 11 – PAREDE VASCULAR ROMPIDA

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/plaquetas.htm>.


Acesso em: 28 dez. 2009.

As plaquetas são observadas de acordo com a quantidade e o seu tamanho, o número


considerado normal é de 150.000 a 400.000 por microlitro de sangue, já o tamanho de uma
plaqueta varia entre um a quatro micrometros (VERRASTRO, 1998). Pessoas que apresentam
número de plaquetas dentro dos valores normais, com a ausência de grânulos, têm
sangramentos devido à dificuldade da agregação plaquetária, assim como o valor das plaquetas
diminuído induzem ao sangramento.

A principal causa da plaquetopenia ou trombocitopenia (diminuição do número de


plaquetas), segundo o autor, é a produção insuficiente das mesmas, podendo ser vista em 35
infiltrações leucêmicas na medula óssea, na aplasia de medula, uso de alguns medicamentos,
produtos químicos e infecções virais. A destruição aumentada das plaquetas também pode
desencadear a plaquetopenia, esta condição pode ser vista em situações imunológicas por auto
e aloanticorpos, na púrpura trombocitopênica autoimune e na esplenomegalia.

E, por último, o consumo exagerado de plaquetas como em coagulações


intravasculares disseminadas e na púrpura trombocitopênica trombótica também podem gerar a
plaquetopenia. O aumento do número de plaquetas é denominado plaquetose e pode ocorrer na
anemia ferropriva, nas hemorragias agudas, inflamações, infecções crônicas, anemias
hemolíticas e leucemias.
4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA COLETA DO HEMOGRAMA

Considerando as fases que envolvem o processo da análise de material biológico é


possível englobar a assistência de enfermagem na coleta do hemograma como: 36

 Encaminhamento do exame solicitado pelo médico ao laboratório responsável


pela coleta, quando o paciente está internado; instrução ao paciente do local da coleta nos casos
de pacientes ambulatoriais; instrução da possibilidade de coleta domiciliar indicando serviço de
referência ou o próprio laboratório.
 Preenchimento do Cadastro do Paciente: por intermédio do documento do
paciente realizar o cadastro do mesmo para o registro da coleta e/ou em casos de urgência e
pacientes internados buscar dados no prontuário do paciente.
 Instrução quanto ao preparo do exame: cabe à enfermagem realizar a instrução
do jejum conforme a solicitação do exame. Segundo a SBPC/ML (2009) o jejum habitual para o
exame de sangue de rotina é de 8 horas, podendo ser reduzido a 4 horas na maioria dos
exames e em situações especiais (pacientes de baixa idade) pode ser de uma ou duas horas
apenas. Importante salientar que a ingestão de água para a hidratação da pessoa não interfere
no jejum para coleta de exames, exceto uma ingestão elevada pode alterar a realização do
exame de urina. A maioria da bibliografia estudada supõe que para a realização do hemograma
não há necessidade de jejum, o que ocorre na maioria das vezes é que junto à realização do
hemograma existem requisições de outras análises da amostra de sangue, desta forma a
instrução é de realização do jejum específico para cada exame.
 Coleta de Sangue: O hemograma é um exame que tem como material principal
o sangue periférico, isso quer dizer que é analisado o sangue periférico do paciente após a
coleta para então obter-se os resultados. São preconizados inúmeros cuidados na coleta do
sangue, estes devem ser seguidos em qualquer coleta de sangue periférico, não somente para
realização do hemograma, mas demais análises que sejam requisitadas pelo médico assistente
do paciente.
Segundo Failace (2003), a coleta de sangue para o hemograma pode ser realizada a
qualquer hora, porém deve-se evitar após refeições ricas em gordura e após exercícios físicos
de grande intensidade, sendo que estes podem interferir significativamente no resultado,
aumentando o número de glóbulos brancos por volume de sangue circulante, ou seja, a
leucocitose.

Para Lima et al. (2001), a punção deve ser rápida, assim como o manuseio do garrote, 37
pois este pode modificar a distribuição de alguns constituintes do sangue. A instrução do
paciente para abrir e fechar a mão momento antes da coleta para tornar a veia mais túrgida não
é aconselhável, pois pode aumentar em 2mEq na dosagem do potássio.

Segundo Failace, (2003) após a coleta o sangue é transferido da seringa para um tubo
de ensaio rotulado com o nome do paciente e com tampa contendo de um a dois mg de EDTA
(Ácido etilenodiamino-tetracético) anticoagulante para hematologia e em seguida encaminhado
imediatamente para o laboratório para que não haja coagulação incipiente ou total da amostra.

4.1 COLETA DE SANGUE VENOSO

Como a maioria dos exames laboratoriais possui como amostra o sangue, abaixo
serão descritas as técnicas para a correta coleta do sangue observando todos os itens que
incluem um adequado procedimento realizado pelo técnico de enfermagem capacitado para tal.
A técnica de coleta de sangue descrita por Motta (2008) instrui:

 Material Necessário: 1 par de luvas de procedimento, 1 scalp nº 21 ou 23, ou agulha


30x06 ou 30x07, uma seringa de 10 ml, 1 garrote, 2 bolas de algodão, 5 ml de álcool a 70% e
tubos para a coleta de acordo com o pedido do exame.
 Procedimento: orientar o paciente sobre a coleta, identificar o tubo de coleta (nome,
data, hora e RG), realizar a antissepsia do local da punção após a palpação, colher o material,
colocar nos tubos previamente identificados, encaminhar junto com o pedido ao laboratório.
OBS: os tubos de coleta devem vir identificados pelo laboratório quanto ao conteúdo, como por
exemplo, tubos cinzas: glicemia.

38
A Recomendação sobre a Coleta de Sangue Venoso pela SBPC/ML (2009) descreve:

1. Etapas que o profissional deve seguir na coleta de sangue venoso: verificação


da solicitação médica e cadastro do pedido; apresentação ao paciente; explicação ao paciente
ou ao familiar quanto ao procedimento que será realizado obtendo o consentimento; realização
da assepsia das mãos entre os atendimentos dos pacientes; realização da identificação dos
pacientes: conscientes (por meio da comparação dos dados pessoais com os dados do pedido
do exame), inconscientes, muito jovens ou que não falam a língua do flebotomista (confirmação
de dados com o acompanhante ou equipe de enfermagem, registrando o nome da pessoa que
forneceu as informações, comparar os dados com os que constam no pedido).
OBS: as dúvidas referentes à identificação do paciente devem ser resolvidas antes da
coleta. Pacientes semiconscientes, comatosos ou dormindo (o paciente deverá ser despertado
antes da coleta, em pacientes internados, se não for possível identificá-lo entrar em contato com
o enfermeiro ou médico assistente, nos pacientes em coma, deve-se ter cuidado adicional na
prevenção de movimentos bruscos ou vibrações quando a agulha estiver sendo introduzida),
pacientes não identificados em sala de emergência (utilizar identificação provisória enquanto não
se estabelece a definitiva); verificação do cumprimento do preparo e jejum do exame e
questionamento sobre eventual alergia ao látex.

2. Local para punção venosa: o local de preferência para a coleta do sangue é a fossa
anticubital; mesmo sendo possível a coleta de sangue em qualquer veia dos membros
superiores as mais utilizadas são as veias cubital mediana e cefálica, sendo a cefálica mais
propensa a hematoma e dolorosa para punção. Em pacientes que possuem acesso venoso
difícil nesta região é recomendada a punção no dorso da mão, e não recomendado puncionar
as veias na parte inferior do punho; punções em região de membros inferiores só podem ser
realizadas mediante a autorização médica.
De preferência não coletar sangue de membro que está recebendo terapias
endovenosas; evitar áreas de cicatrizes de queimaduras; somente puncionar o mesmo membro
pós-mastectomia após autorização médica; evitar coleta em locais onde há o hematoma devido
a propensão de alteração no resultado do exame e, nos casos em que não há outra veia
disponível, puncionar distalmente ao hematoma; a coleta de sangue em fístulas arteriovenosas, 39
enxertos ou cânulas vasculares só pode ser feita mediante a autorização médica; é
recomendado evitar a coleta em veias trombosadas.

FIGURA 12 – VEIA CUBITAL MEDIANA

FONTE: Disponível em: <http://www.saber.sapo.ao/wiki/Veia_cubital_mediana>.

Acesso em: 28 dez. 2009.


FIGURA 13 – REDE VENOSA DORSAL DA MÃO

40

FONTE: Disponível em: <http://www.wmda.mobi/pt/Rede_venosa_dorsal_da_mão>.

Acesso em: 28 dez. 2010.

3. Localização da Veia: a identificação da veia a ser puncionada para coleta pode ser
feita por meio da observação de uma veia calibrosa; da orientação ao paciente para baixar o
braço e abrir e fechar a mão; da realização da massagem suave no membro superior do
paciente na direção do punho para o cotovelo, na palpação da veia com o dedo indicador
(evitando realizar palpação com o dedo polegar), na fixação da veia com os dedos nos casos de
flacidez e na utilização do transluminador.
Está contraindicada a batida com os dedos sobre a veia do paciente para localização,
já que este procedimento provoca hemólise e consequente alteração do resultado do exame. Na
identificação da veia pode-se utilizar o torniquete, solicitando ao paciente que abre e feche a
mão, entretanto, aguardar dois minutos após a retirada do torniquete para a realização da coleta.

4. Procedimento:
 Verificar se o material está completo para a realização do procedimento
 Abrir o material para coleta na frente do paciente
 Lavar as mãos
FIGURA 14 – ASSEPSIA DAS MÃOS

41

FONTE: Disponível em:<http://www.sissaude.com.br/sissaude/userfiles/maos.jpg>.


Acesso em: 28 dez. 2009.

 Calçar as luvas de procedimento: tendo o cuidado para que as mesmas não sejam
rasgadas; devem ser trocadas a cada coleta, e nos casos de pacientes alérgicos ao látex ou
mesmo quando o funcionário for alérgico substituir o uso por luvas de outro material;
 Posicionar o paciente corretamente: o paciente pode estar sentado para a
realização da coleta do sangue, sendo importante que a poltrona tenha encosto e descanso
para os membros superiores, a posição correta do braço do paciente sentado para a punção é
sobre o descanso da cadeira, inclinada para baixo e estendida, sendo que o cotovelo não pode
estar dobrado; em pacientes deitados no leito o uso de um travesseiro debaixo do braço pode
ser necessário para chegar à posição correta, com braço inclinado para baixo e estendido;
FIGURA 15 – CADEIRA DE COLETA DE SANGUE

42

FONTE: Disponível em: <http://www.vallitech.com.br/.../extra1.jpg>. Acesso em: 28 dez. 2009.

 Realizar a assepsia do local da veia: a recomendação é que a assepsia seja


realizada com álcool isopropílico 70% ou álcool etílico, iodeto de povidona 1 a 10% ou gluconato
de Clorexidina para hemocultura; substâncias de limpeza não alcoólicas, como Clorexidina e
sabão neutro. Quando houver a solicitação de dosagem de álcool no sangue utilizar uma
substância livre de álcool para realizar a assepsia, que deve ser feita com movimento circular do
centro para fora, com a utilização do antisséptico e uma gaze, deixando secar por 30 segundos
(evita hemólise e reduz sensação de ardência na punção); após a assepsia não abanar, nem
soprar e não tocar mais no local, a cada nova palpação realizar novamente a assepsia.
 Colocar o torniquete com o braço voltado para cima. A recomendação é de que o
torniquete seja posicionado de 7,5 a 10 cm acima do local escolhido para punção; que o material
seja preferencialmente livre de látex (principalmente nos casos dos pacientes que possuem
alergia ao látex), evitando o uso de torniquetes feitos de tecidos emborrachados com fechamento
por grampos ou fivelas, sendo que o torniquete deve ser substituído em casos de contaminação.
O uso do torniquete não deve exceder a um minuto, visto que o maior tempo pode ter
como consequência a mensuração de valores incorretos na análise do exame. Em pacientes
com lesão no local pretendido para colocação do torniquete, utilizar outro local ou pôr o
torniquete sobre a roupa do paciente. Ao garrotear o paciente não apertar excessivamente para
evitar a interrupção do pulso arterial, os pulsos devem estar palpáveis após o garroteamento. A
utilização do torniquete não está recomendada na coleta de sangue para análise de testes de
lactato ou cálcio, pois pode haver interferência no resultado.

 Coleta de sangue a vácuo: constitui-se em um sistema de coleta de sangue


fechado que proporciona maior segurança ao profissional que realiza a coleta, pois o mesmo não
43
entra em contato com o sangue coletado e ao resultado do exame, já que diminuindo a
manipulação o risco de alterar o resultado do exame também diminui. Este tipo de coleta é o
mais recomendado. Ao puncionar a veia do paciente o sangue flui continuamente para o tubo de
coleta a vácuo, sendo que o tubo já está preparado para o recebimento da quantidade específica
de sangue e com os anticoagulantes necessários.

FIGURA 16 – COLETA DE SANGUE A VÁCUO

FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene4.htm>.

Acesso em: 28 dez. 2009.

Nas coletas de sangue a vácuo o bisel da agulha deve estar voltado para cima,
perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, impedindo com isso que o sangue
se choque na parede do bisel e faça hemólise e evitando o refluxo do tubo para a veia. Introduzir
mais ou menos um centímetro da agulha na veia do paciente. Após a penetração da agulha de
coleta múltipla de sangue inserir o primeiro tubo a vácuo, no momento em que o sangue
começar a fluir para dentro do tubo, retirar o garrote do paciente e solicitar para que o mesmo
abra a mão; realizar a troca dos tubos conforme a solicitação dos exames, sendo que após a
retirada de cada tubo de coleta com sangue realizar imediatamente a homegeinização pela
inversão 5 a 10 vezes. Após a coleta de sangue no último tubo, retirar a agulha e descartá-la
conforme normas de descarte de perfurocortantes.

44

 Coleta de sangue com seringa e agulha: ainda é largamente utilizada


principalmente pela disponibilidade do material, entretanto traz riscos na manipulação do
sangue pelo profissional, já que após a coleta o sangue deve ser transferido para o tubo de
coleta; é considerado um sistema aberto para coleta de sangue. É necessário que o profissional
obedeça as normas de descartes com materiais perfurocortantes. Institui-se que as seringas e
agulhas utilizadas possuam um dispositivo de segurança (NR32) e para coleta de sangue
adicionalmente um dispositivo de transferência, o que torna desnecessário a abertura do tubo
de coleta já que com o dispositivo o sangue é transferido diretamente da seringa para o tubo.

FIGURA 17 – COLETA DE SANGUE COM SERINGA E AGULHA

FONTE: Disponível em <http://www.bd.com/scripts/resource.aspx?IDX=3209>.

Acesso em: 28 dez. 2009.


Nas coletas de sangue com agulha e seringa o bisel da agulha deve estar voltado para
cima, perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, introduzir a agulha mais ou
menos um centímetro na veia do paciente. Após a punção no momento em que o sangue
começar a fluir para a seringa, retirar o garrote do paciente. Aspirar o sangue conforme a
quantidade descrita nas etiquetas dos tubos. Retirar a agulha da veia do paciente e, nas
seringas com dispositivo de segurança, ativá-lo.
45
Conectar a seringa ao dispositivo de transferência da amostra e introduzir os tubos a
vácuo aguardando fluir o sangue e realizando as trocas dos tubos conforme a necessidade.
Homogeneizar o conteúdo dos tubos imediatamente após a coleta de 5 a 10 vezes pela
inversão. Descartar o dispositivo de transferência e a seringa. Na coleta de sangue venoso com
seringa e agulha realizar sempre a verificação se a agulha e seringa estão bem adaptadas para
evitar a formação de espuma; não puxar o êmbolo com muita força.

Após a coleta com seringa e agulha descartar a agulha e passar o sangue para o tubo
de coleta, tendo o cuidado para não encostar a seringa nos anticoagulantes, deslizando o
sangue na parede do tubo cuidadosamente. Não é recomendado espetar a agulha nas
borrachas dos tubos para transferência do sangue, pois a pressão positiva pode ocasionar a
hemólise e quebra do equipamento.

 Coleta de sangue em cateter de infusão: não é recomendada a coleta de sangue


em cateteres de infusão pela probabilidade de erro no resultado do exame, entretanto, quando
não há alternativa é necessário que o profissional que realiza a coleta mantenha os seguintes
cuidados: comunicar ao médico assistente do paciente a forma com que a coleta será realizada,
notificar ao laboratório que a coleta foi feita a partir do cateter de infusão, registrando qual a
substância que o paciente está recebendo no referido cateter, desprezar uma quantidade de
amostra antes de colocá-la no tubo de coleta. Geralmente o volume a ser desprezado equivale a
duas vezes o volume do espaço morto do cateter (nos casos de cateteres preservados com
heparina é necessário desprezar 5,0 ml de sangue antes ou seis vezes o volume do cateter). No
momento da coleta ter certeza de que o fluxo de infusão está parado, fazer assepsia rigorosa do
cateter, lavá-lo com solução salina isotônica conforme o volume do mesmo, desprezar os
primeiros 5 ml de sangue (aspirando com seringa), conectar a seringa ou adaptador de coleta a
vácuo no cateter e proceder à coleta, ao término, retirá-los e realizar a assepsia do cateter. O
profissional habilitado deve reiniciar a infusão; registrar o local onde a coleta foi feita.

 Outras considerações sobre coleta de sangue: as fístulas arteriovenosas não


devem ser utilizadas para coleta de sangue e o membro que possui a fístula deve ser
preservado. Quando o paciente não possui acesso venoso é necessário que esteja disponível a
46
coleta de sangue capilar. Nos casos de pacientes recebendo transfusão de sangue não é
recomendada a coleta no braço que recebeu o sangue, devido à probabilidade de erro na análise
da amostra.

 Pós-Coleta: imediatamente após as coletas de sangue homogeneizar o sangue no


tubo de coleta de 5 a 10 vezes, conforme a indicação do fabricante, por meio da inversão (uma
inversão equivale a virar o tubo todo para baixo e após retornar à posição inicial), não chacoalhar
o tubo. Não deixar o sangue em contato direto com o gelo quando a amostra exige refrigeração.
Evitar sempre a transferência de um tubo para outro.
Em ambos os casos, tanto na coleta de sangue a vácuo como na coleta com seringa e
agulha, após a retirada da agulha da veia realizar compressão com algodão ou gaze seca por
um a dois minutos e realizar curativo oclusivo no local da punção; orientar ao paciente que não
dobre o braço, não carregue peso ou bolsa no braço que foi puncionado por pelo menos uma
hora e não manter a manga da roupa dobrada. Certificar-se das condições do paciente para
locomover-se sozinho e entregar comprovante para retirada do resultado. Colocar as amostras
em local conforme a rotina ou encaminhá-las para processamento imediato.

Como foi descrito anteriormente, a principal amostra para realização de exames


laboratoriais é o sangue. Contudo, após a coleta do sangue e dependendo da requisição do
solicitante a amostra pode ser analisada mediante o sangue total, o plasma ou o soro. Segundo
a SBPC/ML (2009), para obtenção do soro para análise é necessário que após a coleta o sangue
colhido seja colocado em tubo de coleta sem anticoagulante e deixado coagular em temperatura
ambiente num período de 30 a 60 minutos. Nos casos em que o tubo contenha gel separador
com ativador de coagulação a espera vai de 30 a 45 minutos, sendo que após este período a
amostra é centrifugada e há a separação do soro (parte líquida) para análise.
No caso do hemograma, a amostra para análise é do sangue total e o tubo deve conter
anticoagulante EDTA. Para dosagem de glicose utiliza-se o plasma no tubo de coleta, além do
que ao EDTA estará acrescido o fluoreto de sódio. O profissional que realiza a coleta do sangue
deve estar atento para os tubos de coleta que estão identificados e são específicos para cada
análise requerida, contendo inclusive a quantidade específica de sangue a ser coletado.

Os tubos de coleta de sangue possuem em sua extremidade uma tampa diferenciada 47


pelas cores, estas cores indicam qual o anticoagulante que está dentro do tubo e se há
anticoagulante. Na coleta, quando o profissional verifica a requisição, já deve estar ciente dos
tubos que deverá utilizar para a colocação da amostra (sangue). A tabela abaixo exemplifica esta
questão:

TABELA 1 – CORES DOS TUBOS PARA COLOCAÇÃO DAS AMOSTRAS DE SANGUE

Cor da Tampa Anticoagulante Exemplos de Uso

Exames que requerem soro. Ex: (bioquímica e


Vermelha Nenhum
sorologia).

Lilás EDTA Hematologia e Tipagem sanguínea.

Exames de coagulação (TAP, TTPa,


Azul-Claro Citrato de Sódio
Fibrinogênio)

Cinza Fluoreto de Sódio Glicose (impede a glicólise)

Verde Heparina Alguns exames especiais.

FONTE: Professora Ângela: Laboratório de Análises Clínicas. Disponível em:


<http://www.professoraangela.kit.net/tubosdecoletaeanticoagulantes.htm>. Acesso em: 13 dez. 2009.

Além das cores das tampas dos frascos de coleta a vácuo citadas na tabela acima e as
respectivas substâncias em seu interior existem os tubos com tampa preta, que contêm citrato
trissódico, utilizados para coleta e transporte de sangue venoso para testes de
hemossedimentação (VHS). Os tubos com tampa amarela com solução de ácido citrato dextrose
(ACD), utilizados para teste de tipagem sanguínea ou preservação celular, tubos com tampa
rosa para provas de compatibilidade cruzada em duas versões, com ativador de coágulo (com
soro) ou com EDAT (sangue total) e tubo com tampa royal em três versões (sem aditivo, com
heparina ou ativador de coágulo), utilizados para testar traços de elementos metálicos.

Outra questão importante que deve ser observada pelo profissional que realiza a coleta
é a sequência de uso dos tubos de coleta nos casos de coleta de sangue a vácuo. Como este 48
sistema de coleta de sangue é fechado, após a realização da punção o sangue vai fluindo para
dentro dos tubos e o profissional deverá realizar as trocas dos tubos de coleta conforme a
solicitação dos exames, observando qual será o tubo adequado segundo a presença do
anticoagulante.

Diante disso a SBPC/ML (2009) instrui a seguinte sequência para coleta de sangue
com tubos plásticos:

1. Frasco para Hemocultura;


2. Tubos com Citrato (tampa azul-claro);
3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa
vermelha ou amarela);
4. Tubos com Heparina com ou sem Gel Separador de Plasma (tampa verde);
5. Tubos de EDTA (tampa roxa);
6. Tubos com Fluoreto (tampa cinza).

Além da sequência citada acima, a SBPC/ML (2009) instrui que na coleta com escalpe
em que o primeiro tubo for o de citrato (tampa azul claro) ou de demais tubos menores com
volumes de aspiração, é importante que se tenha um tubo de descarte, uma vez que é
necessário desprezar o sangue que vem do espaço do escalpe, assegurando assim a proporção
correta de sangue que irá para o tubo de coleta.
FIGURA 18 – TUBOS DE COLETA DE SANGUE

49

FONTE: Disponível em: <http://www.magraemergente.com/.../exame-de-sangue.jpg>.

Acesso em: 28 dez. 2009.

Ainda sobre a técnica de coleta do sangue no paciente, convêm enfatizar a coleta de


sangue capilar utilizada principalmente nos casos de pacientes com difícil acesso venoso e/ou
sem condições de acesso por punção venosa, pacientes extremamente obesos, pacientes
queimados, com disposição à trombose e principalmente em pediatria, pois a punção venosa em
crianças pode ser difícil e em prematuros resultar em anemia.

A coleta de sangue capilar ou transcutânea é realizada pelo uso de uma lanceta


específica para este fim, devendo ser desconsiderado o uso de agulhas para esta técnica uma
vez que os locais anatômicos indicados estão próximos a ossos. O sangue oriundo da coleta
capilar é uma mistura entre sangue venoso e arterial, sendo o arterial de maior proporção.

A coleta de sangue capilar em prematuros e/ou crianças internadas em UTI neonatal é


uma opção que deve ser avaliada junto à equipe médica pelo risco X benefício, já que em
determinadas situações a punção capilar no calcâneo de crianças nestas condições pode estar
associada ao aumento do risco de infecção.

É necessário que o técnico que realize este tipo de coleta tenha conhecimento frente
aos locais anatômicos indicados, bem como a realização do procedimento. Além das lancetas
utilizadas para a coleta da amostra (sangue) existem os tubos capilares e demais recipientes
onde são colocados o sangue coletado. É importante ter conhecimento dos locais de
armazenamento da amostra conforme o material e rotinas preconizadas pelo laboratório.

50
FIGURA 19 – TUBO DE COLETA CAPILAR DE SANGUE

FONTE: Disponível em: <www.gbo.com/MC.system.standing.gif>. Acesso em: 29 dez. 2009.

Técnica da coleta de sangue capilar baseada no Programa de Educação Continuada


do Labtest – Divulgada nos Informativos Técnicos:

 Verificar a requisição e identificar o paciente;


 Averiguar as restrições de dieta;
 Lavar as mãos e colocar as luvas de procedimento;
 Escolher o material para coleta (conforme rotina estipulada pelo laboratório).
Aquecer o local da punção (o aquecimento do local a ser puncionado deve ser feito com a
colocação de toalhas úmidas pré-aquecidas em temperatura de 42°C, não mais que isso, para
evitar queimaduras no paciente, deixar as toalhas no local a ser puncionado cerca de três a
cinco minutos);
 Realizar assepsia do local da punção com isopropanol 70%;
 Dispor a lanceta para punção;
 Puncionar a pele do paciente (em adultos e em crianças maiores de um ano de
idade utiliza-se as extremidades dos dedos médio ou anular e em crianças menores de um ano
utiliza-se a superfície plantar lateral ou medial do calcanhar), após a punção a primeira gota de
sangue deve ser limpa com gaze seca e o próximo sangue colocado em recipiente adequado
(conforme a rotina do laboratório de equipamentos utilizados); 51
 Ao término da coleta, pressionar o local da punção com algodão ou gaze e elevar o
local puncionado acima do nível do coração interrompendo o sangramento, identificar os
recipientes conforme a rotina do laboratório, retirar as luvas e lavar as mãos, transportar
amostras conforme rotina do laboratório.

FIGURA 20 – PUNÇÃO PLANTAR

FONTE: Disponível em: <http://www.labtest.com.br/download.php?a=2353>.

Acesso em: 29 dez. 2009.


Considerações importantes sobre a coleta de sangue capilar, conforme documento
elaborado pelo Programa de Educação Continuada do Labtest e divulgado em Informativo
Técnico:

 É necessário atentar para os locais x idade onde não é indicada a realização da coleta
52
capilar de sangue. São eles: área central do calcanhar, dedos de crianças menores de
um ano de idade, locais edemaciados ou previamente puncionados, dedos de um
mesmo lado de uma mastectomia.
 Nas crianças menores de um ano a realização da punção capilar é contraindicada na
curvatura posterior do calcanhar, área central do pé, falange distal dos dedos e lóbulos
das orelhas.
5 TESTE DO PEZINHO

Além das coletas de rotina para pediatria, a coleta de sangue por meio da punção
capilar é realizada amplamente no denominado Teste do Pezinho. A realização do Teste do 53
Pezinho faz parte da chamada Triagem Neonatal, uma ação preventiva desenvolvida pelo
Ministério da Saúde que possui como principal objetivo a detecção precoce de doenças que
possam afetar o crescimento e desenvolvimento da criança.

Em 2001 foi publicada a Portaria GM/MS nº 822, que criou o Programa Nacional de
Triagem Neonatal (PNTN), com isso o Teste do Pezinho se tornou um direito de toda a criança
nascida em território brasileiro, sendo que todos os estados brasileiros contam com pelo menos
um serviço de referência em Triagem Neonatal e vários postos de coleta.

Entretanto, para que o objetivo da realização do Teste do Pezinho seja realmente


alcançado é necessário que a gestante seja orientada quanto à importância de encaminhar a
criança após o nascimento ao posto de coleta e/ou laboratório, uma vez que o período que o
teste é realizado determina a eficácia do resultado.

As doenças investigadas pelo PNTN por intermédio do Teste do Pezinho são:


Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme e Fibrose Cística. Além destas, os
laboratórios particulares podem ampliar a investigação conforme a requisição do pediatra.
Segundo o Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais do Programa Nacional de
Triagem Neonatal do Ministério da Saúde (2002), serão citados abaixo alguns dos cuidados que
envolvem a coleta de amostra para a realização do Teste do Pezinho:

 Quem realiza a coleta: profissional de enfermagem devidamente treinado para


realização do Teste do Pezinho, conforme fragmento do item 3.13 do Manual
acima citado:
O profissional designado como responsável pela coleta em cada posto é a pessoa que
será acionada pelo SRTN toda vez que o contato com a família se fizer necessário. Geralmente
é um profissional de enfermagem (enfermeiro, técnico de enfermagem ou auxiliar de
enfermagem), cuja atividade é regulamentada por legislação específica e no Posto de Coleta tem
a responsabilidade de:

54

• Orientar os pais da criança a respeito do procedimento que irá ser executado, assim como a
finalidade do teste;

• Fazer a coleta e/ou orientar a equipe de coleta;

• Manter registro da realização da coleta e orientação para retirada dos resultados;

• Manter registro da orientação dada aos pais para levar a criança num posto de coleta da rede,
no caso da impossibilidade de realização da coleta (alta precoce) no Hospital/Maternidade;

• Administrar o armazenamento e estoques de papel filtro, assim como solicitação de reposição


de material;

• Administrar as remessas de amostras colhidas ao Laboratório ao qual esteja vinculado, assim


como o recebimento de resultados (controle de remessas enviadas/recebidas);

• Manter registro das ações de busca ativa dos reconvocados: localizar as crianças
reconvocadas cujo material tenha sido devolvido por estar inadequado, por solicitação de nova
coleta de repetição de exame ou para agendamento de consulta no SRTN;

• Administrar e manter registro da entrega de resultados normais ou alterados às famílias;

• Garantir a documentação e registro das informações solicitadas na Portaria GM/MS n.º 822;

• Arquivar os comprovantes de coleta e entrega de resultados.

Material para coleta:

 Papel Filtro do PNTN,


 Luvas de procedimento,
 Lanceta estéril descartável com ponta triangular de aproximadamente dois
milímetros,
 Álcool 70% para assepsia,
 Algodão ou gaze pequena esterilizada.

55
Alguns cuidados com o papel filtro são descritos no item 3.2.1 do Manual acima
referido, conforme fragmento citado abaixo:

 As amostras de sangue só poderão ser coletadas em papel filtro fornecido pelo


laboratório que irá proceder à realização das análises, uma vez que o laboratório
controla cada lote de remessa de papel do fabricante;
 O papel filtro utilizado na triagem é delicado e requer cuidados especiais no
manuseio e armazenagem;
 Calor e umidade excessivos são as condições do ambiente que precisam ser
evitadas, pois podem ser absorvidas pelo papel filtro, sem que se perceba. Isto
vai comprometer a capacidade de absorção final do papel, prejudicando a
condição de padronização da amostra e, consequentemente, a validação dos
resultados dos testes. É o principal motivo que leva a dificuldades no momento
da coleta e, por conseguinte, é a causa mais comum de devolução de amostras
inadequadas;
 Não é conveniente que o posto de coleta armazene grande quantidade de papel
filtro, para que o laboratório possa monitorar o índice de devolução de amostras
que sejam consideradas inadequadas devido à armazenagem inadequada;
 Estoque para 30 dias pode ser considerado mais do que suficiente, até que nova
remessa de material seja solicitada. Nunca deixe para fazer a solicitação de
reposição quando o material já estiver acabando;
 Utilize todo o material de cada remessa antes de iniciar o uso de material da
nova;
 Armazene o material em algum recipiente fechado, em local fresco e bem
ventilado, longe de umidade, contato com água ou quaisquer outros líquidos ou
substâncias químicas;
 Nunca guarde o papel filtro ainda não utilizado em geladeiras, que são locais
com alto índice de umidade que modificam suas características fundamentais de
absorção;
 Idade Mínima para a realização do exame: 48 horas de vida; 56
 Idade Recomendada: 3º a 7º dia de vida; recomenda-se não ultrapassar 30 dias
de vida;
 Jejum: não é necessário;
 Local para Coleta da Amostra: Sala com ambiente tranquilo; não está
recomendado o uso de refrigeradores de ar, pois o resfriamento dos pés do bebê
dificulta a obtenção do sangue.

Coleta da Amostra para Teste do Pezinho:

 Primeiramente o profissional deve certificar-se que o papel filtro está preenchido


corretamente com a identificação correta da criança. Recomenda-se que seja
utilizada para o preenchimento a caneta esferográfica, tendo atenção para não
contaminar no manuseio os círculos do papel filtro onde será acondicionada a
amostra;
 Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimento;
 Posicionar a criança;
 Solicitar à mãe ou responsável que fique em pé e segure a criança na posição
de arroto. O profissional que realiza a coleta deve estar sentado de frente para o
adulto que está segurando a criança;
 Realizar a Assepsia: a assepsia deve ser feita com algodão ou gaze esterilizada
umedecida com álcool 70% no calcanhar do bebê, massageando levemente
para ativar a circulação e somente puncionar após a secagem do álcool;
 Em períodos de temperatura muito baixas, em que somente com a massagem
não é possível estimular a circulação dos pés da criança, orienta-se a utilização
de bolsas de água quente não superior a 44ºC (sempre testar antes de colocar no
paciente), a bolsa não deve ser colocada diretamente no pé do bebê, colocar sobre
a meia ou sapatinho, mantendo por cinco minutos e com a criança em posição
vertical, com o pé abaixo do nível do coração. É recomendado o uso de bolsa de
água quente ao invés de compressas, devido à possibilidade de molhar o papel
filtro utilizando-se as compressas;
 Realizar a punção com a lanceta: o local adequado para a realização da punção 57
com a lanceta é a região plantar do calcanhar em suas laterais;
 Para realização da punção, segurar o pé e o tornozelo da criança, de maneira a
imobilizar, mas não trancar a circulação, penetrar a ponta da lanceta em
movimento único e rápido;
 Coleta do Sangue: após a punção capilar, limpar com uma gaze seca a primeira
gota de sangue, desprezando-a, pegar o papel filtro e encostar-se à próxima
gota de sangue, que estará sendo formada no local da punção. Evitar ao
máximo a pressão do papel sobre o pé da criança, apenas colocá-lo no local
onde está sendo formada a gota e realizar movimentos circulares para que o
círculo seja preenchido completamente. Após o preenchimento completo de um
círculo do papel filtro partir para o próximo círculo, nunca retornando a círculos
anteriores.
 Pós-Coleta: após a coleta, colocar a criança deitada e comprimir levemente o
local de punção até que o sangramento cesse e, se for necessário, realizar
curativo. Visualizar a amostra contra a luz observando se todos os círculos do
papel filtro estão preenchidos de sangue dos dois lados, caso não esteja, repetir
o procedimento, enviando as duas amostras coletas grampeadas uma na outra
para análise. Observando que a coleta foi eficaz, colocar o papel filtro em
posição horizontal em prateleira ou similar, para a secagem, sendo importante
atentar que uma amostra não pode tocar na outra e devem ser mantidas longe
do sol em ambiente de 15 a 20ºC por cerca de três horas.
 O correto é que após a secagem as amostras mantenham uma cor marrom-
avermelhada, sendo que as amostras com excesso de sangue ficam escuras,
endurecidas ou retorcidas, indicando que houve coagulação e não podem ser
aproveitadas, necessitando nova coleta. Seguir os princípios de descartes de
material perfurocortante, utilização de EPI’s (luvas de procedimentos) e lavagem
das mãos antes e após o procedimento.

FIGURA 21 – AMOSTRAS DO TESTE DO PEZINHO

58

Fonte: Disponível em: <http://www4.ensp.fiocruz.br/radis/39/sumula.html>. Acesso em: 29 dez. 2009.


6 HEMOCULTURA

Segundo Lima et al. (2001), a hemocultura é um importante meio de investigação de


vários tipos de moléstias infecciosas bacterianas, que estabelece diagnóstico como a febre 59
tifoide, septicemias estafilocócicas e estreptocócicas, dentre outras infecções. Pode também
direcionar certos tratamentos específicos e influenciar nos prognósticos. As principais indicações
para a realização da hemocultura são: mudança repentina no pulso e temperatura corporal
apresentando ou não calafrios, prostração e hipotensão arterial; pacientes com história de febre
baixa, interrompida por períodos, porém persistente e interligando-se com a presença de sopro
cardíaco, e demais casos suspeitos conforme a avaliação clínica.

Em termos práticos a hemocultura é a análise de uma amostra de sangue buscando


identificar o crescimento de microrganismos. Geralmente é solicitada a coleta da hemocultura no
momento do pico febril do paciente ou um período antes da febre a amostra é colocada em meio
de cultura para verificar se há ou não o crescimento de microrganismos.

6.1 COLETA DE MATERIAL PARA HEMOCULTURA E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Na Hemocultura, o enfermeiro e sua equipe são os corresponsáveis pela realização da


coleta, assim como a validação desse exame. Para isso, deve-se seguir alguns critérios que são
essenciais para que a mesma seja útil, visando o tratamento mais adequado para o paciente.
Critérios estes que Lima et al. (2001) descreve como questões importantes para a coleta, ou
seja, realização da hemocultura durante um pico febril.

O enfermeiro deve estar atento à prescrição do paciente quanto aos sinais vitais,
realizando em períodos menores do que os habituais, para então conseguir a coleta durante a
elevação da temperatura. Outras questões que merecem uma atenção do enfermeiro e sua
equipe são os detalhes sobre o tratamento que o paciente vem recebendo até o momento, e
analisar a melhor forma para a realização da hemocultura. Lima et al. (2001) considera que a
equipe deve evitar ao máximo a coleta do sangue de um paciente que está em uso de drogas
bacteriostáticas ou bactericidas, por exemplo, pois poderá implicar em uma alteração do exame.

Toda hemocultura positiva deve ser imediatamente comunicada ao médico do 60


paciente, assim como o encaminhamento do germe isolado para ser submetido ao antibiograma
e então programar o regime terapêutico (antibióticos).
TABELA 2 - BACTÉRIAS MAIS COMUNS CAUSADORAS DE SEPTICEMIAS

Organismo %de Casos Fatores Pré-Disponentes

Staphylococcus epidermidis 34 Cateter intravenoso, próteses cardíacas, shunts.

Escherichia coli 22 Instrumentos e cateteres de demora geniturinários, perfuração


intestinal, aborto séptico.

61
Staphilococcus aureus 15 Abscesso, úlcera de decúbito, osteomielite, pneumonia
estafilocócica.

Pseudomonas species 6 Queimaduras, quimioterapia imunossupressora.

Alpha streptococcus 6 Cirurgia dentária, doença de gengiva.

Streptococcus pneumoniae 6 Alcoolismo, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC),


pneumonia pneumocócica.

Bacterioides species 3,5 Traumatismo, doença dos tratos gastrintestinais e geniturinários.

Haemophilus influenzae 3 Nasofaringite por H. influenzae.

Cândida species 1,5 Queimaduras, quimioterapia imunossupressora, alimentação


parenteral.

Streptococcus pyogenes 1,4 Faringite, amigdalite estreptocócicas.

Clostridium species 1,4 Aborto séptico, doenças das vias biliares, cirurgia.

Salmonella species 0,8 Alimento ou água contaminada.

FONTE: LIMA et al.: Métodos de laboratório aplicados à clínica, 2001.

6.2 PRINCIPAIS CUIDADOS QUE O PROFISSIONAL DEVE MANTER NA COLETA DA


HEMOCULTURA

6.2.1 Momento Adequado para coleta


 Verificar sempre a solicitação médica quanto ao pedido da hemocultura, estando em
constante contato com a equipe de enfermagem, principalmente nas situações em que o
solicitante indica o pico febril como momento da coleta, por exemplo: “Coletar
Hemocultura se Temperatura igual ou superior a 38ºC”.
 Estar atento para os intervalos de coleta, ou seja, em alguns casos a coleta de
hemocultura é indicada em intervalos determinados como 30 a 60 minutos.
62
 Em pacientes que possuem regularmente picos febris a recomendação da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (2004) é de que a coleta da amostra para hemocultura
seja feita uma hora antes do início da febre do paciente. Nestes casos, a enfermagem
da unidade de internação deverá manter um acompanhamento dos horários frequentes
da febre do paciente, possibilitando uma previsão de horários para a coleta pelo técnico
do laboratório. A SBPC/ML (2009) descreve que as bactérias entram na corrente
circulatória uma hora antes do desenvolvimento da febre.

6.2.2 Quantidade de Amostras da Hemocultura

Depende da investigação que o clínico está fazendo sobre o diagnóstico do paciente.


Geralmente são coletadas duas ou três amostras de hemocultura. É importante ser conhecedor
dos números de amostras a serem coletadas antes da realização do procedimento.

6.2.3 Volume de Sangue

A coleta de sangue para hemocultura se faz com um volume maior de sangue se


comparado a uma coleta simples. Segundo a SBPC/ML (2009), a quantidade de sangue
recomendada para adultos é de 20 a 30 ml por amostra e para crianças 1% do volume total de
sangue calculado pelo peso da criança.

6.2.4 Material para Coleta 63

As garrafas para hemocultura são utilizadas para armazenar a amostra (sangue),


essas garrafas apresentam-se como aeróbicas ou anaeróbicas. As garrafas possuem uma
tampa de borracha onde deve ser colocado o adaptador (coleta em sistema fechado) para que o
sangue seja transferido do escalpe para a garrafa. O profissional deve ter conhecimento na
identificação das garrafas para seguir as rotinas adequadamente, conforme preconiza o
laboratório.

6.2.5 Transporte das Amostras

Segundo a SBPC/ML (2009), as amostras devem chegar ao laboratório no máximo em


duas horas após a coleta e nunca devem ser refrigeradas ou congeladas; a temperatura
ambiente é usada para o transporte das amostras.
6.2.6 Cuidados na Coleta em Sistema Fechado da Hemocultura Segundo a SBPC/ML (2009)

O sistema fechado para coleta da hemocultura é o mais indicado e constitui-se de um


escalpe e um adaptador para coleta a vácuo. Primeiramente o profissional deve observar as 64
garrafas quanto a sua integridade. A assepsia é modificada se comparada a outras coletas de
sangue, por ser realizada com álcool 70% seguido de PVPI ou Clorexidina (aguardar 30
segundos para ação).

A preparação das garrafas para receber a amostra é feita por meio da remoção da
tampa e assepsia com álcool 70% nas tampas de borracha, identificando as garrafas com a
identificação do paciente e indicando na garrafa o volume de sangue (nível) a ser coletado.

Após, se une o escalpe estéril ao adaptador estéril, realiza-se a punção da veia do


paciente (conforme técnica já descrita), coloca-se primeiramente a garrafa aeróbica ajustando o
adaptador na tampa de borracha da garrafa e deixando fluir o sangue necessário para dentro da
garrafa e assim sucessivamente, até o fim da coleta das amostras.

Ao término da coleta descartar materiais perfurocortantes, conforme rotina e retirar o


PVPI do braço do paciente com álcool 70%, antes de ocluir o local da punção com curativo;
quando a Clorexidina é utilizada não é necessária a remoção. Em crianças com idade de dois
meses ou mais é recomendado a Clorexidina para assepsia, e crianças menores que dois meses
recomenda-se para a assepsia o uso do álcool isopropílico a 70%.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2004) instrui as seguintes recomendações


na coleta da Hemocultura:

 Não está recomendada a técnica de coleta de hemocultura em cateteres ou cânulas,


quando é possível a punção venosa;
 Punções arteriais não trazem resultados eficientes na hemocultura se comparadas com
as punções venosas;
 Não é recomendada a troca de agulha entre a punção de coleta e a colocação do
sangue no frasco de hemocultura;
 Cabe a cada instituição ter a rotina sobre as coletas de acordo com o sistema utilizado.
Nos locais onde se utilizam as coletas por sistema aberto, ou seja, com seringa e
agulha, após a punção com a agulha no paciente e aspiração do sangue, o profissional deverá
colocar a amostra no frasco de coleta para hemocultura sem a necessidade de trocar a agulha
para colocar o sangue no frasco, segundo as recomendações citadas acima pela ANVISA 65
(2004).
7 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À COLETA DO SANGUE VENOSO

Segundo Torres, Andrade & Santos (2005), a punção venosa periférica constitui-se em
uma das atividades mais frequentes realizadas pelos profissionais de saúde, especialmente os 66
profissionais da equipe de enfermagem, sendo que a execução deste procedimento envolve
conhecimentos advindos da anatomia, fisiologia, farmacologia, psicologia, entre outros inclusive
a destreza manual. É considerada uma técnica invasiva visto que o cateter provoca o
rompimento da proteção natural e como consequência a comunicação entre o sistema venoso e
o meio externo.

A diminuição das complicações relacionadas à punção venosa para coleta de sangue


está diretamente relacionada ao correto manuseio dos materiais e equipamentos utilizados para
o procedimento, ao conhecimento do profissional que realiza a coleta, ao uso dos equipamentos
de proteção individual (luvas), assepsias corretas (lavagem das mãos, assepsia antes da
punção), descarte correto de materiais perfuro cortantes e manutenção asséptica das salas de
coleta.

Desta forma é possível concluir que a operacionalização do processo de coleta de


sangue deve ser alvo de treinamento constante concedido ao pessoal de enfermagem, incluindo
normas e rotinas específicas e claras para o entendimento de todos os envolvidos. As principais
complicações relacionadas à punção para coleta de sangue venoso descrito pela SBPL/ML
(2009) são:

 Hematomas: pode ocorrer durante ou após a realização da punção venosa. Nos


casos em que o hematoma é visualizado pelo profissional durante a coleta
indica-se retirar o torniquete e a agulha imediatamente e realizar compressão
local por um período de dois minutos, sendo indicado o uso de compressas frias
para atenuar a dor.
 Punção em Artéria: acidentalmente, no momento em que está se puncionando
a veia pode ser puncionada uma artéria, a identificação de que esta ocorreu, ao
invés daquela, é feita pela visualização de um sangue vermelho vivo e em forma
de jato fluindo. Retira-se a agulha e o torniquete e recomenda-se a compressão
local por cinco minutos e uma eficiente oclusão no local da punção. Neste item
cabe ressaltar a importância da identificação da veia a ser puncionada antes da
realização do procedimento, como foi descrito anteriormente, uma vez que
sendo esta identificação correta o risco de se puncionar uma artéria é mais
difícil. 67
 Anemia Iatrogênica: diz respeito às quantidades (volume) de sangue para a
coleta, já que em alguns casos a retirada de volumes maiores e por mais vezes
pode ter como consequência uma anemia iatrogênica. É importante estar atento
principalmente nos casos dos pacientes pediátricos nos volumes mínimos a
serem coletados para a realização dos exames laboratoriais. Outro fator
importante neste item diz respeito a uma coleta eficiente, ou seja, a partir de
uma coleta correta evita-se o procedimento de recoleta por falhas.
 Lesão nervosa: para evitar qualquer forma de lesão nervosa no procedimento
de punção para coleta de sangue venoso é recomendado evitar a inserção
rápida e muito profunda da agulha. Ao puncionar o paciente, se a veia não foi
localizada, não é orientada a busca pela localização da veia com a agulha dentro
do paciente. O correto é retirar a agulha por completo e realizar nova punção. A
instrução ao paciente deve ser de evitar movimentos bruscos.
 Infecção: é rara, mas deve ser considerada. Os principais cuidados para evitar o
processo infeccioso no local da punção venosa é a correta assepsia do local a
ser, a utilização do menor intervalo de tempo possível entre a retirada do
protetor de agulha e a punção, e a abertura do curativo para oclusão do local da
punção somente no momento da colocação e com permanência de pelo menos
15 minutos.
 Dor: uma dor de pequena intensidade é normal mediante a punção venosa,
entretanto, nos casos em que se observa dor intensa, parestesias, irradiação da
dor pelo braço durante ou após a punção podem indicar comprometimento
nervoso na punção e deve ser investigado. A pele seca após a assepsia
proporciona uma sensação dolorosa, desta forma torna-se importante a
recomendação de aguardar o tempo mínimo para a secagem do antisséptico
utilizado.
8 GASOMETRIA ARTERIAL

Segundo Brunner (2002), a gasometria sanguínea arterial é um exame realizado a fim


de avaliar a capacidade pulmonar de duas maneiras, quanto à proporção adequada de oxigênio 68
e a remoção do dióxido de carbono; também avalia-se a capacidade dos rins do indivíduo,
observando a reabsorção ou excreção dos íons de bicarbonato para manter o pH corporal
normal.

8.1 COLETA DE AMOSTRA PARA GASOMETRIA ARTERIAL

A coleta da gasometria arterial é realizada por meio de uma punção arterial,


normalmente na artéria radial, braquial ou femoral. É uma técnica extremamente asséptica, a fim
de prevenir infecções, e deve ser realizada por profissional treinado. Rogante (1994) destaca a
importância da heparinização da seringa que será feita a coleta, com a finalidade de facilitar a
subida do êmbolo ao puncionar a artéria, também enfatiza a utilização de apenas 0,1 ml de
Heparina, pois maiores quantidades alteram o PCO².

Após é realizada a escolha do local de melhor condição para a punção, normalmente a


artéria pediosa, radial, femoral e braquial. A amostra do sangue na seringa heparinizada poderá
permanecer em geladeira até 30 minutos antes de ser encaminhada ao laboratório para análise.
Esta técnica deve ser realizada por enfermeiro ou membro de sua equipe treinado, pois consiste
em uma punção diferenciada da convencional (punção venosa), envolve artéria com fluxo
sanguíneo aumentado, exigindo cuidados e técnicas diferenciadas.

A seleção do local para a realização da punção arterial é condição importante, pois


partirá desta a técnica a ser utilizada. Rogante (1994) destaca as técnicas para cada artéria
escolhida, ou seja, quando àquela de escolha for a pediosa ou radial, a introdução da agulha
deve ser com um ângulo de 30° (angulação oblíqua), o que irá favorecer a compressão da
artéria de uma forma natural para estancar o sangramento pela diferença da abertura cutânea e
da artéria.

Para a punção da artéria braquial é feita uma angulação também oblíqua, porém com
um ângulo de 45°, e por fim na artéria femoral é introduzida a agulha com um ângulo de 90°. 69
Após a punção o profissional deve fazer compressão com movimento firme na artéria por no
mínimo cinco minutos ou até que tenha cessado completamente o sangramento no local, a fim
de evitar hematomas e traumas na artéria. A agulha utilizada deve ser com calibre de 25 x 6 ou
então a agulha utilizada para a administração de insulina e seringas descartáveis.

Viegas (2002) descreve que o paciente que será submetido à coleta de gasometria
arterial deve estar no momento do procedimento sentado, com exceção dos pacientes
acamados, e em repouso de pelo menos 10 minutos antes da realização da punção. Também é
necessário registrar algumas informações importantes no pedido do exame como: identificação
do paciente, uso de medicamentos (broncodilatadores e vasodilatadores) e o uso ou não da
oxigenoterapia, estes dados auxiliam na interpretação clínica do exame.

Segundo a SBPC/ML (2009), os principais cuidados a serem tomados na realização da


punção arterial para gasometria são:

 Identificação: incluindo dados de identificação pessoal e leito onde o paciente


está internado; médico assistente que solicita o exame, data e horário da coleta;
fração de oxigênio inspirado; temperatura do paciente; frequência respiratória;
modo de ventilação do paciente; local da punção; posição e atividade (repouso
ou após exercício) e identificação do profissional que realizou a coleta.
 Avaliação do Paciente: além das condições gerais já citadas para coletas de
amostras de sangue, recomenda-se que o paciente esteja em um padrão
respiratório estável pelo menos 20 a 30 minutos antes da realização da coleta
nos casos de paciente com respiração espontânea e nos pacientes com
ventilação mecânica ou em uso de máscara de oxigênio recomenda-se aguardar
30 minutos de ventilação estável para realização da coleta da gasometria.
Materiais utilizados: para a coleta de gasometria recomenda-se a utilização de
seringas de plástico já preparadas com heparina liofilizada. Este tipo de seringa
após a coleta da amostra deve ser mantido em temperatura ambiente por no
máximo 30 minutos para análise. Nos casos em que a análise está prevista para
um intervalo de tempo superior é necessário realizar a coleta em seringa de
vidro e conservá-la com gelo e água até serem submetidas à análise.
 Locais de Punção Arterial: artérias radial, braquial ou femoral, sendo que em 70
recém-nascidos a coleta pode ser feita nas artérias do couro cabeludo ou do
cordão umbilical nas primeiras 24 a 48 horas de vida. Após a coleta é
necessário que a agulha da seringa seja retirada e seja colocado um oclusor na
ponta da seringa (similar a um plug de borracha), homogeneizando a seringa
lentamente entre as mãos; o ideal é que a amostra seja encaminhada ao
laboratório em até 15 minutos após a coleta.

Veigas (2002) descreve que o procedimento de punção para a coleta arterial deve ser
feito após a anestesia local por via subcutânea ao lado do local onde haverá a punção,
principalmente por evitar a dor causada pelo procedimento, diminuindo a ansiedade do paciente
e a hiperventilação. A realização da punção arterial é de competência médica ou do enfermeiro
treinado, cabe a toda equipe de enfermagem ter ciência dos principais cuidados a serem
realizados antes e após a punção no que lhe compete, incluindo o preparo do material para
realização da punção, uma vez que nos casos de realização de anestesia local o material deverá
estar preparado para a utilização pelo médico que irá realizar a coleta e a anestesia.

Como a coleta da amostra é realizada em uma artéria, é importante a enfermagem ter


ciência do cuidado após a realização da punção. A indicação é de que o local puncionado seja
comprimido com força por aproximadamente cinco minutos e em alguns pacientes a compressão
poderá ser mais prolongada, evitando a formação de hematoma (VEIGA, 2002).
9 REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO

O Trato Gastrointestinal é uma via medindo aproximadamente cinco metros de


comprimento e se estende desde a boca até o ânus, atravessando esôfago, estômago e
intestinos. O esôfago está localizado na cavidade torácica, mais exatamente no mediastino, tem
cerca de 25 cm de comprimento e distende-se quando o alimento passa por ali. O estômago 71
localiza-se na parte superior do abdome, tem uma capacidade de 1.500 ml, e divide-se em
cárdia (entrada), o fundo, o corpo e o piloro (saída); uma musculatura lisa e circular nas paredes
do piloro forma o esfíncter pilórico que tem como função o controle da abertura entre o estômago
e o intestino delgado.
O intestino delgado é o segmento mais longo do trato, atinge uma área de superfície
de aproximadamente 7.000 cm, pois tem a capacidade de se dobrar para trás e para diante
sobre si mesmo; esta área proporciona a secreção e absorção dos nutrientes da corrente
sanguínea por meio das paredes do intestino. O intestino delgado é dividido em duodeno (parte
superior), jejuno (parte média) e íleo (parte inferior).
O intestino grosso é composto por três segmentos: o ascendente no lado direito do
abdome, o transverso que se estende desde o lado direito até a esquerda na parte superior do
abdome e o segmento descendente no lado esquerdo do abdome. O cólon sigmoide e o reto
constituem as porções terminais do intestino grosso, sendo que o reto constitui continuidade do
ânus e este é regulado por uma série de músculos estriados formando os esfíncteres anais
interno e externo.
As fezes são alimentos não digeridos, materiais inorgânicos, água e bactérias, sendo
que o material fecal é constituído 75% de líquidos e 25% de água. A coloração acastanhada das
fezes se dá pela clivagem da bile com bactérias intestinais, já as substâncias químicas que são
elaboradas pelas bactérias intestinais são responsáveis pelo odor. O trato GI é composto de 150
ml de gases (metano, sulfeto de hidrogênio, amônia etc.), sendo que parte destes é absorvida
para dentro da circulação e detoxificados pelo fígado ou expelidos pelo reto, denominado de
flatulência.
72

FONTE: Disponível em: <http://www.qpcpesquisa.com/Sistema%20digestivo.gif>. Acesso em: 20 dez. 2009.

9.1 EXAME DE FEZES

O exame de fezes tem diversas finalidades, entre elas o estudo das funções digestivas,
a dosagem de gordura, identificação de sangue oculto e parasito e a coprocultura (LIMA et all,
2001). Brunner (2002) diz que o exame básico de fezes inspeciona a amostra identificando a
consistência, coloração e teste para sangue oculto. Sendo que após a coleta da amostra podem
ser realizados os testes de consistência e coloração.
O exame é constituído em três partes: análise macroscópica, análise microscópica e
exame químico. A parte macroscópica inclui a consistência, peso, forma, aspecto, cor, odor e
viscosidade das fezes, e serão citadas abaixo conforme Lima et all (2001).

9.1.1 Consistência
As fezes em condições normais apresentam-se sólidas e são compostas por 75% de
água. Fatores como as diarreias e alimentação vegetariana podem ocasionar fezes com até 95 a
100% de água.

9.1.2 Peso

73

Esta característica varia muito conforme a qualidade e quantidade de alimentos


ingeridos em um dia. Em média, um indivíduo normal elimina de 100 a 150 gramas por dia,
porém esta medida varia conforme a dieta e algum acometimento a nível intestinal, como é o
caso de pacientes portadores de fermentação intestinal intensa ou de enterite, que chegam a
eliminar cerca de 800 gramas ou mais. A presença de muco, sangue, pus e os resíduos da
alimentação também influenciam no peso das fezes.

9.1.3 Forma

A forma varia conforme a consistência. Nas diarreias, a massa fecal é amorfa e na


constipação intestinal é em forma de cibalas.

9.1.4 Aspecto

Está relacionado à consistência e à forma das fezes; geralmente, o aspecto das fezes
se apresenta como uma pasta fina e regular.
9.1.5 Cor

Normalmente, são acastanhadas devido à presença de estercobilina ou


hidrobilirrubina, que são pigmentos biliares. A cor das fezes varia muito conforme a alimentação
dos indivíduos e também pela associação de patologias.
As verduras ricas em clorofila originam uma cor esverdeada; a dieta láctea uma cor 74
amarelada; certos medicamentos, como os sais de ferro, apresentam uma coloração preta-
esverdeada. Em algumas patologias, a coloração esbranquiçada ou descorada chamada de
massa de vidraceiro indica a ausência de pigmentos biliares.
As fezes pretas, popular melena, caracterizam a presença de sangue digerido e as
avermelhadas resultam da presença de sangue não digerido proveniente das partes inferiores do
intestino.

9.1.6 Odor

O odor das fezes está interligado com vários fatores, entre eles, alimentares,
medicamentosos e patológicos. Em condições patológicas, como nos casos de fermentação
intestinal, apresentam-se com um cheiro butírico ou rançoso; nos de intensa putrefação cheiro
pútrido, e nos carcinomas do cólon e reto, cheiro pútrido penetrante.

9.1.7 Viscosidade

O teor do muco existente que irá caracterizar a viscosidade das fezes. Na fermentação
intestinal, as fezes são pouco viscosas, semelhantes a uma massa esponjosa, e quando em
contato com a água, desagregam-se facilmente. As fezes de portadores de colite e de putrefação
intestinal, com a presença da água, dificilmente se desfazem.
9.1.8 Elementos Anormais

Os elementos anormais encontrados no exame macroscópico das fezes são aqueles


que podem ser identificados quase sempre a olho nu, após a diluição do material, exceto na
avaliação de presença de sangue, que é mais fácil a visualização sem a diluição. Compreendem
resíduos alimentares dos mais variados, incluindo tecidos conjuntivos, fibras musculares, 75
gordura, detritos vegetais, etc., e em casos raros e excepcionais, a presença de cálculos
intestinais, biliares ou pancreáticos, ou até pólipos e fragmentos de neoplasmas.
O muco também compreende esses elementos e sugerem forte irritação ou inflamação
do trato intestinal que se dividem em pequenas estrias e filamentos maiores. O sangue também
pode ser encontrado nas fezes, e conforme sua coloração e as partes do intestino que a
originam, o sangramento é indicativo de patologias; assim, na presença de sangue vivo é
necessário que o paciente seja submetido a um exame de retossigmoidoscopia devido à
possibilidade de diagnóstico de câncer de reto que tem cura quando na fase inicial.
Na presença de sangue em grande quantidade e evacuações frequentes é
recomendada a realização de colonoscopia a fins diagnósticos. A pesquisa de sangue oculto nas
fezes pode ser realizada por meio do Hemoccult, um teste rápido que consiste em uma carteira
fina de papel de filtro contendo resina de guáiaco, uma substância que tem atividade
antimicrobiana sobre bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Com o auxílio de uma
espátula, são espalhadas pequenas quantidades de fezes sobre o papel e após é acrescentado
algumas gotas de água oxigenada, se neste momento o papel ganhar uma coloração azulada, é
indicativo de sangue oculto nas fezes. Ainda pode ser encontrado pus e parasitos nas amostras.

FONTE: Disponível em: <http://www.richardsfamilyhealth.com/illustrations/hemocult.jpg >. Acesso em: 21 dez. 2009.


Segundo Lima et all (2001), o exame microscópico visa à identificação dos sinais
coprológicos e é realizado com partes da amostra estrategicamente escolhidas por alguma
característica suspeita.

9.1.9 Coleta de Amostra para o Exame de Fezes

76

Para a coleta das fezes usa-se recipientes de boca larga, e rolha esmirilhada,
preferencialmente esterilizada. A coleta deve ser realizada na dejeção, de maneira uniforme,
tendo o cuidado de não contaminar a amostra com água, urina ou outros elementos que possam
vir a alterar o exame. Também devem ser respeitadas algumas considerações em relação ao
preparo do paciente, para que a coleta da amostra possa ser validada.
Na prática, os principais tipos de exame de fezes realizados são: Exame de Fezes
Parasitológico Simples ou Comum, que é feito a partir de uma coleta de fezes ao dia; o Exame
Parasitológico com Conservantes (MIF) em que o laboratório fornece ao paciente e/ou ao
profissional que auxilia a coleta três frascos contendo conservantes, desta forma a coleta será
realizada em três dias; o Exame Parasitológico Seriado, são igualmente três frascos para coleta,
entretanto sem conservantes; e a Cultura de Fezes.
A coleta de fezes é um procedimento que pode ser realizado em casa pelo próprio
paciente e/ou em ambiente hospitalar quando o paciente estiver internado. Em qualquer forma
de coleta a assistência de enfermagem deve ser baseada nas corretas instruções ao paciente no
que tange ao preparo e à coleta da amostra. Nos pacientes incapacitados e/ou crianças, a
enfermagem é responsável pela realização do exame durante a hospitalização ou instrução ao
familiar (cuidador) para que realize em domicílio.
O frasco para a realização da coleta de fezes é fornecido pelo laboratório e as
instruções para coleta igualmente; é importante que o profissional de enfermagem esteja atento
a todas as orientações rotinizadas pelos laboratórios, pois pode haver diferenças nas rotinas
mediante a utilização dos materiais e substâncias (conservantes). A seguir, serão citados os
cuidados referentes à coleta de fezes em adultos e crianças baseados na instrução do
Laboratório São Lucas (2008) e no Laboratório Hemovita (2006):
Coleta de fezes:
 Coletar as fezes no recipiente fornecido pelo laboratório, tendo o cuidado para não
contaminar com água do vaso sanitário ou urina; após a coleta tampar o frasco e sempre
identificá-lo.
 Exame parasitológico simples: defecar em recipiente apropriado fornecido pelo
laboratório ou em um papel toalha limpo e com uma espátula colocar a quantidade necessária do
tamanho de uma noz no frasco, tendo a atenção para colocar no frasco partes das fezes que 77
contenham sangue ou muco que são importantes para a análise. Nos casos em que o paciente
não apresente diarreia, colher as fezes a qualquer hora do dia. Tampar o frasco, identificá-lo e
enviar ao laboratório em até duas horas em temperatura ambiente ou conservando em geladeira
por no máximo 14 horas.
 Exame parasitológico com conservantes (MIF): neste caso o paciente recebe três
frascos de coleta de fezes do laboratório sendo dois com conservantes e um sem conservante. A
coleta é feita da mesma forma que no exame parasitológico simples, entretanto, o paciente
deverá ser instruído a coletar em dias alternados cada amostra de fezes, com pelo menos um
dia de intervalo para coleta de cada amostra. Após a colocação da amostra no frasco é
importante fechá-lo e agitar o frasco para mistura com os conservantes; a última coleta refere-se
ao frasco sem conservante. Identificar e manter na geladeira até o encaminhamento ao
laboratório.
 Exame parasitológico Seriado: são fornecidos três frascos para coleta, porém sem
adição de conservantes; a coleta é feita da mesma forma que o exame de fezes comum,
entretanto, tendo atenção para seguir os dias alternados para a realização da coleta.
 Cultura de fezes: a coleta é feita da mesma forma que o exame comum de fezes,
entretanto, cabe ressaltar alguns cuidados específicos que são a espera do intervalo de até sete
dias caso o paciente esteja recebendo antibioticoterapia para após realizar a coleta; o uso de
laxantes quando necessários somente são permitidos mediante orientação médica (e quando
utilizados devem ser à base de sulfato de magnésio). A bibliografia discorda entre o tempo de
armazenamento e transporte da coleta para o laboratório, ou seja, alguns laboratórios utilizam a
regra de não refrigerar a amostra e encaminhá-la imediatamente para análise, enquanto outros
instruem que após a coleta o material pode ser conservado a temperatura ambiente por até três
horas e no máximo seis horas sob refrigeração.
 Coleta de fezes em crianças: é realizada em recipiente próprio e está
contraindicado coletar a amostra das fraldas das crianças.
 Swab anal: o swab anal é utilizado na investigação de parasitas que permanecem
na região perianal; esta técnica é realizada por meio da utilização de um kit constituído por uma
fita adesiva transparente, um tubo de ensaio, uma lâmina e um porta-lâminas; a recomendação é
de que a coleta do swab seja feita no período entre as 21 e 24 horas, ou na primeira hora da
manhã antes do banho. A técnica consiste em colocar a fita adesiva na ponta do tubo de ensaio
(parte colante para fora) e posteriormente esfregar a extremidade do tubo na região perianal do
paciente, e após colocar a fita adesiva na lâmina cuidando para não encostar – a parte colante 78
fica fixada na lâmina (LABORATORIO BURIGO, 2009).

Disponível em: <http://www.petlab.com.br/Imagens/PoteFezes.jpg>. Acesso em: 29 set. 2010.

 Coleta para pesquisa de sangue oculto nas fezes: a amostra para este fim deve
estar isenta de possíveis erros para a análise, desta forma é instruído o paciente para que
mantenha uma dieta adequada para a obtenção de uma amostra eficaz. A dieta recomendada é
de três dias antes da obtenção da amostra e também no dia da coleta do material, sendo que
constitui-se na exclusão de carne vermelha e branca, vegetais como rabanete, nabo, couve-flor e
beterraba, leguminosas como soja, feijão, lentilha, grão de bico e milho e azeitonas, amendoim,
nozes e castanha. O paciente também deve ser orientado a não realizar a coleta em períodos
menstruais, se estiver com perda de sangue hemorroidário ou presença de sangue na urina; não
utilizar medicamentos irritantes da mucosa gástrica como aspirina, e não incentivar o
sangramento gengival na escovação, sendo que todos estes itens devem ser comunicados ao
laboratório no momento da entrega da amostra caso estejam presentes.

79
10 REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA URINÁRIO

O sistema urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. O sistema, em


conjunto com os rins, desempenha uma função excretora, reguladora e secretora. Excreta os
produtos de degradação, regula os eletrólitos, o equilíbrio ácido/básico e a produção de
eritrócitos; secreta as prostaglandinas e faz o controle da pressão arterial. 80
Também desempenha a formação da urina por meio das unidades funcionais dos rins,
os néfrons, que irão formar um processo dividido em três etapas formando a urina. A filtração
glomerular é a primeira etapa, seguida da reabsorção tubular e a secreção tubular.
A filtração do glomérulo ocorre pela entrada de sangue para dentro do glomérulo a
partir de uma arteríola aferente, a parte filtrada denominada de ultrafiltrado, passa então pelos
túbulos renais. Cerca de 1/5 do ultrafiltrado chega até os néfrons constituindo aproximadamente
180 litros de filtrado diariamente. Do filtrado produzido diariamente por meio dos rins, 99% são
reabsorvidos pela corrente sanguínea, totalizando de 1.000 a 1.500 ml de urina por dia.
A água, os eletrólitos (sódio, bicarbonato, cloro e potássio), a glicose, a creatinina, a
ureia e o ácido úrico são filtrados no glomérulo, reabsorvidos nos túbulos renais e excretados na
urina. A reabsorção tubular ocorre nos túbulos renais por meio de uma substância com a
capacidade de sair do filtrado e voltar para os capilares peritubulares. A secreção tubular
evidentemente ocorre nos túbulos renais e forma um processo inverso da reabsorção, a
substância sai dos capilares peritubulares e consegue a penetração no filtrado.

10.1 EXAME DE URINA

O exame de urina gera informações clínicas muito importantes sobre a função renal
dos pacientes e é considerado que uma avaliação detalhada do exame é capaz de diagnosticar
doenças subjacentes, porém nos exames de urina rotineiros na admissão de um paciente e na
avaliação pré-operatória, os resultados apresentam-se geralmente controversos, pois não
apontam achados fora da normalidade que tornem necessário o tratamento (BRUNNER, 2002).
Para Lima et al (2001), o exame de urina é uma análise de rotina considerado um dos
mais antigos e o mais recorrido pelos médicos para apreciação, pela sua sofisticação,
simplicidade de técnicas, incluindo a obtenção fácil da amostra e o baixo custo financeiro.
Paolucci (1977) destaca o exame de urina como um meio seguro na detecção de
patologias do sistema urinário que compreende uma avaliação qualitativa de elementos químicos
presentes na urina.
A análise do exame de urina é dividida em exame físico, exame químico que inclui o 81
qualitativo e o quantitativo, o exame microscópico, a identificação de cálculos e o exame
bacteriológico.
O exame físico da urina inclui o volume da amostra, a cor da urina, o aspecto, o odor, a
reação, o ph e a densidade. Especificando, baseado em Lima et al (2001):
- Volume: o volume de uma amostra de um paciente em condições normais é em
média de 1.000 a 1.500 ml por dia, sendo o volume aumentado (poliúria) presente em pacientes
portadores de diabetes mellitus, e insípido, acometidos por afecções do sistema nervoso e
condições ambientais (frio). Percebe-se uma diminuição de volume (oligúria) em casos de nefrite
aguda, moléstias cardíacas e pulmonares, diarreia, vômito, desidratação, entre outros.
- Cor: a cor da urina é variável conforme a presença e concentração de pigmentos
urinários, a dieta habitual do paciente, o uso de medicamentos e elementos patológicos que
podem estar presentes. Abaixo é apresentada uma tabela com as colorações que a urina pode
assumir e a causa provável segundo Lima et al (2001).
Coloração que a urina pode assumir em diversas condições.

COR CAUSA PROVÁVEL

Citrina à âmbar Urocromo (normal)

Alaranjada Urina Concentrada

Amarela intensa Ribloflavina – nitrofurantoína, cenoura

Laranja brilhante Pyridium, piramido


Esverdeada Bilirrubina – Biliverdina, Acriflavina, Amitriptilina.

Vinho ou castanho Hemoglobina ou Uroporfirinas, Mioglobina, Beterraba


avermelhada

Castanha à negra Melanina, Ac. Homogentísico, Metildopa, envenenamento por


fenol, Melanoma

Quase incolor Urina muito diluída 82

Vermelha Fenolftaleína (urina alcalina), Sangue, Rifocina

Verde ou azul Azul de Metileno, Infecção por Pseudomonas

Fluorescência - Amarelo Flavonas de algumas preparações vitamínicas (complexo B)


esverdeada

Leitosa Quilúria

Leitosa Opalescente Lipidúria, piúria

Castanho – Escura Altas doses de Levodopa

FONTE: Métodos de Laboratório Aplicados a Clínica, Lima et al, 2001.

 Aspecto: o aspecto da urina logo eliminada é límpido, porém a medida que o tempo
passa e ela encontra-se em repouso, inicia-se a turvação, pelo acúmulo de leucócitos, células
epiteliais e muco; esse processo chama-se de nubécula e é mais frequente em mulheres. As
substâncias mais encontradas na turvação da urina são os fosfatos e uratos amorfos, o pus e os
germes.
 Cheiro: o cheiro característico logo após a eliminação da urina é devido aos ácidos
orgânicos voláteis encontrados nela. Entretanto, o uso de medicamentos também é um fator que
causa alteração, dando a urina um cheiro característico da medicação, assim como no
envelhecimento ocorre a alteração do odor da urina para amoniacal.
 Reação: a reação da urina é evidenciada pelo papel de tornassol; a alteração da
coloração deste papel caracteriza a urina como: ácida, alcalina ou neutra. O papel de tornassol
de cor azul, na presença de urina ácida torna-se vermelho, e o tornassol de cor vermelha na
presença de urina alcalina torna-se azul. Quando as cores de ambos não se alteram, indica uma
urina neutra; agora quando ambos apresentam alteração na coloração, denomina-se reação
anfótera.

PAPEL TORNASSOL

83

FONTE: Disponível em:< http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/indicadores-ph.htm >. Acesso em: 21 dez.


2009.

 Ph: a urina é normalmente ácida visto que os elementos excretados pelos rins
também incluem substâncias ácidas. Os valores do Ph normal da urina variam entre 5,5 a 7,0.
Os valores maiores que 7,0 podem indicar bactérias na urina, por outro lado, valores inferiores a
5,5 sugerem acidose sanguínea elevada.
 Densidade: a densidade da urina é um fator importante para a investigação
diagnóstica. A água pura possui uma densidade de 1.000; desta forma, o resultado da urina mais
próximo a 1.000 significa uma urina diluída enquanto que valores mais afastados indicam uma
urina mais concentrada. As referências da densidade da urina para um adulto sadio oscilam
entre 1, 001 a 1, 030 até 1.035.
A segunda parte do exame de urina consiste no exame químico qualitativo, que mostra
os elementos normais e anormais presentes na urina. Segundo Valada (1995), os elementos
normais que compõem a urina são as substâncias inorgânicas, orgânicas (creatinina, ureia,
aminoácidos, etc.), as substâncias nitrogenadas (acetonas, fenóis), e o elemento geral que é a
água.
 Proteínas e albuminas: apenas uma pequena parte das proteínas consegue
ultrapassar a filtração glomerular e ter sua reabsorção no túbulo proximal. Um adulto sadio
atinge uma eliminação proteica de 30 a 50 mg durante 24 horas, sendo que destas, um terço
constitui-se de albumina e o restante de globulinas alfa 1 e alfa 2. A eliminação da proteinúria
sofre alterações funcionais, denominada de proteinúria funcional, pois pode ter seu aumento
durante a prática de exercícios físicos, em posição ereta e estado febril, como também é maior
durante o dia do que a noite. Em pessoas com metabolismo normal, o correto é a inexistência de
proteína na urina, visto que a excreção normal é tão baixa que na maioria das vezes não é
detectada pelos exames. Já em pessoas com algum tipo de alteração metabólica e/ou doença
renal, a proteína aparece na análise da urina.
 Glicose (substância redutora): a glicosúria é determinada pela presença de 84
açúcares redutores na urina. Em um paciente em condições normais, é possível encontrar
glicose ou outras substâncias redutoras ao redor de 0,03 a 0,1 g% na eliminação. Certas
substâncias redutoras como o ácido úrico, creatinina e outros medicamentos podem aumentar
esses níveis de excreção, sendo importante identificar se o paciente faz uso de algum
medicamento. Pessoas com glicemia sanguínea alterada (valores a partir de 180 a 200 mg/dl)
ocasionam uma dificuldade para a filtragem glomerular, o que acaba sendo evidenciado nos
exames de urina com resultados positivos para a glicosúria. Nas pessoas com metabolismo
normal, o correto é não haver detectação de glicose na urina.
 Corpos cetônicos – cetonas: na urina de um paciente em condições normais
podem aparecer vestígios de acetona, ácido diacético e ácido beta-hidróxido-butírico. Porém, em
condições patológicas, os valores destas substâncias encontram-se acima de 25 mg por dia,
sendo que a acetona é a primeira substância a aparecer. Síndromes respiratórias, infecções,
pós-operatórios, desidratação, são algumas condições em que se observam estados cetonúricos
(acidósicos).
- Pigmentos biliares – bilirrubina: o aparecimento de substâncias biliares na urina é
denominado de colúria e indica um estado patológico. Independente da causa do paciente
apresentar icterícia, ele irá eliminar por meio da urina os pigmentos biliares, podendo aparecer
de uma forma isolada ou em conjunto, dependendo do que provocou icterícia. É pesquisado em
conjunto com os pigmentos biliares um de seus derivados, a urobilina, que normalmente
apresenta- se na urina.
- Sais biliares: os sais biliares podem aparecer independente do aparecimento de
pigmentos biliares. São encontrados geralmente na eliminação de urina de portadores de
afecções hepáticas.
- Proteína de Bence – Jones: a presença dessa proteína tem uma grande importância
clínica no diagnóstico de processos neoplásicos, podendo surgir no mieloma, neoplasia de
ossos, leucemias e nefrite crônica.
- Albumoses e Proteoses: classificadas em proteoses primárias e proteoses
secundárias; podem ser encontradas em estados patológicos como tumores cancerosos e
cavidades purulentas que são decorrentes da autólise tecidual.
- Lactose: a lactose diminuída é observada em condições patológicas como na doença
celíaca, colo irritável e pós-gastrectomia. A lactosúria pode ocorrer durante os últimos meses de
gestação e durante a amamentação devido à intolerância ou deficiência.
- Levulose (frutose): é uma interpretação extremamente rara, porém, quando 85
presente, pode ser facilmente confundida com a glicosúria.
- Pentose: a pentosúria geralmente é rara, e apresenta um interesse devido seu
equívoco com a predisposição ao diabetes. É considerada uma doença benigna e constituí-se
como um erro no metabolismo, principalmente diagnosticada em judeus.
- Galactose: na sua interpretação, pode aparecer uma denominação “galactosemia”;
esta é uma condição genética pela qual o organismo torna-se incapaz de converter a galactose
da alimentação em glicose devido a uma deficiência de certas enzimas envolvidas. A suspeita da
galactosemia ocorre quando na análise da urina são identificados açúcares redutores que não
reagem no sistema glicose oxidase. Quando ocorre a excreção de galactose na urina denomina-
se galactosúria.
- Ácido Diacético: suas manifestações e alterações clínicas são semelhantes ao
estado cetonúrico.
- Escatol – Indican (Acido Glucurônico): estes surgem na clínica indicando a
putrefação intestinal intensa e na decomposição bacteriana da proteína corpórea. Também são
evidenciados na obstrução intestinal, íleo paralítico, etc.
- Substâncias Diazoicas: quando sua reação é positiva, podem indicar febre tifoide,
tuberculose, sarampo e outras doenças, analisando os dados clínicos do paciente.
- Melanina: a urina que contém melanina escurece devido o processo de oxidação
quando em contato com o ar. A melanúria é presente em melossarcomas e melanocarcinoma
assim como nas desintegrações proteicas do indivíduo. Os portadores de tumores melanócitos
eliminam o precursor da melanina – o melanogênio que torna a urina de coloração castanho-
escura ao negro.
- Ácido Fenilpirúvico: a fenilcetonúria é também denominada de oligofrenia
fenilpirúvica, doença de Folling e de imbecillitas pheniphiruvicas. É considerado um defeito
congênito do metabolismo que aparece nas primeiras semanas de vida e, dentre outras,
caracteriza-se pelo acúmulo de ácido fenilpirúvico (produto de degradação da fenilalanina) no
sangue, podendo ser excretado na urina.
- Ácido Homogentísico: trata-se de uma aminoacidúria pouco frequente do tipo
metabólico. As aminoacidúrias do tipo renal são a síndrome de Fanconi, a moléstia de Hartnup e
a cistinose, que são congênitas.
- Alcaptona: é considerado um erro metabólico dos aminoácidos e aparece em urinas
que escurecem espontaneamente. 86

O Exame Químico Quantitativo compreende a dosagem de alguns elementos


eliminados pela urina de 24 horas que, dependendo da concentração, podem desencadear
diferentes reações no organismo humano. As principais dosagens serão citadas abaixo conforme
Lima et al (2001):
- Dosagem da ureia: a eliminação da ureia na urina de 24 horas, geralmente, é de 10
a 20g; sua excreção aumentada é encontrada em dietas ricas em proteínas, nas neoplasias e
em condições febris. Quando a eliminação encontra-se abaixo do valor de referência, pode ser
característico de insuficiência renal, insuficiência hepática grave e em dietas hipoproteicas.
- Dosagem da Creatinina: o valor de referência da Creatinina eliminada na urina de
24 horas é de 1 a 1,5 g. Este elemento é encontrado na urina de crianças, gestantes e no
puerpério em quantidade discreta. Quando diminuída, pode estar associada a atrofias
musculares e quando aumentada, em estado febril.

VALORES DE REFERÊNCIA DA DOSAGEM DE CREATININA EM URINA DE 24 HORAS


(ROCHA, LABORATÓRIO TOTAL)
Crianças
3 a 8 anos : 0,11 a 0,68 g/24h
9 a 12 anos : 0,17 a 1,41 g/24h
13 a 17 anos : 0,29 a 1,87 g/24h
Adultos
0,63 a 2,50 g/24h

VALORES DE REFERÊNCIA DE DOSAGEM DE CREATININA EM URINA - AMOSTRA


(ROCHA, LABORATÓRIO TOTAL)
Crianças
3 a 8 anos : 11,0 a 68,0 mg/dL
9 a 12 anos : 17,0 a 141,0 mg/dL
13 a 17 anos : 29,0 a 187,0 mg/dL
Adultos
63,0 a 250,0 mg/dL 87

- Dosagem do Ácido Úrico: O ácido úrico é eliminado na urina por meio de


compostos purínicos por fatores exógenos originados através de nucleoproteínas da alimentação
e endógenos das nucleoproteínas do próprio metabolismo. A eliminação aumentada pode ser
observada em condições como leucemias, neoplasias, pneumonia e na gota.

VALORES DE REFERÊNCIA NA DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO EM URINA DE 24 HORAS


(ROCHA, LABORATÓRIO TOTAL):

150,0 a 990,0 mg/24h

- Dosagem da amônia: sua eliminação na urina de 24 horas é de 0,7 g. O aumento da


eliminação se dá pela acidose, tanto metabólica como respiratória, jejum prolongado e dietas
proteicas. A diminuição da dosagem de amônia na urina geralmente é encontrada na alcalose
metabólica ou respiratória, e em dietas vegetarianas.
- Dosagem de Cloretos (expresso em Nacl): um adulto normal, em urina de 24
horas, excreta de 8 a 15 g de cloretos. Em condições como dietas ricas em sal, uso de
diuréticos, nefropatias e necrose tubular aguda, ocorre uma excreção aumentada de cloretos. Já
nas perdas extrarrenais como vômito, diarreia, sudorese, no diabetes insípidus e dietas
hipossódicas, a excreção é diminuída.

10.1.1 Coleta de amostra para o exame de urina


A coleta de urina para a realização da análise pode ser feita de diferentes formas, são
elas: em frasco coletor (onde o próprio paciente pode ser instruído quanto à coleta), por
cateterismo vesical (aspiração de urina em cateter de drenagem), punção suprapúbica ou por
bolsa coletora esterilizada. Além disso, difere-se o método de coleta, quando, por exemplo, é
requisitada a urina de 24 horas, procedimento este que visa a analisar a urina excretada pelo
paciente durante o período de 24 horas.

88

10.1.2 Coleta de urina em frasco coletor e urina de 24 horas

Para a coleta da amostra de urina utiliza-se a urina do jato médio, atentando sempre
para a não contaminação da amostra e assepsia correta, principalmente em pacientes do sexo
feminino, em que o risco para contaminação é aumentado. Nos casos em que o objetivo é a
identificação de parasitas, eventualmente presentes na uretra, e/ou após massagem prostática, o
jato inicial da urina é colhido (Urina de Jato Inicial).
A Enfermagem desempenha um trabalho de extrema importância na coleta de urina
para a realização do exame, pois a equipe de Enfermagem deve fornecer a explicação do
método para o paciente, assim como a realização do mesmo em pacientes incapacitados e para
aqueles que se sentem inseguros.
O procedimento da coleta consiste em uma técnica asséptica, em que qualquer
contaminação externa afeta o resultado do exame. Para isso a equipe deve estar capacitada
para obter eficácia na coleta. A higiene íntima do paciente no período da manhã é um dos
métodos que deve ser implementado durante a assistência, assim como o cuidado de manter a
amostra esterilizada e o recipiente em que a urina será depositada.
Como citado anteriormente, a higiene íntima tem grande importância no que diz
respeito à validação da amostra, pois tem por finalidade prevenir a contaminação da urina. A
equipe de Enfermagem deve ter uma atenção maior principalmente em mulheres, pois as
condições ginecológicas podem favorecer a infiltração de bactérias com maior facilidade.
Segundo Motta (2009), a técnica de coleta de urina segue os seguintes passos:
o Conferência do pedido do exame;
o Identificação do frasco de coleta com nome do paciente, hora e número do RG;
o Orientação do paciente quanto ao procedimento que será realizado;
o Realização da assepsia com água e sabão;
o Coleta da urina desprezando o primeiro jato e coletando o jato intermediário,
preferencialmente realizado com a primeira urina da manhã;
o Encaminhamento ao laboratório.

É válido ressaltar que em determinados laboratórios alguns tipos de coleta de urina


(conforme a requisição do solicitante) são colhidos no próprio laboratório, conforme a rotina 89
implantada, como por exemplo, a solicitação de exames de bacteroscopia, gram de gota,
porfobiliniogênito, dentre outros. (HEMOVITA, 2006).
Segundo Carvalhal, Rocha & Monti (2006), a coleta de urina para análise deve ser
realizada por orientação de profissional capacitado e preferencialmente ser realizada no próprio
laboratório, minimizando com isso as chances de contaminação e diminuindo o tempo entre a
coleta e a análise do material pelo laboratório.
A coleta de urina em frasco estéril fornecido pelo próprio laboratório ou adquirido em
farmácia é indicada nos casos de pacientes que possuem controle de esfíncter. Em crianças
menores de dois anos a utilização da bolsa coletora infantil é necessária, já que a criança nesta
idade geralmente não possui o controle do esfíncter adequado para a captação da amostra com
utilização do frasco.

FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_D9N0jkSr1mw/SjJStsSwBgI/AAAAAAAAAKQ/QMoR9iVa-


w4/s320/pote_urina.gif>. Acesso em: 29 set. 2010.

A maioria da bibliografia estudada enfatiza a preferência pela primeira urina da manhã,


entretanto, nos casos em que esta situação não é possível as referências consideram aceitável
para amostra a urina retida na bexiga por pelo menos duas ou quatro horas. Neste sentido, o
profissional de Enfermagem deve estar ciente da rotina preconizada pelo laboratório. Em
qualquer um dos casos, tanto na coleta da primeira urina da manhã como na micção seguinte a
retenção, o laboratório deve ser informado. Quando a enfermagem realiza este cuidado deve
registrá-lo no próprio frasco da amostra.
A realização da higiene íntima aparece como fator mais importante tanto no caso dos
homens como nas mulheres para se evitar um falso resultado. Sendo que para os homens
instrui-se a lavagem do pênis, incluindo em especial a lavagem do prepúcio e glande (puxando a 90
pele e lavando vigorosamente). A higiene íntima no paciente hospitalizado para coleta de urina
pode ser feita com água e sabão, visto que esta é a instrução utilizada para a realização da
coleta domiciliar. É importante que após a lavagem com água e sabão a área seja
completamente enxaguada e seca com toalha limpa.
Após a assepsia íntima, a coleta de urina é realizada. Nos homens, no momento da
micção, instrui-se que puxem o prepúcio para trás e nas mulheres que afastem os grandes lábios
e mantenham os joelhos afastados, tentando com estas medidas evitar ao máximo a
contaminação da amostra. Ao iniciar a micção do paciente, instruí-lo para desprezar o primeiro
jato (no vaso sanitário quando possível) e após coletar a urina referente ao jato médio colocando
diretamente no frasco coletor, fechando o frasco com a tampa, identificando e encaminhando ao
laboratório.
Algumas situações podem necessitar dois frascos de coleta, dependendo da rotina do
laboratório, como por exemplo, quando há requisição do Exame de Urina Tipo I e a Cultura;
nestes casos os frascos são identificados como frasco 1 e frasco 2, sendo o primeiro utilizado
para o Exame de Urina Tipo I e o segundo para a Cultura – a coleta procede da mesma maneira,
utilizando-se o jato médio (HEMOVITA, 2006).
Demais cuidados na realização da coleta de urina são: o jejum é desnecessário; o
paciente deve ser instruído a evitar quantidades elevadas de líquidos no dia que precede o
exame e para as mulheres menstruadas ou em uso de cremes vaginais evita-se a coleta,
recomenda-se aguardar três dias após o término para a realização da coleta da amostra ou
conforme contato com o médico (SÃO LUCAS LABORATÓRIO, 2008).
Recomenda-se que a urina após a coleta seja imediatamente levada ao laboratório por
um tempo máximo de uma hora; nos casos em que esta situação não é possível é instruído que
o frasco de coleta seja mantido refrigerado em isopor com gelo até a entrega no laboratório
(HEMOVITA, 2006).
Para a coleta da urina de 24 horas, Lima et al (2001) descreve que deve ser seguido
um roteiro permanente, que inicia com o esvaziamento da bexiga do paciente em determinada
hora, normalmente no período da manhã e despreza-se esta primeira micção. Após cada micção
eliminada pelo paciente, é realizada a coleta seguindo até o outro dia incluindo o horário da
micção em que foi desprezada, então se o paciente urinou a primeira vez às 8 horas da manhã,
ele irá incluir a coleta das 8 horas do dia posterior.
O paciente que irá realizar o procedimento em casa deve ser instruído quanto à 91
utilização dos frascos, já que em alguns pedidos de urina de 24 horas são necessários frascos
com conservantes ou permanência em geladeira durante as 24 horas. É importante que o
profissional de Enfermagem tenha conhecimento frente à rotina estipulada pelo laboratório e
igualmente sobre o armazenamento da amostra, sendo em frascos com conservantes ou em
geladeira até o encaminhamento.
Mesmo estando internado, o paciente que realiza a coleta de urina de 24 horas deve
participar do processo, sendo orientado enfaticamente sobre a necessidade de coletar toda a
urina em frasco próprio durante o período estipulado, já que torna-se importante para avaliação
do volume que nenhuma micção seja perdida.
A forma como é feita a coleta de urina de 24 horas é o cuidado mais essencial para
uma correta validação da amostra, desta forma é relevante ressaltar o mecanismo utilizado para
a realização deste procedimento. Ou seja:
Suponha-se que o paciente irá iniciar a coleta de urina para 24 horas às 8 horas da
manhã do dia 20; a primeira micção (das 8 horas do dia 20) é desprezada e a partir desta todas
as demais são coletadas no frasco específico; às 8 horas do dia 21 será considerada a última
coleta de urina independente de ser a primeira do dia.
Recomenda-se que os frascos de coleta de urina de 24 horas sejam identificados com
as seguintes informações: nome, peso, altura, datas e horários de início e término da coleta. O
encaminhamento ao laboratório deve ser imediato após o término da coleta (HEMOVITA, 2006).
Um dos exames que se utiliza na prática e que envolve a coleta de urina para 24 horas
é o DCE – Depuração da Creatinina Endógena. A coleta de urina é realizada como mencionado
anteriormente e nestes casos a instrução é de que a amostra seja mantida sob refrigeração até
fechar o período de 24 horas e que no momento da entrega da amostra ao laboratório seja
realizado o exame de sangue, sendo que o intervalo entre a coleta de urina e a coleta de sangue
não deve ultrapassar 24 horas (WEINMANN, 2008).
A coleta de urina para 24 horas também é realizada na requisição de V.M.A e
Catecolaminas, tendo os mesmo cuidados citados anteriormente, entretanto em frascos
específicos. A coleta da amostra para a urina neste tipo de exame precede a realização de uma
dieta específica três dias antes do início da coleta, onde o paciente deve abster-se de comer
carne vermelha, verduras com fibras, chocolate, medicamentos que contenham ferro, aspirina ou
vitamina C e intensificar cuidados na escovação para evitar sangramentos. (LAC, 2003).

92

10.1.3 Coleta de Urina em Bolsa Esterilizada

Segundo Carvalhal, Rocha e Monti (2006), nas crianças pequenas e nos pacientes
neuropatas torna-se difícil ou quase impossível realizar a coleta da urina por jato médio, já que
nestes casos não há o controle do esfíncter; recomenda-se então a coleta por saco coletor
aderido à pele, cateterismo vesical ou punção suprapúbica.

FONTE: Disponível em: <http://www.cirurgicabrasil.com.br/Catalogo/imagens/coletorurinainfantil.gif>. Acesso em: 21


dez. 2009.

Lima et al (2001) cita que a coleta da urina em crianças pequenas é de difícil


manuseio, indicando então a coleta por meio de coletor plástico ou punção suprapúbica, e alerta
quanto aos riscos de um cateterismo vesical, pelo perigo de infecção urinária que pode se
desencadear sem a utilização dos métodos profiláticos (rigorosa assepsia etc.) durante o
procedimento.
O uso da bolsa coletora em crianças que não controlam o esfíncter é um dos métodos
mais utilizados para a obtenção da amostra, entretanto existe uma grande probabilidade de
haver a contaminação da amostra. Diante disso recomenda-se que a bolsa coletora seja trocada
a cada 30 minutos até que a coleta da amostra seja efetuada. Antes da colocação da bolsa
coletora na criança é necessário realizar a assepsia com água e sabão assim como nos
momentos da trocas da bolsa. Não é recomendada a utilização de cremes ou pomadas na
criança no período que antecede a coleta.
A assepsia íntima da criança pode ser realizada com água e sabão tendo o cuidado
para que o prepúcio dos meninos seja lavado adequadamente assim como a glande, e nas 93
meninas realizar a limpeza com movimentos sempre de cima para baixo. O saco coletor de urina
infantil possui em seu orifício partes adesivas que se fixam a pele da criança. Após esta fixação,
aguardar a criança urinar para obtenção da amostra.
O resultado do exame de urocultura obtido por meio da coleta de urina por saco coletor
só deve ser utilizado quando o resultado for negativo, já que serve mais como forma de exclusão
de uma infecção do trato urinário do que para um diagnóstico (CARVALHAL, ROCHA & MONTI,
2006).
Muitos laboratórios optam por realizar a coleta de urina em crianças nas sedes do
laboratório por profissionais capacitados objetivando minimizar a contaminação da amostra.
Nestes casos o responsável pela criança deve ser instruído quanto aos horários da coleta e data
para o comparecimento.

10.1.4 Coleta de Urina por Cateterismo Vesical

A realização do cateterismo vesical de alívio para a coleta de urina deve ser


amplamente discutida juntamente com o médico assistente, uma vez que a probabilidade de
entrada de germes através da sondagem é um risco considerável, pois envolve a exposição do
paciente ao desenvolvimento de uma infecção. Quando realizada deve seguir todos os
procedimentos assépticos necessários.
Carvalhal, Rocha e Monti (2006) descrevem que o cateterismo vesical para obtenção
de urina nos homens é geralmente desnecessário, pois a probabilidade de contaminação da
amostra por jato médio é diminuída; já nas mulheres, por vezes, esta técnica torna-se
necessária; quando realizada instrui-se que o primeiro jato de urina cateterizada (após a
cateterização) seja desprezada e o próximo coletado para amostra.
10.1.5 Coleta de Urina em Paciente com Sonda Vesical

Outra questão que é vivenciada no cotidiano da atuação da Enfermagem diz respeito à


coleta de urina em pacientes com sonda vesical em sistema fechado. Sobre esta técnica Motta
(2009) descreve os principais princípios como: 94
o Identificação do frasco de coleta da amostra;
o Realização da assepsia com PVPI alcoólico no látex existente na porção próxima a
sonda vesical;
o Realizar a punção no látex com agulha fina colocando a urina no frasco para coleta
identificado;
o Encaminhar ao laboratório;
o OBS: o correto é a utilização de bolsa coletora de urina que possua uma área
própria de silicone para a punção e coleta de urina.

A equipe de enfermagem deve seguir as orientações preconizadas pela Comissão de


Infecção Hospitalar da instituição para a realização deste procedimento, bem como as
orientações técnicas do laboratório quando a coleta é realizada a nível ambulatorial.
Segundo a CCHI (2009) do Hospital de Caridade de Ijuí – RS, a realização da coleta
de urina por sonda vesical em sistema fechado é realizada segundo os seguintes princípios:
o Clampear a sonda do paciente 30 minutos antes da realização da coleta da
amostra;
o Realizar assepsia com álcool 70% no local apropriado para punção do sistema
fechado de sondagem (silicone para coleta de urina);
o Realizar punção com agulha 25x7 e seringa de 10 ml no silicone para coleta de
urina;
o Aspirar cerca de 10 ml de diurese vinda de bexiga (não da bolsa);
o Colocar amostra em frasco e identificar com o nome do paciente, data, horário,
forma de coleta e assinatura do profissional que realizou a obtenção da amostra;
o Encaminhar ao laboratório.
Obs: O profissional deve registrar no frasco de coleta, além da identificação do
paciente, a forma de coleta como: “Coleta de Urina em paciente com SVD” e deve seguir os
princípios de biossegurança como o uso de EPI’s (luvas de procedimento) e descarte de
perfurocortantes na realização do procedimento. Não está indicado desconectar a sonda da
bolsa coletora para a realização da coleta de urina, visto que este procedimento aumenta a
entrada de germes causadores das ITU’s, proporcionando riscos adicionais ao paciente.

10.1.6 Coleta de urina por punção suprapúbica 95

A punção suprapúbica é realizada pelo médico por meio da introdução de uma agulha
de calibre variável (conforme a idade do paciente) e sob anestesia local. É realizada para a
obtenção de uma amostra de urina livre de contaminação, sendo que esta técnica geralmente é
realizada em crianças ou neonatos, visto que a amostra coletada por bolsa coletora está
altamente associada à contaminação e em pacientes adultos imunossuprimidos, em que a
colocação de um cateter para a coleta é considerada um risco imediato para infecção.
Em quaisquer umas das indicações, quem faz a solicitação de coleta de urina por
punção suprapúbica é o médico do paciente. Cabe à Enfermagem o preparo do material e
paciente para a técnica. Segundo Carvalhal, Rocha e Monti (2006), alguns dos cuidados prévios
para a realização da punção suprapúbica são: a bexiga no momento da punção deve estar
repleta de líquido, isto pode ser obtido por meio do estímulo à ingesta de líquidos, aumento da
hidratação parenteral e algumas vezes utilização de diuréticos.
A Enfermagem, neste sentido, deve estar atenta para o seguimento das orientações
médicas informando o paciente e administrando medicações conforme a prescrição do médico.
Após a coleta, o material deve ser identificado e encaminhado para a análise sendo necessário o
registro da forma de coleta para a obtenção da amostra.

FONTE: Disponível em: <http://www.unimes.br/.../sondagens_html_m6d07b216.jpg>. Acesso em: 22 dez. 2009.


11 REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Segundo Brunner (2002), o Sistema Respiratório é composto pelo trato respiratório


superior e inferior. Pode-se dizer que ambos trabalham juntos apesar de exercerem funções
distintas e separadamente, porém um completa o outro. O trato respiratório superior, também é
96
conhecido como vias aéreas superiores, compreendendo o nariz, seios paranasais, ossos
turbinados, faringe, tonsilas, adenoides, laringe e traqueia, tendo como função aquecer e filtrar o
ar que é inspirado durante a respiração.
O trato respiratório inferior é composto pelos pulmões e suas estruturas bronquiolares
e alveolares, que realizam a troca gasosa deste ar que foi filtrado pelas vias aéreas superiores. A
troca gasosa é a entrega do ar filtrado pelas vias aéreas superiores, rico em oxigênio, para os
tecidos através da via hematológica e consequente excreção de gases residuais durante a
expiração.
Durante este processo fisiológico, ocorrendo alguma alteração significativa, pode-se
desencadear uma série de sinais e sintomas que não são característicos do sistema podendo
desenvolver patologias. Uma delas é a tosse, que quando violenta e persistente, irrita os
brônquios pela obstrução e o broncoespasmo que causa, podendo resultar em síncope. Os
pulmões respondem a estes irritantes por meio da produção de escarro, assim, um paciente que
tem vários episódios de tosse forte e em um tempo prolongado, produz o escarro.

FONTE: Disponível em:


<http://www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo_legenda/16f39d3558e992b7014518f0d50dae4b.jpg>. Acesso
em: 22 dez. 2009.
11.1 EXAME DE ESCARRO

Para Brunner (2002), o exame de escarro é realizado para identificar os micro-


organismos patogênicos que causam alguma infecção, para avaliar estados de
hipersensibilidades e também como exame rotineiro para pacientes que utilizam medicações
imunossupressoras, antibióticos e/ou corticosteroides por longos períodos; o exame também tem 97
um fim diagnóstico, identificando sensibilidade a medicamentos ou como um procedimento de
determinado tratamento.

11.1.1 Coleta de escarro

Segundo Brunner (2002), a coleta do escarro é feita por meio de expectoração, onde
deve-se instruir o paciente a realizar a higiene do nariz, garganta e boca, a fim de diminuir a
contaminação do escarro. A seguir, o paciente realiza alguns movimentos de respiração
profunda e ao invés de cuspir, faz o esforço de uma tosse profunda utilizando o diafragma e
expectorando em um recipiente estéril.
Após a coleta, a amostra é encaminhada para o laboratório dentro de duas horas,
tendo como um cuidado especial o local de armazenamento e seu período; locais aquecidos
favorecem o desenvolvimento de crescimento microbiano maior que o normal dificultando a
identificação dos micro-organismos presentes.
O exame de escarro é composto por duas partes: a análise macroscópica e a análise
microscópica. Na análise macroscópica segundo Lima et al (2001), é avaliado o volume, cor,
consistência, cheiro, formação de camadas, cálculos de Dittrich e cilindros Brônquicos. As
doenças mais frequentes associadas ao aumento do volume da amostra do escarro de 24 horas
são a tuberculose cavitária avançada, edema pulmonar, abscesso pulmonar e empiema.
Para Brunner (2002), a cor do escarro tem significados diferentes para determinadas
patologias: a cor amarelada, verde ou cor de barro pode indicar infecção bacteriana; o escarro
tinto pode sugerir tumor pulmonar; o róseo provavelmente indique edema pulmonar.
Lima et al (2001) refere à cor verde-brilhante do escarro como sugestiva de icterícia,
pneumonia caseosa e pneumonia lobar, em razão da presença de pigmentos biliares; a
presença de sangue em rajas indica tuberculose pulmonar; o escarro cor de ferrugem é muito
comum em pneumonias; o escarro oriundo de abscesso amebiano do pulmão é caracterizado
pela cor de chocolate ou café com leite; a cor cinzenta ou negra é encontrada no escarro de
pessoas que trabalham em carvoarias e na antracose.
Segundo Lima et al (2001), a consistência do escarro é constituída pelo muco, soro e 98
pus. Os escarros são denominados de serosos, mucosos, purulentos, mucupurulentos e
seropurulentos. Para Brunner (2002), o escarro purulento indica infecção por bactéria; o mucoide
resulta de bronquite viral; o espumoso e profuso sugere edema pulmonar.
O escarro expectorado não tem cheiro característico, porém, Lima et al (2001) afirma
que certos medicamentos que são expectorados pelos pulmões podem gerar odores. O escarro
e a respiração com odor fétido sugerem presença de abscesso pulmonar, bronquiectasia ou
infecção provocada por micro-organismos anaeróbicos.
A formação de camadas é um fato que ocorre na bronquiectasia, na gangrena e em
abscessos pulmonares, e é percebida pela separação de três camadas distintas quando
colocado um volume maior de escarro em um cilindro. Os cálculos pulmonares são uma
observação rara, e podem ser encontrados na tuberculose crônica, onde são eliminados
pequenos nódulos calcificados do tecido.
Lima et al (2001) descreve os Tampões de Dittrich como uma massa cinzenta ou
amarelada, com o tamanho de uma ervilha ou menor, formadas nos brônquios e quando
esmagadas exalam um odor fétido. Além de serem expectoradas por pessoas normais, é
característico de bronquite pútrida e na bronquiectasia.
Os cilindros brônquicos aparecem na pneumonia, na bronquite fibrinosa e na difteria,
consistem em ramificações que se assemelham a árvores, fato que pode ser associado à
formação ser nos brônquios. Geralmente tem uma coloração branca, porém, podem apresentar-
se avermelhados ou castanhos pela presença de hemoglobina.
O exame microscópico é feito a fresco ou após a coloração do escarro e visa à
identificação de certas estruturas. Após a realização do exame macroscópico rigoroso, isola-se o
material em uma lâmina de Petri e examinam-se estas estruturas.
MICROSCOPIA DIRETA DE ESFREGAÇO DE ESCARRO CORADA PELO MÉTODO DE GRAM. A FLECHA
INDICA LOCALIZAÇÃO DE BACTÉRIA GRAM POSITIVA

99

FONTE: Disponível em: <http://www.jornaldepneumologia.com.br/portugues/artigo_detalhes.asp?id=1260>. Acesso


em: 21 dez. 2009.

O exame a fresco é realizado para identificar algumas estruturas que após a coloração
não são possíveis de visualizar. As estruturas mais comuns são as Fibras Elásticas; Espirais de
Curschmann; Cristais de Charcot-Leyden; Células Pigmentadas; Glóbulos de Mielina; Grãos
Actinomicóticos e Parasitos.
- Fibras Elásticas: são originadas do tecido pulmonar e aparecem no abscesso, na
gangrena, nas neoplasias pulmonares e em casos de tuberculose mais avançada.
- Espirais de Curschmann: são filamentos espirados, medindo aproximadamente 15
cm, podendo às vezes ser visualizadas a olho nu. É característico na asma brônquica e
raramente na bronquite crônica.
- Cristais de Charcot – Leyden: são cristais incolores, pontiagudos e em forma
hexagonal, medindo quatro vezes o tamanho de uma hemácia. Geralmente, aparecem após a
amostra ficar um período significativo à temperatura ambiente e caracteriza a asma brônquica.
- Células Pigmentadas: dividem-se em duas espécies: as células da insuficiência
cardíaca, pois se originam após um episódio de congestão pulmonar da descompensação
cardíaca. E as células cheias de carvão, que é claro contêm carvão e são encontradas no
escarro de pacientes que trabalham em carvoarias, fumantes ou portadores de antracose.
- Glóbulos de Mielina: são incolores e com tamanhos e formas variadas; estes
glóbulos, por serem muito pequenos, podem ser facilmente comparados com as células da
insuficiência cardíaca. Os glóbulos de mielina não apresentam um significado clínico.
- Grãos Actinomicóticos: chamados também de grãos de enxofre, têm uma
coloração amarelo acinzentado e são visíveis a olhou nu. Característico no escarro de pacientes
com actinomicose pulmonar (doença infecciosa rara, semelhante à tuberculose).
- Parasitos: encontrar um parasita em uma amostra de escarro é extremamente raro. 100

Na análise do escarro após a coloração é feito um esfregaço da amostra de escarro


para estudar as células e as bactérias presentes. O esfregaço realizado para identificar as
bactérias são dois, o Gram e o ZiehlNeelsen, e para a citologia pelo May-Grunwald-Giemsa. É
interessante ressaltar que no esfregaço, para a identificação de bactérias do exame de escarro,
é comum encontrar bactérias saprótias da boca, que não devem ser confundidas. As bactérias
patogênicas mais comuns são os bacilos da tuberculose e Influenza, o estafilococo, o
estreptococo, o pneumococo, entre outros.

11.1.2 Assistência de enfermagem na coleta de escarro

Falqueto et al (2006) descreve que a análise do escarro é um procedimento de fácil


aplicação, contudo, para ser eficaz é importante que o paciente seja bem orientado quanto à
forma de coleta, já que uma amostra adequada é aquela livre de contaminação e com material
oriundo das vias aéreas superiores.
A assistência da equipe de enfermagem é importante para que a coleta da amostra do
escarro esteja adequada às condições necessárias para o exame. Assim, é indispensável a
atenção da equipe com o paciente que será submetido a este exame, a fim de mantê-lo tranquilo
e cooperante durante a coleta.
Segundo Brunner (2002), uma das maiores dificuldades que alguns pacientes
encontram é a expectoração do escarro, uma vez que este escarro é muito espesso e dificulta a
coleta da amostra. Para isso o Enfermeiro e sua equipe devem orientar o paciente para reforçar
a ingesta hídrica momentos antes da expectoração, ou então utilizar soluções em aerossóis que
podem ser realizados por nebulizador, com o intuito de diminuir a viscosidade. Quando o
paciente não consegue expelir espontaneamente o escarro, a equipe induz a tosse profunda por
meio da inalação de aerossol irritante com solução salina supersaturada de glicol propileno a fim
de obter a expectoração.
Considera-se uma amostra de escarro de boa qualidade aquela obtida a partir da
árvore brônquica superior, sendo que o volume necessário para a amostra varia de 5 a 10 ml e o
ideal é a realização da coleta de amostra do escarro do paciente ao despertar (FALQUETO et al,
2006). 101
Para Lima et al (2001), a obtenção do escarro em crianças é muito difícil, sendo
utilizados outros métodos para identificação dos bacilos, tais como exame de fezes ou pelo suco
gástrico. Também cabe ao Enfermeiro orientar o paciente que realiza a coleta em casa para que
tenha o cuidado de não contaminar o frasco internamente, preservando a amostra, e
externamente, a fim de evitar suposta contaminação do examinador.
A seguir a técnica de coleta de escarro baseada nas Orientações da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária – ANVISA (2004):
o Orientar ao paciente quanto à coleta do escarro e não da saliva;
o Colher a amostra na primeira hora da manhã antes que o paciente faça ingestão de
alimentos;
o Orientar o paciente para que realize a escovação dos dentes somente com água
sem uso de antissépticos e nem creme dental, realizando gargarejos por várias vezes somente
com água;
o Solicitar ao paciente que respire profundamente por várias vezes, e, após, tossir
profundamente colocando a amostra em frasco de boca larga;
o Nos casos em que a coleta for difícil, por falta de expectoração suficiente, instrui-se
que o paciente realize a inalação, para após efetuar a coleta;
o Encaminhar o material imediatamente ao laboratório;
o Em algumas situações pode ser solicitada a coleta de escarro para análise de
micobactérias e fungos, recomenda-se então a coleta de três amostras em dias consecutivos
sendo uma amostra por dia.

Um dos cuidados mais importantes na coleta da amostra de escarro é a obtenção de


uma amostra vinda das vias aéreas superiores, desta forma, é necessário esclarecer ao paciente
a diferença entre o escarro e a saliva (cuspe), principalmente, quando o procedimento é
realizado em casa, informando que a saliva não deve fazer parte da maioria da amostra.
11.1.3 Coleta de escarro para investigação da tuberculose pulmonar

Na prática diária da enfermagem em hospitais e/ou postos de saúde identifica-se um


considerável número de coletas de escarros para investigação da tuberculose. Por isso, torna-se
importante o profissional ter conhecimento acerca deste procedimento e dos principais cuidados 102
preconizados.
Segundo o Ministério da Saúde (2002), a tuberculose consiste em uma doença
infecciosa e contagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch – BK). A
tuberculose pulmonar é transmitida pelo ar de pessoa para pessoa por meio de gotículas
contendo os bacilos expelidos por um infectado ao tossir, espirrar ou falar em voz alta pra uma
pessoa sadia. Pode ocorrer em qualquer idade e nem todas as pessoas expostas ao bacilo da
tuberculose se tornam infectadas.
Um dos elementos utilizados para o Diagnóstico da Tuberculose Pulmonar é o exame
bacteriológico – baciloscopia direta do escarro. Sendo considerada uma doença de saúde
pública, o estímulo é que sempre esta doença seja investigada pelos profissionais de saúde com
o objetivo de identificar e tratar os acometidos.
O exame bacteriológico realizado na investigação da TB tem como amostra o escarro
do paciente. O Ministério da Saúde (2002) instrui a solicitação deste exame a todos os pacientes
enquadrados nas situações abaixo citadas:
o Pacientes adultos que procurem o serviço de saúde por apresentarem queixas
respiratórias ou qualquer outro motivo e informem ter tosse e expectoração por três ou mais
semanas;
o Pacientes que apresentam alterações pulmonares na radiografia de tórax;
o Pessoas que entraram em contato com casos de tuberculose pulmonar bacilíferos
que apresentarem queixas respiratórias.

A investigação junto ao paciente é de suma importância, desta forma, a Enfermagem


contribui na busca por informações, sinais e/ou sintomas que possam levar a uma suspeita de
caso de TB. Todas as informações obtidas junto ao paciente e/ou responsável devem ser
registradas e discutidas com os demais membros da equipe de Saúde.
A seguir a rotina estipulada pelo Ministério da Saúde (2002) para realização do Exame
Bacteriológico.
 Número de amostras a serem coletadas: para o diagnóstico de TB é recomendado
duas coletas de amostras de escarro. Sendo a primeira realizada no momento em que o
paciente busca o serviço (primeira consulta) e a segunda coleta na manhã do dia seguinte ao
despertar, independente do resultado da primeira amostra da coleta;
 Coleta da amostra: entregar ao paciente o frasco para coleta de amostra verificando 103
se a tampa do pote fecha bem e se já está identificado; orientar ao paciente que ao despertar
pela manhã, lavar bem a boca sem escovar os dentes, inspirar profundamente, prendendo a
respiração por um instante e forçando a tosse escarrar; deve-se repetir este processo até se
obter duas eliminações de escarro, sempre evitando que escorra o conteúdo pelas paredes
externas do frasco; o frasco após a coleta deve ser tampado e colocado em um saco plástico
com a tampa para cima e encaminhado ao laboratório e/ou unidade de saúde. Lavar as mãos
antes e após o procedimento. Uma amostra de qualidade para a análise deve vir da árvore
brônquica por meio do esforço da tosse e não da faringe ou por aspiração de secreção nasal,
nem conter saliva.
 Volume da Amostra: 5 a 10 ml;
 Material para coleta: potes plásticos descartáveis, transparentes, com boca larga e
tampa com rosca; capacidade do pote para 35 e 50 ml. O pote deve ser identificado com o nome
do paciente e data da coleta, sendo que esta identificação deve ser feita no corpo do copo e
nunca na tampa e com fita gomada ou caneta para retroprojetor;
 Local para coleta: local aberto, ao ar livre ou sala arejada;
 Conservação e Transporte da Amostra: preferencialmente as amostras de escarro
para investigação da TB Pulmonar devem ser encaminhadas ao laboratório imediatamente após
a coleta, sendo que seu período máximo de conservação é de 24 horas em temperatura
ambiente ou sete dias sob refrigeração (geladeira própria para material contaminado), a uma
temperatura de 2º a 8º C. A amostra sempre deve ser mantida protegida da luz e em pote bem
fechado.
12 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS UNIDADES DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

O avanço tecnológico proporcionou a inclusão dos profissionais de enfermagem na


aplicação de cuidados específicos em unidades diferenciadas como nas Unidades de
104
Diagnóstico por Imagem; estas unidades especializadas têm como objetivo principal a realização
de exames por imagem com intuito de fortalecer e auxiliar a investigação médica frente a um
diagnóstico.

É primordial o conhecimento da utilização e a assistência de enfermagem a ser


prestada nos diferentes tipos de tecnologia, cita-se aqui nos exames por imagem, uma vez que a
busca incessante pelo diagnóstico preciso têm como consequência o aumento diário do uso de
novas tecnologias.

Na saúde, os avanços tecnológicos tendem cada vez mais a utilizar equipamentos


emissores de radiação ionizante e desta forma, a tendência é que os profissionais de
enfermagem ocupem postos de trabalho nestes locais (FLOR & KIRCHHOF, 2005).

Segundo Okumo (1998), radiologia na área da saúde é compreendida como a


radioterapia, a radiologia diagnóstica e a medicina nuclear; sendo que a radiologia diagnóstica
engloba a hemodinâmica, a tomografia computadorizada, os setores de raio-X e a medicina
nuclear.

Nos locais onde é operacionalizada a radiologia há a emissão da chamada Radiação


Ionizante. Radiação Ionizante segundo a Resolução nº 6 de 21 de dezembro de 1988 –
Conselho Nacional de Saúde, a Radiação Ionizante (ou simplesmente a radiação) é qualquer
partícula ou radiação eletromagnética que, ao interagir com a matéria, ioniza direta ou
indiretamente seus átomos ou moléculas.

A palavra Radiação remete ao pensamento das bombas nucleares ou algo do gênero,


entretanto, é importante compreender que diariamente estamos expostos a vários tipos de
radiação, mesmo as pessoas que não trabalham diretamente em setores de imagem. Desta
forma, existem dois tipos de radiação, a chamada Radiação Não Ionizante e a Radiação
Ionizante.
A Radiação Não Ionizante é aquela que possui uma baixa frequência e na maioria das
vezes não alteram os átomos, exemplos deste tipo de radiação são: a luz visível, o
infravermelho, o micro-ondas, a frequência de rádio, o radar e o celular.

Nas Radiações Ionizantes a principal diferença é justamente a propriedade de ionizar a


matéria fazendo com que a mesma possa se alterar por meio da ionização produzida. Isso quer
dizer que em contato com este tipo de radiação os seres humanos podem ter seu material 105
genético (DNA) alterado, danificando igualmente suas células corporais. Ao contrário da radiação
não ionizante, a radiação ionizante possui alta frequência e os principais exemplos são: os raios
X, os raios gama que são emitidos por material radioativo e os raios cósmicos.

Pensando em avanço tecnológico, vem em mente o aumento gradual do uso dos


equipamentos na prestação da assistência de enfermagem; em comparação, há alguns anos
atrás os serviços de saúde não dispunham de tantos equipamentos como hoje. A tecnologia
avançou e com ela a necessidade de capacitação dos profissionais frente ao seu uso.

Contudo, é importante ressaltar que mesmo diante da demanda de equipamentos, a


saúde lida com um produto subjetivo e como tal, além do uso de materiais e equipamentos, o
imprescindível é o conjunto entre o desenvolvimento de uma assistência técnica satisfatória e um
atendimento humanizado.

Cabe mencionar que sobre as tecnologias envolvidas na saúde Amara (1975 apud
FLOR & KIRCHHOF, 2005) menciona a seguinte classificação: Tecnologia Hardware ou Dura,
em que são incluídos artefatos de uso terapêutico como, por exemplo, equipamentos, produtos
químico-farmacêuticos, procedimentos médico-cirúrgicos e dispositivos de uso terapêutico; e
Tecnologia Software ou Leve, que são constituídas por instrumentos sociais que utilizam
tecnologia de relações como, por exemplo, produção de vínculo, acolhimento e cuidado.

Secoli, Padilha & Leite (2005) afirmam que nos países em desenvolvimento, a
velocidade que a tecnologia é introduzida na prática encontra-se em descompasso com o
preparo profissional para utilizá-la de maneira adequada. Sendo o grande desafio preparar os
profissionais com intuito de garantir a atualização e incorporação dos conhecimentos
necessários para o uso dos recursos tecnológicos existentes, na velocidade que os aproxime
das máquinas sem que percam valores humanos fundamentais.
O Conselho Federal de Enfermagem criou uma Resolução que dispõe sobre a atuação
dos profissionais de enfermagem que trabalham com Radiação Ionizante, abaixo descrita:

Resolução COFEN-211

Dispõe sobre a atuação dos profissionais de Enfermagem que trabalham com radiação 106
ionizante
O Conselho Federal de Enfermagem, no exercício de sua competência, consignada na Lei no
5.905/73, no estatuto do Sistema COFEN/CORENs, aprovado pela Resolução COFEN-206/97,
tendo em vista a deliberação do Plenário em sua 264a Reunião Ordinária;
Considerando no que dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em
05 de outubro de 1988, nos artigos 5o, XIII, e 197;
Considerando os preceitos da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto nº 94.406, de
28 de junho de 1987, no artigo 8º inciso I, alíneas "e", "f", "g", "h"; inciso II, alíneas "a", "b", "f", "i",
"n", "o", "q"c.c os artigos 10 e 11;
Considerando o contido no Código de Ética dos profissionais de Enfermagem, nos termos de
que dispõem a Resolução COFEN-160/93;
Considerando a Portaria MS/SAS n° 170, de 17 de dezembro de 1993, que estabelece normas
para credenciamento de hospitais que realizam procedimentos de alta complexidade ao
atendimento dos portadores de tumor maligno;
Considerando a norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) NN-6.01, de outubro
de 1996, que estabelece a capacitação técnica em radioterapia;
Considerando a norma da CNEN, NE-3.01, que trata das diretrizes básicas de radioproteção;
Considerando a norma ICRP no 26, da CNEN, que dispõe sobre o princípio Alara;
Considerando a norma da CNEN NE-3.05, de janeiro de 1989, que trata de requisitos de
Radioproteção e segurança para serviços de Medicina Nuclear;
Considerando a norma da CNEN, NE-3.06, de março de 1990, que trata dos requisitos de
radioproteção e segurança para serviços de radioterapia;
Considerando as conclusões emanadas do XI Seminário Nacional do Sistema
COFEN/CORENs, realizado no Rio de Janeiro, de 01 a 03 de dezembro de 1997, contidas no
PAD COFEN-059/97;
Considerando as necessidades de regulamentar as normas e assegurar condições adequadas
de trabalho para os profissionais de Enfermagem em Radioterapia, Medicina Nuclear e Serviços
de Imagem nos Estabelecimentos de Saúde.
Resolve:
Art 1o - Aprovar as Normas Técnicas de radioproteção nos procedimentos a serem realizados
pelos profissionais de Enfermagem que trabalham com radiação ionizante em Radioterapia,
Medicina Nuclear e Serviços de Imagem na forma de regulamento anexo. 107
Art 2o - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições em
contrário.
Rio de Janeiro, 01 de julho de 1998.
Nelson da Silva Parreiras
COREN-GO no 19.377
Presidente
Iva Maria Barros Ferreira
COREN-PI no 39.035
Primeira-secretária

Regulamento da atuação dos profissionais de Enfermagem em radioterapia que trabalham


com radiação ionizante
1 – Finalidade
O presente regulamento tem como finalidade estabelecer a atuação dos profissionais de
Enfermagem que trabalham com radiação ionizante em Radioterapia, Medicina Nuclear e
Serviços de Imagem, segundo as normas técnicas e de radioproteção estabelecidas pelo
Ministério da Saúde e pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
2 - Objetivos
2.1 - Objetivo geral
Regulamentar a atuação dos profissionais de Enfermagem nos serviços de Radioterapia,
Medicina Nuclear e Imagem.
2.2 - Objetivos específicos
• Assegurar a qualidade da assistência prestada pelos profissionais de Enfermagem aos clientes
submetidos à radiação ionizante em níveis hospitalar e ambulatorial.
• Promover a humanização do atendimento a clientes submetidos à irradiação ionizante em
níveis hospitalar e ambulatorial.
• Normatizar a consulta de Enfermagem a clientes submetidos ao tratamento com radiação
ionizante, conforme o disposto na Resolução COFEN-159-98.
• Assegurar a observância dos requisitos básicos de radioproteção e segurança para os
profissionais de Enfermagem que trabalham com radiação ionizante com fins terapêuticos e de
diagnósticos, conforme norma da CNEN NE-3.01.
3 - Recursos humanos
Os profissionais de Enfermagem devem integrar a equipe multiprofissional em conformidade com 108
a legislação vigente.
4 - Competência do Enfermeiro em radioterapia, medicina nuclear e serviços de imagem
• Planejar, organizar, supervisionar, executar e avaliar todas as atividades de Enfermagem, em
clientes submetidas à radiação ionizante, alicerçados na metodologia assistencial de
Enfermagem.
• Participar de protocolos terapêuticos de Enfermagem, na prevenção, tratamento e reabilitação,
em clientes submetidos à radiação ionizante.
• Assistir de maneira integral aos clientes e suas famílias, tendo como base o Código de Ética
dos profissionais de Enfermagem e a legislação vigente.
• Promover e difundir medidas de saúde preventivas e curativas por meio da educação aos
clientes e familiares através da consulta de Enfermagem.
• Participar de programas de garantia da qualidade em serviços que utilizam radiação ionizante,
de forma setorizada e global.
• Proporcionar condições para o aprimoramento dos profissionais de Enfermagem atuantes na
área, na forma de cursos e estágios em instituições afins.
• Elaborar os programas de estágio, treinamento e desenvolvimento de profissionais de
Enfermagem nos diferentes níveis de formação, relativos à área de atuação, bem como proceder
à conclusão e supervisão deste processo educativo.
• Participar da definição da política de recursos humanos, da aquisição de material e da
disposição da área física, necessários à assistência integral aos clientes.
• Cumprir e fazer cumprir as normas, regulamentos e legislações pertinentes às áreas de
atuação.
• Estabelecer relações técnico-científicas com as unidades afins, desenvolvendo estudos
investigacionais e de pesquisa.
• Promover e participar da integração da equipe multiprofissional, procurando garantir uma
assistência integral ao cliente e familiares.
• Registrar informações e dados estatísticos pertinentes à assistência de Enfermagem,
ressaltando os indicadores de desempenho, interpretando e otimizando a utilização dos
mesmos.
• Formular e implementar Manuais Técnicos Operacionais para equipe de Enfermagem nos
diversos setores de atuação.
• Formular e implementar Manuais Educativos aos clientes e familiares, adequando-os à sua
realidade social. 109
• Manter atualização técnica e científica de manuseio dos equipamentos de radioproteção, que
lhe permita atuar com eficácia em situações de rotina e emergenciais, visando a interromper e/ou
evitar acidentes ou ocorrências que possam causar algum dano físico ou material considerável,
nos moldes da NE- 3.01 e NE- 3.06, da CNEN, respeitando as competências dos demais
profissionais.
5 - Competência do profissional de nível médio de Enfermagem em radioterapia, medicina
nuclear e serviços de imagem

• Executar ações de Enfermagem a clientes submetidos à radiação ionizante, sob a supervisão


do Enfermeiro, conforme Lei no 7.498/86, art. 15 e Decreto no 94.406/87, art. 13, observado o
instituído na Resolução COFEN-168/83.

• Atuar no âmbito de suas atribuições junto aos clientes submetidos a exames radiológicos,
assim como na prevenção, tratamento e reabilitação a clientes submetidos à radiação ionizante.

• Participar de programas de garantia de qualidade em serviços que utilizam radiação ionizante.

• Participar de Programas e Treinamento em Serviço, planejados pelo Enfermeiro nas diferentes


áreas de atuação.

• Cumprir e fazer cumprir as normas, regulamentos e legislações pertinentes às áreas de


atuação.

• Promover e participar da interação da equipe multiprofissional, procurando garantir uma


assistência integral ao cliente e familiares.

• Registrar informações e dados estatísticos pertinentes à assistência de Enfermagem.

• Manter atualizações técnica e científica que lhe permita atuar com eficácia na área de radiação
ionizante, conforme moldes da NE-3.01 e NE-3.06 da CNEN.”
Com o intuito de ampliar o conhecimento do aluno e complementar a resolução acima
citada, indica-se a leitura das “Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica” – CNEN - NN -
3.01/janeiro de 2005 e “Os Requisitos de Radioproteção e Segurança para Serviços de
Radioterapia” – CNEN – NE – 3.06/março de 1990, disponível em
http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/mostra-norma.asp?op=301 e
http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/doc/Nrm306.swf.
110
O Princípio de Alara citado na Resolução do COFEN acima descrita, em inglês As Low
as Reasonably Achievable ou, tão baixa quanto razoavelmente exequível, também conhecido
como Princípio da Otimização, entre outras questões, recomenda que todas as exposições à
radiação sejam mantidas mais baixas quanto possíveis.

Sobre as Exposições Ocupacionais dos profissionais que desempenham suas funções


em setores de Radiodiagnóstico Médico e Odontológico, a Portaria 453/88 em seu item 2.13 e
2.14 descreve:

2.13 Exposições ocupacionais

a) As exposições ocupacionais normais de cada indivíduo, decorrentes de todas as


práticas, devem ser controladas de modo que os valores dos limites estabelecidos na
Resolução-CNEN n.º 12/88 não sejam excedidos. Nas práticas abrangidas por este
Regulamento, o controle deve ser realizado da seguinte forma:

(i) a dose efetiva média anual não deve exceder 20 mSv em qualquer período de cinco
anos consecutivos, não podendo exceder 50 mSv em nenhum ano.

(ii) a dose equivalente anual não deve exceder 500 mSv para extremidades e 150 mSv
para o cristalino.

b) Para mulheres grávidas devem ser observados os seguintes requisitos adicionais, de


modo a proteger o embrião ou feto:

(i) a gravidez deve ser notificada ao titular do serviço tão logo seja constatada;

(ii) as condições de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose na superfície
do abdômen não exceda 2 mSv durante todo o período restante da gravidez, tornando pouco
provável que a dose adicional no embrião ou feto exceda cerca de 1 mSv neste período.
c) Menores de 18 anos não podem trabalhar com raios-x diagnósticos, exceto em
treinamentos.

d) Para estudantes com idade entre 16 e 18 anos, em estágio de treinamento


profissional, as exposições devem ser controladas de modo que os seguintes valores não sejam
excedidos:

111
(i) dose efetiva anual de 6 mSv;

(ii) dose equivalente anual de 150 mSv para extremidades e 50 mSv para o cristalino.

e) É proibida a exposição ocupacional de menores de 16 anos.

2.14 As exposições normais de indivíduos do público decorrentes de todas as práticas


devem ser restringidas de modo que a dose efetiva anual não exceda 1 mSv.”

É necessária a manutenção de atualização técnica de todos os profissionais envolvidos


com a realização dos procedimentos de Radiodiagnóstico Médico e Odontológico, por meio da
realização de treinamentos contínuos visando ao aperfeiçoamento e capacitação, conforme
preconiza a Portaria 453/88 em seu item 3.38 descrito abaixo:

“TREINAMENTOS PERIÓDICOS

3.38 Os titulares devem implementar um programa de treinamento anual, integrante do


programa de proteção radiológica, contemplando, pelo menos, os seguintes tópicos:

a) Procedimentos de operação dos equipamentos, incluindo uso das tabelas de


exposição e procedimentos em caso de acidentes.

b) Uso de vestimenta de proteção individual para pacientes, equipe e eventuais


acompanhantes.

c) Procedimentos para minimizar as exposições médicas e ocupacionais.

d) Uso de dosímetros individuais.

e) Processamento radiográfico.

f) Dispositivos legais.”
Outro fator importante a ser considerado são as áreas e ambientes que envolvem a
realização dos exames de radiodiagnóstico e consequentemente emissão de radiação ionizante.
A enfermagem deve possuir conhecimento frente à classificação das áreas, ou seja, o que se
constituem áreas livres e áreas controladas. Sobre isto a Portaria 453/88 em seu item 3.39 a
3.42 descreve:

“CONTROLE DE ÁREAS DO SERVIÇO 112

3.39 Os ambientes do serviço devem ser delimitados e classificados em áreas livres ou


em áreas controladas, segundo as características das atividades desenvolvidas em cada
ambiente.

3.40 Nos ambientes classificados como áreas controladas, devem ser tomadas medidas
específicas de proteção e segurança para controlar as exposições normais e prevenir ou limitar a
extensão de exposições potenciais.

3.41 As salas onde se realizam os procedimentos radiológicos e a sala de comando


devem ser classificadas como áreas controladas e:

a) Possuir barreiras físicas com blindagem suficiente para garantir a manutenção de


níveis de dose tão baixos quanto razoavelmente exequíveis, não ultrapassando os níveis de
restrição de dose estabelecidos neste Regulamento.

b) Dispor de restrição de acesso e de sinalização adequada, conforme especificado


neste Regulamento.

c) Ser exclusivas aos profissionais necessários à realização do procedimento radiológico


e ao paciente submetido ao procedimento. Excepcionalmente, é permitida a participação de
acompanhantes, condicionada aos requisitos apresentados neste Regulamento.

3.42 Em instalações de radiodiagnóstico, toda circunvizinhança da área controlada deve


ser classificada como área livre, sob o aspecto de proteção radiológica.”

Sobre a carga horária dos profissionais que desempenham suas atividades em setores
de RX e Tomografia Computadorizada a Lei Nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, regulamentada
pelo Decreto Nº 92.790 de 17 de junho de 1986, regula o exercício da profissão do Técnico em
Radiologia e estabelece em seu Artigo 30 que a carga horária semanal desse profissional é de
24 horas, sendo que esta carga horária não está prevista para os profissionais de enfermagem
que atuam nos serviços que empregam radiação ionizante, já que as funções de manuseio dos
equipamentos de RX e/ou Tomógrafos (consequentemente exposição direta) são dos técnicos
de radiologia e não dos técnicos de enfermagem, desta forma o trabalho dos técnicos de
radiologia está todo regulamentado pela Lei 7.394/85 enquanto o trabalho dos técnicos de
enfermagem pelo COFEN e demais leis trabalhistas (CLT).
113
Para se ter melhor embasamento e diferença entre o desenvolvimento dos serviços de
forma específica, tanto do técnico de enfermagem como do técnico de radiologia, o anexo I deste
módulo contém o Decreto N° 92.760 de 17 de junho de 1986 que regulamenta a Lei Nº 7.394 de
29 de outubro de 1985, visando a facilitar o entendimento do aluno.

Falando nos equipamentos de proteção individual para profissionais que trabalham em


setores de radiodiagnóstico médico e odontológico, a Portaria 453/88, item 3.43 “b a i” descreve:

“b) Todo indivíduo que trabalha com raios-x diagnósticos deve usar, durante sua jornada
de trabalho e enquanto permanecer em área controlada, dosímetro individual de leitura indireta,
trocado mensalmente.

c) A obrigatoriedade do uso de dosímetro individual pode ser dispensada, a critério da


autoridade sanitária local e mediante ato normativo, para os serviços odontológicos com
equipamento periapical e carga de trabalho máxima inferior a 4 mA min/semana.

d) Os dosímetros individuais destinados a estimar a dose efetiva devem ser utilizados na


região mais exposta do tronco.

e) Durante a utilização de avental plumbífero, o dosímetro individual deve ser colocado


sobre o avental, aplicando-se um fator de correção de 1/10 para estimar a dose efetiva. Em
casos em que as extremidades possam estar sujeitas a doses significativamente altas, deve-se
fazer uso adicional de dosímetro de extremidade.

f) O dosímetro individual é de uso exclusivo do usuário do dosímetro no serviço para o


qual foi designado.
g) Durante a ausência do usuário, os dosímetros individuais devem ser mantidos em
local seguro, com temperatura amena, umidade baixa e afastados de fontes de radiação
ionizante, junto ao dosímetro padrão, sob a supervisão do SPR.

h) Se houver suspeita de exposição acidental, o dosímetro individual deve ser enviado


para leitura em caráter de urgência.

114
i) Os titulares devem providenciar a investigação dos casos de doses efetivas mensais
superiores a 1,5 mSv. Os resultados da investigação devem ser assentados.”

Acrescentando, na Portaria 453/88 os seguintes itens falam sobre a questão de


proteção:

“4.26 Durante a realização de procedimentos radiológicos, somente o paciente a ser


examinado e a equipe necessária ao procedimento médico ou treinados podem permanecer na
sala de raios-x.

a) Todos os profissionais necessários na sala devem:

(i) posicionar-se de tal forma que nenhuma parte do corpo incluindo extremidades seja
atingida pelo feixe primário sem estar protegida por 0,5 mm equivalente de chumbo;

(ii) proteger-se da radiação espalhada por vestimenta ou barreiras protetoras com


atenuação não inferior a 0,25 mm equivalentes de chumbo.

b) Havendo necessidade da permanência de acompanhante do paciente na sala durante


a realização do exame, isto somente será possível com a permissão do RT e após tomadas
todas as providências de proteção radiológica devidas, conforme item 3.45.

c) O técnico operador deve manter-se dentro da cabine de comando e observar o


paciente durante o exame radiográfico, em instalações fixas.

d) As portas de acesso de instalações fixas devem ser mantidas fechadas durante as


exposições. A sinalização luminosa nas portas de acesso deverá estar acionada durante os
procedimentos radiológicos, conforme item 4.3-d).

4.27 A realização de exames radiológicos com equipamentos móveis em leitos


hospitalares ou ambientes coletivos de internação, tais como unidades de tratamento intensivo e
berçários, somente será permitida quando for inexequível ou clinicamente inaceitável transferir o
paciente para uma instalação com equipamento fixo. Neste caso, além dos requisitos previstos
nº 4.26-a) e 4.26-b), deve ser adotada uma das seguintes medidas:

a) Os demais pacientes que não puderem ser removidos do ambiente devem ser
protegidos da radiação espalhada por uma barreira protetora (proteção de corpo inteiro) com, no
mínimo, 0,5 mm equivalentes de chumbo. 115

b) Os demais pacientes que não puderem ser removidos do ambiente devem ser
posicionados de modo que nenhuma parte do corpo esteja a menos de dois metros do cabeçote
ou do receptor de imagem.

4.28 O técnico deve realizar apenas exposições que tenham sido autorizadas por um
médico do serviço. Toda repetição de exposição deve ser anotada nos assentamentos do
paciente e ser especialmente supervisionada pelo RT.

4.29 Deve ser evitada a realização de exames radiológicos com exposição do abdômen
ou pelve de mulheres grávidas ou que possam estar grávidas, a menos que existam fortes
indicações clínicas.

a) Informação sobre possível gravidez deve ser obtida da própria paciente.

b) Se a mais recente menstruação esperada não ocorreu e não houver outra informação
relevante, a mulher deve ser considerada grávida.

4.30 O feixe de raios-x deve ser cuidadosamente posicionado no paciente e alinhado em


relação ao receptor de imagem.

a) O feixe útil deve ser limitado à menor área possível e consistente com os objetivos do
exame radiológico.

(i) o campo deve ser no máximo do tamanho do receptor de imagem;

(ii) o tamanho do filme/cassete deve ser o menor possível, consistente com o tamanho
do objeto de estudo.

b) Deve-se colocar blindagem adequada, com menos 0,5 mm equivalente de chumbo,


nos órgãos mais radiosensíveis tais como gônadas, cristalino e tireoide, quando, por
necessidade, eles estiverem diretamente no feixe primário de radiação ou até 5 cm dele, a não
ser que tais blindagens excluam ou degradem informações diagnósticas importantes.”

Dentre os equipamentos de proteção individual exigidos para os profissionais que


desempenham atividades em setores com exposição à radiação ionizante estão:

 Avental de Chumbo;
116
 Protetor de Tireoide;
 Luvas de Chumbo;
 Dosímetro.

Segundo Flor & Kirchhof (2005) o avental de chumbo, o protetor de tireoide e as luvas
de chumbo são equipamentos de proteção individual que devem ser utilizados pelos
profissionais quando houver a necessidade de permanência dentro das áreas controladas.

Outra questão a ser observada nos setores que desenvolvem atividades com emissão
de radiação ionizante é a exposição dos acompanhantes, sobre isso a Portaria 453/88 descreve:

“3.50 Exposição de acompanhantes

a) A presença de acompanhantes durante os procedimentos radiológicos somente é


permitida quando sua participação for imprescindível para conter, confortar ou ajudar pacientes.

(i) esta atividade deve ser exercida apenas em caráter voluntário e fora do contexto da
atividade profissional do acompanhante;

(ii) é proibido a um mesmo indivíduo desenvolver regularmente esta atividade;

(iii) durante as exposições, é obrigatória, aos acompanhantes, a utilização de vestimenta


de proteção individual compatível com o tipo de procedimento radiológico e que possua, pelo
menos, o equivalente a 0,25 mm de chumbo;

b) O conceito de limite de dose não se aplica para estes acompanhantes; entretanto, as


exposições a que forem submetidos devem ser otimizadas com a condição de que a dose efetiva
não exceda 5 mSv durante o procedimento.”

E sobre a exposição dos pacientes a Portaria 453/88 orienta:


“5.8 A fim de reduzir a dose no paciente, devem ser adotados os seguintes
procedimentos:

a) Exames radiográficos somente devem ser realizados quando, após exame clínico e
cuidadosa consideração das necessidades de saúde geral e dentária do paciente, sejam
julgados necessários.

117
Deve-se averiguar a existência de exames radiográficos anteriores que tornem
desnecessário um novo exame.

b) O tempo de exposição deve ser o menor possível, consistente com a obtenção de


imagem de boa qualidade. Isto inclui o uso de receptor de imagem mais sensível que possa
fornecer o nível de contraste e detalhe necessários. No caso de radiografias extraorais, deve-se
utilizar uma combinação de filme e tela intensificadora com o mesmo critério.

c) A repetição de exames deve ser evitada por meio do uso da técnica correta de
exposição e de um processamento confiável e consistente.”

Os Exames Periódicos e Acompanhamento de Saúde dos profissionais expostos a


Radiação Ionizante é outro questão a se atentar e que deve ser do conhecimento da
enfermagem, diante disso a Portaria 453/88, item 3.48 descreve:

“ 3.48 Controle de saúde

a) Todo indivíduo ocupacionalmente exposto deve estar submetido a um programa de


controle de saúde baseado nos princípios gerais de saúde ocupacional.

b) Exames periódicos de saúde não podem ser utilizados para substituir ou


complementar o programa de monitoração individual.

c) Ocorrendo exposição acidental com dose equivalente acima do limiar para efeitos
determinísticos, o titular deve encaminhar o indivíduo para acompanhamento médico e, se
necessário, com o aconselhamento de um médico especialista com experiência ou
conhecimento específico sobre as consequências e tratamentos de efeitos determinísticos da
radiação.”
Além disso, a NR Nº 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
do Ministério da Trabalho estipula que os profissionais expostos a radiação ionizante devem ser
submetidos a exame admissional e semestral juntamente com os exames complementares como
hemograma e contagem de plaquetas. A visualização da NR 7 em sua íntegra pode ser feita em:

http://www.segurancanotrabalho.eng.br/nr/nr_07.pdf.

118
A Portaria 3.393/87 do Ministério do Trabalho incluiu entre as atividades de risco
potencial aquelas que expõem o trabalhador a radiações ionizantes ou a substâncias radioativas.
Em dezembro de 2002 o Ministério do Trabalho baixou nova norma (Portaria nº 496) prevendo o
adicional de insalubridade. Uma terceira alteração sobreveio e restabeleceu a diretriz inicial,
assegurando, com a Portaria nº 518 (07.04.2003), a percepção do adicional de periculosidade a
todos os empregados que realizam trabalho nas condições do “Quadro de Atividades e
Operações Perigosas” que fala o artigo 1 da referida portaria e está disponível para estudo em:
<http://www.mte.gov.br/legislacao/Portarias/2003/p_20030404_518.asp>.

Como complemento do estudo sugere-se a leitura na íntegra da Portaria 453 de 1° de


junho de 1998 que aprova o Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas de
proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico, dispõe sobre o uso de RX
diagnósticos em todo o território nacional e dá outras providências, disponível para leitura em:
<http://www.cefetba.br/nts/portaria_453_98.pdf>.

12.1 CONTRASTES RADIOLÓGICOS

O uso de agentes contrastantes é empregado para a visualização de órgãos que


apresentam densidades semelhantes em toda a sua estrutura anatômica e adjacente, pela
substância contrastante ser mais densa que a estrutura do órgão a ser radiografado permite sua
visualização.
Como forma de exemplificar, os ossos, por exemplo, não necessitam de contrastes
para sua visualização diante do RX, pois possuem uma densidade diferenciada ocasionando
uma cor branca no filme emitido, já nas estruturas com densidades semelhantes é difícil e quase
impossível distinguir os órgãos sem o uso do contraste para diferenciar na emissão do filme.

A administração de contraste endovenoso é realizada principalmente nos exames de


tomografia computadorizada e em exames contrastados. Sendo que a enfermagem acompanha 119
esses exames (FLOR & KIRCHHOF, 2005); principalmente no que tange à administração dos
agentes contrastantes.

Segundo Nischimura (1999), os meios de contrastes radiológicos são classificados


quanto à capacidade de absorver radiação, composição, solubilidade, natureza química,
capacidade de dissociação e via de administração. Conforme abaixo descrito:

Quanto à capacidade de absorver radiação podem ser:

 Positivos ou radiopacos: São os que quando presentes em um órgão; absorvem


mais radiações do que as estruturas anatômicas que o rodeiam.
 Negativos ou radiotransparentes: São considerados os que quando presentes em
determinados órgãos absorvem quantidades menores de radiação do que as estruturas
adjacentes. Este meio inclui a bolha de ar presente no estômago, o carbonato de cálcio utilizado
na produção de gás carbônico na técnica de duplo contraste.

Quanto à composição dividem – se em:

 Iodados: Que contém Iodo (I) em sua composição como elemento radiopaco.
 Não Iodados: São os que não contêm Iodo em sua composição, porém apresentam
outros átomos como elementos radiopacos. Nestes enquadram – se o Sulfato de Bário e o
Gadolínio.
 Quanto à solubilidade são:
 Hidrossolúveis: Os que se dissolvem na água;
 Lipossolúveis: Os que se dissolvem em lipídios;
 Insolúveis: Estes não se dissolvem nem em água e nem em gorduras, como
exemplo temos o Sulfato de Bário.

Em relação à Natureza Química podem ser:

120
 Orgânicos: Representam os que contêm Carbono (C) em suas moléculas;
 Inorgânicos: São os que não contêm Carbono (C) nas moléculas.
 Quanto à capacidade de Dissociação dividem-se em:
 Iônicos: São os elementos que quando em solução formam os chamados
compostos iônicos, onde os ânions e os cátions se dissociam, dão íons positivos e negativos.
 Não Iônicos: São os elementos que quando em solução não se dissociam em íons,
assim a reação química entre os componentes se dá por covalência, apresentam baixa
osmolaridade. Pelo fator de segurança alguns autores enfatizam a utilização de meios de
contraste Não Iônicos.

Quanto as Vias de Administração classificam-se em:

 Oral: Quando o meio de contraste é ingerido por via oral, como por exemplo, o
Sulfato de Bário para a esofagoestomagoduodenografia;
 Parenteral: Quando o meio de contraste é administrado por uma via endovenosa,
como na urografia excretora e na flebografia, também pode ser utilizado pela via arterial como
para as arteriografias;
 Endocavitário: Quando o meio de contraste é administrado por meio de orifícios que
comunicam alguns órgãos com o exterior, como por exemplo, o enema opaco, uretrocistografia
miccional, histerossalpingografia pós-operatória etc.;
 Intracavitário: Quando o meio de contraste é administrado por meio da parede da
cavidade em questão, como por exemplo, nas colangiografias pós-operatórias pelo dreno,
artrografia, fistulografia, etc.
Os pacientes com potencial aumentado para alergias podem apresentar reações de
hipersensibilidade ao meio de contraste, para isso alguns médicos radiologistas prescrevem anti-
histamínicos ou corticosteroides para serem tomados antes do exame como uma medida de
profilaxia. Algumas das principais contraindicações ao uso de agentes contrastantes são o
hipertireoidismo manifesto e a insuficiência renal, pela maioria dos contrastantes apresentarem
suas excreções pela via renal.
121
As reações adversas e os efeitos colaterais mais frequentes relacionados com o uso
de contrastes iodados são classificados em leves, moderados e graves. Na sintomatologia da
classificação leve, o paciente apresenta sensação de calor e dor, eritema, náuseas e vômitos.
Na moderada, podem estar presentes as urticárias com ou sem prurido, tosse do tipo irritativa,
espirros, dispneia leve, calafrios, sudorese, tontura e cefaleia. Na reação adversa caracterizada
como grave, o paciente apresenta edema periorbitário, dor torácica, dispneia grave, taquicardia,
hipotensão, cianose, agitação, confusão e perda da consciência podendo levar ao óbito.
13 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES SUBMETIDOS AOS AGENTES
CONTRASTANTES

Alguns dos principais cuidados de enfermagem na administração de agentes 122


contrastantes são:

 Armazenamento do Contraste: verificar sempre com o fornecedor o meio correto de


armazenamento, incluindo temperatura que o contraste deve permanecer, validade do produto e
manutenção em local apropriado.
 Administração do Contraste: a administração endovenosa do contraste deve ser
feita por punção em veia calibrosa, utilizando-se cateter agulhado número 21 (adultos) ou
preferencialmente cateter de cano curto (do tipo abocath) número 20. O acesso venoso é
verificado antes da administração do contraste garantindo com isso sua permeabilidade e
evitando extravasamento.

Para administrar o contraste endovenoso indica-se o uso de bombas injetoras que se


constituem em equipamento controlado (tempo/quantidade) para infusão. O uso de seringas para
administrar o contraste além de ser de difícil manuseio na realização do procedimento, acarreta
um maior tempo dispensado pelo técnico de enfermagem e em algumas situações a exposição
aos raios.

Ao iniciar a administração do contraste a equipe de enfermagem deve atentar para os


sinais ou sintomas de reação do paciente, sendo que a monitorização do paciente deve ser feita
antes, durante e depois do exame. O material para parada deve estar disponível e ser de fácil
acesso para prestação de atendimento imediato caso aja necessidade. Ao apresentar sinais ou
sintomas de reação o médico radiologista deve imediatamente ser comunicado.

 Preparo do Paciente: antes da realização do exame o paciente deve ser informado


sobre o procedimento que irá realizar. Na utilização dos contrastes endovenosos e/ou orais o
paciente deve estar ciente dos riscos e das diferentes reações. Uma entrevista estruturada e
registrada é realizada com o paciente em que são avaliados os riscos potenciais de reação ao
meio de contraste. Todas as condições relatadas pelo paciente na entrevista são discutidas com
a equipe para decisão sobre a realização do exame, proporcionando segurança ao paciente. A
equipe médica e de enfermagem dos serviços de radiodiagnóstico devem possuir protocolos
claros sobre todos os cuidados que envolvem o uso dos agentes contrastantes, incluindo:
medicações que devem ser suspensas antes da realização do exame, medicações profiláticas
administradas antes da realização do exame, situações que indicam potencial de risco para a
realização do exame e condições que impedem a realização do exame com agentes 123
contrastantes.
Alguns cuidados devem ser observados pela equipe de Enfermagem na administração
do agente contrastante para a realização de exames diagnósticos por imagem. Primeiramente, a
forma de armazenamento do meio de contraste iodado deve ser analisada; ele deve ficar em
temperatura ambiente inferior a 30 °C, ao abrigo da luz e de raios-X; a equipe deve verificar
rotineiramente o período de validade dos frascos antes da utilização do produto. O meio de
contraste deve ser aquecido gradativamente até atingir a temperatura corporal antes de ser
infundido pela via endovenosa, assim torna o agente menos viscoso e então mais tolerado pelo
paciente. A Enfermagem deve monitorizar o paciente durante as primeiras horas após a
administração intravascular do agente contrastante, por ser neste período a maior incidência dos
efeitos colaterais.

Outro cuidado que Nischimura (1999) destaca é a verificação se o paciente encontra-


se em jejum oral de sólidos e líquidos, de acordo com o tipo de exame em que irá ser submetido
e conforme orientação; sinais de desidratação também devem ser verificados e se necessário
compensar os danos do metabolismo hidrossalino. A equipe deve preparar o emocional do
paciente, pois estados emocionais alterados podem intensificar o aparecimento das reações
adversas ou efeitos colaterais. A Enfermeira da Unidade de Diagnóstico por Imagem deve
promover treinamentos e reciclagem de sua equipe para o atendimento de intercorrências dos
efeitos colaterais com o uso de meios de contraste, a fim de não ocasionar danos maiores ao
paciente.
13.1 MEIOS DE CONTRASTE NÃO IODADOS

13.1.1 Sulfato de Bário

124

É uma substância química inodora, insípida e completamente insolúvel. Encontra-se na


forma de suspensão aquosa, podendo ser ingerida para a realização de estudos do trato
gastrintestinal alto e também pode ser introduzida pela via retal para a visualização do intestino
grosso. O sabor do Sulfato de Bário em suspensão oral puro é desagradável, por isso que os
preparados comerciais podem ser acrescidos de essências de sabores diferentes, para atenuar
o sabor característico da suspensão.

Existem duas contraindicações para a utilização da suspensão do Sulfato de Bário


para a realização de exames. Uma é a suspeita de perfuração das vísceras, pois ocasionaria o
extravasamento do contraste para o mediastino ou para cavidade peritoneal do paciente, e a
outra é a previsão de procedimento cirúrgico no órgão a ser analisado logo após o exame
radiológico. Nestes casos a indicação é o emprego do meio de contraste iodado hidrossolúvel,
se o paciente não for alérgico ao iodo, a reação alérgica ao sulfato de bário é extremamente
rara.

Uma das orientações importantes que a equipe de Enfermagem deve prestar ao


paciente é quanto à ingestão de líquidos, que deve ser aumentada após o exame para facilitar e
agilizar a eliminação do Bário, pois quanto maior o período de permanência da substância no
órgão, maior quantidade de água ela absorve, se tornando impacta e de difícil eliminação.

13.1.2 Gadopentetato Dimeglumínico


É uma substância contrastante de eliminação renal, empregado para a realização de
Tomografia por Ressonância Magnética, contém como elemento ativo o gadolínio. As
contraindicações para a utilização do meio de contraste são para pacientes com alterações
graves da função renal e mulheres grávidas.

125
Os efeitos colaterais que pode surgir geralmente são a sensação de dor ou calor local,
no momento da administração pela via endovenosa. Observa-se também em alguns casos a
presença de náuseas e vômitos ou reações alérgicas na pele e mucosas; as reações anafiláticas
e a convulsão podem ocorrer em casos isolados.

13.1.3 D – Galactose

É uma substância ativa de meio de contraste utilizado na ultrassonografia; consiste em


uma suspensão solúvel de galactose a 20%. Tem como indicação de uso os exames de
ultrassonografia do trato genital feminino para avaliar a presença de pólipos miomas, etc.; e para
a permeabilidade das tubas uterinas, nos exames ultrassonográficos Doppler do coração para
avaliar alterações da hemodinâmica, más formações e massas intracavitárias.

A galactosemia, os processos inflamatórios do sistema genital feminino e a gravidez


constituem as contraindicações gerais para administração do meio de contraste, se a via de
administração for à transcervical; já na via de escolha para a administração endovenosa a
contraindicação é a insuficiência cardíaca grave devido à hiperosmolaridade.

Alguns efeitos observados durante a administração do contraste pela via endovenosa,


são: sensação de calor, dor ou frio no local da injeção, ou no trajeto da veia eferente. Outras
situações como formigamento, sensações de perda auditiva ou gustativa, sudorese, vertigem,
náuseas e vômitos são isoladas. Quando a administração do agente contrastante for via colo de
útero, pode ocasionar dores provenientes da distensão pelo enchimento da cavidade uterina e
trompas, especialmente quando estão obstruídas.

126
14 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

A Tomografia Computadorizada (TC) é um imageamento que fornece imagens


transversais dos mais variados tipos de tecidos, identificando áreas com anormalidades e com 127
precisão do local onde está acontecendo às alterações (BRUNNER, 2002). Utiliza-se um
programa de computador onde as imagens obtidas aparecem em formas de cortes que são
reconstituídas em imagens tridimensionais para que possam ser vistas e analisadas de uma
maneira mais precisa e de diversos ângulos conforme a necessidade.

Para Nischimura (1999), a TC é um método de diagnóstico em que são utilizados


feixes finos de raios X e computadores. Este método facilita a obtenção de imagens detalhadas
de segmentos corporais a serem estudados ou avaliados. Em geral o tempo de imageamento da
Tomografia Computadorizada é curto e completamente indolor, mas como o paciente é exposto
a consideráveis doses de radiação, deve ser injetado o agente de contraste para que os vasos
sanguíneos possam ser visualizados adequadamente.

Entre várias utilizações da TC, as que se destacam são as para definir nódulos
pulmonares e pequenos tumores na superfície pleural que com os raios X de rotina não são
visíveis. Também utiliza-se a TC para a detecção de anormalidades do mediastino e adenopatias
hiliares que não são possíveis de serem visualizadas com outras técnicas.

Geralmente a TC é realizada em duas fases: sem e com o uso de agentes


contrastantes – o contraste é uma substância utilizada a fim de realçar as imagens; a via de
administração irá depender da finalidade da segmentação corporal a ser estudada. Administrado
pela via oral para estudo do abdome superior, inferior e pelve, pela via endovenosa para o
estudo do corpo inteiro, pela via intratecal para a mielotomografia e pela via intersticial injetado
diretamente no tecido tumoral.
14.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

A Enfermeira e sua equipe devem avaliar o paciente antes que ele se submeta a uma
avaliação de imagens por meio do exame TC, realizando uma anamnese para identificar 128
possíveis condições que podem se tornar uma contraindicação para a realização do exame. A
gestação, o aleitamento, a claustrofobia, a debilidade ou deformidade, a incapacidade de
manter-se na posição do exame devido à idade avançada e os implantes metálicos são algumas
contraindicações para o exame segundo Brunner (2002).

Outro cuidado importante que a equipe de enfermagem deve ter é em relação ao


emprego do agente de contraste antes do exame. Para isso deve ser realizada uma avaliação
minuciosa do paciente atentando para possíveis alergias ou qualquer reação que possa vir a
aparecer informando imediatamente ao médico.

Nischimura (1999) cita outras limitações ao uso da TC, como, por exemplo, pessoas
obesas, com peso superior a 150 Kg, devido aos problemas de movimentação do equipamento,
os distúrbios neurológicos, como o Mal de Parkinson ou qualquer outra afecção que ocasione
movimentos involuntários. Os extremos de idade também devem ser avaliados pela equipe de
Enfermagem, sendo que crianças de um até quatro anos de idade apresentam dificuldades de
compreensão das necessidades de imobilizações prolongadas para a realização do exame,
assim, pode ser recomendada a sedação.

O trabalho da equipe de Enfermagem no preparo do paciente que se submeterá ao


exame não consiste apenas em instruções e contraindicações do mesmo, vai além, deve-se
preparar o psicológico e o emocional deste paciente. Experiências práticas vivenciadas
comprovam que independente da classe socioeconômica do paciente, existe a insegurança e o
medo antes da realização do exame, e na maioria das vezes estes sentimentos são
demonstrados também quanto ao aparelho da TC (NISCHIMURA, 1999).

A Enfermagem deve orientar o paciente também quanto às etapas do exame,


mostrando-o a vestimenta que deverá ser usada, como o avental e explicar a necessidade do
uso de meios de contrastes. As orientações preferencialmente devem ser ditas na presença dos
familiares ou acompanhantes para deixá-los mais tranquilos. Cabe à enfermeira da unidade de
diagnóstico por imagem planejar e controlar o fluxo diário de pacientes, realizar visita ao paciente
no pré-exame, orientando-o sobre o procedimento em que irá se submeter, e no pós-exame
avaliando o risco de alergias e reações anafiláticas.

O planejamento e a execução da assistência de enfermagem ao paciente nos períodos


pré, trans e pós-exames devem ser realizados pela Enfermeira, a fim de obter uma boa relação 129
entre Paciente-Enfermeira, minimizando angústias, medos e apreensões quanto à realização do
exame e equipe.
15 ULTRASSONOGRAFIA

A ultrassonografia é um método diagnóstico, que consiste na visualização de


estruturas internas do organismo utilizando ondas sonoras de alta frequência, que refletem um 130
som denominado de eco, por este motivo também é conhecido por ecografia, enfatiza
(NISCHIMURA, 1999).

Brunner (2001) diz que a ultrassonografia (ultrassom) são ondas sonoras de alta
frequência que ocasionam eco entre os tecidos corporais e que são convertidos em imagens
para a avaliação de tecidos profundos dentro do corpo. As principais indicações são para
cânceres abdominais e pélvicos.

O emprego da ultrassonografia apresenta algumas vantagens e limitações. Uma das


vantagens está em ser um exame simples, indolor e seguro, não apresentando riscos para o
paciente e nem para o examinador, por não utilizar radiação ionizante. É de realização rápida,
então não necessita de um preparo físico para o paciente, e pode ser realizado tanto em
pacientes externos como em unidades críticas e até mesmo durante cirurgias, por ser um
equipamento com boa mobilidade. Apresenta custo baixo em relação aos demais exames
diagnósticos e possibilita a obtenção de imagens em tempo real.

As limitações incluem as interposições das estruturas ósseas, como por exemplo, o


crânio, ou então camadas espessas de tecido adiposo como na obesidade. O paciente recém-
operado com a presença de ferida operatória ou drenos torna insatisfatório o contato entre o
transdutor e a pele, tornando o exame limitado. O exame torna-se limitado também em pacientes
muito agitados e crianças, uma vez que para o sucesso do exame a imobilidade é fundamental,
assim nestes casos é necessária a sedação.
15.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ULTRASSONOGRAFIA

Considerando os avanços técnicos e científicos dos aparelhos de ultrassom das


unidades de diagnóstico por imagem, a assistência de Enfermagem vai além de ser importante, 131
tornou-se imprescindível. Em consequência disto, o Enfermeiro deve manter-se atualizado para
cultivar o planejamento e a execução de diferentes tipos de exames com total embasamento
teórico e prático para orientar os componentes de sua equipe.

Como a equipe de Enfermagem presta assistência nos períodos pré, intra e pós-
exame, é fundamental o preparo físico e emocional do paciente, assim, deve-se promover ações
que o torne mais confiante com a equipe e o exame. As orientações quanto ao preparo físico,
realização do exame, duração, pós-exame deve ser entregue por escrito avaliando sempre o
grau de entendimento do paciente e esclarecendo as dúvidas do mesmo.

Para Nischimura (1999), são atribuições específicas do Enfermeiro, orientar sobre o


procedimento a ser realizado, esclarecendo todas as dúvidas do paciente, verificar se ele
encontra-se em jejum ou se ingeriu quantidade de água suficiente para a realização do exame
solicitado. O planejamento e a execução da assistência de enfermagem no pré, trans e pós-
exame deverá ser feito pela Enfermeira ao paciente que será submetido à punção ou biópsia
orientada por ultrassonografia.
16 IMAGEAMENTO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

O Imageamento por Ressonância Magnética (IRM) para Nischimura (1999) é um


método diagnóstico não invasivo, sem o uso de radiação ionizante, a palavra ressonância é a 132
capacidade da troca de energia entre dois sistemas ou meios físicos sem perda de energia.

Brunner (2002) diz que o IRM é o uso de campos magnéticos com sinais de
radiofrequências que viabilizam imagens seccionadas de várias estruturas corporais e é
empregado principalmente para pacientes portadores de cânceres neurológicos, pélvico,
abdominal e torácico.

As vantagens da Ressonância Magnética incluem a detecção precocemente de


alterações orgânicas, conduzindo ao diagnóstico e ao sucesso da terapia, a obtenção de
imagens sem o emprego de radiação ionizante, o que permite a repetição do exame quantas
vezes forem necessárias. A Ressonância Magnética viabiliza a realização de imagens
detalhadas, em cortes e em áreas de difícil acesso, sem que o paciente precise modificar a
posição em que está.

O emprego do contraste não iodado com o principio ativo do gadolínio que pode ser
administrado em pacientes com história de alergia a contraste iodado constitui também em mais
uma vantagem do método de diagnóstico por imagem da Ressonância Magnética. Por outro
lado, a desvantagem do exame está em seu alto custo que para alguns pacientes torna-se
inviável.

São limitações a realização do procedimento, a claustrofobia, doenças neurológicas,


como por exemplo, o Mal de Parkinson ou qualquer outra que ocasione movimentos
involuntários, o baixo nível de compreensão do paciente, distúrbios psiquiátricos, dores intensas
que dificultam a permanência na mesma posição por um período maior de tempo
(NISCHIMURA, 1999).

As contraindicações ao exame podem ser classificadas em Absolutas e Relativas. Nas


absolutas encaixam se os pacientes fazendo o uso de marcapasso cardíaco, clipes metálicos
pós-cirurgia de aneurisma, com uso de próteses auriculares e corpo metálico auricular, pois o
magneto põe a vida em risco, está contraindicado nesta categoria também a realização do
exame em gestantes até o final do primeiro trimestre de gestação.

As contraindicações relativas são para os pacientes que fazem o uso de outros tipos
de próteses metálicas, como placas e pinos ortopédicos, válvulas cardíacas de material
ferromagnético e projétil de arma de fogo, pois podem interferir na imagem do exame e por 133
consequência da atração do campo magnético pode deslocar estes objetos. Estes objetos
podem sofrer aquecimento no local em que se encontram devido à transformação da energia
eletromagnética em térmica.

16.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

A equipe de enfermagem deve ser treinada para prestar uma assistência integral de
forma a suprir às expectativas do paciente e cumprir com os objetivos estabelecidos no
planejamento da assistência.

No que diz respeito ao paciente, a grande maioria demonstra certa ansiedade em


relação ao procedimento e ao aparelho; este último é consequência da falta de conhecimento e
até mesmo por receberem informações errôneas de terceiros que passaram pelo serviço e não
foram bem informados ou até atendidos incorretamente, assim a Enfermagem é responsável
pelo preparo físico e emocional do paciente.

Para o preparo físico enquadra-se a necessidade do paciente manter-se em jejum ou


não; para exames com ou sem contraste, a recomendação é de jejum de quatro horas, se o
paciente necessitar de sedação para a realização do exame, o jejum oral deve ser de oito horas
e se for criança o jejum deve ser seguido conforme a orientação médica. Outras recomendações
para o preparo físico do paciente são aquela que se tornam uma contraindicação, como no caso
de uso de próteses metálicas.
Em relação ao preparo emocional e psicológico, a equipe desempenha algumas
tarefas que visam à melhora do paciente neste quesito. A entrevista é muitas vezes a base de
tudo para a Enfermagem, esta deve ser feita com o paciente ou então com algum familiar e deve
seguir um roteiro que vise à obtenção de informações do tipo local de trabalho, cirurgias
anteriores, uso de próteses metálicas, que no caso de uso deve ser realizado uma avaliação
médica, portadores de lentes de contato, entre outras.
134
O esclarecimento sobre o procedimento a ser realizado também auxilia a equipe ao
preparo emocional do paciente; ela deve prestar todas as informações a respeito do exame,
destacando que a Ressonância Magnética é um método indolor, não é invasivo, não utiliza-se
meio de radiação ionizante e sua duração é de aproximadamente 30 a 90 minutos.

A equipe de Enfermagem deve orientar que dependendo do tipo de aparelho, o


paciente será introduzido totalmente dentro de um túnel, e que irá escutar ruídos repetidos do
tipo estalidos que significam que o aparelho está funcionando. É importante a orientação que se
ocorrer a necessidade de comunicar-se com o operador do aparelho ou então com algum
membro da equipe isto é possível, pois há um sistema de comunicação interno.

O paciente deve ser instruído a encaminhar-se ao vestiário para se trocar, a equipe


fornece então avental, touca, propés e orienta a retirar inclusive as peças íntimas que contenham
botão de metal. A solicitação para que retire os objetos e adornos metálicos, como por exemplo,
relógios, anéis, grampos ou presilhas de cabelo, óculos com aros metálicos, aparelhos auditivos,
dentaduras ou próteses móveis também são tarefas desempenhadas pela equipe de
enfermagem. No caso de paciente traqueostomizado, é necessária a troca da cânula de metal
por uma de plástico, o paciente ainda é instruído a esvaziar a bexiga e o seu peso é verificado e
anotado em ficha apropriada, então está pronto para ser encaminhado para a realização do
exame.
17 ESOFAGOESTOMAGODUODENOGRAFIA (EED)

O Esofagoestomagoduoedenografia (EED) segundo Nischimura (1999) é um exame


radiológico que tem por função a avaliação de possíveis alterações anatomofuncionais do 135
esôfago, estômago e duodeno. As principais indicações clínicas para este exame incluem a
obstrução das vias por corpos estranhos, refluxos gastresofágicos, varizes esofagianas, tumores,
megaesôfago, hérnia de hiato, úlceras pépticas entre outras.

Para a realização deste procedimento, o paciente deve ingerir a solução de Sulfato de


Bário, como meio de contraste não iodado e a deglutição é acompanhada por fluoroscopia.
Durante a progressão do contraste no trato digestivo alto, a equipe observa a posição, o calibre,
a permeabilidade, a motilidade e o padrão de revestimento mucoso a fim de diagnosticar
alterações anatomofuncionais. Na realização do exame fluoroscópico, são realizadas
radiografias para registrar qualquer tipo de achado.

17.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EED

A assistência de Enfermagem começa antes do início do exame com um membro da


equipe que deve verificar a instalação e o teste do suporte para os pés na mesa de exame, pois
o procedimento da esofagoestomagoduodenografia inicia-se com o paciente em posição vertical.

Em seguida, a equipe deve recepcionar o paciente e oferecer-lhe o avental e orientá-lo


a ir até o banheiro fazer o esvaziamento da bexiga a fim de não ocorrer desconforto durante as
manobras realizadas pelo exame que podem aumentar a pressão intra-abdominal. Após, o
paciente deve ser encaminhado até a sala de exames para passar pela entrevista médica, onde
serão coletados dados em relação à história clínica e esclarecido as técnicas do procedimento
que será realizado.

Nischimura (1999) destaca que a equipe deve dispor sobre a mesa auxiliar todo o
material necessário para a realização do exame, inclusive o preparo do contraste de acordo com
a prescrição médica. Para pacientes adultos, geralmente a prescrição é de um frasco de Sulfato
de Bário em suspensão, em crianças, além de ser diluído em água é disposto em mamadeira 136
aquecida.

A equipe auxilia o paciente a se colocar sobre a mesa de exame em posição


ortostática, segurando o copo com a solução de contraste próximo ao ombro. Como este exame
tem o acompanhamento da fluoroscopia, o radiologista irá informar ao paciente a quantidade e
quando a suspensão do contraste deve ser ingerida, observando a progressão deste do esfíncter
superior até o inferior do esôfago, refere Nischimura (1999).

Na medida em que a avaliação é sendo realizada com o fluoroscópio, o paciente


continua com a ingestão do contraste, assim poderá ser feito a avaliação do esôfago nas fases
de contração e repouso, podendo ser tomadas radiografias em séries e em posições diferentes,
tais como frontal, oblíqua direita e esquerda e de perfil. Quando concluída esta etapa, é realizada
a mudança de posição do paciente, que passará a ser em decúbito dorsal horizontal.

Segundo Nischimura (1999), além das mudanças de posições realizadas pela própria
mesa de exame, como por exemplo, a posição de Trendelemburg para o diagnóstico de hérnia
de hiato, é necessária a colaboração do paciente, pois exigirá manobras e movimento especiais
dele, como por exemplo, a manobra de Valsalva para a pesquisa de refluxo gastresofágico até o
final do procedimento. No caso de exames em crianças, a administração do contraste e o
posicionamento necessário para o exame são realizados com o auxílio da mãe ou do
acompanhante.

A equipe deve manter-se atenta às reações do paciente durante o decorrer do exame;


após o término do exame, o componente da equipe de Enfermagem oferece uma compressa ou
papel toalha ao paciente para remover os resíduos de bário que podem ficar aderidos aos lábios
no momento da ingestão da solução e então é encaminhado ao vestiário para fazer a higiene
bucal e vestir-se.
Deve ser feita a orientação para que o paciente observe suas eliminações intestinais, e
aumente a ingestão de líquidos desde que não esteja contraindicado a fim de eliminar mais
rapidamente o contraste. O paciente deve ser instruído ainda a comparecer ao hospital para
buscar o resultado do exame.

137
18 RAIOS X DE ESTRUTURAS ÓSSEAS

As indicações para o estudo radiológico com o método de raios X dependem


exclusivamente do tipo de avaliação que se deseja de determinado segmento, por exemplo, a 138
determinação da idade e do crescimento ósseo, a avaliação da presença de deformidades
ósseas, presença de infecção dos seios da face ou paranasais, avaliação de fraturas, entre
outras. A utilização dos raios X de estruturas ósseas em questão deseja-se a avaliação dos
diversos segmentos ósseos.

O corpo humano é composto de uma estrutura esquelética formado por


aproximadamente 206 ossos do ponto de vista radiológico e divide-se em esqueleto apendicular
e axial (NISCHIMURA, 1999). No esqueleto apendicular, incluem os ossos da cintura escapular,
membros superiores, cintura pélvica e membros inferiores; o esqueleto axial compreende os
ossos que se localizam na parte central do corpo ou com proximidade destes. Fazem parte a
cabeça, incluindo os ossos do crânio, da face, do ouvido e hioide; a coluna vertebral com a parte
cervical, torácica, lombar, sacra e cóccigea e o tórax, com o esterno e as costelas.

Na realização de raios X simples de estruturas ósseas, o técnico em radiologia deve


seguir alguns passos considerados como fundamentais. Um deles é o posicionamento adequado
do segmento anatômico e o alinhamento do raio central que será emitido; estes irão depender do
segmento que se pretende avaliar, a programação da técnica radiológica no painel de controle e
a obtenção das radiografias também é importante no preparo.

18.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO RX DE ESTRUTURAS ÓSSEAS

Na assistência de Enfermagem para pacientes submetidos ao exame de raios x, deve-


se considerar a condição do mesmo para então prestar a assistência adequada, ou seja, no caso
de paciente que não deambula ou pacientes politraumatizados, os membros da equipe devem
adequar-se para melhor atendê-lo. A equipe deve ser responsável pelo transporte destes
pacientes até a sala da realização do exame, solicitando sempre a presença de outros membros
da equipe para que possam auxiliar no momento da transferência do paciente da maca para a
mesa de exame, a fim de prevenir danos à estrutura anatômica lesada. Deve ser feito a remoção
de roupas e objetos radiopacos das proximidades da área a ser examinada e a equipe também
139
pode providenciar acessórios de posicionamento e ajudar a posicionar caso seja necessário.

Sempre ao término dos exames, o membro da equipe que está acompanhando o


paciente, deve esperar as orientações da equipe de radiologia para realizar a transferência do
mesmo da mesa de exames para a maca tomando os devidos cuidados. Após deve ser feito o
encaminhamento á unidade de origem com as radiografias.
ANEXO A

DECRETO Nº 92.790, DE 17 DE JUNHO DE 1986.

Regulamenta a Lei nº 7.394, de 29 de outubro de


1985, que regula o exercício da profissão de
Técnico em Radiologia e dá outras providências. 140

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 81, item III, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 17 da Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985,
DECRETA:
Art . 1º O exercício da profissão de Técnico em Radiologia fica regulado pelo disposto neste
decreto, nos termos da Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985.
Art . 2º São Técnicos em Radiologia os profissionais de Raios X, que executam as técnicas:
I - radiológicas, no setor de diagnóstico;
II - radioterápicas, no setor de terapia;
III - radioisotópicas, no setor de radioisótopos;
IV - industriais, no setor industrial;
V - de medicina nuclear.
Art . 3º O exercício da profissão de Técnico em Radiologia é permitido:
I- aos portadores de certificado de conclusão de 1º e 2º graus, ou equivalente, que possuam
formação profissional por intermédio de Escola Técnica de Radiologia, com o mínimo de três
anos de duração;
II - aos portadores de diploma de habilitação profissional, expedido por Escola Técnica de
Radiologia, registrado no Ministério da Educação.
Art . 4º Para se instalarem, as Escolas Técnicas de Radiologia precisam ser previamente
reconhecidas pelo Ministério da Educação.
Art . 5º As Escolas Técnicas de Radiologia só poderão ser reconhecidas se apresentarem
condições de instalação satisfatórias e corpo docente de reconhecida idoneidade profissional,
sob a orientação de Físico Tecnólogo, Médico Especialista e Técnico em Radiologia.
§ 1º Os programas serão elaborados pelo Conselho Federal de Educação e válidos para todo o
território nacional, sendo sua adoção indispensável ao reconhecimento de tais cursos.
§ 2º Em nenhuma hipótese poderá ser matriculado candidato que não comprovar a conclusão de
curso de nível de 2º grau ou equivalente.
§ 3º O ensino das disciplinas será ministrado em aulas teóricas, práticas e estágios a serem
cumpridos, no último ano do currículo escolar, de acordo com a especialidade escolhida pelo
aluno.
Art . 6º Os centros de estágio serão constituídos pelos serviços de saúde e de pesquisa físicas,
que ofereçam condições essenciais à prática da profissão na especialidade requerida. 141
Art . 7º A admissão à primeira série da Escola Técnica de Radiologia dependerá:
I - do cumprimento do disposto no § 2º do art. 5º deste decreto;
II - de aprovação em exame de sanidade e capacidade física, o qual incluirá, obrigatoriamente, o
exame hematológico.
Parágrafo único. Salvo decisão médica em contrário, não poderão ser admitidas em serviços de
terapia de rádio nem de rádom as pessoas de pele seca, com tendência a fissuras, e com
verrugas, assim como as de baixa acuidade visual não corrigível pelo uso de lentes.
Art . 8º As Escolas Técnicas de Radiologia existentes, ou a serem criadas, deverão remeter ao
Conselho Federal de Educação, para fins de controle e fiscalização de registros, cópia da ata
relativa aos exames finais, na qual constem os nomes dos alunos aprovados e as médias
respectivas.
Art . 9º Os diplomas expedidos por Escolas Técnicas de Radiologia, devidamente reconhecidas,
têm âmbito nacional e validade para o registro de que trata o item II do art. 3º deste decreto.
Parágrafo único. Concedido o diploma, fica o Técnico em Radiologia obrigado a registrá-lo, nos
termos deste decreto.
Art . 10. Os trabalhos de supervisão da aplicação de técnicas em radiologia, em seus respectivos
setores, são da competência do Técnico em Radiologia.
Art . 11. Ficam assegurados todos os direitos aos denominados Operadores de Raios X,
devidamente registrados na Delegacia Regional do Trabalho, os quais adotarão a denominação
referida no art. 1º deste decreto.
§ 1º Os profissionais que se acham devidamente registrados na Divisão Nacional de Vigilância
Sanitária de Medicamentos - DIMED, não possuidores do certificado de conclusão de curso em
nível de 2º grau, poderão matricular-se nas escolas criadas, na categoria de ouvinte, recebendo,
ao terminar o curso, certificado de presença, observadas as exigências regulamentares das
Escolas de Radiologia.
§ 2º Os dispositivos deste decreto aplicam-se, no que couber, aos Auxiliares de Radiologia que
trabalham com câmara clara e escura.
Art . 12. Os Conselhos Nacional e Regionais de Técnicos em Radiologia, criados pelo art. 12 da
Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, constituem, em seu conjunto, uma autarquia, sendo
cada um deles dotado de personalidade jurídica de Direito Público.
Art . 13. O Conselho Nacional e os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia são os
órgãos supervisores da ética profissional, visando ao aperfeiçoamento da profissão e à 142
valorização dos profissionais.
Art . 14. O Conselho Nacional, ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais, terá sede no
Distrito Federal e jurisdição em todo o território nacional.
§ 1º Os Conselhos Regionais terão sede nas Capitais dos Estados, Territórios e no Distrito
Federal.
§ 2º A jurisdição de um Conselho Regional poderá abranger mais de um Estado, se as
conveniências assim o indicarem.
Art . 15. O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia compor-se-á de nove membros, eleitos
juntamente com outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira.
Parágrafo único. A duração dos mandatos dos membros do Conselho Nacional de Técnicos em
Radiologia será de cinco anos.
Art . 16. São atribuições do Conselho Nacional:
I - organizar o seu regimento interno;
II - aprovar os regimentos internos organizados pelos Conselhos Regionais;
III - instalar os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia, definindo sede e jurisdição,
bem como promovendo a eleição de seus membros e lhes dando posse;
IV - votar e alterar o código de ética profissional, ouvidos os Conselhos Regionais;
V - promover quaisquer diligências ou verificações, relativas ao funcionamento dos Conselhos
Regionais, nos Estados ou Territórios e Distrito Federal, e adotar, quando necessárias,
providências convenientes a bem da sua eficiência e regularidade, inclusive a designação de
diretoria provisória.
Art . 17. A diretoria do Conselho Nacional de Técnico de Radiologia será composta de
presidente, secretário e tesoureiro.
Art . 18. O presidente, o secretário e o tesoureiro residirão no Distrito Federal durante todo o
tempo de seus mandatos. (Revogado pelo Decreto nº 5.211, de 2004)
Art . 19. A renda do Conselho Nacional será constituída de:
I - um terço das anuidades cobradas pelos Conselhos Regionais;
II - um terço da taxa de expedição das carteiras profissionais;
III - um terço das multas aplicadas pelos Conselhos Regionais;
IV - doações e legados;
V - subvenções oficiais;
VI - bens e valores adquiridos.
Art . 20. A eleição para o primeiro Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia será promovida 143
pela Federação das Associações dos Técnicos em Radiologia dos Estados do Brasil.
Parágrafo único. A eleição efetuar-se-á por processo que permita o exercício do voto a todos os
profissionais inscritos, sem que lhes seja necessário o afastamento do seu local de trabalho.
Art . 21. Enquanto não for elaborado e aprovado, pelo Conselho Nacional de Técnicos em
Radiologia, o código de ética profissional, vigorará o Código de Ética do Técnico em Radiologia,
elaborado e aprovado, por unanimidade, na Assembléia Geral Ordinária da Federação das
Associações dos Técnicos em Radiologia dos Estados do Brasil, em 10 de julho de 1971.
Art . 22. Os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia compor-se-ão de nove membros,
eleitos juntamente com outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira.
Parágrafo único. Os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia serão organizados à
semelhança do Conselho Nacional.
Art . 23. Compete aos Conselhos Regionais:
I - deliberar sobre a inscrição e cancelamento no quadro do Conselho;
II - manter um registro dos Técnicos em Radiologia, legalmente habilitados, com exercício na
respectiva Região;
III - fiscalizar o exercício da profissão de Técnico em Radiologia;
IV - conhecer, apreciar e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as
penalidades que couberem;
V - elaborar a proposta do seu regimento interno, submetendo-a à aprovação do Conselho
Nacional;
VI - expedir carteira profissional;
VII - velar pela conservação da honra e da independência do Conselho e pelo livre exercício
legal dos direitos dos radiologistas;
VIII - promover, por todos os meios ao seu alcance, o perfeito desempenho técnico e moral da
profissão e o prestígio e bom conceito da Radiologia, e dos profissionais que a exerçam;
IX - publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação dos profissionais registrados;
X - exercer os atos de jurisdição que por lei lhes sejam cometidos;
XI - representar ao Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia sobre providências
necessárias para a regularidade dos serviços e da fiscalização do exercício da profissão.
Art . 24. A renda dos Conselhos Regionais será constituída de:
I - taxa de inscrição;
Il - dois terços da taxa de expedição de carteiras profissionais;
III - dois terços da anuidade paga pelos membros neles inscritos; 144
IV - dois terços das multas aplicadas;
V - doações e legados;
VI - subvenções oficiais;
VII - bens e valores adquiridos.
Art . 25. As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais aos seus membros são as
seguintes:
I - advertência confidencial em aviso reservado;
II - censura confidencial em aviso reservado;
III - censura pública;
IV - suspensão do exercício profissional até trinta dias;
V - cassação do exercício profissional, ad referendum, do Conselho Nacional.
Art . 26. Em matéria disciplinar, o Conselho Regional deliberará de ofício.
Art . 27. Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso, no prazo de trinta dias, contados
da ciência, para o Conselho Nacional.
Art . 28. Além do recurso previsto no artigo anterior, não caberá qualquer outro de natureza
administrativa.
Art . 29. O voto é pessoal e obrigatório em toda eleição, salvo doença ou ausência comprovadas
plenamente.
§ 1º As deliberações serão tomadas por maioria de votos dos presentes.
§ 2º Os radiologistas que se encontrem fora da sede das eleições por ocasião destas poderão
dar seu voto em dupla sobrecarta, opaca, fechada e remetida pelo correio, sob registro, por
ofício com firma reconhecida, ao Presidente do Conselho Regional.
§ 3º Serão computadas as cédulas recebidas, com as formalidades do parágrafo precedente, até
o momento em que se encerre a votação. A sobrecarta maior aberta pelo Presidente do
Conselho, que depositará a sobrecarta menor na urna, sem violar o segredo do voto.
§ 4º As eleições serão anunciadas no órgão oficial e em jornal de grande circulação, com trinta
dias de antecedência.
Art . 30. A jornada de trabalho dos profissionais abrangidos por este decreto será de vinte e
quatro horas semanais.
Art . 31. O salário mínimo dos profissionais, que executam as técnicas definidas no art. 1º deste
decreto, será equivalente a dois salários mínimos profissionais da região, incidindo sobre esses
vencimentos quarenta por cento de risco de vida e insalubridade. 145
Art . 32. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Art . 33. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 17 de junho de 1986; 165º da Independência e 98º da República.
JOSÉ SARNEY
Almir Pazzianoto Pinto
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 18.61986
19 BRONCOSCOPIA

A Broncoscopia é o exame que inspeciona a laringe, traqueia e brônquios por meio de


um aparelho denominado broncoscópio, que pode ser flexível de fibra óptica ou rígido 146
(BRUNNER, 2002). Na prática atual, é utilizada com mais frequência a fibrobroncoscopia,
realizada com um broncoscópio de fibra óptica, fino e flexível que é introduzido para dentro do
brônquio.

A fibrobroncoscopia permite uma visualização ampla das vias aéreas inferiores, devido
seu pequeno calibre e flexibilidade; é ideal para diagnosticar lesões pulmonares. Pode ser
realizada através do tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia em pacientes sob uso de
ventilação. Outra vantagem do uso deste tipo de broncoscópio é a realização da biopsia de
tumores que antes não se tinha acesso e agora pode ser feito no próprio leito, extinguindo a
necessidade de centros cirúrgicos.

Brunner (2002) classifica a utilização da Broncoscopia em diagnóstica e para fins


terapêuticos. Sendo que os propósitos diagnósticos incluem o exame de tecidos, coleta de
secreções, localização e extensão de determinada patologia obtendo pequena amostra do tecido
para diagnósticos, que pode ser feita por esfregaço, curetagem, etc., é capaz de determinar
também se o tumor quando existente pode ser ressecado cirurgicamente sem complicações e a
origem de sangramentos.

A broncoscopia terapêutica pode ser utilizada para a remoção de corpos estranhos


existentes nas árvores brônquicas, assim como secreções que podem estar obstruindo a árvore
traqueobrônquica e tratar da atelectasia pós-operatória. Quando é feito a remoção de corpos
estranhos por meio da broncoscopia, utiliza-se o broncoscópio rígido com luz na sua
extremidade distal, assim como para a realização de intervenções cirúrgicas endobrônquicos,
que então são realizados no centro cirúrgico e não junto ao leito como com o broncoscópio de
fibra óptica. São possíveis algumas complicações com a realização da broncoscopia que incluem
reação do anestésico, infecção, broncoespasmo, hipóxemia, pneumotórax, sangramento e a
perfuração.
19.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA BRONCOSCOPIA

Cabe à Enfermeira, antes do procedimento, obter a assinatura do termo de


consentimento informado; depois de feito isto, deve ser instruído ao paciente a suspensão de
alimentos e líquidos nas seis horas que irão anteceder o exame para excluir o risco de aspiração
147
quando a anestesia iniciar seu efeito, bloqueando o reflexo da tosse.

A equipe de Enfermagem explica o procedimento ao paciente, deixando-o a vontade


para esclarecimento de qualquer dúvida pertinente ao procedimento realizado, diminuindo assim
a ansiedade e medo. Após, administra-se os medicamentos pré-operatórios prescritos pelo
médico que geralmente são sedativos, atropina ou opioide. Estas medicações irão inibir a
estimulação vagal, com o intuito de prevenir a bradicardia, arritmias e hipotensão; também
bloqueiam o reflexo da tosse, sedam o paciente para o exame e aliviam a ansiedade do mesmo.

Retiram-se próteses dentárias ou qualquer tipo de próteses orais para a realização do


exame. Brunner (2002) diz que o exame geralmente é realizado com anestesia local, porém para
a utilização de broncoscópios rígidos pode ser necessária anestesia geral. A equipe pode utilizar
um anestésico tópico como a lidocaína se caso for necessário; este é nebulizado sobre a faringe
do paciente ou então administrado em gotas sobre a epiglote e cordas vocais para bloquear o
reflexo da tosse e minimizar o desconforto. Já os sedativos ou opioides são administrados pela
via endovenosa.

Após o procedimento, a equipe de Enfermagem deve estar atenta para que o paciente
não ingira qualquer tipo de alimento ou líquido até que a ação da anestesia tenha passado por
completo, pois além de suprimirem o reflexo da tosse, comprometem também os reflexos da
laringe e da deglutição por várias horas. Quando o paciente demonstrar o reflexo da tosse
normatizado, pode oferecer lascas de gelos e aos poucos os líquidos normalmente.

Cabe à Enfermeira analisar o estado mental do paciente e a letargia, principalmente


nos idosos, que pode ser resultante de altas doses de lidocaína administradas durante o exame.
Também é seu papel monitorizar o estado respiratório geral do paciente, e avaliar a presença de
hipóxia, hipotensão, taquicardia, arritmias, hemoptise e dispneia, quando presentes devem ser
relatados imediatamente, relata Brunner (2002).
O paciente é liberado da área de recuperação em que está após ter normatizado o
estado respiratório e o reflexo da tosse. São instruídos pela Enfermeira os cuidados que deve se
ter no âmbito domiciliar, assim como relatar dispneias e sangramentos.

148
20 ENDOSCOPIA

A endoscopia consiste na visualização de uma cavidade corporal ou do trajeto desta


por meio de um aparelho chamado endoscópio que percorre dentro destas cavidades. A 149
finalidade deste exame pode ser tanto diagnóstica como terapêutica; permite também a
realização de biópsias de tecidos, aspiração de líquidos dentro das cavidades e até a remoção
de determinados tumores (BRUNNER, 2002).

A utilização da endoscopia em casos de sangramentos por varizes esofagianas é uma


indicação imediata que determina a possível causa bem como o local de origem do
sangramento. É importante a realização deste exame, neste caso descrito, por ser comum em
mais de 30% dos pacientes com a suspeita de sangramento de varizes esofagianas iniciarem a
hemorragia por outros locais que não o esôfago, causando um falso diagnóstico (BRUNNER,
2002).

20.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ENDOSCOPIA

A equipe de Enfermagem deve trabalhar com medidas que possam vir a aliviar a
ansiedade e o estresse do paciente antes e durante a realização do exame que geralmente está
presente. A monitorização dos sinais vitais deve ser cuidadosa atentando para sinais iniciais de
arritmias cardíacas; a avaliação de sinais de perfurações e hemorragias durante a realização do
exame também são fundamentais para o bom andamento do mesmo e para o bem-estar do
paciente ao seu término.
Depois do exame a Enfermeira deve instruir sua equipe para que não administrem
qualquer tipo de líquidos para este paciente até que o reflexo de vômito retorne; é importante
também orientar os familiares ou acompanhantes do paciente quanto a este cuidado.

Quanto ao desconforto existente da orofaringe após o exame, a equipe pode utilizar


pastilhas que ajudam a aliviar, porém as condições físicas do paciente bem como o estado
mental do mesmo devem permitir, evitando possível aspiração. 150

A equipe de Enfermagem deve avaliar também a presença de sangramento ativo de


grande quantidade que se estiver presente a ingestão oral é cancelada e só então permitida
novamente até que o sangramento estiver cessado. Se acaso o sangramento se intensificar, o
paciente é preparado para outros procedimentos diagnósticos e terapêuticos a fim de solucionar
o problema.
21 COLONOSCOPIA

A colonoscopia fibrótica é a inspeção e a visualização do cólon até o ceco realizada


por meio de um aparelho denominado colonoscópio fibrótico flexível. É um procedimento de 151
baixo custo e boa precisão; é utilizado para o esclarecimento de alguns diagnósticos e também
tem finalidades terapêuticas, como a remoção de pólipos, por exemplo, pois a maioria dos
cânceres de cólon inicia com a presença destes pólipos, logo o exame irá identificá-los e poderá
ser feita a retirada se necessário (BRUNNER, 2002).

A colonoscopia também determina a extensão de determinada doença, e é útil


especialmente na avaliação de pacientes que apresentam diarreia de etiologia desconhecida,
sangue oculto e até anemia. As doenças inflamatórias e intestinais também podem ser
diagnosticadas; o procedimento também é válido para tratar áreas com sangramento e estenose.

Brunner (2002) destaca a possibilidade da utilização de coaguladores bipolares ou


unipolares, sondas térmicas e injeção de agentes esclerosantes ou vasoconstritores, se houver a
necessidade durante a realização do exame.

O procedimento de colonoscopia dura cerca de uma hora e é realizado com o paciente


em Posição de Sims (decúbito lateral para a esquerda) e com as pernas semiflexionadas no
sentido do tórax; esta posição pode ser alterada com o decorrer do exame a fim de facilitar o
avanço do colonoscópio. O desconforto no momento do exame geralmente é sentido quando
ocorre a instilação de ar dentro do cólon para o mesmo expandir e facilitar a visualização, e
também conforme o movimento do colonoscópio.

Geralmente, as complicações pela realização da colonoscopia incluem as disritmias


cardíacas e as dificuldades respiratórias decorrentes do uso dos medicamentos administrados;
pode ocorrer também hipotensão devido à hidratação em excesso ou então diminuída durante o
preparo do intestino.

Segundo Brunner (2002), a colonoscopia não pode ser realizada em pacientes com
diverticulite aguda ou colite fulminante e também na suspeita de perfuração colônica. Já a
colonoscopia terapêutica está contraindicada para os pacientes que fazem uso de medicamentos
anticoagulante devido o risco de sangramento excessivo durante e após o exame.

21.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA COLONOSCOPIA 152

Neste exame a enfermagem realiza um trabalho que dele irá depender o sucesso do
procedimento, o preparo do paciente. Este procedimento consiste em uma boa preparação do
intestino, que inicia a limpeza do cólon que proporcionará uma excelente visualização das
estruturas e consequentemente diminuirá o tempo total do procedimento.

O trato intestinal é preparado pela equipe de enfermagem por meio da limitação da


ingestão de líquidos do paciente durante 24 a 72 horas que antecedem o exame; uma dieta leve
também deve ser orientada para o paciente que deve iniciar na noite que antecede o dia do
exame (BRUNNER, 2002).

Após é realizado a limpeza do intestino que pode ser de várias maneiras como, por
exemplo, o médico pode prescrever a administração de laxativos por duas noites consecutivas e
um Fleet enema até que o intestino esteja preparado na manhã em que o exame será realizado.
Porém, são utilizadas com maior frequência as soluções de lavagem intestinal contendo
eletrólitos e polietilenoglicol que são considerados efetivos para a limpeza adequada do intestino.

Estas soluções de lavagem são administradas pela via oral em intervalos de três a
quatro horas. Em casos de paciente fazendo o uso de sondas nasogástricas para a alimentação,
as soluções podem ser administradas pela mesma via, caso o paciente esteja incapacitado de
deglutir. Os pacientes com colostomia também podem receber a mesma preparação de limpeza
do intestino. Geralmente a limpeza é rápida, cerca de quatro horas e apesar do desconforto é
tolerada pela maioria dos pacientes.
Os efeitos colaterais das soluções eletrolíticas são mais acentuados nos idosos, em
virtude disso gera uma maior resistência para ingerir o volume necessário da solução. Alguns
destes efeitos incluem: náuseas, edemas, cólicas, desequilíbrio hidroeletrolítico, hipotermia e
sensação de plenitude abdominal. A equipe de enfermagem deve orientar sobre estes efeitos e
encorajar os pacientes a fazerem o uso a fim de poder concluir o procedimento a qual lhes foi
proposto. Está contraindicado o uso da solução de lavagem intestinal em pacientes acometidos
153
de obstrução intestinal e doença intestinal inflamatória.

A Enfermeira e sua equipe devem instruir o paciente para que interrompam o uso de
medicamentos de rotina no momento em que a solução de lavagem esteja sendo administrada,
pois os medicamentos não serão absorvidos e consequentemente perderão sua eficácia.
Pacientes diabéticos devem ser orientados pela equipe a consultar com seu médico sobre o
medicamento em uso a fim de evitar a hiper ou hipoglicemia devido às mudanças da dieta
necessárias para o preparo do paciente para o exame.

Alguns pacientes necessitam de orientações especiais da equipe para a realização da


colonoscopia; é o caso de pacientes com desfibriladores e marcapassos implantados, que
durante o exame podem ter seu funcionamento comprometido. A Enfermeira deve orientar ao
paciente com o uso do desfibrilador que o mesmo será desligado no momento do exame, por
isso a importância de consultar com o médico cardiologista antes da realização do exame; estes
pacientes recebem uma monitorização cardíaca cuidadosa.

Devido à depressão respiratória que o paciente pode desenvolver na colonoscopia, a


saturação do oxigênio é monitorizada por meio do oxímetro de dedo ou orelha e em caso de
emergência o oxigênio suplementar deve ser introduzido.

A equipe de Enfermagem deve orientar quanto ao uso de alguns anti-inflamatórios não


esteroides como a aspirina, ticlodipina e pentoxifilina, que devem ser suspensos antes do
exame. Pacientes que fazem o uso de heparina devem consultar o médico para eventuais
orientações.

Antes do exame podem ser administrados analgésicos opioides ou sedativos por meio
da via endovenosa a fim de manter o paciente com uma sedação e reduzir sua ansiedade
durante o procedimento. Ao término do procedimento, o paciente que foi sedado permanece no
leito de observação até que os efeitos desapareçam; alguns podem experimentar cólicas
abdominais, ocasionadas pelo ar insuflado durante o exame.

A equipe deve monitorizar o paciente logo após o exame atentando para sinais de
hemorragias e perfuração intestinal por meio de sangramento retal, dor abdominal e febre. O
paciente é instruído a procurar o médico caso alguns destes sinais apareçam em seu domicílio.

154
Uma questão fundamental que é atribuída para a Enfermeira é o termo de
consentimento do exame. É seu papel orientar o paciente a autorizar a realização do
procedimento que será feito por intermédio deste termo; este deverá ser assinado por ele antes
de qualquer preparo e ou administração de medicamentos do procedimento.
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