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ASSISTÊNCIA SAÚDE
DE ENFERMAGEM EM
EXAMES LABORATORIAIS, DIAGNÓSTICOS E
ENDOSCÓPICOS
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163p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-312-8
CDD 610.736
SUMÁRIO
2.2.1 Eritrócitos...................................................................................................................................21
3 HEMOGRAMA ..........................................................................................................................26
6 HEMOCULTURA...................................................................................................................... 59
15 ULTRASSONOGRAFIA ...........................................................................................................130
19 BRONCOSCOPIA ...................................................................................................................146
20 ENDOSCOPIA .........................................................................................................................149
21 COLONOSCOPIA ....................................................................................................................151
21.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA COLONOSCOPIA .....................................................152
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................155
6
1 EXAMES LABORATORIAIS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Segundo Moura (1998) a coleta dos materiais biológicos é considerada a parte mais
importante do processo de análise clínica. Um material advindo de uma coleta inadequada, ou
seja, com falhas, nem mesmos os aparelhos mais modernos conseguem validar a amostra,
tornando-se assim de grande importância um procedimento de coleta eficiente.
- Fase Pós-Analítica: inicia com a emissão do resultado válido e termina com a emissão
do laudo para posterior interpretação pelo solicitante.
Diante destes itens citados pelo autor e reportando-se à prática diária, é importante
10
que se faça referência às diferentes formas de intervenção da enfermagem na coleta de exames
laboratoriais, assim é possível acrescer aos itens anteriores as seguintes considerações:
Estar atento para a solicitação médica da análise é outro item importante a ser
considerado, uma vez que podem ocorrer situações em que o paciente está internado, o médico
solicita o exame e a enfermagem não encaminha a solicitação ao laboratório, resultando em
aumento do tempo para a realização da coleta e consequentemente obtenção do resultado, o
que pode acarretar uma ampliação na permanência do paciente na instituição, aumento de
custos, demora na comprovação diagnóstica, insatisfação médica e angústia do paciente.
Na situação de atendimento ambulatorial, em que na maioria das vezes o paciente
encaminha o exame ao laboratório, este deverá ser instruído quanto ao preparo adequado;
acredita-se que além da informação verbal é necessária a informação por escrito sobre o
preparo do exame para evitar o esquecimento do paciente; na ida do paciente ao laboratório o
mesmo deve igualmente ser questionado sobre o uso de medicações contínuas, atividades
físicas, entre outros cuidados específicos conforme a peculiaridade de cada exame.
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O item 6.1.1 do Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios Clínicos (2005)
descreve a obrigatoriedade do laboratório clínico e posto de coleta laboratorial em fornecer por
escrito e/ou verbal instruções claras para o paciente e/ou responsável sobre o preparo e a coleta
de amostras. O item 6.1.2 do referido Regulamento estipula a necessidade do laboratório em
exigir documento do paciente para cadastro de identificação, sendo que nos casos dos pacientes
internados ou em situações de urgência podem-se usar dados do prontuário do paciente para
realização do cadastro.
A técnica da coleta: uma das principais amostras para a realização dos exames
laboratoriais é o sangue, que pode ser obtido por diferentes formas do organismo do paciente.
Na prática, a técnica mais utilizada é a punção com agulha em veia periférica. A realização do
procedimento de coleta eficiente pressupõe um resultado de exame fidedigno, desta forma o
profissional deve ser treinado para a realização de uma técnica asséptica e livre de riscos. Este
assunto será tratado em específico posteriormente neste módulo.
Sobre a obtenção de amostra, o Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios
Clínicos (2005) estipula que a mesma deve ser identificada no momento da coleta ou quando o
paciente entregá-la ao laboratório, identificando o nome do paciente e do funcionário que
realizou a coleta e/ou a recebeu; sendo que o laboratório ou postos de coleta devem possuir por
escrito rotinas de orientação sobre o recebimento, coleta e identificação da amostra.
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Conferência da solicitação do exame na prescrição médica;
Recebimento do pedido de solicitação do exame devidamente preenchido e
carimbado pela equipe médica;
Aguardo da enfermagem para a coleta realizada pelo setor de laboratório,
conforme o horário estabelecido pela instituição hospitalar como rotina;
Conferência juntamente com o laboratório dos exames colhidos de acordo com
os pedidos;
Colocação dos resultados no prontuário médico do paciente.
Observação:
O sangue é uma porção líquida encontrada no meio intersticial, que circula pelos vasos
sanguíneos em um sistema fechado denominado Sistema Circulatório; é composto por 17
propriedades químicas e físicas que tornam as células funcionais, também ocorre a formação do
plasma sanguíneo por meio da ingesta de água e das trocas líquidas entre os outros
compartimentos do organismo.
As origens das células do sangue são múltiplas, por exemplo, as hemácias, plaquetas
e leucócitos granulócitos tem sua origem na medula óssea, já os linfócitos e monócitos originam-
se no sistema reticuloendotelial, que é formado pelos linfonodos e baço, órgãos do sistema
hematopoiético.
1. Órgãos hematopoiéticos específicos (função formadora dos glóbulos): tendo a Medula Óssea
como principal órgão, dando origem aos eritrócitos, leucócitos granulócitos e aos trombócitos ou
plaquetas; e as formações linfáticas, originando a produção de linfócitos na circulação.
19
2.1.2 Baço
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FIGURA 3 - BAÇO
Fazem parte do sistema linfático. Este sistema é responsável pelo transporte da linfa
(fluído linfático) para o sistema circulatório, porém, antes dessa passagem, cabe aos linfonodos
filtrarem essa linfa, que pode ter a presença de microrganismos capazes de desenvolver um
dano. A linfa chega até a circulação sanguínea livre de qualquer invasão. Assim, o sistema
linfático torna-se um importante componente do sistema imunológico, pois colabora junto com os
glóbulos brancos na defesa do organismo contra agentes invasores.
FIGURA 4 – GÂNGLIOS LINFÁTICOS
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2.2.1 Eritrócitos
22
2.2.2 Neutrófilos
23
2.2.3 Eosinófilos
Embora o mecanismo não seja muito conhecido, presume-se que tenha particularidade
com o mecanismo dos neutrófilos. Além de apresentarem como função a fagocitose, os
eosinófilos têm um papel importante nas alergias e em doenças parasitárias.
FIGURA 7 - EOSINÓFILOS
São células que contém heparina e mediadores farmacológicos nos seus grânulos que
são liberadas, após um processo alérgeno, à superfície celular por meio de receptores. Além dos 24
mastócitos participarem na defesa contra microrganismos são responsáveis por alguns sintomas
adversos das manifestações alérgicas.
FIGURA 8 - BASÓFILOS
2.2.5 Monócitos
25
2.2.6 Linfócitos
FIGURA 10 - LINFÓCITOS
3.1 ERITROGRAMA
Valores baixos de Hematócrito podem indicar uma provável anemia e um valor alto
pode estar relacionado à policitemia (aumenta a espessura do sangue, reduzindo a sua
velocidade de circulação). Valores de Referência: Hematócrito (%): Homens: 47,0 Mulheres:
42,0.
Os valores de referência da Hemoglobina (g/dl) para o homem são de 15,5 e na mulher 13,6.
3.5 VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM)
30
3.9 LEUCOGRAMA
31
3.10 LEUCÓCITOS
Refere-se à contagem global dos glóbulos brancos, na maioria das vezes encontra-se
aumentado (leucocitose) em processos infecciosos agudos ou crônicos, reações alérgicas,
leucemias, etc. Valores de Referência em Adulto: 3.100 a 11.000 mm³. A diferenciação do tipo
de leucócito é feita por meio dos itens abaixo apresentados.
3.11 MONÓCITOS
3.13 EOSINÓFILOS
3.14 BASÓFILOS
Os basófilos são células raras, correspondem a cerca de 0 a 1%. O aumento dos
basófilos (basofilia) ocorre principalmente em processos infecciosos e imunológicos. Valores de
Referência em Adulto: 0 a 3 % e 0 a 330/mm³.
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Desta forma as plaquetas promovem a agregação das células e a adesão delas com
as células endoteliais que se encontram próximas da lesão. Neste mecanismo da hemostasia as
plaquetas funcionam como tampões e desencadeiam a coagulação sanguínea.
Para Lima et al. (2001), a punção deve ser rápida, assim como o manuseio do garrote, 37
pois este pode modificar a distribuição de alguns constituintes do sangue. A instrução do
paciente para abrir e fechar a mão momento antes da coleta para tornar a veia mais túrgida não
é aconselhável, pois pode aumentar em 2mEq na dosagem do potássio.
Segundo Failace, (2003) após a coleta o sangue é transferido da seringa para um tubo
de ensaio rotulado com o nome do paciente e com tampa contendo de um a dois mg de EDTA
(Ácido etilenodiamino-tetracético) anticoagulante para hematologia e em seguida encaminhado
imediatamente para o laboratório para que não haja coagulação incipiente ou total da amostra.
Como a maioria dos exames laboratoriais possui como amostra o sangue, abaixo
serão descritas as técnicas para a correta coleta do sangue observando todos os itens que
incluem um adequado procedimento realizado pelo técnico de enfermagem capacitado para tal.
A técnica de coleta de sangue descrita por Motta (2008) instrui:
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A Recomendação sobre a Coleta de Sangue Venoso pela SBPC/ML (2009) descreve:
2. Local para punção venosa: o local de preferência para a coleta do sangue é a fossa
anticubital; mesmo sendo possível a coleta de sangue em qualquer veia dos membros
superiores as mais utilizadas são as veias cubital mediana e cefálica, sendo a cefálica mais
propensa a hematoma e dolorosa para punção. Em pacientes que possuem acesso venoso
difícil nesta região é recomendada a punção no dorso da mão, e não recomendado puncionar
as veias na parte inferior do punho; punções em região de membros inferiores só podem ser
realizadas mediante a autorização médica.
De preferência não coletar sangue de membro que está recebendo terapias
endovenosas; evitar áreas de cicatrizes de queimaduras; somente puncionar o mesmo membro
pós-mastectomia após autorização médica; evitar coleta em locais onde há o hematoma devido
a propensão de alteração no resultado do exame e, nos casos em que não há outra veia
disponível, puncionar distalmente ao hematoma; a coleta de sangue em fístulas arteriovenosas, 39
enxertos ou cânulas vasculares só pode ser feita mediante a autorização médica; é
recomendado evitar a coleta em veias trombosadas.
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3. Localização da Veia: a identificação da veia a ser puncionada para coleta pode ser
feita por meio da observação de uma veia calibrosa; da orientação ao paciente para baixar o
braço e abrir e fechar a mão; da realização da massagem suave no membro superior do
paciente na direção do punho para o cotovelo, na palpação da veia com o dedo indicador
(evitando realizar palpação com o dedo polegar), na fixação da veia com os dedos nos casos de
flacidez e na utilização do transluminador.
Está contraindicada a batida com os dedos sobre a veia do paciente para localização,
já que este procedimento provoca hemólise e consequente alteração do resultado do exame. Na
identificação da veia pode-se utilizar o torniquete, solicitando ao paciente que abre e feche a
mão, entretanto, aguardar dois minutos após a retirada do torniquete para a realização da coleta.
4. Procedimento:
Verificar se o material está completo para a realização do procedimento
Abrir o material para coleta na frente do paciente
Lavar as mãos
FIGURA 14 – ASSEPSIA DAS MÃOS
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Calçar as luvas de procedimento: tendo o cuidado para que as mesmas não sejam
rasgadas; devem ser trocadas a cada coleta, e nos casos de pacientes alérgicos ao látex ou
mesmo quando o funcionário for alérgico substituir o uso por luvas de outro material;
Posicionar o paciente corretamente: o paciente pode estar sentado para a
realização da coleta do sangue, sendo importante que a poltrona tenha encosto e descanso
para os membros superiores, a posição correta do braço do paciente sentado para a punção é
sobre o descanso da cadeira, inclinada para baixo e estendida, sendo que o cotovelo não pode
estar dobrado; em pacientes deitados no leito o uso de um travesseiro debaixo do braço pode
ser necessário para chegar à posição correta, com braço inclinado para baixo e estendido;
FIGURA 15 – CADEIRA DE COLETA DE SANGUE
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Nas coletas de sangue a vácuo o bisel da agulha deve estar voltado para cima,
perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, impedindo com isso que o sangue
se choque na parede do bisel e faça hemólise e evitando o refluxo do tubo para a veia. Introduzir
mais ou menos um centímetro da agulha na veia do paciente. Após a penetração da agulha de
coleta múltipla de sangue inserir o primeiro tubo a vácuo, no momento em que o sangue
começar a fluir para dentro do tubo, retirar o garrote do paciente e solicitar para que o mesmo
abra a mão; realizar a troca dos tubos conforme a solicitação dos exames, sendo que após a
retirada de cada tubo de coleta com sangue realizar imediatamente a homegeinização pela
inversão 5 a 10 vezes. Após a coleta de sangue no último tubo, retirar a agulha e descartá-la
conforme normas de descarte de perfurocortantes.
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Após a coleta com seringa e agulha descartar a agulha e passar o sangue para o tubo
de coleta, tendo o cuidado para não encostar a seringa nos anticoagulantes, deslizando o
sangue na parede do tubo cuidadosamente. Não é recomendado espetar a agulha nas
borrachas dos tubos para transferência do sangue, pois a pressão positiva pode ocasionar a
hemólise e quebra do equipamento.
Além das cores das tampas dos frascos de coleta a vácuo citadas na tabela acima e as
respectivas substâncias em seu interior existem os tubos com tampa preta, que contêm citrato
trissódico, utilizados para coleta e transporte de sangue venoso para testes de
hemossedimentação (VHS). Os tubos com tampa amarela com solução de ácido citrato dextrose
(ACD), utilizados para teste de tipagem sanguínea ou preservação celular, tubos com tampa
rosa para provas de compatibilidade cruzada em duas versões, com ativador de coágulo (com
soro) ou com EDAT (sangue total) e tubo com tampa royal em três versões (sem aditivo, com
heparina ou ativador de coágulo), utilizados para testar traços de elementos metálicos.
Outra questão importante que deve ser observada pelo profissional que realiza a coleta
é a sequência de uso dos tubos de coleta nos casos de coleta de sangue a vácuo. Como este 48
sistema de coleta de sangue é fechado, após a realização da punção o sangue vai fluindo para
dentro dos tubos e o profissional deverá realizar as trocas dos tubos de coleta conforme a
solicitação dos exames, observando qual será o tubo adequado segundo a presença do
anticoagulante.
Diante disso a SBPC/ML (2009) instrui a seguinte sequência para coleta de sangue
com tubos plásticos:
Além da sequência citada acima, a SBPC/ML (2009) instrui que na coleta com escalpe
em que o primeiro tubo for o de citrato (tampa azul claro) ou de demais tubos menores com
volumes de aspiração, é importante que se tenha um tubo de descarte, uma vez que é
necessário desprezar o sangue que vem do espaço do escalpe, assegurando assim a proporção
correta de sangue que irá para o tubo de coleta.
FIGURA 18 – TUBOS DE COLETA DE SANGUE
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É necessário que o técnico que realize este tipo de coleta tenha conhecimento frente
aos locais anatômicos indicados, bem como a realização do procedimento. Além das lancetas
utilizadas para a coleta da amostra (sangue) existem os tubos capilares e demais recipientes
onde são colocados o sangue coletado. É importante ter conhecimento dos locais de
armazenamento da amostra conforme o material e rotinas preconizadas pelo laboratório.
50
FIGURA 19 – TUBO DE COLETA CAPILAR DE SANGUE
É necessário atentar para os locais x idade onde não é indicada a realização da coleta
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capilar de sangue. São eles: área central do calcanhar, dedos de crianças menores de
um ano de idade, locais edemaciados ou previamente puncionados, dedos de um
mesmo lado de uma mastectomia.
Nas crianças menores de um ano a realização da punção capilar é contraindicada na
curvatura posterior do calcanhar, área central do pé, falange distal dos dedos e lóbulos
das orelhas.
5 TESTE DO PEZINHO
Além das coletas de rotina para pediatria, a coleta de sangue por meio da punção
capilar é realizada amplamente no denominado Teste do Pezinho. A realização do Teste do 53
Pezinho faz parte da chamada Triagem Neonatal, uma ação preventiva desenvolvida pelo
Ministério da Saúde que possui como principal objetivo a detecção precoce de doenças que
possam afetar o crescimento e desenvolvimento da criança.
Em 2001 foi publicada a Portaria GM/MS nº 822, que criou o Programa Nacional de
Triagem Neonatal (PNTN), com isso o Teste do Pezinho se tornou um direito de toda a criança
nascida em território brasileiro, sendo que todos os estados brasileiros contam com pelo menos
um serviço de referência em Triagem Neonatal e vários postos de coleta.
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• Orientar os pais da criança a respeito do procedimento que irá ser executado, assim como a
finalidade do teste;
• Manter registro da orientação dada aos pais para levar a criança num posto de coleta da rede,
no caso da impossibilidade de realização da coleta (alta precoce) no Hospital/Maternidade;
• Manter registro das ações de busca ativa dos reconvocados: localizar as crianças
reconvocadas cujo material tenha sido devolvido por estar inadequado, por solicitação de nova
coleta de repetição de exame ou para agendamento de consulta no SRTN;
• Garantir a documentação e registro das informações solicitadas na Portaria GM/MS n.º 822;
55
Alguns cuidados com o papel filtro são descritos no item 3.2.1 do Manual acima
referido, conforme fragmento citado abaixo:
58
O enfermeiro deve estar atento à prescrição do paciente quanto aos sinais vitais,
realizando em períodos menores do que os habituais, para então conseguir a coleta durante a
elevação da temperatura. Outras questões que merecem uma atenção do enfermeiro e sua
equipe são os detalhes sobre o tratamento que o paciente vem recebendo até o momento, e
analisar a melhor forma para a realização da hemocultura. Lima et al. (2001) considera que a
equipe deve evitar ao máximo a coleta do sangue de um paciente que está em uso de drogas
bacteriostáticas ou bactericidas, por exemplo, pois poderá implicar em uma alteração do exame.
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Staphilococcus aureus 15 Abscesso, úlcera de decúbito, osteomielite, pneumonia
estafilocócica.
Clostridium species 1,4 Aborto séptico, doenças das vias biliares, cirurgia.
A preparação das garrafas para receber a amostra é feita por meio da remoção da
tampa e assepsia com álcool 70% nas tampas de borracha, identificando as garrafas com a
identificação do paciente e indicando na garrafa o volume de sangue (nível) a ser coletado.
Segundo Torres, Andrade & Santos (2005), a punção venosa periférica constitui-se em
uma das atividades mais frequentes realizadas pelos profissionais de saúde, especialmente os 66
profissionais da equipe de enfermagem, sendo que a execução deste procedimento envolve
conhecimentos advindos da anatomia, fisiologia, farmacologia, psicologia, entre outros inclusive
a destreza manual. É considerada uma técnica invasiva visto que o cateter provoca o
rompimento da proteção natural e como consequência a comunicação entre o sistema venoso e
o meio externo.
Para a punção da artéria braquial é feita uma angulação também oblíqua, porém com
um ângulo de 45°, e por fim na artéria femoral é introduzida a agulha com um ângulo de 90°. 69
Após a punção o profissional deve fazer compressão com movimento firme na artéria por no
mínimo cinco minutos ou até que tenha cessado completamente o sangramento no local, a fim
de evitar hematomas e traumas na artéria. A agulha utilizada deve ser com calibre de 25 x 6 ou
então a agulha utilizada para a administração de insulina e seringas descartáveis.
Viegas (2002) descreve que o paciente que será submetido à coleta de gasometria
arterial deve estar no momento do procedimento sentado, com exceção dos pacientes
acamados, e em repouso de pelo menos 10 minutos antes da realização da punção. Também é
necessário registrar algumas informações importantes no pedido do exame como: identificação
do paciente, uso de medicamentos (broncodilatadores e vasodilatadores) e o uso ou não da
oxigenoterapia, estes dados auxiliam na interpretação clínica do exame.
Veigas (2002) descreve que o procedimento de punção para a coleta arterial deve ser
feito após a anestesia local por via subcutânea ao lado do local onde haverá a punção,
principalmente por evitar a dor causada pelo procedimento, diminuindo a ansiedade do paciente
e a hiperventilação. A realização da punção arterial é de competência médica ou do enfermeiro
treinado, cabe a toda equipe de enfermagem ter ciência dos principais cuidados a serem
realizados antes e após a punção no que lhe compete, incluindo o preparo do material para
realização da punção, uma vez que nos casos de realização de anestesia local o material deverá
estar preparado para a utilização pelo médico que irá realizar a coleta e a anestesia.
O exame de fezes tem diversas finalidades, entre elas o estudo das funções digestivas,
a dosagem de gordura, identificação de sangue oculto e parasito e a coprocultura (LIMA et all,
2001). Brunner (2002) diz que o exame básico de fezes inspeciona a amostra identificando a
consistência, coloração e teste para sangue oculto. Sendo que após a coleta da amostra podem
ser realizados os testes de consistência e coloração.
O exame é constituído em três partes: análise macroscópica, análise microscópica e
exame químico. A parte macroscópica inclui a consistência, peso, forma, aspecto, cor, odor e
viscosidade das fezes, e serão citadas abaixo conforme Lima et all (2001).
9.1.1 Consistência
As fezes em condições normais apresentam-se sólidas e são compostas por 75% de
água. Fatores como as diarreias e alimentação vegetariana podem ocasionar fezes com até 95 a
100% de água.
9.1.2 Peso
73
9.1.3 Forma
9.1.4 Aspecto
Está relacionado à consistência e à forma das fezes; geralmente, o aspecto das fezes
se apresenta como uma pasta fina e regular.
9.1.5 Cor
9.1.6 Odor
O odor das fezes está interligado com vários fatores, entre eles, alimentares,
medicamentosos e patológicos. Em condições patológicas, como nos casos de fermentação
intestinal, apresentam-se com um cheiro butírico ou rançoso; nos de intensa putrefação cheiro
pútrido, e nos carcinomas do cólon e reto, cheiro pútrido penetrante.
9.1.7 Viscosidade
O teor do muco existente que irá caracterizar a viscosidade das fezes. Na fermentação
intestinal, as fezes são pouco viscosas, semelhantes a uma massa esponjosa, e quando em
contato com a água, desagregam-se facilmente. As fezes de portadores de colite e de putrefação
intestinal, com a presença da água, dificilmente se desfazem.
9.1.8 Elementos Anormais
76
Para a coleta das fezes usa-se recipientes de boca larga, e rolha esmirilhada,
preferencialmente esterilizada. A coleta deve ser realizada na dejeção, de maneira uniforme,
tendo o cuidado de não contaminar a amostra com água, urina ou outros elementos que possam
vir a alterar o exame. Também devem ser respeitadas algumas considerações em relação ao
preparo do paciente, para que a coleta da amostra possa ser validada.
Na prática, os principais tipos de exame de fezes realizados são: Exame de Fezes
Parasitológico Simples ou Comum, que é feito a partir de uma coleta de fezes ao dia; o Exame
Parasitológico com Conservantes (MIF) em que o laboratório fornece ao paciente e/ou ao
profissional que auxilia a coleta três frascos contendo conservantes, desta forma a coleta será
realizada em três dias; o Exame Parasitológico Seriado, são igualmente três frascos para coleta,
entretanto sem conservantes; e a Cultura de Fezes.
A coleta de fezes é um procedimento que pode ser realizado em casa pelo próprio
paciente e/ou em ambiente hospitalar quando o paciente estiver internado. Em qualquer forma
de coleta a assistência de enfermagem deve ser baseada nas corretas instruções ao paciente no
que tange ao preparo e à coleta da amostra. Nos pacientes incapacitados e/ou crianças, a
enfermagem é responsável pela realização do exame durante a hospitalização ou instrução ao
familiar (cuidador) para que realize em domicílio.
O frasco para a realização da coleta de fezes é fornecido pelo laboratório e as
instruções para coleta igualmente; é importante que o profissional de enfermagem esteja atento
a todas as orientações rotinizadas pelos laboratórios, pois pode haver diferenças nas rotinas
mediante a utilização dos materiais e substâncias (conservantes). A seguir, serão citados os
cuidados referentes à coleta de fezes em adultos e crianças baseados na instrução do
Laboratório São Lucas (2008) e no Laboratório Hemovita (2006):
Coleta de fezes:
Coletar as fezes no recipiente fornecido pelo laboratório, tendo o cuidado para não
contaminar com água do vaso sanitário ou urina; após a coleta tampar o frasco e sempre
identificá-lo.
Exame parasitológico simples: defecar em recipiente apropriado fornecido pelo
laboratório ou em um papel toalha limpo e com uma espátula colocar a quantidade necessária do
tamanho de uma noz no frasco, tendo a atenção para colocar no frasco partes das fezes que 77
contenham sangue ou muco que são importantes para a análise. Nos casos em que o paciente
não apresente diarreia, colher as fezes a qualquer hora do dia. Tampar o frasco, identificá-lo e
enviar ao laboratório em até duas horas em temperatura ambiente ou conservando em geladeira
por no máximo 14 horas.
Exame parasitológico com conservantes (MIF): neste caso o paciente recebe três
frascos de coleta de fezes do laboratório sendo dois com conservantes e um sem conservante. A
coleta é feita da mesma forma que no exame parasitológico simples, entretanto, o paciente
deverá ser instruído a coletar em dias alternados cada amostra de fezes, com pelo menos um
dia de intervalo para coleta de cada amostra. Após a colocação da amostra no frasco é
importante fechá-lo e agitar o frasco para mistura com os conservantes; a última coleta refere-se
ao frasco sem conservante. Identificar e manter na geladeira até o encaminhamento ao
laboratório.
Exame parasitológico Seriado: são fornecidos três frascos para coleta, porém sem
adição de conservantes; a coleta é feita da mesma forma que o exame de fezes comum,
entretanto, tendo atenção para seguir os dias alternados para a realização da coleta.
Cultura de fezes: a coleta é feita da mesma forma que o exame comum de fezes,
entretanto, cabe ressaltar alguns cuidados específicos que são a espera do intervalo de até sete
dias caso o paciente esteja recebendo antibioticoterapia para após realizar a coleta; o uso de
laxantes quando necessários somente são permitidos mediante orientação médica (e quando
utilizados devem ser à base de sulfato de magnésio). A bibliografia discorda entre o tempo de
armazenamento e transporte da coleta para o laboratório, ou seja, alguns laboratórios utilizam a
regra de não refrigerar a amostra e encaminhá-la imediatamente para análise, enquanto outros
instruem que após a coleta o material pode ser conservado a temperatura ambiente por até três
horas e no máximo seis horas sob refrigeração.
Coleta de fezes em crianças: é realizada em recipiente próprio e está
contraindicado coletar a amostra das fraldas das crianças.
Swab anal: o swab anal é utilizado na investigação de parasitas que permanecem
na região perianal; esta técnica é realizada por meio da utilização de um kit constituído por uma
fita adesiva transparente, um tubo de ensaio, uma lâmina e um porta-lâminas; a recomendação é
de que a coleta do swab seja feita no período entre as 21 e 24 horas, ou na primeira hora da
manhã antes do banho. A técnica consiste em colocar a fita adesiva na ponta do tubo de ensaio
(parte colante para fora) e posteriormente esfregar a extremidade do tubo na região perianal do
paciente, e após colocar a fita adesiva na lâmina cuidando para não encostar – a parte colante 78
fica fixada na lâmina (LABORATORIO BURIGO, 2009).
Coleta para pesquisa de sangue oculto nas fezes: a amostra para este fim deve
estar isenta de possíveis erros para a análise, desta forma é instruído o paciente para que
mantenha uma dieta adequada para a obtenção de uma amostra eficaz. A dieta recomendada é
de três dias antes da obtenção da amostra e também no dia da coleta do material, sendo que
constitui-se na exclusão de carne vermelha e branca, vegetais como rabanete, nabo, couve-flor e
beterraba, leguminosas como soja, feijão, lentilha, grão de bico e milho e azeitonas, amendoim,
nozes e castanha. O paciente também deve ser orientado a não realizar a coleta em períodos
menstruais, se estiver com perda de sangue hemorroidário ou presença de sangue na urina; não
utilizar medicamentos irritantes da mucosa gástrica como aspirina, e não incentivar o
sangramento gengival na escovação, sendo que todos estes itens devem ser comunicados ao
laboratório no momento da entrega da amostra caso estejam presentes.
79
10 REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA URINÁRIO
O exame de urina gera informações clínicas muito importantes sobre a função renal
dos pacientes e é considerado que uma avaliação detalhada do exame é capaz de diagnosticar
doenças subjacentes, porém nos exames de urina rotineiros na admissão de um paciente e na
avaliação pré-operatória, os resultados apresentam-se geralmente controversos, pois não
apontam achados fora da normalidade que tornem necessário o tratamento (BRUNNER, 2002).
Para Lima et al (2001), o exame de urina é uma análise de rotina considerado um dos
mais antigos e o mais recorrido pelos médicos para apreciação, pela sua sofisticação,
simplicidade de técnicas, incluindo a obtenção fácil da amostra e o baixo custo financeiro.
Paolucci (1977) destaca o exame de urina como um meio seguro na detecção de
patologias do sistema urinário que compreende uma avaliação qualitativa de elementos químicos
presentes na urina.
A análise do exame de urina é dividida em exame físico, exame químico que inclui o 81
qualitativo e o quantitativo, o exame microscópico, a identificação de cálculos e o exame
bacteriológico.
O exame físico da urina inclui o volume da amostra, a cor da urina, o aspecto, o odor, a
reação, o ph e a densidade. Especificando, baseado em Lima et al (2001):
- Volume: o volume de uma amostra de um paciente em condições normais é em
média de 1.000 a 1.500 ml por dia, sendo o volume aumentado (poliúria) presente em pacientes
portadores de diabetes mellitus, e insípido, acometidos por afecções do sistema nervoso e
condições ambientais (frio). Percebe-se uma diminuição de volume (oligúria) em casos de nefrite
aguda, moléstias cardíacas e pulmonares, diarreia, vômito, desidratação, entre outros.
- Cor: a cor da urina é variável conforme a presença e concentração de pigmentos
urinários, a dieta habitual do paciente, o uso de medicamentos e elementos patológicos que
podem estar presentes. Abaixo é apresentada uma tabela com as colorações que a urina pode
assumir e a causa provável segundo Lima et al (2001).
Coloração que a urina pode assumir em diversas condições.
Leitosa Quilúria
Aspecto: o aspecto da urina logo eliminada é límpido, porém a medida que o tempo
passa e ela encontra-se em repouso, inicia-se a turvação, pelo acúmulo de leucócitos, células
epiteliais e muco; esse processo chama-se de nubécula e é mais frequente em mulheres. As
substâncias mais encontradas na turvação da urina são os fosfatos e uratos amorfos, o pus e os
germes.
Cheiro: o cheiro característico logo após a eliminação da urina é devido aos ácidos
orgânicos voláteis encontrados nela. Entretanto, o uso de medicamentos também é um fator que
causa alteração, dando a urina um cheiro característico da medicação, assim como no
envelhecimento ocorre a alteração do odor da urina para amoniacal.
Reação: a reação da urina é evidenciada pelo papel de tornassol; a alteração da
coloração deste papel caracteriza a urina como: ácida, alcalina ou neutra. O papel de tornassol
de cor azul, na presença de urina ácida torna-se vermelho, e o tornassol de cor vermelha na
presença de urina alcalina torna-se azul. Quando as cores de ambos não se alteram, indica uma
urina neutra; agora quando ambos apresentam alteração na coloração, denomina-se reação
anfótera.
PAPEL TORNASSOL
83
Ph: a urina é normalmente ácida visto que os elementos excretados pelos rins
também incluem substâncias ácidas. Os valores do Ph normal da urina variam entre 5,5 a 7,0.
Os valores maiores que 7,0 podem indicar bactérias na urina, por outro lado, valores inferiores a
5,5 sugerem acidose sanguínea elevada.
Densidade: a densidade da urina é um fator importante para a investigação
diagnóstica. A água pura possui uma densidade de 1.000; desta forma, o resultado da urina mais
próximo a 1.000 significa uma urina diluída enquanto que valores mais afastados indicam uma
urina mais concentrada. As referências da densidade da urina para um adulto sadio oscilam
entre 1, 001 a 1, 030 até 1.035.
A segunda parte do exame de urina consiste no exame químico qualitativo, que mostra
os elementos normais e anormais presentes na urina. Segundo Valada (1995), os elementos
normais que compõem a urina são as substâncias inorgânicas, orgânicas (creatinina, ureia,
aminoácidos, etc.), as substâncias nitrogenadas (acetonas, fenóis), e o elemento geral que é a
água.
Proteínas e albuminas: apenas uma pequena parte das proteínas consegue
ultrapassar a filtração glomerular e ter sua reabsorção no túbulo proximal. Um adulto sadio
atinge uma eliminação proteica de 30 a 50 mg durante 24 horas, sendo que destas, um terço
constitui-se de albumina e o restante de globulinas alfa 1 e alfa 2. A eliminação da proteinúria
sofre alterações funcionais, denominada de proteinúria funcional, pois pode ter seu aumento
durante a prática de exercícios físicos, em posição ereta e estado febril, como também é maior
durante o dia do que a noite. Em pessoas com metabolismo normal, o correto é a inexistência de
proteína na urina, visto que a excreção normal é tão baixa que na maioria das vezes não é
detectada pelos exames. Já em pessoas com algum tipo de alteração metabólica e/ou doença
renal, a proteína aparece na análise da urina.
Glicose (substância redutora): a glicosúria é determinada pela presença de 84
açúcares redutores na urina. Em um paciente em condições normais, é possível encontrar
glicose ou outras substâncias redutoras ao redor de 0,03 a 0,1 g% na eliminação. Certas
substâncias redutoras como o ácido úrico, creatinina e outros medicamentos podem aumentar
esses níveis de excreção, sendo importante identificar se o paciente faz uso de algum
medicamento. Pessoas com glicemia sanguínea alterada (valores a partir de 180 a 200 mg/dl)
ocasionam uma dificuldade para a filtragem glomerular, o que acaba sendo evidenciado nos
exames de urina com resultados positivos para a glicosúria. Nas pessoas com metabolismo
normal, o correto é não haver detectação de glicose na urina.
Corpos cetônicos – cetonas: na urina de um paciente em condições normais
podem aparecer vestígios de acetona, ácido diacético e ácido beta-hidróxido-butírico. Porém, em
condições patológicas, os valores destas substâncias encontram-se acima de 25 mg por dia,
sendo que a acetona é a primeira substância a aparecer. Síndromes respiratórias, infecções,
pós-operatórios, desidratação, são algumas condições em que se observam estados cetonúricos
(acidósicos).
- Pigmentos biliares – bilirrubina: o aparecimento de substâncias biliares na urina é
denominado de colúria e indica um estado patológico. Independente da causa do paciente
apresentar icterícia, ele irá eliminar por meio da urina os pigmentos biliares, podendo aparecer
de uma forma isolada ou em conjunto, dependendo do que provocou icterícia. É pesquisado em
conjunto com os pigmentos biliares um de seus derivados, a urobilina, que normalmente
apresenta- se na urina.
- Sais biliares: os sais biliares podem aparecer independente do aparecimento de
pigmentos biliares. São encontrados geralmente na eliminação de urina de portadores de
afecções hepáticas.
- Proteína de Bence – Jones: a presença dessa proteína tem uma grande importância
clínica no diagnóstico de processos neoplásicos, podendo surgir no mieloma, neoplasia de
ossos, leucemias e nefrite crônica.
- Albumoses e Proteoses: classificadas em proteoses primárias e proteoses
secundárias; podem ser encontradas em estados patológicos como tumores cancerosos e
cavidades purulentas que são decorrentes da autólise tecidual.
- Lactose: a lactose diminuída é observada em condições patológicas como na doença
celíaca, colo irritável e pós-gastrectomia. A lactosúria pode ocorrer durante os últimos meses de
gestação e durante a amamentação devido à intolerância ou deficiência.
- Levulose (frutose): é uma interpretação extremamente rara, porém, quando 85
presente, pode ser facilmente confundida com a glicosúria.
- Pentose: a pentosúria geralmente é rara, e apresenta um interesse devido seu
equívoco com a predisposição ao diabetes. É considerada uma doença benigna e constituí-se
como um erro no metabolismo, principalmente diagnosticada em judeus.
- Galactose: na sua interpretação, pode aparecer uma denominação “galactosemia”;
esta é uma condição genética pela qual o organismo torna-se incapaz de converter a galactose
da alimentação em glicose devido a uma deficiência de certas enzimas envolvidas. A suspeita da
galactosemia ocorre quando na análise da urina são identificados açúcares redutores que não
reagem no sistema glicose oxidase. Quando ocorre a excreção de galactose na urina denomina-
se galactosúria.
- Ácido Diacético: suas manifestações e alterações clínicas são semelhantes ao
estado cetonúrico.
- Escatol – Indican (Acido Glucurônico): estes surgem na clínica indicando a
putrefação intestinal intensa e na decomposição bacteriana da proteína corpórea. Também são
evidenciados na obstrução intestinal, íleo paralítico, etc.
- Substâncias Diazoicas: quando sua reação é positiva, podem indicar febre tifoide,
tuberculose, sarampo e outras doenças, analisando os dados clínicos do paciente.
- Melanina: a urina que contém melanina escurece devido o processo de oxidação
quando em contato com o ar. A melanúria é presente em melossarcomas e melanocarcinoma
assim como nas desintegrações proteicas do indivíduo. Os portadores de tumores melanócitos
eliminam o precursor da melanina – o melanogênio que torna a urina de coloração castanho-
escura ao negro.
- Ácido Fenilpirúvico: a fenilcetonúria é também denominada de oligofrenia
fenilpirúvica, doença de Folling e de imbecillitas pheniphiruvicas. É considerado um defeito
congênito do metabolismo que aparece nas primeiras semanas de vida e, dentre outras,
caracteriza-se pelo acúmulo de ácido fenilpirúvico (produto de degradação da fenilalanina) no
sangue, podendo ser excretado na urina.
- Ácido Homogentísico: trata-se de uma aminoacidúria pouco frequente do tipo
metabólico. As aminoacidúrias do tipo renal são a síndrome de Fanconi, a moléstia de Hartnup e
a cistinose, que são congênitas.
- Alcaptona: é considerado um erro metabólico dos aminoácidos e aparece em urinas
que escurecem espontaneamente. 86
88
Para a coleta da amostra de urina utiliza-se a urina do jato médio, atentando sempre
para a não contaminação da amostra e assepsia correta, principalmente em pacientes do sexo
feminino, em que o risco para contaminação é aumentado. Nos casos em que o objetivo é a
identificação de parasitas, eventualmente presentes na uretra, e/ou após massagem prostática, o
jato inicial da urina é colhido (Urina de Jato Inicial).
A Enfermagem desempenha um trabalho de extrema importância na coleta de urina
para a realização do exame, pois a equipe de Enfermagem deve fornecer a explicação do
método para o paciente, assim como a realização do mesmo em pacientes incapacitados e para
aqueles que se sentem inseguros.
O procedimento da coleta consiste em uma técnica asséptica, em que qualquer
contaminação externa afeta o resultado do exame. Para isso a equipe deve estar capacitada
para obter eficácia na coleta. A higiene íntima do paciente no período da manhã é um dos
métodos que deve ser implementado durante a assistência, assim como o cuidado de manter a
amostra esterilizada e o recipiente em que a urina será depositada.
Como citado anteriormente, a higiene íntima tem grande importância no que diz
respeito à validação da amostra, pois tem por finalidade prevenir a contaminação da urina. A
equipe de Enfermagem deve ter uma atenção maior principalmente em mulheres, pois as
condições ginecológicas podem favorecer a infiltração de bactérias com maior facilidade.
Segundo Motta (2009), a técnica de coleta de urina segue os seguintes passos:
o Conferência do pedido do exame;
o Identificação do frasco de coleta com nome do paciente, hora e número do RG;
o Orientação do paciente quanto ao procedimento que será realizado;
o Realização da assepsia com água e sabão;
o Coleta da urina desprezando o primeiro jato e coletando o jato intermediário,
preferencialmente realizado com a primeira urina da manhã;
o Encaminhamento ao laboratório.
92
Segundo Carvalhal, Rocha e Monti (2006), nas crianças pequenas e nos pacientes
neuropatas torna-se difícil ou quase impossível realizar a coleta da urina por jato médio, já que
nestes casos não há o controle do esfíncter; recomenda-se então a coleta por saco coletor
aderido à pele, cateterismo vesical ou punção suprapúbica.
A punção suprapúbica é realizada pelo médico por meio da introdução de uma agulha
de calibre variável (conforme a idade do paciente) e sob anestesia local. É realizada para a
obtenção de uma amostra de urina livre de contaminação, sendo que esta técnica geralmente é
realizada em crianças ou neonatos, visto que a amostra coletada por bolsa coletora está
altamente associada à contaminação e em pacientes adultos imunossuprimidos, em que a
colocação de um cateter para a coleta é considerada um risco imediato para infecção.
Em quaisquer umas das indicações, quem faz a solicitação de coleta de urina por
punção suprapúbica é o médico do paciente. Cabe à Enfermagem o preparo do material e
paciente para a técnica. Segundo Carvalhal, Rocha e Monti (2006), alguns dos cuidados prévios
para a realização da punção suprapúbica são: a bexiga no momento da punção deve estar
repleta de líquido, isto pode ser obtido por meio do estímulo à ingesta de líquidos, aumento da
hidratação parenteral e algumas vezes utilização de diuréticos.
A Enfermagem, neste sentido, deve estar atenta para o seguimento das orientações
médicas informando o paciente e administrando medicações conforme a prescrição do médico.
Após a coleta, o material deve ser identificado e encaminhado para a análise sendo necessário o
registro da forma de coleta para a obtenção da amostra.
Segundo Brunner (2002), a coleta do escarro é feita por meio de expectoração, onde
deve-se instruir o paciente a realizar a higiene do nariz, garganta e boca, a fim de diminuir a
contaminação do escarro. A seguir, o paciente realiza alguns movimentos de respiração
profunda e ao invés de cuspir, faz o esforço de uma tosse profunda utilizando o diafragma e
expectorando em um recipiente estéril.
Após a coleta, a amostra é encaminhada para o laboratório dentro de duas horas,
tendo como um cuidado especial o local de armazenamento e seu período; locais aquecidos
favorecem o desenvolvimento de crescimento microbiano maior que o normal dificultando a
identificação dos micro-organismos presentes.
O exame de escarro é composto por duas partes: a análise macroscópica e a análise
microscópica. Na análise macroscópica segundo Lima et al (2001), é avaliado o volume, cor,
consistência, cheiro, formação de camadas, cálculos de Dittrich e cilindros Brônquicos. As
doenças mais frequentes associadas ao aumento do volume da amostra do escarro de 24 horas
são a tuberculose cavitária avançada, edema pulmonar, abscesso pulmonar e empiema.
Para Brunner (2002), a cor do escarro tem significados diferentes para determinadas
patologias: a cor amarelada, verde ou cor de barro pode indicar infecção bacteriana; o escarro
tinto pode sugerir tumor pulmonar; o róseo provavelmente indique edema pulmonar.
Lima et al (2001) refere à cor verde-brilhante do escarro como sugestiva de icterícia,
pneumonia caseosa e pneumonia lobar, em razão da presença de pigmentos biliares; a
presença de sangue em rajas indica tuberculose pulmonar; o escarro cor de ferrugem é muito
comum em pneumonias; o escarro oriundo de abscesso amebiano do pulmão é caracterizado
pela cor de chocolate ou café com leite; a cor cinzenta ou negra é encontrada no escarro de
pessoas que trabalham em carvoarias e na antracose.
Segundo Lima et al (2001), a consistência do escarro é constituída pelo muco, soro e 98
pus. Os escarros são denominados de serosos, mucosos, purulentos, mucupurulentos e
seropurulentos. Para Brunner (2002), o escarro purulento indica infecção por bactéria; o mucoide
resulta de bronquite viral; o espumoso e profuso sugere edema pulmonar.
O escarro expectorado não tem cheiro característico, porém, Lima et al (2001) afirma
que certos medicamentos que são expectorados pelos pulmões podem gerar odores. O escarro
e a respiração com odor fétido sugerem presença de abscesso pulmonar, bronquiectasia ou
infecção provocada por micro-organismos anaeróbicos.
A formação de camadas é um fato que ocorre na bronquiectasia, na gangrena e em
abscessos pulmonares, e é percebida pela separação de três camadas distintas quando
colocado um volume maior de escarro em um cilindro. Os cálculos pulmonares são uma
observação rara, e podem ser encontrados na tuberculose crônica, onde são eliminados
pequenos nódulos calcificados do tecido.
Lima et al (2001) descreve os Tampões de Dittrich como uma massa cinzenta ou
amarelada, com o tamanho de uma ervilha ou menor, formadas nos brônquios e quando
esmagadas exalam um odor fétido. Além de serem expectoradas por pessoas normais, é
característico de bronquite pútrida e na bronquiectasia.
Os cilindros brônquicos aparecem na pneumonia, na bronquite fibrinosa e na difteria,
consistem em ramificações que se assemelham a árvores, fato que pode ser associado à
formação ser nos brônquios. Geralmente tem uma coloração branca, porém, podem apresentar-
se avermelhados ou castanhos pela presença de hemoglobina.
O exame microscópico é feito a fresco ou após a coloração do escarro e visa à
identificação de certas estruturas. Após a realização do exame macroscópico rigoroso, isola-se o
material em uma lâmina de Petri e examinam-se estas estruturas.
MICROSCOPIA DIRETA DE ESFREGAÇO DE ESCARRO CORADA PELO MÉTODO DE GRAM. A FLECHA
INDICA LOCALIZAÇÃO DE BACTÉRIA GRAM POSITIVA
99
O exame a fresco é realizado para identificar algumas estruturas que após a coloração
não são possíveis de visualizar. As estruturas mais comuns são as Fibras Elásticas; Espirais de
Curschmann; Cristais de Charcot-Leyden; Células Pigmentadas; Glóbulos de Mielina; Grãos
Actinomicóticos e Parasitos.
- Fibras Elásticas: são originadas do tecido pulmonar e aparecem no abscesso, na
gangrena, nas neoplasias pulmonares e em casos de tuberculose mais avançada.
- Espirais de Curschmann: são filamentos espirados, medindo aproximadamente 15
cm, podendo às vezes ser visualizadas a olho nu. É característico na asma brônquica e
raramente na bronquite crônica.
- Cristais de Charcot – Leyden: são cristais incolores, pontiagudos e em forma
hexagonal, medindo quatro vezes o tamanho de uma hemácia. Geralmente, aparecem após a
amostra ficar um período significativo à temperatura ambiente e caracteriza a asma brônquica.
- Células Pigmentadas: dividem-se em duas espécies: as células da insuficiência
cardíaca, pois se originam após um episódio de congestão pulmonar da descompensação
cardíaca. E as células cheias de carvão, que é claro contêm carvão e são encontradas no
escarro de pacientes que trabalham em carvoarias, fumantes ou portadores de antracose.
- Glóbulos de Mielina: são incolores e com tamanhos e formas variadas; estes
glóbulos, por serem muito pequenos, podem ser facilmente comparados com as células da
insuficiência cardíaca. Os glóbulos de mielina não apresentam um significado clínico.
- Grãos Actinomicóticos: chamados também de grãos de enxofre, têm uma
coloração amarelo acinzentado e são visíveis a olhou nu. Característico no escarro de pacientes
com actinomicose pulmonar (doença infecciosa rara, semelhante à tuberculose).
- Parasitos: encontrar um parasita em uma amostra de escarro é extremamente raro. 100
Cabe mencionar que sobre as tecnologias envolvidas na saúde Amara (1975 apud
FLOR & KIRCHHOF, 2005) menciona a seguinte classificação: Tecnologia Hardware ou Dura,
em que são incluídos artefatos de uso terapêutico como, por exemplo, equipamentos, produtos
químico-farmacêuticos, procedimentos médico-cirúrgicos e dispositivos de uso terapêutico; e
Tecnologia Software ou Leve, que são constituídas por instrumentos sociais que utilizam
tecnologia de relações como, por exemplo, produção de vínculo, acolhimento e cuidado.
Secoli, Padilha & Leite (2005) afirmam que nos países em desenvolvimento, a
velocidade que a tecnologia é introduzida na prática encontra-se em descompasso com o
preparo profissional para utilizá-la de maneira adequada. Sendo o grande desafio preparar os
profissionais com intuito de garantir a atualização e incorporação dos conhecimentos
necessários para o uso dos recursos tecnológicos existentes, na velocidade que os aproxime
das máquinas sem que percam valores humanos fundamentais.
O Conselho Federal de Enfermagem criou uma Resolução que dispõe sobre a atuação
dos profissionais de enfermagem que trabalham com Radiação Ionizante, abaixo descrita:
Resolução COFEN-211
Dispõe sobre a atuação dos profissionais de Enfermagem que trabalham com radiação 106
ionizante
O Conselho Federal de Enfermagem, no exercício de sua competência, consignada na Lei no
5.905/73, no estatuto do Sistema COFEN/CORENs, aprovado pela Resolução COFEN-206/97,
tendo em vista a deliberação do Plenário em sua 264a Reunião Ordinária;
Considerando no que dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em
05 de outubro de 1988, nos artigos 5o, XIII, e 197;
Considerando os preceitos da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto nº 94.406, de
28 de junho de 1987, no artigo 8º inciso I, alíneas "e", "f", "g", "h"; inciso II, alíneas "a", "b", "f", "i",
"n", "o", "q"c.c os artigos 10 e 11;
Considerando o contido no Código de Ética dos profissionais de Enfermagem, nos termos de
que dispõem a Resolução COFEN-160/93;
Considerando a Portaria MS/SAS n° 170, de 17 de dezembro de 1993, que estabelece normas
para credenciamento de hospitais que realizam procedimentos de alta complexidade ao
atendimento dos portadores de tumor maligno;
Considerando a norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) NN-6.01, de outubro
de 1996, que estabelece a capacitação técnica em radioterapia;
Considerando a norma da CNEN, NE-3.01, que trata das diretrizes básicas de radioproteção;
Considerando a norma ICRP no 26, da CNEN, que dispõe sobre o princípio Alara;
Considerando a norma da CNEN NE-3.05, de janeiro de 1989, que trata de requisitos de
Radioproteção e segurança para serviços de Medicina Nuclear;
Considerando a norma da CNEN, NE-3.06, de março de 1990, que trata dos requisitos de
radioproteção e segurança para serviços de radioterapia;
Considerando as conclusões emanadas do XI Seminário Nacional do Sistema
COFEN/CORENs, realizado no Rio de Janeiro, de 01 a 03 de dezembro de 1997, contidas no
PAD COFEN-059/97;
Considerando as necessidades de regulamentar as normas e assegurar condições adequadas
de trabalho para os profissionais de Enfermagem em Radioterapia, Medicina Nuclear e Serviços
de Imagem nos Estabelecimentos de Saúde.
Resolve:
Art 1o - Aprovar as Normas Técnicas de radioproteção nos procedimentos a serem realizados
pelos profissionais de Enfermagem que trabalham com radiação ionizante em Radioterapia,
Medicina Nuclear e Serviços de Imagem na forma de regulamento anexo. 107
Art 2o - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições em
contrário.
Rio de Janeiro, 01 de julho de 1998.
Nelson da Silva Parreiras
COREN-GO no 19.377
Presidente
Iva Maria Barros Ferreira
COREN-PI no 39.035
Primeira-secretária
• Atuar no âmbito de suas atribuições junto aos clientes submetidos a exames radiológicos,
assim como na prevenção, tratamento e reabilitação a clientes submetidos à radiação ionizante.
• Manter atualizações técnica e científica que lhe permita atuar com eficácia na área de radiação
ionizante, conforme moldes da NE-3.01 e NE-3.06 da CNEN.”
Com o intuito de ampliar o conhecimento do aluno e complementar a resolução acima
citada, indica-se a leitura das “Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica” – CNEN - NN -
3.01/janeiro de 2005 e “Os Requisitos de Radioproteção e Segurança para Serviços de
Radioterapia” – CNEN – NE – 3.06/março de 1990, disponível em
http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/mostra-norma.asp?op=301 e
http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/doc/Nrm306.swf.
110
O Princípio de Alara citado na Resolução do COFEN acima descrita, em inglês As Low
as Reasonably Achievable ou, tão baixa quanto razoavelmente exequível, também conhecido
como Princípio da Otimização, entre outras questões, recomenda que todas as exposições à
radiação sejam mantidas mais baixas quanto possíveis.
(i) a dose efetiva média anual não deve exceder 20 mSv em qualquer período de cinco
anos consecutivos, não podendo exceder 50 mSv em nenhum ano.
(ii) a dose equivalente anual não deve exceder 500 mSv para extremidades e 150 mSv
para o cristalino.
(i) a gravidez deve ser notificada ao titular do serviço tão logo seja constatada;
(ii) as condições de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose na superfície
do abdômen não exceda 2 mSv durante todo o período restante da gravidez, tornando pouco
provável que a dose adicional no embrião ou feto exceda cerca de 1 mSv neste período.
c) Menores de 18 anos não podem trabalhar com raios-x diagnósticos, exceto em
treinamentos.
111
(i) dose efetiva anual de 6 mSv;
(ii) dose equivalente anual de 150 mSv para extremidades e 50 mSv para o cristalino.
“TREINAMENTOS PERIÓDICOS
e) Processamento radiográfico.
f) Dispositivos legais.”
Outro fator importante a ser considerado são as áreas e ambientes que envolvem a
realização dos exames de radiodiagnóstico e consequentemente emissão de radiação ionizante.
A enfermagem deve possuir conhecimento frente à classificação das áreas, ou seja, o que se
constituem áreas livres e áreas controladas. Sobre isto a Portaria 453/88 em seu item 3.39 a
3.42 descreve:
3.40 Nos ambientes classificados como áreas controladas, devem ser tomadas medidas
específicas de proteção e segurança para controlar as exposições normais e prevenir ou limitar a
extensão de exposições potenciais.
Sobre a carga horária dos profissionais que desempenham suas atividades em setores
de RX e Tomografia Computadorizada a Lei Nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, regulamentada
pelo Decreto Nº 92.790 de 17 de junho de 1986, regula o exercício da profissão do Técnico em
Radiologia e estabelece em seu Artigo 30 que a carga horária semanal desse profissional é de
24 horas, sendo que esta carga horária não está prevista para os profissionais de enfermagem
que atuam nos serviços que empregam radiação ionizante, já que as funções de manuseio dos
equipamentos de RX e/ou Tomógrafos (consequentemente exposição direta) são dos técnicos
de radiologia e não dos técnicos de enfermagem, desta forma o trabalho dos técnicos de
radiologia está todo regulamentado pela Lei 7.394/85 enquanto o trabalho dos técnicos de
enfermagem pelo COFEN e demais leis trabalhistas (CLT).
113
Para se ter melhor embasamento e diferença entre o desenvolvimento dos serviços de
forma específica, tanto do técnico de enfermagem como do técnico de radiologia, o anexo I deste
módulo contém o Decreto N° 92.760 de 17 de junho de 1986 que regulamenta a Lei Nº 7.394 de
29 de outubro de 1985, visando a facilitar o entendimento do aluno.
“b) Todo indivíduo que trabalha com raios-x diagnósticos deve usar, durante sua jornada
de trabalho e enquanto permanecer em área controlada, dosímetro individual de leitura indireta,
trocado mensalmente.
114
i) Os titulares devem providenciar a investigação dos casos de doses efetivas mensais
superiores a 1,5 mSv. Os resultados da investigação devem ser assentados.”
(i) posicionar-se de tal forma que nenhuma parte do corpo incluindo extremidades seja
atingida pelo feixe primário sem estar protegida por 0,5 mm equivalente de chumbo;
a) Os demais pacientes que não puderem ser removidos do ambiente devem ser
protegidos da radiação espalhada por uma barreira protetora (proteção de corpo inteiro) com, no
mínimo, 0,5 mm equivalentes de chumbo. 115
b) Os demais pacientes que não puderem ser removidos do ambiente devem ser
posicionados de modo que nenhuma parte do corpo esteja a menos de dois metros do cabeçote
ou do receptor de imagem.
4.28 O técnico deve realizar apenas exposições que tenham sido autorizadas por um
médico do serviço. Toda repetição de exposição deve ser anotada nos assentamentos do
paciente e ser especialmente supervisionada pelo RT.
4.29 Deve ser evitada a realização de exames radiológicos com exposição do abdômen
ou pelve de mulheres grávidas ou que possam estar grávidas, a menos que existam fortes
indicações clínicas.
b) Se a mais recente menstruação esperada não ocorreu e não houver outra informação
relevante, a mulher deve ser considerada grávida.
a) O feixe útil deve ser limitado à menor área possível e consistente com os objetivos do
exame radiológico.
(ii) o tamanho do filme/cassete deve ser o menor possível, consistente com o tamanho
do objeto de estudo.
Avental de Chumbo;
116
Protetor de Tireoide;
Luvas de Chumbo;
Dosímetro.
Segundo Flor & Kirchhof (2005) o avental de chumbo, o protetor de tireoide e as luvas
de chumbo são equipamentos de proteção individual que devem ser utilizados pelos
profissionais quando houver a necessidade de permanência dentro das áreas controladas.
Outra questão a ser observada nos setores que desenvolvem atividades com emissão
de radiação ionizante é a exposição dos acompanhantes, sobre isso a Portaria 453/88 descreve:
(i) esta atividade deve ser exercida apenas em caráter voluntário e fora do contexto da
atividade profissional do acompanhante;
a) Exames radiográficos somente devem ser realizados quando, após exame clínico e
cuidadosa consideração das necessidades de saúde geral e dentária do paciente, sejam
julgados necessários.
117
Deve-se averiguar a existência de exames radiográficos anteriores que tornem
desnecessário um novo exame.
c) A repetição de exames deve ser evitada por meio do uso da técnica correta de
exposição e de um processamento confiável e consistente.”
c) Ocorrendo exposição acidental com dose equivalente acima do limiar para efeitos
determinísticos, o titular deve encaminhar o indivíduo para acompanhamento médico e, se
necessário, com o aconselhamento de um médico especialista com experiência ou
conhecimento específico sobre as consequências e tratamentos de efeitos determinísticos da
radiação.”
Além disso, a NR Nº 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
do Ministério da Trabalho estipula que os profissionais expostos a radiação ionizante devem ser
submetidos a exame admissional e semestral juntamente com os exames complementares como
hemograma e contagem de plaquetas. A visualização da NR 7 em sua íntegra pode ser feita em:
http://www.segurancanotrabalho.eng.br/nr/nr_07.pdf.
118
A Portaria 3.393/87 do Ministério do Trabalho incluiu entre as atividades de risco
potencial aquelas que expõem o trabalhador a radiações ionizantes ou a substâncias radioativas.
Em dezembro de 2002 o Ministério do Trabalho baixou nova norma (Portaria nº 496) prevendo o
adicional de insalubridade. Uma terceira alteração sobreveio e restabeleceu a diretriz inicial,
assegurando, com a Portaria nº 518 (07.04.2003), a percepção do adicional de periculosidade a
todos os empregados que realizam trabalho nas condições do “Quadro de Atividades e
Operações Perigosas” que fala o artigo 1 da referida portaria e está disponível para estudo em:
<http://www.mte.gov.br/legislacao/Portarias/2003/p_20030404_518.asp>.
Iodados: Que contém Iodo (I) em sua composição como elemento radiopaco.
Não Iodados: São os que não contêm Iodo em sua composição, porém apresentam
outros átomos como elementos radiopacos. Nestes enquadram – se o Sulfato de Bário e o
Gadolínio.
Quanto à solubilidade são:
Hidrossolúveis: Os que se dissolvem na água;
Lipossolúveis: Os que se dissolvem em lipídios;
Insolúveis: Estes não se dissolvem nem em água e nem em gorduras, como
exemplo temos o Sulfato de Bário.
120
Orgânicos: Representam os que contêm Carbono (C) em suas moléculas;
Inorgânicos: São os que não contêm Carbono (C) nas moléculas.
Quanto à capacidade de Dissociação dividem-se em:
Iônicos: São os elementos que quando em solução formam os chamados
compostos iônicos, onde os ânions e os cátions se dissociam, dão íons positivos e negativos.
Não Iônicos: São os elementos que quando em solução não se dissociam em íons,
assim a reação química entre os componentes se dá por covalência, apresentam baixa
osmolaridade. Pelo fator de segurança alguns autores enfatizam a utilização de meios de
contraste Não Iônicos.
Oral: Quando o meio de contraste é ingerido por via oral, como por exemplo, o
Sulfato de Bário para a esofagoestomagoduodenografia;
Parenteral: Quando o meio de contraste é administrado por uma via endovenosa,
como na urografia excretora e na flebografia, também pode ser utilizado pela via arterial como
para as arteriografias;
Endocavitário: Quando o meio de contraste é administrado por meio de orifícios que
comunicam alguns órgãos com o exterior, como por exemplo, o enema opaco, uretrocistografia
miccional, histerossalpingografia pós-operatória etc.;
Intracavitário: Quando o meio de contraste é administrado por meio da parede da
cavidade em questão, como por exemplo, nas colangiografias pós-operatórias pelo dreno,
artrografia, fistulografia, etc.
Os pacientes com potencial aumentado para alergias podem apresentar reações de
hipersensibilidade ao meio de contraste, para isso alguns médicos radiologistas prescrevem anti-
histamínicos ou corticosteroides para serem tomados antes do exame como uma medida de
profilaxia. Algumas das principais contraindicações ao uso de agentes contrastantes são o
hipertireoidismo manifesto e a insuficiência renal, pela maioria dos contrastantes apresentarem
suas excreções pela via renal.
121
As reações adversas e os efeitos colaterais mais frequentes relacionados com o uso
de contrastes iodados são classificados em leves, moderados e graves. Na sintomatologia da
classificação leve, o paciente apresenta sensação de calor e dor, eritema, náuseas e vômitos.
Na moderada, podem estar presentes as urticárias com ou sem prurido, tosse do tipo irritativa,
espirros, dispneia leve, calafrios, sudorese, tontura e cefaleia. Na reação adversa caracterizada
como grave, o paciente apresenta edema periorbitário, dor torácica, dispneia grave, taquicardia,
hipotensão, cianose, agitação, confusão e perda da consciência podendo levar ao óbito.
13 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES SUBMETIDOS AOS AGENTES
CONTRASTANTES
124
125
Os efeitos colaterais que pode surgir geralmente são a sensação de dor ou calor local,
no momento da administração pela via endovenosa. Observa-se também em alguns casos a
presença de náuseas e vômitos ou reações alérgicas na pele e mucosas; as reações anafiláticas
e a convulsão podem ocorrer em casos isolados.
13.1.3 D – Galactose
126
14 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Entre várias utilizações da TC, as que se destacam são as para definir nódulos
pulmonares e pequenos tumores na superfície pleural que com os raios X de rotina não são
visíveis. Também utiliza-se a TC para a detecção de anormalidades do mediastino e adenopatias
hiliares que não são possíveis de serem visualizadas com outras técnicas.
A Enfermeira e sua equipe devem avaliar o paciente antes que ele se submeta a uma
avaliação de imagens por meio do exame TC, realizando uma anamnese para identificar 128
possíveis condições que podem se tornar uma contraindicação para a realização do exame. A
gestação, o aleitamento, a claustrofobia, a debilidade ou deformidade, a incapacidade de
manter-se na posição do exame devido à idade avançada e os implantes metálicos são algumas
contraindicações para o exame segundo Brunner (2002).
Nischimura (1999) cita outras limitações ao uso da TC, como, por exemplo, pessoas
obesas, com peso superior a 150 Kg, devido aos problemas de movimentação do equipamento,
os distúrbios neurológicos, como o Mal de Parkinson ou qualquer outra afecção que ocasione
movimentos involuntários. Os extremos de idade também devem ser avaliados pela equipe de
Enfermagem, sendo que crianças de um até quatro anos de idade apresentam dificuldades de
compreensão das necessidades de imobilizações prolongadas para a realização do exame,
assim, pode ser recomendada a sedação.
Brunner (2001) diz que a ultrassonografia (ultrassom) são ondas sonoras de alta
frequência que ocasionam eco entre os tecidos corporais e que são convertidos em imagens
para a avaliação de tecidos profundos dentro do corpo. As principais indicações são para
cânceres abdominais e pélvicos.
Como a equipe de Enfermagem presta assistência nos períodos pré, intra e pós-
exame, é fundamental o preparo físico e emocional do paciente, assim, deve-se promover ações
que o torne mais confiante com a equipe e o exame. As orientações quanto ao preparo físico,
realização do exame, duração, pós-exame deve ser entregue por escrito avaliando sempre o
grau de entendimento do paciente e esclarecendo as dúvidas do mesmo.
Brunner (2002) diz que o IRM é o uso de campos magnéticos com sinais de
radiofrequências que viabilizam imagens seccionadas de várias estruturas corporais e é
empregado principalmente para pacientes portadores de cânceres neurológicos, pélvico,
abdominal e torácico.
O emprego do contraste não iodado com o principio ativo do gadolínio que pode ser
administrado em pacientes com história de alergia a contraste iodado constitui também em mais
uma vantagem do método de diagnóstico por imagem da Ressonância Magnética. Por outro
lado, a desvantagem do exame está em seu alto custo que para alguns pacientes torna-se
inviável.
As contraindicações relativas são para os pacientes que fazem o uso de outros tipos
de próteses metálicas, como placas e pinos ortopédicos, válvulas cardíacas de material
ferromagnético e projétil de arma de fogo, pois podem interferir na imagem do exame e por 133
consequência da atração do campo magnético pode deslocar estes objetos. Estes objetos
podem sofrer aquecimento no local em que se encontram devido à transformação da energia
eletromagnética em térmica.
A equipe de enfermagem deve ser treinada para prestar uma assistência integral de
forma a suprir às expectativas do paciente e cumprir com os objetivos estabelecidos no
planejamento da assistência.
Nischimura (1999) destaca que a equipe deve dispor sobre a mesa auxiliar todo o
material necessário para a realização do exame, inclusive o preparo do contraste de acordo com
a prescrição médica. Para pacientes adultos, geralmente a prescrição é de um frasco de Sulfato
de Bário em suspensão, em crianças, além de ser diluído em água é disposto em mamadeira 136
aquecida.
Segundo Nischimura (1999), além das mudanças de posições realizadas pela própria
mesa de exame, como por exemplo, a posição de Trendelemburg para o diagnóstico de hérnia
de hiato, é necessária a colaboração do paciente, pois exigirá manobras e movimento especiais
dele, como por exemplo, a manobra de Valsalva para a pesquisa de refluxo gastresofágico até o
final do procedimento. No caso de exames em crianças, a administração do contraste e o
posicionamento necessário para o exame são realizados com o auxílio da mãe ou do
acompanhante.
137
18 RAIOS X DE ESTRUTURAS ÓSSEAS
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 81, item III, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 17 da Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985,
DECRETA:
Art . 1º O exercício da profissão de Técnico em Radiologia fica regulado pelo disposto neste
decreto, nos termos da Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985.
Art . 2º São Técnicos em Radiologia os profissionais de Raios X, que executam as técnicas:
I - radiológicas, no setor de diagnóstico;
II - radioterápicas, no setor de terapia;
III - radioisotópicas, no setor de radioisótopos;
IV - industriais, no setor industrial;
V - de medicina nuclear.
Art . 3º O exercício da profissão de Técnico em Radiologia é permitido:
I- aos portadores de certificado de conclusão de 1º e 2º graus, ou equivalente, que possuam
formação profissional por intermédio de Escola Técnica de Radiologia, com o mínimo de três
anos de duração;
II - aos portadores de diploma de habilitação profissional, expedido por Escola Técnica de
Radiologia, registrado no Ministério da Educação.
Art . 4º Para se instalarem, as Escolas Técnicas de Radiologia precisam ser previamente
reconhecidas pelo Ministério da Educação.
Art . 5º As Escolas Técnicas de Radiologia só poderão ser reconhecidas se apresentarem
condições de instalação satisfatórias e corpo docente de reconhecida idoneidade profissional,
sob a orientação de Físico Tecnólogo, Médico Especialista e Técnico em Radiologia.
§ 1º Os programas serão elaborados pelo Conselho Federal de Educação e válidos para todo o
território nacional, sendo sua adoção indispensável ao reconhecimento de tais cursos.
§ 2º Em nenhuma hipótese poderá ser matriculado candidato que não comprovar a conclusão de
curso de nível de 2º grau ou equivalente.
§ 3º O ensino das disciplinas será ministrado em aulas teóricas, práticas e estágios a serem
cumpridos, no último ano do currículo escolar, de acordo com a especialidade escolhida pelo
aluno.
Art . 6º Os centros de estágio serão constituídos pelos serviços de saúde e de pesquisa físicas,
que ofereçam condições essenciais à prática da profissão na especialidade requerida. 141
Art . 7º A admissão à primeira série da Escola Técnica de Radiologia dependerá:
I - do cumprimento do disposto no § 2º do art. 5º deste decreto;
II - de aprovação em exame de sanidade e capacidade física, o qual incluirá, obrigatoriamente, o
exame hematológico.
Parágrafo único. Salvo decisão médica em contrário, não poderão ser admitidas em serviços de
terapia de rádio nem de rádom as pessoas de pele seca, com tendência a fissuras, e com
verrugas, assim como as de baixa acuidade visual não corrigível pelo uso de lentes.
Art . 8º As Escolas Técnicas de Radiologia existentes, ou a serem criadas, deverão remeter ao
Conselho Federal de Educação, para fins de controle e fiscalização de registros, cópia da ata
relativa aos exames finais, na qual constem os nomes dos alunos aprovados e as médias
respectivas.
Art . 9º Os diplomas expedidos por Escolas Técnicas de Radiologia, devidamente reconhecidas,
têm âmbito nacional e validade para o registro de que trata o item II do art. 3º deste decreto.
Parágrafo único. Concedido o diploma, fica o Técnico em Radiologia obrigado a registrá-lo, nos
termos deste decreto.
Art . 10. Os trabalhos de supervisão da aplicação de técnicas em radiologia, em seus respectivos
setores, são da competência do Técnico em Radiologia.
Art . 11. Ficam assegurados todos os direitos aos denominados Operadores de Raios X,
devidamente registrados na Delegacia Regional do Trabalho, os quais adotarão a denominação
referida no art. 1º deste decreto.
§ 1º Os profissionais que se acham devidamente registrados na Divisão Nacional de Vigilância
Sanitária de Medicamentos - DIMED, não possuidores do certificado de conclusão de curso em
nível de 2º grau, poderão matricular-se nas escolas criadas, na categoria de ouvinte, recebendo,
ao terminar o curso, certificado de presença, observadas as exigências regulamentares das
Escolas de Radiologia.
§ 2º Os dispositivos deste decreto aplicam-se, no que couber, aos Auxiliares de Radiologia que
trabalham com câmara clara e escura.
Art . 12. Os Conselhos Nacional e Regionais de Técnicos em Radiologia, criados pelo art. 12 da
Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, constituem, em seu conjunto, uma autarquia, sendo
cada um deles dotado de personalidade jurídica de Direito Público.
Art . 13. O Conselho Nacional e os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia são os
órgãos supervisores da ética profissional, visando ao aperfeiçoamento da profissão e à 142
valorização dos profissionais.
Art . 14. O Conselho Nacional, ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais, terá sede no
Distrito Federal e jurisdição em todo o território nacional.
§ 1º Os Conselhos Regionais terão sede nas Capitais dos Estados, Territórios e no Distrito
Federal.
§ 2º A jurisdição de um Conselho Regional poderá abranger mais de um Estado, se as
conveniências assim o indicarem.
Art . 15. O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia compor-se-á de nove membros, eleitos
juntamente com outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira.
Parágrafo único. A duração dos mandatos dos membros do Conselho Nacional de Técnicos em
Radiologia será de cinco anos.
Art . 16. São atribuições do Conselho Nacional:
I - organizar o seu regimento interno;
II - aprovar os regimentos internos organizados pelos Conselhos Regionais;
III - instalar os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia, definindo sede e jurisdição,
bem como promovendo a eleição de seus membros e lhes dando posse;
IV - votar e alterar o código de ética profissional, ouvidos os Conselhos Regionais;
V - promover quaisquer diligências ou verificações, relativas ao funcionamento dos Conselhos
Regionais, nos Estados ou Territórios e Distrito Federal, e adotar, quando necessárias,
providências convenientes a bem da sua eficiência e regularidade, inclusive a designação de
diretoria provisória.
Art . 17. A diretoria do Conselho Nacional de Técnico de Radiologia será composta de
presidente, secretário e tesoureiro.
Art . 18. O presidente, o secretário e o tesoureiro residirão no Distrito Federal durante todo o
tempo de seus mandatos. (Revogado pelo Decreto nº 5.211, de 2004)
Art . 19. A renda do Conselho Nacional será constituída de:
I - um terço das anuidades cobradas pelos Conselhos Regionais;
II - um terço da taxa de expedição das carteiras profissionais;
III - um terço das multas aplicadas pelos Conselhos Regionais;
IV - doações e legados;
V - subvenções oficiais;
VI - bens e valores adquiridos.
Art . 20. A eleição para o primeiro Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia será promovida 143
pela Federação das Associações dos Técnicos em Radiologia dos Estados do Brasil.
Parágrafo único. A eleição efetuar-se-á por processo que permita o exercício do voto a todos os
profissionais inscritos, sem que lhes seja necessário o afastamento do seu local de trabalho.
Art . 21. Enquanto não for elaborado e aprovado, pelo Conselho Nacional de Técnicos em
Radiologia, o código de ética profissional, vigorará o Código de Ética do Técnico em Radiologia,
elaborado e aprovado, por unanimidade, na Assembléia Geral Ordinária da Federação das
Associações dos Técnicos em Radiologia dos Estados do Brasil, em 10 de julho de 1971.
Art . 22. Os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia compor-se-ão de nove membros,
eleitos juntamente com outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira.
Parágrafo único. Os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia serão organizados à
semelhança do Conselho Nacional.
Art . 23. Compete aos Conselhos Regionais:
I - deliberar sobre a inscrição e cancelamento no quadro do Conselho;
II - manter um registro dos Técnicos em Radiologia, legalmente habilitados, com exercício na
respectiva Região;
III - fiscalizar o exercício da profissão de Técnico em Radiologia;
IV - conhecer, apreciar e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as
penalidades que couberem;
V - elaborar a proposta do seu regimento interno, submetendo-a à aprovação do Conselho
Nacional;
VI - expedir carteira profissional;
VII - velar pela conservação da honra e da independência do Conselho e pelo livre exercício
legal dos direitos dos radiologistas;
VIII - promover, por todos os meios ao seu alcance, o perfeito desempenho técnico e moral da
profissão e o prestígio e bom conceito da Radiologia, e dos profissionais que a exerçam;
IX - publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação dos profissionais registrados;
X - exercer os atos de jurisdição que por lei lhes sejam cometidos;
XI - representar ao Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia sobre providências
necessárias para a regularidade dos serviços e da fiscalização do exercício da profissão.
Art . 24. A renda dos Conselhos Regionais será constituída de:
I - taxa de inscrição;
Il - dois terços da taxa de expedição de carteiras profissionais;
III - dois terços da anuidade paga pelos membros neles inscritos; 144
IV - dois terços das multas aplicadas;
V - doações e legados;
VI - subvenções oficiais;
VII - bens e valores adquiridos.
Art . 25. As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais aos seus membros são as
seguintes:
I - advertência confidencial em aviso reservado;
II - censura confidencial em aviso reservado;
III - censura pública;
IV - suspensão do exercício profissional até trinta dias;
V - cassação do exercício profissional, ad referendum, do Conselho Nacional.
Art . 26. Em matéria disciplinar, o Conselho Regional deliberará de ofício.
Art . 27. Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso, no prazo de trinta dias, contados
da ciência, para o Conselho Nacional.
Art . 28. Além do recurso previsto no artigo anterior, não caberá qualquer outro de natureza
administrativa.
Art . 29. O voto é pessoal e obrigatório em toda eleição, salvo doença ou ausência comprovadas
plenamente.
§ 1º As deliberações serão tomadas por maioria de votos dos presentes.
§ 2º Os radiologistas que se encontrem fora da sede das eleições por ocasião destas poderão
dar seu voto em dupla sobrecarta, opaca, fechada e remetida pelo correio, sob registro, por
ofício com firma reconhecida, ao Presidente do Conselho Regional.
§ 3º Serão computadas as cédulas recebidas, com as formalidades do parágrafo precedente, até
o momento em que se encerre a votação. A sobrecarta maior aberta pelo Presidente do
Conselho, que depositará a sobrecarta menor na urna, sem violar o segredo do voto.
§ 4º As eleições serão anunciadas no órgão oficial e em jornal de grande circulação, com trinta
dias de antecedência.
Art . 30. A jornada de trabalho dos profissionais abrangidos por este decreto será de vinte e
quatro horas semanais.
Art . 31. O salário mínimo dos profissionais, que executam as técnicas definidas no art. 1º deste
decreto, será equivalente a dois salários mínimos profissionais da região, incidindo sobre esses
vencimentos quarenta por cento de risco de vida e insalubridade. 145
Art . 32. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Art . 33. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 17 de junho de 1986; 165º da Independência e 98º da República.
JOSÉ SARNEY
Almir Pazzianoto Pinto
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 18.61986
19 BRONCOSCOPIA
A fibrobroncoscopia permite uma visualização ampla das vias aéreas inferiores, devido
seu pequeno calibre e flexibilidade; é ideal para diagnosticar lesões pulmonares. Pode ser
realizada através do tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia em pacientes sob uso de
ventilação. Outra vantagem do uso deste tipo de broncoscópio é a realização da biopsia de
tumores que antes não se tinha acesso e agora pode ser feito no próprio leito, extinguindo a
necessidade de centros cirúrgicos.
Após o procedimento, a equipe de Enfermagem deve estar atenta para que o paciente
não ingira qualquer tipo de alimento ou líquido até que a ação da anestesia tenha passado por
completo, pois além de suprimirem o reflexo da tosse, comprometem também os reflexos da
laringe e da deglutição por várias horas. Quando o paciente demonstrar o reflexo da tosse
normatizado, pode oferecer lascas de gelos e aos poucos os líquidos normalmente.
148
20 ENDOSCOPIA
A equipe de Enfermagem deve trabalhar com medidas que possam vir a aliviar a
ansiedade e o estresse do paciente antes e durante a realização do exame que geralmente está
presente. A monitorização dos sinais vitais deve ser cuidadosa atentando para sinais iniciais de
arritmias cardíacas; a avaliação de sinais de perfurações e hemorragias durante a realização do
exame também são fundamentais para o bom andamento do mesmo e para o bem-estar do
paciente ao seu término.
Depois do exame a Enfermeira deve instruir sua equipe para que não administrem
qualquer tipo de líquidos para este paciente até que o reflexo de vômito retorne; é importante
também orientar os familiares ou acompanhantes do paciente quanto a este cuidado.
Segundo Brunner (2002), a colonoscopia não pode ser realizada em pacientes com
diverticulite aguda ou colite fulminante e também na suspeita de perfuração colônica. Já a
colonoscopia terapêutica está contraindicada para os pacientes que fazem uso de medicamentos
anticoagulante devido o risco de sangramento excessivo durante e após o exame.
Neste exame a enfermagem realiza um trabalho que dele irá depender o sucesso do
procedimento, o preparo do paciente. Este procedimento consiste em uma boa preparação do
intestino, que inicia a limpeza do cólon que proporcionará uma excelente visualização das
estruturas e consequentemente diminuirá o tempo total do procedimento.
Após é realizado a limpeza do intestino que pode ser de várias maneiras como, por
exemplo, o médico pode prescrever a administração de laxativos por duas noites consecutivas e
um Fleet enema até que o intestino esteja preparado na manhã em que o exame será realizado.
Porém, são utilizadas com maior frequência as soluções de lavagem intestinal contendo
eletrólitos e polietilenoglicol que são considerados efetivos para a limpeza adequada do intestino.
Estas soluções de lavagem são administradas pela via oral em intervalos de três a
quatro horas. Em casos de paciente fazendo o uso de sondas nasogástricas para a alimentação,
as soluções podem ser administradas pela mesma via, caso o paciente esteja incapacitado de
deglutir. Os pacientes com colostomia também podem receber a mesma preparação de limpeza
do intestino. Geralmente a limpeza é rápida, cerca de quatro horas e apesar do desconforto é
tolerada pela maioria dos pacientes.
Os efeitos colaterais das soluções eletrolíticas são mais acentuados nos idosos, em
virtude disso gera uma maior resistência para ingerir o volume necessário da solução. Alguns
destes efeitos incluem: náuseas, edemas, cólicas, desequilíbrio hidroeletrolítico, hipotermia e
sensação de plenitude abdominal. A equipe de enfermagem deve orientar sobre estes efeitos e
encorajar os pacientes a fazerem o uso a fim de poder concluir o procedimento a qual lhes foi
proposto. Está contraindicado o uso da solução de lavagem intestinal em pacientes acometidos
153
de obstrução intestinal e doença intestinal inflamatória.
A Enfermeira e sua equipe devem instruir o paciente para que interrompam o uso de
medicamentos de rotina no momento em que a solução de lavagem esteja sendo administrada,
pois os medicamentos não serão absorvidos e consequentemente perderão sua eficácia.
Pacientes diabéticos devem ser orientados pela equipe a consultar com seu médico sobre o
medicamento em uso a fim de evitar a hiper ou hipoglicemia devido às mudanças da dieta
necessárias para o preparo do paciente para o exame.
Antes do exame podem ser administrados analgésicos opioides ou sedativos por meio
da via endovenosa a fim de manter o paciente com uma sedação e reduzir sua ansiedade
durante o procedimento. Ao término do procedimento, o paciente que foi sedado permanece no
leito de observação até que os efeitos desapareçam; alguns podem experimentar cólicas
abdominais, ocasionadas pelo ar insuflado durante o exame.
A equipe deve monitorizar o paciente logo após o exame atentando para sinais de
hemorragias e perfuração intestinal por meio de sangramento retal, dor abdominal e febre. O
paciente é instruído a procurar o médico caso alguns destes sinais apareçam em seu domicílio.
154
Uma questão fundamental que é atribuída para a Enfermeira é o termo de
consentimento do exame. É seu papel orientar o paciente a autorizar a realização do
procedimento que será feito por intermédio deste termo; este deverá ser assinado por ele antes
de qualquer preparo e ou administração de medicamentos do procedimento.
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NORMA TÉCNICA que trata das condições de funcionamento dos Laboratórios de Análises e
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mesmos vinculados, regulamenta os procedimentos de coleta de material humano realizados
nos domicílios dos cidadãos, disciplina o transporte de material humano e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.crbm2.com.br/word/portaria13cvs.doc> Acesso em: 07
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instituição de saúde. Disponível em:
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MOTTA, A. L. C. Normas, Rotinas e Técnicas de Enfermagem. 5. ed. São Paulo: Iátria, 2009.
162