Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE:
Jornalismo; Complexidade; Acontecimento jornalístico; Representações sociais.
Jornalismo em perspectiva
O ato de observar a sociedade permite que ela seja visualizada como uma espécie
de colcha de retalhos, com variados tons e matizes. Esses, reunidos por diferentes tipos
de linhas e pontos, cosem sua tessitura. Nas primeiras páginas de A arte de tecer o
presente, Medina (2003) trata da elaboração dessa trama ao relatar um gesto de abertura
às narrativas do cotidiano e o papel que pode ser desempenhado pelo jornalismo. Para a
autora, ao promover a integração entre o que se encontra disperso no tecido social, o
jornalismo tem a possibilidade de fazer a conexão, dar aderência a esses variados entes.
É a partir dessa perspectiva que se visualiza aqui o papel que a prática do
jornalismo assume e a responsabilidade que lhe é inerente, considerando também os ideais
iluminadores que o forjaram, ainda no século XX. Entendemos o jornalismo como uma
forma social de produção e compartilhamento de conhecimento que desempenha um
papel de relevância acentuada para a própria construção da realidade na qual é erigida a
vida dos indivíduos, em maior ou menor proporção (MEDISTSCH, 2010).
1 Trabalho apresentado no GP Teorias do Jornalismo, XVIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação,
evento componente do 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
2
Jornalista. Mestre em Comunicação e Informação (UFRGS). Doutoranda em Jornalismo no PPGJOR-UFSC (bolsista
CAPES), e-mail: sjanaines@gmail.com.
1
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
O acontecimento
Tudo parecia transcorrer normalmente na manhã de sexta-feira, 20 de outubro de
2017, no Colégio Goyazes, na cidade de Goiânia (GO). Em poucos instantes, porém, a
2
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
3
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
Entrevista concedida ao programa Fantástico, da TV Globo, pela coordenadora do Colégio Goyazes, que
conteve o aluno que efetuou os disparos
Logo após o fatídico incidente, o jovem estudante que efetuou os disparos foi
levado para a Delegacia de Atos Infracionais (Depai) de Goiânia, onde foi ouvido pelo
delegado que assumiu o caso. Em seu depoimento, o adolescente alegou ter sofrido
bullying na escola e se inspirado em eventos semelhantes5 ocorridos no Brasil e nos
Estados Unidos. É interessante lembrar que a data em que ocorreu o infortúnio
(20/10/2017) é considerada, justamente, o dia de combate ao bullying em âmbito mundial.
Após seu depoimento, o estudante ficou detido por 45 dias, até que o julgamento
fosse realizado. Em 28 de novembro de 2017, após audiência do Juizado da Infância e
Juventude, o adolescente foi condenado a uma pena de três anos de detenção. Essa é a
pena máxima permitida como medida socioeducativa para menores infratores. A
advogada da família afirmou que não recorreria da sentença. Ainda em relação ao
cumprimento da pena, a cada seis meses o jovem deve ser submetido a uma avaliação
psicológica quanto a seu comportamento e as condições gerais do tratamento ao qual está
sendo submetido. A mãe do estudante, que ficou em estado de choque após o ocorrido,
responde agora a um inquérito militar sobre o crime cometido pelo filho com sua arma.
A repercussão sobre a penalidade determinada para o adolescente cumprir também
foi ampla por parte dos veículos jornalísticos. A seguir, estão algumas das imagens de
sites de veículos noticiosos sobre a sentença.
5 Em escolas do Realengo (Rio de Janeiro, Brasil) e de Columbine (Colorado, Estados Unidos) houve episódios
semelhantes ao da escola Goyazes, de Goiânia. Enquadrados como “massacres” pela imprensa, o crime no Brasil
ocorreu em 07 de abril de 2011, com 13 vítimas fatais; nos Estados Unidos, foi em 20 de abril de 1999, com 15
estudantes mortos. O crime de Realengo é analisado por Ijuim (2014) que evidencia o modo como ao enunciar, o
jornalismo produzido pela revista Veja categoriza o assassinato e seu protagonista pelo viés do fato singular em
detrimento do contexto. Uma abordagem diferente desta poderia ampliar a visão em torno do ocorrido e não apenas
explorar sua singularidade a partir da espetacularização.
4
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
5
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
noticiáveis/noticiados”, proposta por Silva (2005). Isso posto, é possível afirmar que o
trabalho jornalístico foi cumprido, atendendo, ainda que de modo parcial, às demandas
suscitadas pelo evento noticioso.
A representação construída
Até aqui, o fato jornalístico que mobilizou nossa atenção naquele dia 20 de
outubro de 2017, foi apresentado. Também foram destacadas algumas das reportagens e
recursos utilizados pela imprensa para realizar seu trabalho. Ainda que com alguns
equívocos, entende-se que o trabalho foi cumprido e atendeu ao propósito a que se dispõe
o jornalismo. É preciso, no entanto, avançar, e é a partir dessa perspectiva que se faz
referência a outro ponto que pode ter passado despercebido por parte da audiência: a
construção da imagem em torno do adolescente que cometeu os crimes.
É importante deixar claro que a questão que motiva essa reflexão não é o ato em
si, cuja anormalidade justifica sua abordagem noticiosa, pois o jornalismo deve dar conta
de eventos desse tipo (cruéis, perversos e de contundente gravidade do ponto de vista
social e humano), que extrapolam convenções e a própria ordem do esperado. O que se
questiona, no entanto, é a maneira como o jornalismo se apropriou desse evento para
enunciar, sem qualquer resquício de dúvida, um rótulo condenatório, um pronto
julgamento sobre o ocorrido. Essa representação8 em torno do aluno protagonista da ação
tende, a partir da veiculação das coberturas jornalísticas realizadas, a ser perpetuada, sem
qualquer perspectiva de relativismo.
No entendimento de Fausto Neto (2011, p. 43), “as mídias jornalísticas” ocupam
um lugar a partir do qual “detêm as condições em torno das quais realizam os processos
de representação das realidades”. Esse processo de construção não lhes é único ou
exclusivo, mas, ainda que signifique apenas uma parte do todo que estrutura a vida social,
acaba sendo responsável por “apresentar a realidade por sua própria conta, talvez
desconhecendo que este processo se dá em meio a feixes de relações”. No caso do evento
noticioso objeto desta reflexão, o ato que primeiramente vem à tona se refere – além do
impacto social por ele causado – à maneira como rapidamente o adolescente que
protagonizou a ação é enquadrado: “atirador”.
8 Em se tratando de representações construídas pelos veículos jornalísticos, outro evento noticioso recente e que
igualmente se aproxima dessa perspectiva se refere ao reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier do Olivo, a sua
vinculação com a operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, seu posterior suicídio e a imagem negativa que tende
a ficar fixada na memória coletiva.
6
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
Veja-se que, ainda que o estudante da escola Goyazes seja menor de idade (14
anos) e, portanto, esteja amparado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que lhe
resguarda a identidade e a própria imagem, os veículos jornalísticos não hesitaram em
determinar sua culpa (independentemente do contexto) ao referir-se a ele como o uso
deste termo. Quando se faz referência a um “atirador”, habitualmente se tem o perfil de
uma pessoa com idade superior a 18 anos de idade, ciente das responsabilidades a ela
imputadas quando do cometimento de crimes dessa natureza. Assim, mesmo que esse seja
um entendimento estereotipado, coloca-se o adolescente no mesmo patamar daqueles que
cometem crimes semelhantes e, por causa disso, veem ser mantida em torno de si, como
consequência, uma chancela de reprovação social. Além disso, ao fazer referência ao
aluno simplesmente como um atirador, em uma leitura que se atenha apenas às manchetes,
o leitor pode entender que quem protagonizou a ação foi alguém externo ao próprio
ambiente do Colégio.
A informação de que o jovem estudante talvez estivesse sendo vítima de bullying
somente é mencionada a partir de reportagens posteriores, que passam a ouvir como
fontes um psicólogo, estudantes da escola e os próprios policiais envolvidos no caso (em
seu depoimento o estudante alegou ter sido vítima desse tipo de agressão). Ao serem
procurados, membros da direção do colégio revelaram desconhecer qualquer espécie de
prática de bullying dentro de sua instituição de ensino ou, em específico, sobre o aluno.
É possível perceber que o jornalismo, a partir de suas práticas cotidianas, assume
um “modo de enunciar” que “passa também por complexas mediações”. No caso aqui
apresentado, “se tecem e se cristalizam representações” (FAUSTO NETO, 2011, p. 43)
que estarão fixadas no horizonte, não somente dos protagonistas da ação, mas igualmente
no próprio imaginário social. Seus efeitos encontram reverberação em eventos similares
e que igualmente tiveram desfechos nefastos para as pessoas neles diretamente
envolvidas.
7
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
Entende-se que o fato de um jovem estudante vitimar seus próprios colegas dentro
do ambiente escolar seja um acontecimento de manifesto valor jornalístico. No entanto,
para além do fato em si, é necessário considerar as circunstâncias que o envolveram.
Nesse sentido, olhar o entorno a partir da complexidade, conforme proposto por Edgar
Morin (2006, p. 13), grifo do autor), assume relevância singular.
9
Obra filosófica de autoria de Isidore Auguste Marie François Xavier Comte, considerado o fundador da Sociologia e
do Positivismo.
8
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
9
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
Alberto Dines já dizia, nos anos 1970, que não há boa ou má imprensa.
Há uma imprensa que atua em determinado tempo e lugar, porque esta
“é reflexo e segmento da própria sociedade que a serve” (DINES, 2008,
p. 73). Como uma fatia do mesmo bolo social, os meios de comunicação
têm reproduzido as heranças dessa atitude moderna. Assim, assume
uma postura que privilegia o fato em detrimento da circunstância,
valoriza as consequências e menos as causas, o espetáculo e menos as
dores e os sofrimentos humanos. Por essas razões, este tratamento
informativo desumaniza as reportagens e, acima de tudo, desqualifica
grupos sociais.
10
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
moral, mas também psicológica10. Após o julgamento, Arendt publicou o livro Eichmann
em Jerusalém, no qual expõe suas reflexões acerca do julgamento e também apresenta o
conceito de “banalidade do mal”, que corta sua trajetória de modo vertical a partir de
então. O exercício de compreensão que Arendt realizou não eximiu Adolph Eichmann de
sua culpa, no entanto, considerou os diversos fatores, de natureza complexa, que
interviram para a consecução dos atos por ele praticados.
Em se tratando do caso aqui tomado como objeto de análise, dentre as ações que
poderiam ter sido tomadas pelos jornalistas no sentido de se buscar atender à
multidimensionalidade de perspectivas em torno do fato ocorrido, estão informações
complementares às já existentes e que poderiam ter sido levantadas. Além disso,
estiveram ausentes, por exemplo, indicações sobre o contexto em que o estudante estava
inserido, a presença ou não de parâmetros éticos em sua vida, possíveis pressões
colocadas sobre o estudante, sua relação familiar, sua convivência na escola, o
relacionamento com os colegas, o perfil psicológico do estudante e a sua tendência
potencial (ou não) a ações violentas, a existência de sentimentos de baixa autoestima,
depressão, vingança, etc. Em apenas uma matéria foi possível visualizar algo nesse
sentido: a revista Veja indicou que o estudante teria simpatia pelo nazismo11. Além da
reduzida importância conferida a esses aspectos, na cobertura jornalística foi dada pouca
relevância ao próprio relato sobre como teria ocorrido a cronologia da tragédia.
De modo definitivo, uma infinidade de aspectos corta esse episódio noticioso.
Nesse contexto, porém, vale considerar que pensar a partir da perspectiva complexa
significa abrir mão de toda a forma de pensamento redutor, que procura
enquadrar/categoriazar acontecimentos noticiosos e ignorar aquilo que não se insere
dentro das diretrizes e/ou normas estabelecidos pelas convenções sociais.
O jogo da complexidade, como afirma Morin (1999, p. 191), “é um jogo de claro-
escuro” em que é necessário ter abertura para o diálogo, flexibilidade para acolher ou,
pelo menos, entender perspectivas diferentes, inusitadas ou, até, improváveis em torno da
realidade estabelecida. Associado a isso, conforme Pena-Veja, Almeida e Petraglia (2001,
p. 133) indicam, avançar no caminho da compreensão constitui-se em “um grave desafio
10 Outra referência interessante para pensar na relação das pessoas e seus pressupostos éticos e morais encontra-se no
filme Experimenter, de 2015. O filme retrata a vida do psicólogo social norte-americano Stanley Milgram que realizou
testes, na década de 1960, na Universidade Yale (EUA), com diversas pessoas e verificou sua acentuada tendência a
obedecer à autoridade mesmo que isso implicasse em um dilema moral para com sua própria consciência.
11
Matéria disponível em: <https://veja.abril.com.br/brasil/as-conversas-do-atirador-de-goiania-com-um-amigo/#>.
Acesso em: 08 mai. 2018.
11
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
Considerações finais
Acompanhar a cobertura jornalística acerca de um evento noticioso com alguma
distância permite que se possa visualizar a trajetória dos fatos com um pouco mais de
cautela. Ainda assim, a partir da dimensão humana que toca a todos, é inegável o impacto
decorrente dos fatos noticiados. Considerando essa perspectiva, nossa pretensão, ao
propor a reflexão sobre o caso da escola Goyazes, foi a de fazer pensar sobre as práticas
que o jornalismo tem levado a efeito no dia a dia contemporâneo, as quais, estão
majoritariamente aquém daquilo que é tomado como seu compromisso primordial: levar
informações verídicas ao público e, a partir disso, fomentar a reflexão crítica em torno
desses mesmos acontecimentos, considerando as nuances que naturalmente se fazem
presentes nesse cenário.
Nesse sentido, cabe fazer alusão ao “salto civilizatório” ao qual Morin (1999) se
refere quando propõe a complexidade como uma direção a ser seguida pela humanidade
rumo ao encontro do caminho do meio. Levando em consideração, ainda, o que propõe
Fausto Neto (2011, p. 43), a produção de sentidos a partir do jornalismo é um processo
complexo, com elementos heterogêneos e atravessados por realidades e “discursos de
outros campos sociais”.
Nesse sentido, a enunciação jornalística não deve ser sobreposta às demais formas
de enunciação, mas buscar contemplar a diversidade de aspectos que entrecortam fatos e
acontecimentos, ainda que isso possa, à primeira vista, parecer um contrassenso.
Voltando à analogia da colcha de retalhos, pode-se entender que a integralidade do texto
jornalístico, por mais bem-acabada que se queira apresentar, ainda assim será parcial e
passível de olhares não uniformes.
Referências
AMARAL, Marcia Franz. Lugares de fala do leitor no Diário Gaúcho. 2004. 273 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Comunicação e Informação, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/6253>. Acesso em: 09 jul. 2018.
BENETTI, Marcia. A Ironia como estratégia discursiva da revista Veja. Líbero. N.20, São Paulo,
Faculdade Cásper Líbero, 2007.
12
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo.
Porto Alegre: Tchê, 1987.
IJUIM, Jorge Kanehide. As diferenças e o diferente: o respeito ao outro como forma de humanizar
o jornalismo. Rastros: Revista do Núcleo de Estudos em Comunicação, Joinville, p. 9-22, out.
2014. Semestral. Disponível em:
<http://www.ielusc.br/aplicativos/ojs_necom/index.php/SECORD/article/view/232/207>.
Acesso em: 04 jun. 2018.
MEDINA, Cremilda. A arte de tecer o presente: narrativa e cotidiano. São Paulo: Summus,
2003.
______. Ciência e jornalismo: da herança positivista ao diálogo dos afetos. São Paulo: Summus,
2008.
MORIN, Edgar. Ciência com consciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
______. Ética do sujeito responsável. In: CARVALHO, Edgard de Assis et al. Ética,
solidariedade e complexidade. São Paulo: Palas Athena, 1998.
MORIN, Edgar; KERN, Anne Brigitte. Terra-Pátria. 5 ed. Porto Alegre: Sulina, 2005.
PENA-VEGA, Alfredo; ALMEIDA, Cleide Rita Silvério de; PETRAGLIA, Izabel (Org.). Edgar
Morin: ética, cultura e educação. São Paulo: Cortez, 2001.
13