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RESUMO
Este artigo tem por objetivo conhecer o comportamento dos visitantes do Morro da Boa
Esperança (São Gabriel da Cachoeira, Amazonas), em relação ao meio ambiente, bem como
discutir o uso do local para as atividades turísticas. O estudo baseou-se em pesquisa de campo
realizada com moradores e turistas, objetivando, principalmente, pesquisar formas de encontrar
a harmonia entre os benefícios econômicos proporcionados pelo turismo, aos interesses da
comunidade local e a preservação do meio ambiente por meio da educação ambiental. A
cultura também merece destaque, é preciso preservar os locais espalhados pela cidade, onde
há uma mitologia oriunda dos antepassados indígenas.
ABSTRACT
This article aims to know the behavior of visitors to Hill of good hope (São Gabriel da Cachoeira,
Amazonas) in relation to the environment, as well as to discuss the use of the place for tourist
activities. The study was based on field research carried out with residents and tourists, aiming,
mainly, to find ways to find the harmony between the economic benefits provided by tourism, the
interests of the local community and the preservation of the environment through environmental
education. The culture is also worth mentioning, it is necessary to preserve the places scattered
around the city, where there is a mythology originating from the indigenous ancestors.
INTRODUÇÃO
1
Discente do Curso de Tecnologia em Gestão de Turismo, Turma 2014.
2
Professora doutora em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia; professora e orientadora
do Curso de Tecnologia em Gestão de Turismo.
São Gabriel da Cachoeira é um lugar que se destaca por suas
paisagens com características singulares que se diferem das paisagens
encontradas em outras localidades do Estado do Amazonas. Nesse município
encontram-se morros, montanhas e cachoeiras formando uma paisagem ímpar
nesta região. Sua cultura também merece destaque, pois 95% da população é
composta por povos indígenas. São 23 etnias que tornam São Gabriel da
Cachoeira o município com maior percentual de povos indígenas do Brasil.
Dentre os vários atrativos naturais do município, o Morro da Boa
Esperança é um patrimônio cultural, natural e religioso reconhecido como
atrativo turístico. Pode-se afirmar que ele é um atrativo, pois recebe visitação
de diversos públicos e é um lugar de grande importância para a comunidade
católica local, pois todos os anos são realizados as celebrações da Semana
Santa e/ou Via Sacra, estando localizado na região central da cidade.
A referida pesquisa, cujo locus é o Morro da Boa Esperança, visou
contribuir para a implantação de politicas públicas e para a sensibilização dos
atores envolvidos com o turismo local, principalmente a Secretaria de Meio
Ambiente e Turismo, de modo que se torne um atrativo com uso adequado e,
respeitando o meio ambiente, fazendo parte dos produtos turísticos do
município de São Gabriel da Cachoeira.
Nesse sentido, este estudo revestiu-se de fundamental importância
para a região, uma vez que há poucos trabalhos produzidos sobre esse tema.
Sob outro ponto de vista, a pesquisa sobre o Morro, por representar a cultura
local, é uma forma de apresentar a região e suas peculiaridades tanto para os
acadêmicos que não conhecem essa realidade, quanto produzir material para
os visitantes.
Este estudo surgiu da necessidade de conhecer as ferramentas e os
princípios da educação ambiental e, assim, a partir da investigação feita no
referido Morro, aprimorar os conhecimentos e dessa forma contribuir com
informações voltadas para o planejamento turístico no município.
Tal necessidade em realizar um estudo dessa natureza junta-se às
motivações acadêmicas como aluna do Curso Superior de Tecnologia em
Gestão de Turismo, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e, assim,
realizou-se a presente pesquisa.
Neste artigo, portanto, discutiu-se como a educação ambiental pode
contribuir para uma visitação mais consciente no Morro da Boa Esperança,
além de caracterizar os atrativos do Morro da Boa Esperança do município;
contribuir para a elaboração de políticas públicas voltadas para a educação
ambiental em São Gabriel da Cachoeira; identificar ferramentas e práticas da
educação ambiental que visem sensibilizar visitantes de áreas naturais, e,
assim, propor melhorias para o atrativo a partir dos problemas identificados.
O estudo não pretendeu esgotar o assunto ou encerrar as discussões
sobre o tema, mas de ser mais uma possiblidade de apresentar, à luz das
teorias sobre educação ambiental, um novo olhar sobre esse patrimônio
cultural e natural da cidade.
1 REVISÃO DA LITERATURA
A atividade turística surge para esta região como oportunidade
econômica e de divulgação da cultura local. Contudo é preciso uma série de
cuidados para que esses valores não se percam e o meio ambiente seja
conservado. Para Santana (2009, p.145), “o desenvolvimento de qualquer
forma de turismo em determinada área inevitavelmente afeta a vida das
populações residentes, além de alterar claramente o ambiente físico”. A
atividade turística utiliza o meio ambiente como atrativo principal. A apropriação
do meio ambiente pelo turismo traz a degradação e é nesta perspectiva de
conflito entre turismo e conservação do meio ambiente que surge o conceito de
desenvolvimento sustentável.
Para Neiman e Rabinovici (2010 p. 40) a “busca pela sustentabilidade é
tarefa que deve ser assumida por todos os envolvidos na atividade, sejam eles
do seguimento ecoturístico ou de outros, cada qual com suas
responsabilidades”. Promover o desenvolvimento econômico atentando para a
preservação da cultura local e a preservação do meio ambiente deve ser a
principal bandeira dos atores envolvidos nesta atividade, para que as gerações
futuras possam também usufruir dos recursos naturais que dispomos hoje.
O tema meio ambiente é apresentado como um estudo articulado e
transversal às diversas áreas de conhecimento, impregnado à prática educativa
e permitindo que se crie uma visão global e abrangente da questão ambiental a
partir de projetos pedagógicos definidos.
No decorrer da história, diversas são as situações de degradação
ambiental, no entanto o aparecimento de práticas de intervenção
sobre esta problemática é bastante recente, coisa de umas quatro
décadas atrás, devido a não se ter uma preocupação mais
contundente a respeito dessa temática (FARIAS et al 2009).
2 METODOLOGIA
Figura 2 :Trilha
usada para acessar o topo do Morro.
Fonte: Bentes, 2016.
Figura 3: Monumento usado nas comemorações da Semana Santa.
Fonte: Bentes, 2016.
O Morro da Boa Esperança com acesso pela Rua Irmã Inês Penha, no
Bairro Boa Esperança recebeu este nome no momento em que a Igreja
Católica construiu, ao longo da trilha que leva ao topo do morro, os
monumentos que representam as quatorze estações da Via Sacra.
Por ser de fácil acesso, o Morro da Boa Esperança está entre os
atrativos turísticos mais visitados da cidade de São Gabriel da Cachoeira. O
mesmo recebe visitantes durante todo o ano, e o número de visitas de
moradores locais é inferior ao de visitações feitas por turistas.
O período de maior visitação dos moradores é na Semana Santa, data
em que o morro é usado para a caminhada da Via Sacra pela comunidade
católica.
Alves (2007, p.330), afirma que “segundo anotações da Igreja Católica,
a tradição de subir o Morro da Boa Esperança para a Via Sacra começou em
1926 quando o Padre Bálzola abriu uma picada até o cume do Morro em linha
reta e implantou uma cruz na pedra mais alta do local”. Esta tradição mantem-
se até os dias atuais, sendo a maior manifestação religiosa do Município.
Como afirma uma a entrevistada (E.R.S.), “só subo no morro na época
da via sacra, pois desde que me entendi que eu só vou com a minha família na
Semana Santa, pois fomos ensinados pelos nossos pais e vou ensinar meus
filhos também”.
A vista do topo do morro é apontada como o maior atrativo do local,
podendo ser avistadas as corredeiras do Rio Negro, as serras da Bela
Adormecida e do Cabari, e uma parte da cidade. No entanto, os moradores não
se dão conta das riquezas naturais que possuem.
A cultura também merece destaque, é preciso preservar os locais
espalhados pela cidade, onde há uma mitologia oriunda dos antepassados
indígenas. Conforme o morador (E.M.), “nós não valorizamos as nossas
riquezas, quem valoriza são as pessoas de fora. Precisamos cuidar melhor do
nosso patrimônio”.
O local serve para o lazer entre amigos, é o que diz a jovem R.B,
segundo a mesma “vamos mensalmente com alguns amigos para relaxar e
contemplar a natureza e a vista da cidade”. A jovem também relatou alguns
pontos negativos “o risco de acidentes por causa do terreno escorregadio e a
falta de limpeza, pois só acontece no período da Via Sacra”.
Mesmo sendo um importante atrativo turístico e um patrimônio
reconhecido, a falta de cuidados é notada por todos e vem incomodando os
moradores.
Por falta de manutenção, alguns desses monumentos já estão
danificados, tanto pelas intempéries como queda de galhos das árvores, chuva,
sol, quanto pela ação dos que visitam quebrando os azulejos que decoram as
estruturas e a trilha esta sendo tomada pelo mato.
Figura 4: Monumentos com azulejos quebrados Figura 5: Trilha tomado pelo mato.
Fonte: Bentes, 2016. Fonte: Bentes, 2016.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Alves, Edmar César – São Gabriel da Cachoeira - sua Saga, sua História /
Edmar César Alves. – Goiânia: Kelps, 2007.