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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Artes – Departamento de Arte Dramática


Atelier de Composição e Montagem II – Profª Ana Paula Zanandrea

Projeto Atelier II

Thais Amorim de Andrade


1. Apresentação
O projeto “Cole Seu Título Aqui” visa a montagem de um espetáculo itinerante e
interativo a partir do tema leis e escolhas. Propõem-se a apresentação de diversas cenas
independentes sobre o assunto e que possibilitem participação do público dentro e fora de
cena. Os participantes serão convidados a responder, perguntar e escolher ações no
desenrolar da cena, além de, em alguns momentos, precisar optar qual cena assistir e qual
abrir mão.

2. Sinopse do espetáculo
O espetáculo “Cole Seu Título Aqui” é dividido em oito cenas distintas, que são
apresentadas em diferentes salas do Departamento de Arte Dramática da UFRGS.
Desenvolvido a partir do tema “Leis e Escolhas”, desafia o espectador a participar das decisões
das cenas e contribuir, transformando a continuidade da história. Mais do que assistir a uma
peça, o público é responsável por suas escolhas. Este espetáculo tem como objetivo a reflexão
sobre a legitimidade das nossas escolhas, sobre a responsabilidade e as consequências do que
escolhemos e sobre nosso posicionamento na sociedade atual.

3. Justificativa
A evolução do homem deu-se em vários momentos através da capacidade de se
organizar como grupo, por meio de combinações comportamentais, das quais o não
cumprimento geravam consequências. Essas combinações evoluíram e tornaram-se regras
e/ou leis, ferramentas essenciais para gerenciar a sociedade, para controlar as injustiças, para
defender os oprimidos, para gerir o país.
Porém criaram-se tantas regras, sendo algumas absurdas, que é impossível ao homem
seguir todas. É necessário quebrar as regras e livrar-se de algumas normas comportamentais,
para de fato poder ser o responsável por suas escolhas.
Afinal, quando as leis são importantes e quando são apenas ferramentas de
julgamento social? Quando começam a determinar a maneira que você deve viver? Qual a
linha tênue entre gerenciar o coletivo e controlar suas escolhas individuais? Qual a
legitimidade das nossas escolhas, visto que as leis sociais constroem nosso caráter e moldam
nossos desejos desde pequenos?
Nesta premissa, este trabalho questiona a maneira como as leis formam o caráter
humano, sejam elas leis civis, sociais ou comportamentais e como em cada escolha que
fazemos existe uma série de fatores que nos levaram até elas, através dos exemplos e
costumes que estão impregnados no nosso modo de vida, mas, independente destes fatores,
nós somos os responsáveis pelas consequências dessas escolhas.
Para isso compartilharemos um espaço tempo com os espectadores/participantes e
juntos levantaremos reflexões sobre nossas próprias escolhas, a cerca da vida e do período da
sociedade a qual fazemos parte. Como nos posicionarmos em uma sociedade cibernética, que
cada vez mais comunica-se através das redes sociais, onde a informação circula rapidamente, e
a opinião geral pode ser compartilhada e acessada em poucos minutos, muitas vezes sem um
posicionamento individual e aprofundado sobre o assunto (compartilhando frases prontas,
notícias falsas...). Por isso, propomos um experimento no qual o espectador precisa se
posicionar e ser responsável por suas escolhas, onde ele não pode sentar, assistir e se abster
de participar.

4. Concepção
O projeto consiste na montagem de um espetáculo/vivência a partir do tema “leis e
ordens”. Pretende-se abordar diferentes aspectos da lei, leis sociais, leis constitucionais, leis
religiosas, leis de trânsito, leis da moral e bom costume e como elas repercutem no
desenvolvimento da sociedade. O objetivo é refletir sobre a necessidade das leis e a maneira
como somos regrados e somos prisioneiros delas desde o momento que passamos a existir.
Divididos em capítulos, o trabalho transitará entre diferentes aspectos da lei. Serão
organizadas pequenas cenas distintas, que iniciarão com uma palestra falando sobre o jogo
Stanley Parable. Stanley é um personagem que está em um labirinto de salas e recebe
instruções do narrador para qual lugar deve seguir. Nesta encenação, pretendemos fazer um
link com o jogo, relacionando o labirinto que Stanley percorre, com o caminho que o público
precisa trilhar, como se todos os espectadores estivessem no universo do jogo, seguindo
regras que são fornecidas ao longo do caminho, como por exemplo: “escolha entre a sala sete
ou a sala quatro”. Cada sala que se dirigem, será apresentada uma pequena cena distinta e em
dois momentos o público deverá escolher entre assistir uma cena ou assistir a outra, sem a
possibilidade de assistir as duas cenas na mesma apresentação. Isso possibilita que a peça
tenha quatro opções diferentes de dramaturgia.
As cenas serão elaboradas a partir de improvisações dos textos “O Homem Lixo” de
Matèi Visniec e “Os Cegos” de Maurice Maerterlink, do seriado “Black Mirror” criado por
Charlie Brooker, da saga de filmes “Jogos Mortais” criada por James Wan e Leigh Whannell, de
pesquisas sobre leis constitucionais e de textos escritos pelo grupo. Embora distintas, as cenas
não serão completamente desconexas uma da outra. Além de abordarem o mesmo tema
central, terão como objetivo a participação direta dos espectadores e apresentarão elos entre
os personagens de cenas variadas.
A participação do público será fundamental e conduzirá o andamento do espetáculo.
Em algumas cenas o público será convidado a contar suas vivências pessoais, em outras poderá
utilizar as redes sociais para comentar, curtir ou postar em tempo real na cena apresentada.
Ele poderá sugerir finais alternativos para as cenas. O essencial é que mais que assistir, o
espectador participe. Que o público se sinta a vontade para contribuir e sugerir, criando
juntamente com os atores. Dessa forma, pretende-se não apenas realizar um espetáculo, mas
sim um experimento único e efêmero, que jamais se repetirá.
As cenas acontecerão em diversas salas do Departamento de Arte Dramática. As salas
não terão cenário específico, apenas alguns elementos que ajudem a compor a ideia do
ambiente que a cena acontece. A iluminação de cada cena será simples, utilizando a luz do sol,
ou da própria sala, de acordo com as características físicas do espaço. O figurino será o visual
básico do homem comum dos dias de hoje: uma calça e um sapato preto e uma camiseta
branca. Em algumas cenas, para caracterizar melhor as personagens, serão acrescentados
elementos como casacos, perucas, jalecos e etc. As projeções e os áudios da peça serão
elementos dentro das cenas e servirão para auxiliar na compreensão do universo em que a
cena está situada e para comunicar e interagir com o público.
A ideia é que mais importante que a cena apresentada é a estrutura da apresentação e
a participação do público. É imprescindível, portanto, o posicionamento do ator em estado de
atenção e pronto para improvisos. Cabe a ele a sagacidade e segurança para aproveitar o que
cada espectador está lhe oferecendo naquele dia e horário e jogar com isso dentro das cenas.
O teatro é efêmero e só existe no momento em que acontece, portanto buscamos aprofundar
a relação entre as pessoas que estão dividindo esse mesmo espaço e experiência. Para isso,
buscaremos quebrar as barreiras entre palco e plateia e construir uma relação de troca e
reflexão.
a. Concepção do espaço físico
Optamos por realizar um trabalho interativo, utilizando as salas do departamento de
arte dramática. A escolha das salas deu-se através das características físicas de cada espaço,
que auxiliassem na ambientação da cena.
As cenas “O Barbante” e “A Atriz” foram apresentadas na sala 4 porque ela possibilita
blackout e ambas as cenas trabalham com a ideia de clausura e escuridão. O estúdio I foi
escolhido porque a internet da UFRGS funciona bem naquele andar e nossa cena precisava do
acesso à internet para comunicar-se com os espectadores em tempo real. A cena “Em algum
lugar da infância” aconteceu na sala 3 porque esta sala é menor e buscávamos uma
proximidade com o público, queríamos que todos dividissem o mesmo espaço. Além disso, a
cena remete a um quarto de criança e queríamos que fosse um ambiente acolhedor, o que
facilita a utilização da sala três, já que as janelas são grandes e a sala fica bem arejada e
iluminada pela luz do sol. A cena “A Culpa é das Estrelas” é sobre um físico, ensinando sobre
leis da física e inicialmente escrevendo muitas fórmulas nas janelas, como se estivesse em seu
próprio laboratório, em um momento de descobertas científicas. Por isso, foi apresentada na
sala 7, primeiro porque essa sala é teórica, tem cadeiras para o público e quadro para o
apresentador, e segundo porque essa sala tem azulejos azuis-esverdeados que remetem a
laboratórios antigos e auxiliam na ambientação da cena.
A escolha do espaço físico foi importante para auxiliar na atmosfera de todas as cenas.
Ela ajuda o público a embarcar na proposta de ambientação de cada parte e imaginar estar no
lugar real que a cena está interpretando. Pretendemos lidar com esse jogo de imaginação do
espaço ideal. Na primeira cena o Leonardo convida todos a imaginarem estar em um auditório
enorme, lotado, com uma grande tela para a projeção do TCC, bem iluminado e refrigerado,
bonito e sofisticado, ou seja, a idealização do espaço que o personagem Yvel defenderia sua
pesquisa de doutorado para a banca.

b. Concepção e descrição do cenário;


A nossa montagem prezou pelo dinamismo entre as cenas. Portanto desde o início
trabalhamos com a ideia de poucos elementos, que possibilitassem a adaptação rápida desse
espaço para outra cena. Sendo assim, o nosso cenário é composto pelo espaço físico que a
cena acontece. Por exemplo, nas cenas teóricas o cenário são as próprias cadeiras, mesa e
quadro que compõem a sala. Nas cenas “Quem salvará José?” o cenário são as portas e janelas
trancadas, as paredes da sala, que remetem ao fato dos personagens terem sido jogados
dentro desse espaço.
Na cena “NÃO desligue seu celular” a projeção ao fundo, é parte do cenário. O público
pode ver projetado, em tempo real, o facebook das personagens, as postagens que elas estão
fazendo na cena, vídeo e evento dos assuntos que elas estão conversando. Isso possibilita
conhecermos o universo virtual dessas pessoas, ou seja, como elas são nas redes sociais. O que
nos permite comparar com o comportamento delas na cena apresentada. Nessa história as
personagens estão sentadas em uma mesa no restaurante Japesca, porém em cena utilizamos
apenas duas cadeiras. A ambientação desse lugar é mostrada em uma selfie que elas tiram na
sala, mas na postagem, aparecem elas de fato no Japesca.

c. Concepção da iluminação e mapa de luz;


A escolha de uma iluminação simples, que utilize a luz do sol ou das próprias salas deu-
se pela concepção do espetáculo em ser dinâmico (possibilitando trocas rápidas de cenas) e
em representar a ideia do ambiente de cada história, sem preocupar-se em fazê-lo de forma
realista. A luz, seguindo essa premissa, foi pensada de acordo com as características das salas
que possuímos. Escolhemos salas com mais incidência de luz para as cenas mais alegres e salas
mais escuras, para as cenas mais pesadas. Isso porque a luz servirá para representar a ideia do
ambiente encenado. Por exemplo, cenas em que os jogadores estão trancados numa sala, a luz
será a da própria sala e só será acesa quando os participantes, procurando pelos interruptores,
os acenda. Na cena de interrogatório, a luz será apenas um facho que entra da rua, dando a
ideia de clausura e de escuridão. Na cena da infância a luz será das janelas, que iluminam e
deixam claro todo o ambiente, como se fossem luzes das nossas casas, dos nossos quartos.
O que precisa ser levado em conta é que a luz é uma das responsáveis pelo clima da
cena, então, mesmo não utilizando refletores, precisamos nos atentar para o que cada cena
quer transmitir ao espectador.

d. Concepção e descrição do figurino;


A ideia de uma calça preta, um sapato preto e uma camiseta branca como figurino
base para os personagens foi para aproximar-se de uma roupa básica do nosso dia-a-dia.
Representamos personagens comuns, que vivem nos dias atuais, porque buscamos questionar
as nossas escolhas e o modo de vida da nossa sociedade. Para isso o figurino busca essa
aproximação com pessoas reais, escolhendo uma roupa que é comum ao nosso cotidiano.
Além disso, a neutralidade dessas roupas, possibilitam a participação dos atores em
diversas cenas, algumas representando ele próprio e outras representando personagens. Em
cada cena serão acrescentados elementos que mostrem um pouco do caráter dos personagens
naquela determinada situação como, por exemplo, um blazer sobre a camiseta branca para
indicar roupa social ao doutorando apresentando sua tese, ou um jaleco branco sobre o
figurino, ao estudante de física palestrando sobre questões do universo.
Na cena “NÃO desligue seu telefone” buscamos mostrar estereótipos de
comportamentos que podemos perceber nas redes sociais. Por isso optamos por fugirmos um
pouco da neutralidade e exagerarmos em algumas características dessas personagens,
inclusive no figurino. A personagem Ana é uma jovem crente, que preocupa-se em preservar
uma imagem recatada. Optamos em substituir a calça por uma saia comprida preta e por
utilizarmos uma peruca longa e lisa, em relação a proibição ao corte de cabelo de algumas
religiões. A personagem Bia é uma jovem carente, compulsiva pela sua imagem e por postar
selfies nas redes sociais. Optamos por utilizar uma peruca com um corte de cabelo
“moderninho”, por uma blusa branca justa com um sutiã vermelho aparecendo.
Os elementos são importantes para diferenciar as diferentes personagens do mesmo
ator e identificar alguns detalhes da personalidade deles. Entretanto, os elementos, assim
como o figurino, devem possibilitar a identificação com o modo como nos vestimos
diariamente.

e. Concepção e descrição dos recursos audiovisuais;


Optamos por utilizar projeções e gravações de áudio como outra forma de nos
comunicarmos com o público, além de auxiliar na compreensão do universo em que a cena
está situada. Por exemplo, nas cenas “Quem salvará José?” utilizamos primeiramente um
vídeo que identifica os personagens e como são suas rotinas antes de acordarem presos em
uma sala. Após, utilizaremos diversas gravações de um narrador que conversa com o público,
antecipando acontecimentos da cena e instigando-os a fazerem escolhas; e conversa com as
personagens, advertindo-lhes e manipulando-os a tomarem decisões. Essas gravações são
fundamentais para ambientar o público da situação que está ocorrendo e incentivá-lo a
participar e ajudar a transformar o final da cena.
Outra cena que utilizamos projeção é “Videogames e Sociologia”. O vídeo é utilizado
dentro de cena, fazendo parte da história. Ele serve para apresentar o trabalho de doutorado
do personagem Yvel e mostra cenas do jogo Stanley Parable, na qual o personagem vai
parando vídeo e explicando suas semelhanças com a vida fora do jogo. Quem manipula o vídeo
é alguém do público, combinado no início da cena para interpretar Letícia, a secretária de Yvel.
Os vídeos portanto são mais um recurso que possibilita a participação do público, conforme
nossa proposta.
5. Metodologia

ETAPA 1: Levantamento de Referências e Criação por improvisação


Esta etapa será marcada pelo levantamento de material a ser utilizado na composição
de dramaturgia. A criação partirá de um brainstorm de cenas e situações que poderiam ser
abordadas. Textos, filmes, livros e vivências pessoais sobre o tema das leis e regras serão
compartilhados entre os integrantes como estímulos para criação de pequenas cenas. Cada
ensaio será proposto em cima de um tema ou texto das referências levantadas.
A elaboração das cenas será feita de duas maneiras: ou ela poderá ser combinada
previamente, decidindo os elementos que serão utilizados; ou poderá partir desses
improvisos, onde os atores receberão estímulos de situações, lugares e personagens para
desenvolver de forma improvisada.
Estas cenas serão individuais, em duplas, trios ou quartetos e desde sua improvisação
deve-se levar em conta a participação do público de forma ativa, e/ou como agente
transformador da cena.
Será criado um grupo no facebook para compartilhar as ideias levantadas, para
publicarmos os registros das cenas que forem criadas e para as combinações de produção do
processo.

ETAPA 2: Definição da estrutura da peça


Nesta etapa serão selecionadas as cenas utilizadas no espetáculo. Ao escolhê-las,
deve-se pensar no figurino, nos elementos necessários, no local de apresentação e na forma
de interação com o público. Caso sejam utilizados vídeos, fotos ou perfis nas redes sociais,
estes devem ser produzidos fora do horário de ensaio. É importante que sejam feitos registros
escritos das cenas à medida que estas são definidas. Esses registros serão produzidos pelos
atores que participam da cena e postados no grupo online.
A partir da definição das cenas apresentadas, será estruturada a peça. Para isso, leva-
se em conta a ideia de labirinto de cenas onde o público escolhe o caminho que quer seguir e a
sequência das apresentações. Este esqueleto será montado a partir dos objetivos em relação
ao espectador. Acreditamos que ao longo da apresentação o público começará a participar
mais e a entender e embarcar na proposta de interação. Sendo assim, uma cena que queira
lidar com o público participando ativamente deve ser depois de uma cena que queira
experimentar o estranhamento do participante ao ter que opinar sobre algo.
Por fim, define-se a estética da montagem: o padrão de cores e de elementos
respeitado em todas as cenas, o figurino base, onde se coloca adereços removíveis, os
elementos de cenário, que mudam de função, de acordo com cada cena e a luz que será
utilizada de acordo com cada espaço. A partir da definição dos figurinos, dos objetos, das
projeções, das cores e tons, da luz e da trilha sonora, as cenas serão reorganizadas, para que
todas possuam a mesma linguagem estética.

ETAPA 3: Marcação, criação da transições e ensaio aberto


Esta etapa consiste em lapidar a matéria bruta, ou seja, trabalhar as cenas escolhidas,
repetindo-as, marcando-as, testando-as, se atendo aos detalhes. É necessário repetir até
adquirir ritmo e forma.
Conjuntamente trabalha-se na criação das transições de cenas, que devem sempre
possibilitar um link com a próxima e uma orientação para o espectador de como prosseguir. A
produção dessas transições (gravações de áudios e vídeos) deve ser feitas fora do horário de
ensaio.
A seguir será organizada uma mostra dessas cenas para alguns convidados. É
importante analisar a forma como eles interagem com as cenas, assim como obter um retorno
sobre impressões que eles tiveram ao assistir o trabalho. Após, serão feitas alterações finais
em relação à mostra, de acordo com o que o grupo julgar importante.

ETAPA 4: Ensaio Geral e Apresentações


Esta é a última etapa e consiste na pré-produção, na produção e na desprodução do
espetáculo.
A pré-produção será a divulgação do espetáculo, a montagem de luz e o ensaio geral,
com figurinos, maquiagens, objetos, músicas, vídeos, luz e contrarregras. A produção consiste
na organização para as duas apresentações, na distribuição das senhas para o público, nos
avisos iniciais e nas apresentações. A desprodução consiste em deixar tudo em ordem após o
espetáculo, guardar e devolver todos os elementos utilizados, limpar os ambientes e analisar o
processo conjuntamente.
6. Cronograma
1ª Semana (22/09 à 28/09):
Brainstorm de cenas e assuntos a serem abordados.
Pesquisa de referências.
Criação de um grupo fechado nas redes sociais.
Elaboração de cenas coletivas a partir de improvisos.
2ª Semana (29/09 à 05/10):
Pesquisa de referências.
Elaboração de cenas coletivas a partir de improvisos.
Elaboração de cenas individuais a partir de um planejamento prévio.
3ª Semana (06/10 à 12/10):
Pesquisa de referências.
Elaboração de cenas coletivas e individuais a partir de improvisos.
Elaboração de cenas coletivas e individuais a partir de um planejamento prévio.
4ª Semana (13/10 à 19/10):
Pesquisa de referências.
Elaboração de cenas coletivas e individuais a partir de improvisos.
Elaboração de cenas coletivas e individuais a partir de um planejamento prévio.
Escolha das cenas para o espetáculo.
Adaptação, marcação e repetição das cenas escolhidas.
Registro escrito das cenas.
Mostra para a turma.
5ª Semana (20/10 à 26/10):
Pesquisa de referências.
Adaptação, marcação e repetição das cenas escolhidas com materiais de cena.
Registro escrito das cenas.
Produção de figurinos, cenários, áudios, vídeos, imagens e perfis nas redes sociais.
6ª Semana (27/10 à 02/11):
Pesquisa de referências.
Adaptação, marcação e repetição das cenas escolhidas com materiais de cena.
Registro escrito das cenas.
Produção de figurinos, cenários, áudios, vídeos, imagens e perfis nas redes sociais.
Definição da estrutura geral da peça.
7ª Semana (03/11 à 09/11):
Pesquisa de referências.
Adaptação, marcação e repetição das cenas, com materiais de cena.
Registro escrito das cenas.
Produção de figurinos, cenários, áudios, vídeos, imagens e perfis nas redes sociais.
Ensaios com contrarregras e operadores de áudio e luz.
Definição da estrutura geral da peça.
Criação das transições.
8ª Semana (10/11 à 16/11):
Pesquisa de referências.
Adaptação, marcação e repetição das cenas, com materiais de cena.
Registro escrito das cenas.
Produção de figurinos, cenários, áudios, vídeos, imagens e perfis nas redes sociais.
Ensaios com contrarregras e operadores de áudio e luz.
Definição da estrutura geral da peça.
Marcação e definição das transições.
Ensaio com público.
9ª Semana (17/11 à 23/11):
Pesquisa de referências.
Adaptação, marcação e repetição das cenas, com materiais de cena.
Registro escrito das cenas.
Produção de figurinos, cenários, áudios, vídeos, imagens e perfis nas redes sociais.
Ensaios com contrarregras e operadores de áudio e luz.
Ensaio com público.
Alterações finais das cenas, em função da participação do público.
Criação de evento nas redes sociais para convidar o público para apresentações.
Divulgação da apresentação.
10ª Semana (24/11 à 30/11):
Ensaio geral com figurinos, maquiagens, adereços, vídeos, luz, operadores e
contrarregras.
Apresentação.
Desprodução.
7. Roteiro das cenas
A peça tem oito cenas, sendo que uma delas se desenrola em quatro partes. Em dois
momentos o público deve escolher qual cena assistir. Para facilitar a logística das transições,
entregamos ao público um flyer (anexo) que contem um fluxograma explicando como a peça
se desenvolverá.
Abaixo a ordem das cenas:
1- Videogames e Sociologia (Leonardo)
Transição: O que teria acontecido se... (Leonardo e Bruna)
2- NÃO desligue seu celular (Júlia e Jesline)
3-Quem salvará José? -Parte I (Bruna, Jesline, Júlia, Leonardo e Lorenzo)
4- A culpa é das estrelas (Júlia) OU
4- O Barbante (Bruna, Jesline e Leonardo)
5- Quem salvará José? -Parte II (Bruna, Jesline, Júlia, Leonardo e Lorenzo)
6- Quem salvará José? -Parte III (Bruna, Jesline, Júlia, Leonardo e Lorenzo)
7- Cena Legal (Júlia e Leonardo) OU
7- A atriz (Jesline)
8- Em Algum lugar da Infância (Bruna)
9- Quem salvará José? –Final (Bruna, Jesline, Júlia, Leonardo e Lorenzo)

8. Lista de Acontecimentos
1- Introdução à palestra
2- Yvel se irrita com o narrador
3- Meditação com os espectadores
4- Bruna interrompe a cena
5- Bia encontra Ana
6- Vídeo da peça cristã
7- Conversas paralelas
8- Leo e Bruna perguntam o que teria acontecido se...
9- Vídeo de apresentação dos personagens
10- narrador conversa com o público
11- personagens acordam
12- narrador conversa com personagens
13- público escolhe quem pega a arma
14- José morre
15- Leo e Bruna seguram Jesline pelos cabelos
16- Público decide qual sala ir
17- Júlia escreve fórmulas nas janelas
18- Júlia conversa sobre leis da física
17.1-Interrogadores questionam acusado
18.1- Interrogadores ameaçam acusado
19- Os espectadores são questionados por escolher assistir tal cena
20- Narrador conversa com espectadores
21- Público decide quem pega arma
22- José morre
23- Público decide quem pega arma
24- José Morre
25- Público decide qual cena assistir
26- Julia e Leo informam que nesta cena nada acontecerá
27- Público decide o que fazer
26.1- A atriz realiza partituras corporais ao som de uma gravação
27.1- A atriz convida o público a interferir nela com objetos
28- Bruna apresenta brinquedos da infância
29- Bruna guarda os brinquedos
30- Narrador chama os espectadores
31- Fernando mata todos os personagens

9. Gráfico de Intensidade Dramática


Os gráficos apresentados abaixo comparam a intensidade dramática de cada
acontecimento da peça, conforme são listados no item 8. São apresentadas duas
possibilidades de gráfico: a primeira, caso o espectador tenha assistido a cena 17 , 18, 26 e 27
do item 8 desse projeto; a segunda, caso o espectador tenha optado pelas cenas 17.1, 18.1,
26.1 e 27.1 da lista de acontecimentos. O gráfico está distribuído em 31 acontecimentos (eixo
x) e possibilita a variação dramática de 0-10 (eixo y).
É possível perceber que a média de intensidade dramática é maior no segundo gráfico
e que no geral as cenas não possuem linearidade dramática.
Gráfico de Intensidade Dramática I
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1 6 11 16 21 26 31

Gráfico 01: Gráfico de Intensidade Dramática I

Gráfico de Intensidade Dramática II


10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1 6 11 16 21 26 31

Gráfico 02: Gráfico de Intensidade Dramática II


10. Ficha Técnica
Atuação: Bruna Tessuto, Jesline Cantos, Júiia Kieling e Leonardo Silveira
Direção: Thais Andrade
Orientação: Ana Paula Zanandrea
Operação de áudio e vídeo: Bruna Casali e Marelize Obregon
Participação Especial: Lorenzo Lopes

11. Considerações Finais


A elaboração de um projeto que visa a participação coletiva e a criação da
dramaturgia em sala de ensaio, a partir de um tema tão latejante - escolhas e leis que nos
regem- foi desafiador e motivador.
O processo se desenvolveu ao longo de dez semanas, o que é pouco tempo para
conseguirmos definir quais aspectos do tema abordar, de que forma, como organizar uma
estrutura entre cada um desses aspectos abordados e como deixar isso dentro de uma mesma
linguagem e conectado a um único espetáculo. Mesmo assim, o resultado foi satisfatório e as
apresentações conseguiram envolver o público e mostrar nossos objetivos com esse trabalho,
de construirmos um espaço de troca.
A escrita desse projeto de montagem propicia a organização do que estamos
fazendo, atribuindo sentido prático que muitas vezes não conseguimos expressar ao termos a
ideia. É com a escrita que organizamos esses emaranhados e conseguimos transmitir o porquê
das nossas escolhas ao longo do processo.
Este relatório evidencia nossa preocupação na linguagem da montagem. Mais do que
as cenas isoladamente, o espetáculo se faz pela junção desses pedaços, através de
deslocamentos que exigem escolhas, colocando em prática o discurso que estamos
transmitindo. Desafiamo-nos em um trabalho que exige a participação do público e todas as
suas possibilidades de interação. Trabalhamos com as previsões de acontecimentos, mas sem
a certeza do que viria e até onde isso se desenrolaria. Arriscamo-nos ao colocarmos a
continuidade das cenas em alguns momentos, a mercê dos espectadores. E embora saibamos
que o processo poderia ser mais explorado e aprofundado, com mais tempo, o resultado
plantou a sementinha que queríamos germinar nos participantes.
Referências
VISNIEC, Matèi. Teatro Decomposto ou O Homem Lixo. Trad. Luiza Jatobá. Espaço Cultural,
2012. 112p.
MAETERLINK, Maurice. Los Ciegos. Madrid: Ediciones Cátedra, 2009.
WAN, J. Jogos Mortais. [Filme-vídeo] Direção de James Wan. Estados Unidos, 2004. 103min.
Cor. Som.
BROOKER, C. Black Mirror. [Seriado-vídeo] Criação Charlie Brooker. Inglaterra. Seis episódios.
Cor. Som.
ANEXOS
Imagem 01: Cartaz postado nas redes sociais para escolha do título da peça.
Imagem 02: Flyer distribuído para o público, orientando a transição das cenas.

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