Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Projeto Atelier II
2. Sinopse do espetáculo
O espetáculo “Cole Seu Título Aqui” é dividido em oito cenas distintas, que são
apresentadas em diferentes salas do Departamento de Arte Dramática da UFRGS.
Desenvolvido a partir do tema “Leis e Escolhas”, desafia o espectador a participar das decisões
das cenas e contribuir, transformando a continuidade da história. Mais do que assistir a uma
peça, o público é responsável por suas escolhas. Este espetáculo tem como objetivo a reflexão
sobre a legitimidade das nossas escolhas, sobre a responsabilidade e as consequências do que
escolhemos e sobre nosso posicionamento na sociedade atual.
3. Justificativa
A evolução do homem deu-se em vários momentos através da capacidade de se
organizar como grupo, por meio de combinações comportamentais, das quais o não
cumprimento geravam consequências. Essas combinações evoluíram e tornaram-se regras
e/ou leis, ferramentas essenciais para gerenciar a sociedade, para controlar as injustiças, para
defender os oprimidos, para gerir o país.
Porém criaram-se tantas regras, sendo algumas absurdas, que é impossível ao homem
seguir todas. É necessário quebrar as regras e livrar-se de algumas normas comportamentais,
para de fato poder ser o responsável por suas escolhas.
Afinal, quando as leis são importantes e quando são apenas ferramentas de
julgamento social? Quando começam a determinar a maneira que você deve viver? Qual a
linha tênue entre gerenciar o coletivo e controlar suas escolhas individuais? Qual a
legitimidade das nossas escolhas, visto que as leis sociais constroem nosso caráter e moldam
nossos desejos desde pequenos?
Nesta premissa, este trabalho questiona a maneira como as leis formam o caráter
humano, sejam elas leis civis, sociais ou comportamentais e como em cada escolha que
fazemos existe uma série de fatores que nos levaram até elas, através dos exemplos e
costumes que estão impregnados no nosso modo de vida, mas, independente destes fatores,
nós somos os responsáveis pelas consequências dessas escolhas.
Para isso compartilharemos um espaço tempo com os espectadores/participantes e
juntos levantaremos reflexões sobre nossas próprias escolhas, a cerca da vida e do período da
sociedade a qual fazemos parte. Como nos posicionarmos em uma sociedade cibernética, que
cada vez mais comunica-se através das redes sociais, onde a informação circula rapidamente, e
a opinião geral pode ser compartilhada e acessada em poucos minutos, muitas vezes sem um
posicionamento individual e aprofundado sobre o assunto (compartilhando frases prontas,
notícias falsas...). Por isso, propomos um experimento no qual o espectador precisa se
posicionar e ser responsável por suas escolhas, onde ele não pode sentar, assistir e se abster
de participar.
4. Concepção
O projeto consiste na montagem de um espetáculo/vivência a partir do tema “leis e
ordens”. Pretende-se abordar diferentes aspectos da lei, leis sociais, leis constitucionais, leis
religiosas, leis de trânsito, leis da moral e bom costume e como elas repercutem no
desenvolvimento da sociedade. O objetivo é refletir sobre a necessidade das leis e a maneira
como somos regrados e somos prisioneiros delas desde o momento que passamos a existir.
Divididos em capítulos, o trabalho transitará entre diferentes aspectos da lei. Serão
organizadas pequenas cenas distintas, que iniciarão com uma palestra falando sobre o jogo
Stanley Parable. Stanley é um personagem que está em um labirinto de salas e recebe
instruções do narrador para qual lugar deve seguir. Nesta encenação, pretendemos fazer um
link com o jogo, relacionando o labirinto que Stanley percorre, com o caminho que o público
precisa trilhar, como se todos os espectadores estivessem no universo do jogo, seguindo
regras que são fornecidas ao longo do caminho, como por exemplo: “escolha entre a sala sete
ou a sala quatro”. Cada sala que se dirigem, será apresentada uma pequena cena distinta e em
dois momentos o público deverá escolher entre assistir uma cena ou assistir a outra, sem a
possibilidade de assistir as duas cenas na mesma apresentação. Isso possibilita que a peça
tenha quatro opções diferentes de dramaturgia.
As cenas serão elaboradas a partir de improvisações dos textos “O Homem Lixo” de
Matèi Visniec e “Os Cegos” de Maurice Maerterlink, do seriado “Black Mirror” criado por
Charlie Brooker, da saga de filmes “Jogos Mortais” criada por James Wan e Leigh Whannell, de
pesquisas sobre leis constitucionais e de textos escritos pelo grupo. Embora distintas, as cenas
não serão completamente desconexas uma da outra. Além de abordarem o mesmo tema
central, terão como objetivo a participação direta dos espectadores e apresentarão elos entre
os personagens de cenas variadas.
A participação do público será fundamental e conduzirá o andamento do espetáculo.
Em algumas cenas o público será convidado a contar suas vivências pessoais, em outras poderá
utilizar as redes sociais para comentar, curtir ou postar em tempo real na cena apresentada.
Ele poderá sugerir finais alternativos para as cenas. O essencial é que mais que assistir, o
espectador participe. Que o público se sinta a vontade para contribuir e sugerir, criando
juntamente com os atores. Dessa forma, pretende-se não apenas realizar um espetáculo, mas
sim um experimento único e efêmero, que jamais se repetirá.
As cenas acontecerão em diversas salas do Departamento de Arte Dramática. As salas
não terão cenário específico, apenas alguns elementos que ajudem a compor a ideia do
ambiente que a cena acontece. A iluminação de cada cena será simples, utilizando a luz do sol,
ou da própria sala, de acordo com as características físicas do espaço. O figurino será o visual
básico do homem comum dos dias de hoje: uma calça e um sapato preto e uma camiseta
branca. Em algumas cenas, para caracterizar melhor as personagens, serão acrescentados
elementos como casacos, perucas, jalecos e etc. As projeções e os áudios da peça serão
elementos dentro das cenas e servirão para auxiliar na compreensão do universo em que a
cena está situada e para comunicar e interagir com o público.
A ideia é que mais importante que a cena apresentada é a estrutura da apresentação e
a participação do público. É imprescindível, portanto, o posicionamento do ator em estado de
atenção e pronto para improvisos. Cabe a ele a sagacidade e segurança para aproveitar o que
cada espectador está lhe oferecendo naquele dia e horário e jogar com isso dentro das cenas.
O teatro é efêmero e só existe no momento em que acontece, portanto buscamos aprofundar
a relação entre as pessoas que estão dividindo esse mesmo espaço e experiência. Para isso,
buscaremos quebrar as barreiras entre palco e plateia e construir uma relação de troca e
reflexão.
a. Concepção do espaço físico
Optamos por realizar um trabalho interativo, utilizando as salas do departamento de
arte dramática. A escolha das salas deu-se através das características físicas de cada espaço,
que auxiliassem na ambientação da cena.
As cenas “O Barbante” e “A Atriz” foram apresentadas na sala 4 porque ela possibilita
blackout e ambas as cenas trabalham com a ideia de clausura e escuridão. O estúdio I foi
escolhido porque a internet da UFRGS funciona bem naquele andar e nossa cena precisava do
acesso à internet para comunicar-se com os espectadores em tempo real. A cena “Em algum
lugar da infância” aconteceu na sala 3 porque esta sala é menor e buscávamos uma
proximidade com o público, queríamos que todos dividissem o mesmo espaço. Além disso, a
cena remete a um quarto de criança e queríamos que fosse um ambiente acolhedor, o que
facilita a utilização da sala três, já que as janelas são grandes e a sala fica bem arejada e
iluminada pela luz do sol. A cena “A Culpa é das Estrelas” é sobre um físico, ensinando sobre
leis da física e inicialmente escrevendo muitas fórmulas nas janelas, como se estivesse em seu
próprio laboratório, em um momento de descobertas científicas. Por isso, foi apresentada na
sala 7, primeiro porque essa sala é teórica, tem cadeiras para o público e quadro para o
apresentador, e segundo porque essa sala tem azulejos azuis-esverdeados que remetem a
laboratórios antigos e auxiliam na ambientação da cena.
A escolha do espaço físico foi importante para auxiliar na atmosfera de todas as cenas.
Ela ajuda o público a embarcar na proposta de ambientação de cada parte e imaginar estar no
lugar real que a cena está interpretando. Pretendemos lidar com esse jogo de imaginação do
espaço ideal. Na primeira cena o Leonardo convida todos a imaginarem estar em um auditório
enorme, lotado, com uma grande tela para a projeção do TCC, bem iluminado e refrigerado,
bonito e sofisticado, ou seja, a idealização do espaço que o personagem Yvel defenderia sua
pesquisa de doutorado para a banca.
8. Lista de Acontecimentos
1- Introdução à palestra
2- Yvel se irrita com o narrador
3- Meditação com os espectadores
4- Bruna interrompe a cena
5- Bia encontra Ana
6- Vídeo da peça cristã
7- Conversas paralelas
8- Leo e Bruna perguntam o que teria acontecido se...
9- Vídeo de apresentação dos personagens
10- narrador conversa com o público
11- personagens acordam
12- narrador conversa com personagens
13- público escolhe quem pega a arma
14- José morre
15- Leo e Bruna seguram Jesline pelos cabelos
16- Público decide qual sala ir
17- Júlia escreve fórmulas nas janelas
18- Júlia conversa sobre leis da física
17.1-Interrogadores questionam acusado
18.1- Interrogadores ameaçam acusado
19- Os espectadores são questionados por escolher assistir tal cena
20- Narrador conversa com espectadores
21- Público decide quem pega arma
22- José morre
23- Público decide quem pega arma
24- José Morre
25- Público decide qual cena assistir
26- Julia e Leo informam que nesta cena nada acontecerá
27- Público decide o que fazer
26.1- A atriz realiza partituras corporais ao som de uma gravação
27.1- A atriz convida o público a interferir nela com objetos
28- Bruna apresenta brinquedos da infância
29- Bruna guarda os brinquedos
30- Narrador chama os espectadores
31- Fernando mata todos os personagens