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ENGENHARIA MECÂNICA

28/05/2019 Prof. Julio Rezende juliorezende@ucl.br 1


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Mecânica da Fratura
A Mecânica da Fratura pode ser utilizada para determinar:

1. Se a estrutura ou o componente em operação foi adequadamente inspecionado,


de forma periódica para detectar potenciais trincas críticas;
2. No caso de trincas terem sido encontradas, se a análise para se definir a
continuidade de operação segura é possível, e se for, por quanto tempo;
3. Quais são as modificações necessárias a serem implantadas para que
estruturas e componentes possam operar seguramente;
4. Deficiências de projeto que foram causas das falhas;
5. Material não é adequado;
6. Limitações, tais como, carga e temperatura de operação, que não foram
respeitadas;

A mecânica da fratura é um processo bem estruturado para análise das falhas, e


exige um conhecimento detalhado do nível de tensões atuantes, dimensões dos
defeitos e propriedades dos materiais.
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Mecânica da Fratura
As duas categorias da Mecânica da Fratura são:

a- Mecânica da Fratura Linear Elástica (MFLE)

b- Mecânica da Fratura Elasto-Plástica (MFEP)

▪ A MFLE é usada se a ponta da trinca em um corpo é aguda e existe


somente uma pequena quantidade de deformação plástica nas redondezas
da ponta da trinca em materiais como: aços de alta resistência, Titânio e
ligas de Alumínio.

▪ A MFEP é usada quando a ponta da trinca não é aguda e existe alguma


plasticidade na ponta da trinca. É uma categoria utilizada para avaliar
materiais de baixa resistência ou materiais de elevada tenacidade.

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Objetivos e Campos de Atuação


1. Avaliar a significância de defeitos conhecidos: determinar a
criticidade do defeito e a necessidade de reparo imediato da estrutura;
2. Estimar o tamanho crítico de defeitos: possibilita um
acompanhamento em operação e ao longo do tempo de utilização do
equipamento. Permite a elaboração de um plano de inspeção
orientado;
3. Determinação de causas de falha: Indicação das prováveis causas e
ponto de falha de estruturas. Ferramenta para confecção de laudos de
falha;
4. Projeto de componentes críticos: Critérios de mecânica da fratura
podem ser utilizados na definição do projeto de componentes críticos,
permitindo adequar o nível de tensões do componente,
comportamento do material e plano de inspeção de fabricação.

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A MECÂNICA DA FRATURA
A Mecânica da Fratura é a área do conhecimento responsável pelo estudo dos efeitos
decorrentes da existência de defeitos e trincas em materiais utilizados na fabricação de
componentes e estruturas...
Conhecimentos: Ciência dos Materiais, Resistência dos Materiais, Análise Estrutural,
Metalurgia, ...

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Objetivos e Campos de Atuação

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MECÂNICA DA FRATURA

MECÂNICA DA FRATURA Elasto-plástica

MECÂNICA DA FRATURA Linear Elástica

1-Critério da Abertura de Trinca (CTOD)


2-Critério da Integral J (J)

1-Critério de Energia de Griffth (G)


2-Critério do Fator de Intensidade de Tensão (K)
3-Critério da Integral J (J)

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Abordagem pelo Balanço Energético (Griffith,


1920)

“Uma trinca só irá propagar-se, de modo


instável, quando o decréscimo de energia
elástica com a propagação da trinca for ao
menos igual à energia necessária para criar
as novas superfícies de trinca”
ou
“Uma trinca só irá propagar-se, de modo
instável, quando a taxa de liberação de
energia elástica armazenada pelo
carregamento do material for ao menos igual
ao aumento de energia superficial resultante
do crescimento da trinca”

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MODELO DE GRIFFITH

Griffith considerou uma chapa infinita contendo uma trinca elíptica vazante,
carregada em tração com uma tensão , perpendicular ao plano do eixo maior da
elipse. A chapa encontra-se no regime elástico e no estado plano de tensões
(chapa fina). A trinca é pequena com relação às dimensões da chapa, para
assegurar carregamento remoto com relação à trinca.

Figura - Trinca de Griffith

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Tenacidade e Mecânica da Fratura


O ensaio de tração uniaxial dá somente uma grosseira estimativa da tenacidade
do material, uma vez que as taxas de deformação são baixas, não
correspondendo à condições de impacto que muitas vezes estão presentes na
operação real.
Portanto, a tenacidade é normalmente avaliada em condições que envolvem
elevadas taxas de deformação. Ensaios como o de Impacto Charpy utilizam um
corpo de prova tipo barra padrão entalhada, a qual é fraturada em temperatura
conhecida a partir de uma única aplicação de carga realizado em um pêndulo de
impacto.
O resultado da tenacidade ao entalhe obtido do ensaio de impacto charpy tem
unidade em Joules (J).
Este resultado não pode, na maior parte das vezes, ser utilizado em projetos ou
cálculos de engenharia.

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Tenacidade e Mecânica da Fratura

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Tenacidade e Mecânica da Fratura


Tendo em vista as limitações do uso dos resultados do impacto Charpy, novas
técnicas foram desenvolvidas a fim de estimar a tenacidade a partir de ensaios de
laboratório que permitam prever o tamanho de defeito ao qual a fratura ocorrerá
em peças que apresentem estes defeitos para quaisquer geometrias.
Em adição, para um dado tamanho de defeito, será possível predizer a máxima
tensão de operação segura.
A Tenacidade à Fratura é um “novo” parâmetro obtido a partir da mecânica da
fratura. A tenacidade à fratura é um termo genérico que representa a medida da
resistência à propagação de trincas.
“Tenacidade à fratura é a habilidade de um material de resistir à fratura na
presença de trincas.”

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Tenacidade e Mecânica da Fratura


A mecânica da fratura permite a quantificação das relações entre as propriedades
dos materiais, o nível de tensão, a presença de defeitos geradores de trincas e os
mecanismos de propagação de trincas.

Princípios fundamentais:

Concentração de Tensões

A resistência à fratura para materiais frágeis é menor que aquela prevista a partir
de cálculos de energia de ligação atômica, diferença explicada pela presença de
defeitos internos ou trincas muito pequenas.
Estes defeitos afetam negativamente a resistência à fratura, uma vez que a tensão
aplicada pode ser concentrada ou aumentada na extremidade do defeito,
dependendo da orientação e geometria da trinca.

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Tenacidade e Mecânica da Fratura
Princípios da Mecânica da Fratura
Devido à sua habilidade em amplificar uma tensão aplicada em suas proximidades, esses
defeitos são, algumas vezes, denominados concentradores de tensão.

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Tenacidade e Mecânica da Fratura
Princípios da Mecânica da Fratura
Considerando que uma trinca é semelhante a um furo elíptico vazante a uma placa e que
se encontra orientado perpendicularmente à tensão aplicada (0), a tensão máxima (m)
ocorre na extremidade da trinca e pode ser aproximada conforme segue:

Onde:
0 - é a tensão de tração nominal aplicada
t - é o raio de curvatura da extremidade da trinca
a - é o comprimento da trinca superficial ou metade do comprimento da trinca se esta for
interna.

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Tenacidade e Mecânica da Fratura
Princípios da Mecânica da Fratura
A razão m/0 é conhecido como fator de concentração de tensões Kt, conforme segue:

A expressão representa a medida do grau pelo qual uma tensão aplicada externamente é
aumentada na extremidade de uma trinca.
O fator de concentração de tensões é mais significativo nos materiais frágeis e menos nos
materiais dúcteis, pois este último se deforma e distribui mais uniformemente as tensões na
vizinhança da trinca ou concentrador de tensões.

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Tenacidade e Mecânica da Fratura
Princípios da Mecânica da Fratura
A tensão crítica c, necessária para a propagação de uma trinca em um material frágil pode
ser descrita pela expressão:

Onde:
E é o módulo de elasticidade
s é a energia de superfície específica
a é a metade do comprimento de uma trinca interna.

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Tenacidade e Mecânica da Fratura
Princípios da Mecânica da Fratura
Além disso, a partir dos princípios da mecânica da fratura, foi desenvolvida uma expressão
que relaciona essa tensão crítica para a propagação de uma trinca com o comprimento da
mesma, conforme segue:

Onde:
Kc é a tenacidade à fratura, que mede a resistência à fratura frágil quando uma trinca está
presente (Mpa m ).

Y é um parâmetro adimensional, dependente do tamanho e da geometria da trinca e da


amostra, bem como do modo de aplicação da carga.

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Mecânica da Fratura
X
Aproximações Convencionais

1. Aproximação Convencional
•Tensão de Escoamento
TENSÃO
•Tensão de Ruptura

Não há consideração de defeito no material


2. Mecânica da Fratura
TENSÃO Tenacidade à
Tamanho do Defeito
Fratura

O defeito é considerado
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Introdução
Características Gerais da Mecânica da Fratura

Falha numa Estrutura


Considera-se que uma estrutura ou uma parte dela FALHA quando acontece uma
das condições:
1. Quando fica totalmente inutilizada,
2. Quando ela ainda pode ser utilizada, mas não é capaz de desempenhar a função
satisfatoriamente,
3. Quando uma deterioração séria a torna insegura para continuar a ser utilizada

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PORQUE UMA ESTRUTURA FALHA...


Negligência durante o projeto, a construção ou a operação da estrutura;
aplicação de um novo projeto, ou de um novo material, que vem a
produzir um inesperado ( e indesejável) resultado.

O PROCESSO DE FALHA
Sob o ponto de vista microscópico, a falha se dá de acordo com a seguinte
seqüência:
acúmulo de danos iniciação da(s) trinca(s)

propagação de trinca Fratura do Material

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Trincas são concentradoras de tensão


B
 A 
2b
2a

Placa finita com furo elíptico central, com


curvatura  = (b2/a)
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K - Fator de Intensificação de Tensão

• Irwin & Williams (Westgaard), 1957


– Abordagem de Campo de tensões na ponta da
trinca
y
yy

xx
r xy

x

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A Fratura Envolve...
• Comportamento de Fratura
– Frágil
• tenacidade definida por um único valor
– Dúctil
• tenacidade definida por curva R

• Comportamento de Deformação
– Elástico Linear (MFEL)
– Elasto-Plástico (MFEP)
– Determina o parâmetro de fratura a ser
usado
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MFEL x MFEP
• MFEL (Mecânica da Fratura Elástica
Linear) - Este regime de deformação é
caracterizado pela ausência ou pela
presença de quantidade desprezível de
plastificação na região da ponta da trinca.
Nesta situação, a força motriz de
crescimento da trinca é normalmente o
fator de intensidade de tensões, K (Irwin,
1957)

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MFEL x MFEP
• MFEP (Mecânica da Fratura Elasto-Plástica)
– é aplicável para a análise de uma situação
na qual a região plastificada, existente na
ponta da trinca, já tem um tamanho
considerável quando comparada com o
ligamento remanescente.
– integral J (Rice, 1968) - mais utilizada para
caracterização à fratura neste regime de
deformação.
– o material apresenta grande ductilidade,
característica de patamar superior.

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Os avanços…

• Estudos sobre Fraturas frágeis com auxílio de FEM.

• Antecipar possíveis problemas na implementação de projetos

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Os avanços…

• Baixo custo para protótipos e ensaios de amostras .

• Sistemas de FEM aceleram a implementação de projetos.

• Redução nos custos do projeto.

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Novos avanços…

• Os sistemas de computação
executam softwares de FEM
auxiliando o desenvolvimento de
projetos

• Refinamento de nós em sistemas de


FEM indicam pontos de esforços.

•Pontos críticos de máximos e mínimos


devem ser instrumentados.

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Ensaio de Tenacidade à Fratura

✓ Permite compreender o comportamento dos materiais que


contêm trincas ou outros defeitos internos de pequenas
dimensões pela análise da máxima tensão que um
material pode suportar na presença desses defeitos.

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Esboço do Ensaio de Tenacidade à Fratura,


Representação dos CDPs e Resultados Obtidos

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Sobre o Ensaio de Tenacidade à Fratura

✓ Consiste da aplicação de uma força ou tensão de tração


ou flexão em um corpo-de-prova com um entalhe e uma
pré-trinca obtida por fadiga, induzindo a um estado triaxial
de tensões.

✓ Possibilita a determinação do valor da intensidade de


tensão que causa o crescimento da trinca e a subseqüente
fratura do material.

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Principais Parâmetros que Influenciam a


Tenacidade à Fratura de Metais e Ligas

✓ Configuração geométrica do corpo-de-prova.

✓ Propriedades do material.

✓ Fator de intensidade de tensão (K).

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Principais Fatores a Serem Considerados em


Projetos de Engenharia

✓ máxima tensão de trabalho (σ).

✓ máximo comprimento de trinca admissível (2a).

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Mecânica da fratura quantifica relação entre:

– propriedades dos materiais

– nível de tensão

– presença de trincas

– mecanismo de propagação

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Concentradores de tensão:

✓ Resistência à fratura é função das forças de coesão entre os átomos. Resistência teórica
é aprox. (E/10) --> E = módulo de elasticidade.

✓ Resultados experimentais apontaram valores de 10 à 1000X menor que a resistência


teórica.

✓ 1920 Griffith propôs que esta discrepância estava relacionada à presença de defeitos ou
trincas

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✓ Devido à capacidade de amplificar uma tensão aplicada, esses


defeitos são conhecidos como FATORES DE CONCENTRAÇÃO DE
TENSÃO;

✓ A amplificação de tensões não está restrita à defeitos microscópicos,


podendo ocorrer em descontinuidades internas de dimensões
macroscópicas: vazios, arestas vivas, entalhes...

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Teoria de Griffith
✓ Em 1922 Griffith propôs a primeira relação entre a tensão aplicada a um
material e o tamanho da trinca (válida apenas para materiais frágeis);

2.E. s “Placa semi-infinita, com


 = espessura desprezível e
a estado plano de tensões”

, onde:  é a tensão aplicada, E (Pa) é o modo de elasticidade, s (Pa.m)


é a energia superficial especifica e a (m) é a metade do tamanho da
trinca.

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Teoria de Griffith
✓ Admitindo-se um estado de deformações e espessuras grandes, em comparação com o
comprimento da trinca, tem-se:

2.E. s
 =
 .a.(1 −n 2 )

, onde: n é o coeficiente de Poisson.

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Teoria de Irwin
✓ Introduziu o termo relacionado com a deformação plástica sofrida pelo material:

E.
 =
, onde:  .a
 é a força de extensão da trinca ou taxa de dissipação de energia de deformação elástica,
propriedade do material possível de ser obtida em laboratório, a qual indica que para um valor
crítico () a trinca se propagará rapidamente.

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Teoria de Irwin
✓ Para uma placa finita de largura (w) com uma trinca central de comprimento 2a, a força de
extensão da trinca para carregamento em condições de tração é dada por:

 2 .w   .a 
=
E
(1 −n .tg 
2
) 
 w 
✓ Pode-se observar que a resistência à fratura diminui com o aumento do comprimento da trinca.

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✓ Em 1948 George Dwin estendeu a teoria de Griffith para os metais:

E ( s +  p )
 =
a

• onde  é a tensão aplicada, E é o modo de elasticidade, s é a energia especifica armazenada à


medida que o material é plasticamente deformado e a é o tamanho da trinca. p energia de
deformação plástica associada a extensão da trinca.
• Como o numerador é uma propriedade do material, tem-se:
K
• Onde K é o fator intensidade de tensão.  =
a

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Fator de Intensidade de Tensão (K)


✓ Serve como um fator que define a magnitude do campo de tensão causado por uma determinada
trinca, que depende da configuração geométrica da trinca e da carga aplicada.
✓ É usado para especificar a fratura frágil...é chamado de tenacidade à fratura (Kc).
✓ Para uma dada forma de defeito ou trinca, vários fatores de calibração podem estar envolvidos,
ou seja, K=y1.y2.y3.σ.(a)0,5
; onde y1, y2, y3 são funções de posicionamento da trinca, direção de propagação, entre outros.

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Valores típicos de tenacidade à fratura em deformação


plana (KIC) e o limite de escoamento de alguns
materiais à temperatura ambiente

σe = tensão de escoamento

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ANÁLISE DE FALHAS – PROCESSO DE ANÁLISE


ANÁLISE DE TENSÃO DE TRINCA
Existem três formas fundamentais, segundo as quais a carga pode operar sobre
uma trinca, e cada uma irá afetar um deslocamento diferente da superfície da
trinca.

Modo I: abertura ou modo de tração (as superfícies da trinca são tracionadas


a parte);

Modo II: deslizamento ou cisalhamento no plano (as superfícies da trinca


deslizam uma sobre a outra)

Modo III: rasgamento ou cisalhamento fora do plano (as superfícies da trinca


se movem paralelamente frente da trinca e uma a outra)

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Análise de Tensões nas Trincas – Modo I


✓ Condições para a fratura depende da interação das características do material, como o
tenacidade à fratura, com os detalhes do projeto, tensões atuantes e o comprimento da trinca.
✓ Para seleção de materiais, deve-se obedecer as relações:

K1C = y. .  .a

, onde σ é a tensão de projeto e y é o fator adimensional correspondente à


configuração geométrica do corpo-de-prova e da trinca.

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Esboço da relação tensão admissível (σ) x


comprimento da trinca (a) – Modo I

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Sistema de Coordenadas e Estado de Tensões em um


Elemento de Volume Próximo da Ponta da Trinca

K
x = . f x .( )
2. .r
K
y = . f y .( )
2. .r
K
 xy = . f xy .( )
2. .r
r...é a distância do ponto de análise até a ponta da trinca.
θ...é o ângulo formado entre o ponto analisado e a origem do sistema.

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Tensão Plana e Deformação Plana –


Utilização de σz
✓ Para o caso de chapas finas, onde σz não pode aumentar apreciavelmente na direção
da espessura, tem-se tensão plana.

✓ Para o caso de chapas grosseiras, cria-se uma condição de triaxialidade de tensões,


denominada deformação plana, sendo:

 z = n .( x +  y )

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Esboço do Estado de Tensão em uma Placa com uma


Trinca em Função de Sua Espessura

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Tenacidade à Fratura
• Supondo que seja medido o valor da tensão no instante da fratura de
um material em ensaio,
• Usando as equações anteriores, pode ser determinado o FATOR
INTENSIDADE DE TENSÃO CRÍTICO, Kc, ou
tenacidade à fratura, como é geralmente chamado.
• Para o modo 1 de abertura da trinca, é conhecido como KIC
• Em amostras com espessura maior que:
2
 K IC 
B  2,5 
 e 
Kc é chamado de tenacidade à fratura em deformação plana
B... Relação entre a espessura do cdp e o comprimento da trinca.
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Tenacidade à Fratura em Deformação Plana

• Esse método envolve o ensaio de cdps entalhado com pré-trinca


causada por fadiga sob tração ou flexão, obtendo-se um gráfico de
carga aplicada versus deslocamento da abertura da entalhe.
• O valor de KIC obtido em deformação plana significa a resistência à
propagação da trinca em condições severas de triaxialidade de
tensões, ambiente neutro e com níveis de crescimento de trinca,
Da=2%, para o caso de deformações plásticas pequenas.
• Quando comparado com o tamanho da trinca e as dimensões do cdp,
esse resultado pode ser considerado o menor valor limite de
tenacidade à fratura.

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Configurações de Corpos-de-Prova
(a) compacto para ensaios com cargas de tração e
pré-trinca
(b) entalhe Chevron ou cunha, mais utilizado para
materiais frágeis, não necessitando de pré-trinca

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Configurações de Corpos-de-Prova

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ENSAIO DE TENACIDADE À
FRATURA

A tenacidade é avaliada comparando-se as curvas


para diferentes materiais com diferentes comprimentos de trincas

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Elastoplástica (J. CTOD)

✓ Esta parte da tenacidade à fratura estuda o início da propagação estável da trinca na região
onde ocorre deformação plástica.

✓ É fortemente influenciada pelas propriedades do material.

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Objetivos do Ensaio de Tenacidade à Fratura


✓ Analisar a influencia de parâmetros como composição, tratamento térmico e operações
de fabricação (soldagem e conformação mecânica) na tenacidade à fratura de materiais
novos ou já existentes.

✓ Para controle da qualidade e especificações de aceitação na manufatura de


componentes, nas ocasiões em que as dimensões do produto são suficientes para a
confecção de corpos-de-prova requeridos para a determinação de K1C.

✓ Para a avaliação de componentes em serviço, estabelecendo a adequação do material


para a aplicação especificada, quando as condições de tensão são pré-determinadas.

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Informações Adicionais Sobre o Ensaio de


Tenacidade à Fratura
✓ Faz-se a identificação do plano e da direção da fratura em relação
à geometria do produto, a qual é feita por duas letras:
- a primeira representa a direção normal ao plano da trinca.
- a segunda, a direção esperada da propagação da trinca (já que a
tenacidade à fratura de um material depende da orientação e da
propagação da trinca em relação à anisotropia do material, que é
função do trabalho mecânico sofrido pelo material e da direção de
crescimento de grão).

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Representação das direções e orientação do plano da


trinca para seções: (A) planas, (B) retangulares e (C)
cilíndricas

L...comprimento
T...largura
S...espessura
R...raio
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Principais parâmetros que influenciam o


comportamento dos materiais no caso da tenacidade à
fratura

✓ internos: anisotropia do material, composição química,


tamanho de grão cristalino

✓ externos: temperatura, taxa de deformação, meio


ambiente.

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Procedimentos para melhorar os valores de tenacidade


à fratura
✓ tamanho dos defeitos pode ser reduzido por técnicas como limpeza
de impurezas no metal líquido ou por conformação a quente
✓ ductilidade excessiva na ponta da trinca pode dificultar seu
crescimento, devendo-se assim reduzir tal característica
✓ espessura: materiais rígidos ou espessos apresentam valores de
tenacidade à fratura inferiores àqueles com espessura delgada
✓ taxa de aplicação de carga, em que valores altos reduzem a
tenacidade à fratura
✓ aumento da temperatura, ocasionando um aumento nos valores de
K1C
✓ refinamento do tamanho de grão cristalino, melhorando a resistência
mecânica.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMPLEMENTAR:

1 WULPI, Donald J.; Understanding how components


fail. 3rd; ASM.

2 – ANDERSON, T. L. – Fracture Mechanics – Fundamentals


and applications – CRC press.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMPLEMENTAR:

3 – Liu, Alan, Mechanics and Mechanisms of Fracture – An


Introduction –ASM

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMPLEMENTAR:

4 – ASM Handbook. Failure Analysis and Prevention. United


States of America: ASM International, 2002. v. 11. 1164 p.

5 - ASM Handbook. Fatigue and Fracture. United States of


America: ASM International, 1996. v. 19. 1057 p.

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