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Regras da escrita jornalística

 O jornalista deve escrever curto, de forma clara, rigorosa e


criativa.

1. Curto

Curto porque quanto mais pequenas forem as frases, mais fácil é a


sua compreensão. Uma frase = uma ideia. Quantas mais frases
intercalares tiver um parágrafo mais difícil é a sua leitura.

Curto porque o espaço no ecrã é bastante limitado. O acto de fazer


scroll é como mudar de página, obriga a uma acção, a um esforço. Ao
mesmo tempo, a sociedade evoluiu de forma a que haja cada vez menos
tempo para a leitura.

Deve por isso evitar-se as redundâncias, as repetições, as bengalas.

2. Clareza

Quando escreve, o jornalista deve pensar que pode estar a ser lido
por uma pessoa acabada de passar seis meses em Marte, sem acesso à
Internet nem ao telejornal.

A escrita deve ser clara porque os textos jornalísticos devem poder


ser lidos por um leque o mais vasto possível de pessoas. Deve ser clara
porque se um leitor não perceber alguma frase não continuará a ler o
texto, ainda que possa voltar atrás para tirar dúvidas, e ficará com a
sensação de que aquele jornal é elitista.

O jornalista deve, por isso, evitar palavras difíceis, só entendidas


por grupos especializados; palavras em língua estrangeira (se o fizer deve
fornecer a tradução para português); deve explicar bem onde fica uma
determinada aldeia de um país distante; deve contextualizar todas as
informações.
3. Rigor

A par da clareza encontra-se o rigor. O jornalista deve confirmar


sempre as informações dos seus textos. E deve divulgá-las com rigor. Foi
naquele dia que aconteceu; morreram 62 pessoas e não cerca de 60. O
objectivo de ser rigoroso não deve ser apenas uma qualidade evidenciada
nos textos que escreve. Ser rigoroso é uma atitude que – ao lado da
curiosidade e do espírito crítico – deve ser característica de todos os
jornalistas. Sem elas não existem jornalistas nem trabalho jornalístico.

Os textos jornalísticos são sempre escritos na terceira pessoa. A


primeira pessoa do singular ou do plural deverá ser empregue apenas em
textos de opinião, como editoriais, em que a direcção entende tomar
posição sobre determinado assunto da actualidade, ou em reportagens em
que o jornalista expressa as suas impressões de um modo franco e onde o
valor das sensações pessoais do jornalista é importante: se o jornalista for
a primeira pessoa a viajar até Plutão ou em casos em que o repórter se
encontra “camuflado” (“undercover”). Mas só nestes. Em todos os outros
não se aceita outra voz que não a da terceira pessoa.

Factos e opinião não se devem confundir. O jornalista relata factos,


devendo cingir-se a eles. Todas as opiniões presentes nos seus textos
devem estar atribuídas a fontes claramente identificadas. O jornalista não
é porta-voz de ninguém, deve, pois, limitar-se a reconstruir os
acontecimentos que são notícia.

4. Criatividade

Através de uma escrita criativa, que evite o jargão jornalístico, o


leitor sentirá que vale a pena ler os textos daquele jornalista. Por vezes, os
textos são demasiado formais, ditos “chapa cinco”, sem rasgos de
originalidade. O jornalista não pode ser preguiçoso e cair na rotina. Deve
esforçar-se por escrever textos que denotem criatividade, tendo a clareza
e o rigor como limites.

As agendas dos jornais, em qualquer meio, são cada vez mais


parecidas. Basta olhar para dois para nos apercebermos das similitudes.
Os jornais dão todos as mesmas notícias. As diferenças entre os diferentes
jornais encontram-se cada vez mais no estilo e no modo de serem
apresentadas as notícias do que nas histórias próprias que mais ninguém
tem. É por isso que a criatividade é tão importante. É ela que pode fazer a
diferença entre a escolha por um ou por outro jornal.
A estrutura

 O jornalista deve respeitar as regras do “lead” e da pirâmide


invertida.

O “lead” é o primeiro parágrafo dos textos jornalísticos e deve


responder às seguintes perguntas-base de construção das notícias:
Quem?/O quê?, Quando?, Onde?, Como? e Porquê?

Devido à complexidade frequente das respostas ao Como? e ao


Porquê?, muitas vezes é impossível fazer-se o seu desenvolvimento no
primeiro parágrafo.

A pirâmide invertida significa que os textos jornalísticos partem


das informações mais importantes e mais actuais para as menos
importantes e menos actuais (“background”).

Antes de escrever a notícia, o jornalista deve pensar: “O que é mais


importante? A informação A é mais importante do que a informação B?
Ou será que a informação C é a mais importante? Por onde é que devo
começar?” Só depois de encontrar respostas para estas questões é que se
deve escrever a notícia. Antes de a escrever, se o jornalista apontar numa
folha de papel os tópicos principais da notícia conseguirá com maior
facilidade identificar o que é mais importante e o que é menos
importante, e distinguir o que é mais actual do que é menos actual.

 Os textos jornalísticos devem ter um bom arranque e um bom


remate.

Com um bom arranque o jornalista consegue agarrar o leitor,


levando-o a ler o texto até ao fim. Com um bom remate, o texto termina a
subir, o que funcionará como uma espécie de guloseima (um piscar de
olho) que se dá ao leitor por ter “aguentado” a leitura até ao fim.
 Depois de escrever, ler

Tão importante como ter uma escrita cuidada, a leitura atenta do


que se escreveu é essencial para o produto jornalístico ter qualidade. No
final, o jornalista deve ir à procura das pequenas imperfeições que podem
estar no seu texto. Uma leitura atenta é essencial para eliminar as
redundâncias, os erros de concordância, as frases longas, as vírgulas fora
do sítio. A gralha é inimiga do bom jornalista. Embora um jornal sem
gralhas seja um ideal difícil de atingir, se o autor do texto deixar passar
uma gralha ou uma incorrecção e o editor não a detectar, a possibilidade
desse erro aparecer no jornal é maior. Um jornalista não pode considerar
que o seu texto está terminado antes de proceder a uma leitura cuidada.

MC/2008

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