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A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA MANUTENÇÃO EM PROJETOS

GREENFIELD

Pedro Henrique de Almeida Campos


Engenheiro Mecânico
phacampos87@gmail.com

Resumo

Esse artigo aborda a importância da participação da área de Manutenção Industrial


no desenvolvimento de Projetos Greenfield. Ele apresenta conceitos de um projeto e
suas fases de desenvolvimento e as relaciona com o trabalho que deve ser
desenvolvido pela área em cada uma das etapas.

Palavras-chave: Manutenção industrial. Projetos Greenfield. Gestão de Projetos.

1 Introdução

A elaboração de um projeto que dará origem a uma planta industrial é um desafio


que envolve diversas equipes. Em todo o mundo, especialistas se debruçam em
mesas para análises dos melhores equipamentos a serem implantados, de forma a
garantir a segurança operacional e retorno do investimento aplicado.

Este artigo aborda o importante papel do setor de Manutenção durante o


desenvolvimento de um projeto, a fim de trazer ganhos significativos para o futuro
operacional da planta industrial. É notável que a Manutenção deva participar
ativamente do desenvolvimento do projeto, pois será responsável por manter a
planta em operação após a sua conclusão. Além disso, a confiabilidade e
disponibilidade do equipamento muitas vezes dependem da fase de projeto e de
suas especificações.
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No contexto de projetos, o Guia PMBOK (2008, p. 5) explica que “um projeto pode
criar uma capacidade de realizar um serviço, como funções de negócios que dão
suporte à produção”. Segundo Kardec e Nascif (1997, p.16), a missão da
Manutenção é “garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações
de modo a atender um processo de produção e a preservação do meio ambiente,
com confiabilidade, segurança e custo adequados”. Portanto, é desejável que um
projeto venha a atender os requisitos necessários para o bom trabalho da
Manutenção industrial.

Por ora, este artigo não tende a discutir quais técnicas de manutenção deverão ser
utilizadas após a conclusão do projeto e operação da planta, uma vez que depende
da estratégia que a empresa ou o próprio gerente de Manutenção poderão utilizar
nas rotinas de trabalho. Interessa apenas mostrar que os profissionais de
Manutenção devem estar em sintonia com as etapas do projeto e participar do seu
desenvolvimento.

2 Referencial teórico

O papel da Manutenção em uma indústria vem mudando ao longo do tempo. Após


apresentarem um panorama histórico, Kardec e Nascif (1997), defendem que a
qualidade não adequada do projeto da instalação e do próprio equipamento, trazem
problemas repetitivos ao longo dos anos de funcionamento da planta. Eles acreditam
que este seria um empecilho para o atual paradigma do setor de manutenção, que é
a idealização de “falha zero” na indústria.

Pereira (2011), por sua vez, apresenta os conceitos e teorias básicas que são
utilizadas globalmente nas indústrias, como manutenção preventiva, corretiva e
preditiva, e as metodologias Total Productive Maintenance (TPM) e Kaizen. Além
disso, ele defende que, para se adquirir determinado ativo, as áreas envolvidas
devem ter preocupação com a manutenção de forma a garantir um bom acesso aos
equipamentos, boa qualidade de componentes e evitar que haja emissões de ruídos
desnecessários e emissão de resíduos.

Diante deste cenário, a melhor maneira de garantir a qualidade do projeto – e


viabilizar o trabalho da Manutenção no futuro – seria seguir os passos do Guia
PMBOK (2008), do Project Management Institute (PMI), que apresenta processos e
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ferramentas adequadas para o desenvolvimento de um projeto. “A crescente


aceitação do gerenciamento de projetos indica que a aplicação de conhecimentos,
processos, habilidades, ferramentas e técnicas adequadas podem ter um impacto
significativo no sucesso de um projeto” (PMBOK, 2008, p. 4). Tais práticas podem
ser aplicadas em diversos tipos de projetos e objetivam trazer impactos positivos
significativos em sua implantação. Com o mesmo objetivo, Filho (2010) apresenta
diversos indicadores que podem ser utilizados em organizações para o
monitoramento de projetos e defende que a própria empresa pode desenvolver seus
parâmetros, auxiliando nessa construção.

Falando mais especificamente dos projetos Greenfield, Freire e Viegas (2010)


abordam os diferenciais desse tipo de projeto e como as empresas devem enxergar
essa modalidade de investimento. Para eles, “usualmente este tipo de negócio é
escolhido quando o mercado é novo; quando não se chega a um acordo com
relação a uma aquisição ou joint venture; ou quando os custos para aquisição ou
joint venture inviabilizam estas opções”. Os projetos Greenfield também são o tema
da dissertação de Ruiz (2013). Em seu trabalho – voltado para a área de biomassa e
uma das poucas literaturas existentes sobre o tema – ele explica a metodologia
desse tipo de projeto e a importância de investimentos na área, que vêm crescendo
no Brasil.

3 Metodologia

Para elaboração do presente artigo técnico, foi adotado o método de pesquisa


bibliográfica. A principal referência utilizada neste estudo foi o Guia PMBOK (2008),
que traz todas as etapas de desenvolvimento de um projeto. Para tratar da
contribuição da Manutenção em projetos Greenfield, realizou-se pesquisa em
materiais já publicados, como artigos, livros e publicações especializadas.

4 Desenvolvimento

Segundo o Guia PMBOK (2008, p.1), “um projeto é um esforço temporário


empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza
temporária indica um início e um término definidos”. Apesar da ideia de fim
determinado, os profissionais de Manutenção que sucederão a etapa de projeto,
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devem estar atentos, desde o início, para evitar que problemas futuros aconteçam
devido à má condução do projeto.

O Guia PMBOK (2008, p.43) classifica o Gerenciamento de Projetos em cinco


grupos de processos. Estes processos garantem o fluxo eficaz do projeto ao longo
se sua existência: (a) iniciação; (b) planejamento; (c) execução); (d) monitoramento
e controle; (e) encerramento.

Também são classificadas nove áreas de conhecimento que abrangem ferramentas


e técnicas envolvidas na aplicação de habilidades e capacidades: (i) integração; (ii)
escopo; (iii) tempo; (iv) custos; (v) qualidade; (vi) recursos humanos; (vii)
comunicações; (viii) riscos; (ix) aquisições. As áreas de conhecimento compõem
atividades e ferramentas para se atingir o sucesso na execução de projetos. Em
todas as nove áreas, existem atividades que a Manutenção pode executar, a fim de
alcançar o sucesso do empreendimento.

A área (i) integração contempla o Termo de Abertura do Projeto, que oficializa o


início do projeto. É criado o Plano de Gerenciamento do Projeto, que deve incluir a
Manutenção nos demais processos que darão continuidade à sua execução.

Na definição do (ii) escopo, deve-se coletar os requisitos, onde o Guia PMBOK


(2008, p103) cita que é “o processo de definição e documentação das necessidades
das partes interessadas para alcançar os objetivos do projeto”. Neste momento, a
Manutenção deve requisitar que os projetistas e fabricantes de equipamentos
atendam normas e características técnicas para garantir o desempenho das funções
de operação e manutenção. Pereira (2011), defende que os novos projetos
passaram por um processo de melhoria contínua, podendo oferecer maior
confiabilidade e manutenibilidade dos equipamentos. Portanto, a Manutenção deve
solicitar à Engenharia, que atenda suas necessidades no momento de detalhamento
do projeto de máquinas e componentes.

Já nas áreas de gerenciamento do (iii) tempo e (iv) custos, a Manutenção pode


auxiliar no controle e monitoramento destes. No entanto, são atividades de
responsabilidade dos coordenadores ou gerentes de projeto.

É comum observar em projetos industriais, a formação do setor de fiscalização de


obras, que tem a função de monitorar as atividades de montagem, garantindo assim,
a qualidade da instalação. Nesse caso, a Manutenção pode apoiar a fiscalização de
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obras no gerenciamento da (v) qualidade. Segundo Kardec e Nascif (1998, p.6) “a


fase de instalação deve prever cuidados com a qualidade da implantação do projeto
e as técnicas utilizadas para esta finalidade”. Trata-se de uma pró-atividade de
interesse da Manutenção, pois, dessa forma, pode-se antecipar problemas futuros
ocorridos por não conformidades na montagem e que venham a prejudicar a
confiabilidade do sistema.

Como dito anteriormente, o setor de Manutenção deve ser estruturado desde o início
do projeto de forma a participar das etapas de implantação e dar continuidade às
atividades após a sua conclusão. O gerenciamento dos (vi) recursos humanos deve
ser desenvolvido pensando na Manutenção como uma parte interessada ao projeto,
assim como um setor essencial à operação da planta.

Para que a Manutenção tenha um bom desempenho no projeto, devem ser


considerados profissionais com alguma experiência em implantação de projetos e
que conheçam as funções que o setor deve exercer. Um profissional de Manutenção
que não tenha tais conhecimentos, pode não ter plenas condições de executar as
atividades necessárias e garantir o desempenho da manutenção no futuro
operacional. Ao mesmo tempo, o setor de Manutenção deve ser estruturado
continuamente para que, ao início da operação, os profissionais de diversos níveis já
tenham as condições básicas para desempenhar suas funções.

A área (vii) comunicações deve ser iniciada identificando as partes interessadas. Já


foi dito que a Manutenção é uma das partes mais interessadas no projeto e deve ser
identificada. As comunicações devem ser planejadas e os responsáveis pela
manutenção devem estar devidamente relacionados para o recebimento de
informações do projeto como desenhos, manuais, folhas de dados, atas de reunião,
e-mails, informe de avanço físico e demais documentos que se fazem necessário.

O recebimento destes documentos e sua análise, está contemplada no processo de


execução da comunicação. Este é o momento em que a Manutenção deve verificar
se o projeto da instalação ou máquina atende aos requisitos de normas de
segurança, verificar se existe acesso aos locais para que se possam realizar os
serviços necessários de manutenção e iniciar o processo de cadastramento dos
equipamentos e planos de manutenção nos sistemas.
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Uma falha neste processo de análise, pode causar graves consequências futuras ao
empreendimento, como a impossibilidade de os profissionais acessarem
determinado equipamento para executar um serviço de manutenção ou, até mesmo,
sofrer processos judiciais pelo não atendimento de itens de normas de segurança.
Para que a Manutenção possa executar estes serviços de aprovação e análise de
documentos, a comunicação durante o projeto deve fluir de forma organizada e
planejada, evitando os retrabalhos e custos desnecessários.

Em todas as áreas do projeto, existem riscos que podem ocasionar em falhas ou até
mesmo na paralisação da implantação. A Manutenção deve participar do
gerenciamento dos (viii) riscos, planejando e monitorando os eventos que possam,
por ventura, ocasionar em falhas nos interesses do setor.

Segundo Kardec e Nascif (1998, p.5) “a escolha dos equipamentos deverá


considerar a sua adequação ao projeto, a capacidade inerente esperada (através de
dados técnicos, MTBF), qualidade, manutenibilidade, além do custo-eficiência”. É de
interesse da Manutenção adquirir equipamentos que possuam confiabilidade
desejável para a operação da planta, minimizando os riscos de parada de produção.
Durante a fase de (ix) aquisições, a Manutenção deve apoiar no planejamento e
administração dos fornecimentos.

Em todos os setores industriais, existem equipamentos com características


conhecidas e cabe à Manutenção opinar pelos modelos que garantam uma
eficiência operacional e qualidade de componentes desejáveis, garantindo a
confiabilidade da planta. Também é de interesse da Manutenção fazer
diligenciamento e inspeções nos fornecedores para acompanhar a evolução da
fabricação e garantir o atendimento dos requisitos.

5 Conclusão

Diante do apresentado, mostra-se difícil pensar que um projeto venha a atender os


requisitos da Manutenção, ou que várias situações que poderiam causar problemas
futuros fossem descobertas durante a fase de projeto, sem a participação da área na
implantação. Uma empresa que detém este pensamento, está sujeita a não ter
sucesso no futuro operacional de suas instalações.
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Os projetos Greenfield se tornam ainda mais peculiares, uma vez que não há
infraestrutura inicial que sirva como base para os trabalhos da Manutenção. É
interesse da área que o projeto atenda seus requisitos, para que os riscos de
problemas operacionais sejam minimizados e, assim, possam exercer melhor as
suas funções durante a operação.

Cabe ao profissional de Manutenção estar atento aos detalhes de cada etapa e se


interagir, de forma proativa, sendo um integrante efetivo do projeto. Esse cuidado é
importante para iniciar as operações com o mínimo de segurança necessário e uma
rotina de manutenção já estruturada. Já aos gerentes e coordenadores de Projeto,
cabe dar autonomia ao setor de Manutenção para que ele possa participar das
etapas de implantação. Os processos devem ser formalizados – integrando a
Manutenção como parte interessada – dando responsabilidades ao setor.

Assim, quando os serviços operacionais de Manutenção se iniciarem, no arranque


do empreendimento, toda uma infraestrutura já foi concebida de modo a permitir que
a área possua um local de trabalho definido, oficina de reparos, escritórios, salas de
reunião, softwares, planos de Manutenção, estoque de peças e uma equipe
composta por profissionais de diversos níveis, dentre outras necessidades.
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Referências

FILHO, Armando Terribili. Indicadores de Gerenciamento de Projetos: Monitoração


Contínua. São Paulo: M.Books, 2010. 136 p.

FREIRE, José; VIEGAS, Marta. Investimento em Projetos Greenfield. 2010.


Disponível em: <https://capitalaberto.com.br/boletins/investimento-em-projetos-
reenfield/#.WTXMiGjyvIU> Acesso em: 06 de jun. 2016.

KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção: Função Estratégica. Rio de Janeiro:


Qualitymark. 1998, 279 p.

PEREIRA, Mário Jorge. Engenharia e Manutenção: Teoria e Prática. 2. ed. Rio de


Janeiro: Ciência Moderna. 2011, 228 p.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI). Um Guia do Conhecimento em


gestão de Projetos (Guia PMBOK). Pennsylvania. 2008, 459 p.

RUIZ, Eduardo. Análise de investimentos em projetos agroindustriais tipo Greenfield


de bioenergia no Brasil. São Paulo. 2013, 389 p.
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AUTORIZAÇÃO DE PUBLICAÇÃO

AUTORIZO A PUBLICAÇÃO DO ARTIGO TÉCNICO NA INTERNET,


x JORNAIS E REVISTAS TÉCNICAS EDITADAS PELO IETEC.

NÃO AUTORIZO A PUBLICAÇÃO OU DIVULGAÇÃO DO ARTIGO


TÉCNICO.

BELO HORIZONTE, 27/07/2017

CURSO: Engenharia de Manutenção


SEMESTRE/ANO: 01/2017
TURMA: 05
TÍTULO DO ARTIGO: A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA MANUTENÇÃO
EM PROJETOS GREENFIELD
NOME DO AUTOR (LEGÍVEL)_______________________________

ASSINATURA ____________________________________________________

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