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jusbrasil.com.br
18 de Janeiro de 2018

Pare de fazer drama! Entenda a tutela provisória do CPC


definitivamente e dê show na balada!

Considerações sobre o instituto da tutela provisória do Código de Processo Civil (Lei


nº 13.105/15).

Fonte da imagem: Instituto de Direito Contemporâneo

Resumo: Mas afinal, o que é a tutela provisória? Faço uma abordagem tratando
desde o conceito e necessidade da tutela para analisar as espécies e requisitos para
a concessão.

Abstract: But after all, what is the interim protection? I approach comes from
the concept and need for protection to analyze the species and requirements for
the grant.

Palavras-chave: Novo Código de Processo Civil; Lei nº 5.869/73; Lei nº


13.105/15; Tutela Provisória; Tutela Cautelar; Tutela Antecipada; Tutela da
Evidência; Tutela Antecedente.
Keywords: Code of Civil Procedure; Law nº 5,869/73; Law nº 13,105/15;
Provisional protection; Trusteeship Writ; Injunctive Relief; Protection of
evidence; Trusteeship Background.

Sumário: Introdução - Tutela Provisória - Tutela Provisória de Urgência -


Tutela Provisória de Urgência Antecipada - Tutela Provisória de Urgência
Cautelar - Tutela Provisória de Urgência Antecipada em Caráter Antecedente -
Tutela Provisória de Urgência Cautelar em Caráter Antecedente - Tutela da
Evidência - Conclusão - Notas - Referência.

Introdução
Busca-se com este artigo tratar sobre o instituto da tutela provisória de uma forma
bem simplória, visando que qualquer operador do direito ou não entenda as
respectivas benesses desse instituto do direito processual brasileiro.

Quem sabe com a leitura deste artigo e a boa compreensão do instituto da tutela
provisória não seja um bom assunto para falar com o gatinho ou com a gatinha na
balada? Eu sei, claramente que não, acredito que é por isso que estou solteiro
(risos).

Faço uma explanação geral sobre o instituto, desde o conceito dele até as espécies
da tutela provisória, assim, acabando com qualquer dúvida sobre tutela provisória
definitivamente.

Tutela Provisória
Para explicar o que vem a ser o instituto da tutela provisória de forma simplória,
nada melhor do que trabalhar em cima de um exemplo totalmente hipotético e que
acontece, infelizmente, frequentemente na prática.

Supondo que você é um renomado advogado de um dos diversos escritórios de


advocacia que temos no nosso vasto território brasileiro e certo dia adentra uma
senhora com seus noventa anos e começa a lhe relatar o seguinte caso a você:

Doutor, tenho problema de saúde, no qual necessito de uma medicação para


continuar sobrevivendo. Não possuo condições financeiras para adquirir
mensalmente os remédios e o SUS (Sistema Único de Saúde) negou o
fornecimento. Por favor, me ajude, se não começar a tomar o medicamento o
quanto antes é certo que falecerei dentro de alguns dias.

O que você faria?

O sistema judiciário brasileiro é falido, inclusive é algo incontroverso, não venham


me dizer que não pois é algo que qualquer pessoa tem ciência.
O lapso de tramitação de um processo é enorme, inclusive é possível contar em
uma mão quantos processos duram menos de meio ano entre a propositura da
petição inicial até a prolação da sentença.

A tutela provisória busca acima de tudo, no atual cenário judiciário brasileiro,


confrontar o lapso temporal de tramitação de um processo.

Nas lições de Humberto Theodoro Júnior, a tutela provisória é uma "técnica de


sumarização, para que o custo da duração do processo seja melhor distribuído, e
não mais continue a recair sobre quem aparenta, no momento, ser o merecedor
da tutela" ("Curso de Direito Processual Civil - Volume I". 57ª ed. Rio de Janeiro:
GEN | Editora Forense, 2016. P. ).

O que o grande mestre Humberto Theodoro Júnior busca transmitir em sua


brilhante obra é que a tutela provisória nada mais é do que um instituto do direito
brasileiro que busca antecipar um provimento jurisdicional ou assegurar o direito
de uma parte.

A tutela provisória é dividida em tutela provisória de urgência e tutela da


evidência, enquanto na primeira busca-se inibir qualquer dano que a demora na
prestação da tutela jurisdicional possa causar, seja por via asseguratória (tutela
cautelar) ou via antecipatória (tutela antecipada), a segunda busca conceder um
direito incontroverso da parte.

Novamente, a fim de frisar o que é cada uma, de forma simples, é a forma de


antecipação da decisão de mérito ou técnica asseguratória de um direito.

A importância desse instituto é enorme, sobretudo porque garante a dignidade da


pessoa e outros diversos direito fundamentais assegurados pela nossa Constituição
Federal de 1988.

Ainda não entendeu? Não se preocupe, existem muitos operadores do direito que
sequer fazem ideia do que seja e como se aplica na prática o instituto!

O processo civil é divido em quatro fases, notadamente postulatória, saneamento,


instrutória e decisória, e deverá obedecer necessariamente essa ordem, sob pena
de nulidade. Ora, lembram daquele caso meramente hipotético da senhora com
problema de saúde? Então, imagine essa senhora ter que esperar todo esse tramite
para conseguir o remédio, é certo que ela falecerá no curso do processo
dependendo se o lapso temporal daquela demanda judicial for grande, até porque,
caso não venha a falecer, o quadro de saúde poderá agravar muito!

A tutela provisória, no exemplo, demonstra-se na concessão dos medicamentos


sem a necessidade de tramitação de todas as fases do processo, isso, sem qualquer
prejuízo de posterior tramitação, portanto, buscando evitar o prejuízo da parte de
modo a antecipar o provimento jurisdicional final ou de um futuro provimento
jurisdicional o qual será assegurado, podendo ser revogado e modificado a
qualquer tempo contato que no curso do processo.
Importante destacar que se dá por meio de cognição sumária, ou seja, não há
cognição exauriente na decisão do juiz, em outras palavras, não faz coisa julgada
material, até porque violaria garantias constitucionais, notadamente o devido
processo legal (art. 5º, inc. LIV, da Constituição Federal Brasileira).

Tutela Provisória de Urgência


Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou de risco ao
resultado útil do processo.

Conforme a imagem deste artigo mostra, bem como já narrado no tópico anterior,
a tutela provisória possui duas espécies, notadamente, a urgência e a evidência.

A tutela provisória de urgência pauta-se na necessidade da prestação da tutela


jurisdicional evitar um prejuízo à parte.

Da simples leitura do art. 300 do Novo CPC, nota-se que existem dois requisitos
autorizadores para a concessão desse tipo de tutela, quais sejam a (A) elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e (B) o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

O caso da senhora que necessita de medicamentos levantado no tópico anterior


está devidamente enquadrado nesta espécie de tutela, conforme trabalharemos na
sequência.

(A) Elementos que evidenciem a probabilidade do direito ou fumus boni juris


(tradução = sinal do bom direito), sinônimos, podendo ser chamados da forma
como melhor entenderem. Ora, se a concessão da tutela provisória é a
antecipação de um provimento jurisdicional, necessário se faz demonstrar o
possível julgamento favorável à parte que pleiteia a tutela provisória.

Na prática, utilizando-se do caso daquela senhora que precisa de medicamentos


(tópico anterior), a mera declaração do médico atestando que àquela senhora
necessite de medicamentos é prova suficiente para preenchimento do primeiro
requisito.

Aqui se busca acima de tudo a segurança jurídica da parte adversa, sobretudo


porque a concessão de certa tutela provisória pode gerar algum prejuízo e a
incerteza no provimento jurisdicional fim pode acarretar diversos danos não
somente ao desfavorecido com a tutela, mas sim a toda coletividade.
(B) O perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, ou periculum in
mora (tradução = perigo da demora), sinônimos. Tratam-se de requisitos
alternativos, o preenchimento de um é suficiente para, cumulando-se com o
requisito (A), concessão da tutela provisória. Existem casos em que ocorre o
preenchimento dos dois requisitos (B), como é o caso do exemplo meramente
hipotético.

Estamos diante de requisito que visa afrontar a demora processual. A demora no


julgamento de um processo não deve de forma alguma repercutir às partes, apenas
ao poder judiciário. Desse modo, caso o direito que a parte possua reste
demonstrado (requisito ‘A’) a necessidade de demonstração de um possível dano
ou do risco ao resultado útil do processo é requisito fim para a concessão da tutela
provisória.

A exemplo, por ora, utilizaremos o exemplo da senhora que precisa de


medicamentos para a manutenção de sua saúde. Para nossa felicidade, tratarei
sobre os dois requisitos do item (B), pois aplicáveis ao caso.

Vejam, o perigo de dano resta caracterizado pelo fato da necessidade de


medicamento necessário para a manutenção de sua vida naquele momento,
podendo ser comprovado com uma declaração do estado de saúde daquela
senhora, a fim do cumprimento.

Poderia ainda caracterizar o risco ao resultado útil do processo, sobretudo por ser
uma característica incidental, ou seja, no curso do processo e não liminarmente ao
contrário do perigo de dano, sobretudo, aliado ao princípio da primazia do
julgamento do mérito, possivelmente quando seria prolatada o pronunciamento
final do juiz aquela senhora já tenha falecido.

Assim, a distinção das duas se dá pelo aspecto tempo, enquanto no primeiro


(perigo de dano) se dá por uma necessidade do momento (concessão liminar), o
risco ao resultado útil do processo liga-se a questão de eventual prejuízo que a
parte venha a sofrer no curso do processo (incidentalmente).

Importante, por fim, destacar alguns aspectos com relação à tutela provisória de
urgência, notadamente os parágrafos do art. 300 do Novo CPC.

Primeiramente, destaca-se que é totalmente possível que para a concessão da


tutela provisória de urgência, o juiz, de ofício exija caução real ou fidejussória
idônea (art. 300, § 1º, do Novo CPC).

Isso nada mais é do que uma forma de assegurar que a parte contrária não tenha
qualquer prejuízo em caso de modificação ou, principalmente, revogação.

Porém, no mesmo parágrafo o legislador prevê a possibilidade de, caso a parte


litigante seja economicamente hipossuficiente dispensar a garantia (art. 300, § 1,
in fine, do Novo CPC).
Uma crítica que faço ao final desse parágrafo é que a definição de economicamente
hipossuficiente é subjetiva, não existe um critério de classificação. Isso é uma faca
de dois gumes, por um lado muito bom por não tabelar o quanto a pessoa tem para
a caracterização da hipossuficiência, por outro lado, permite que uma parte que
tenha mais condições financeiras seja caracterizada também como
economicamente hipossuficiente.

Segundo ponto a ser levantada na tutela provisória de urgência é o art. 300, § 2º,
do Novo CPC. A tutela provisória pode ser concedida tanto liminarmente, quanto
incidentalmente. Isso significa que enquanto no primeiro a tutela é concedida logo
após a propositura da petição inicial (seja do processo principal, quanto da medida
cautelar), bem como ser designada audiência de justificação para então ser possível
a concessão.

Cassio Scarpinella Bueno esclarece “A ‘tutela de urgência’ pode ser concedida


liminarmente, isto é, no início do processo e sem a oitiva prévia da parte
contrária, ou após justificação prévia (art. 300, § 2º, do Novo CPC). A
justificação prévia, cabe anotar, é alternativa àqueles casos em que os
pressupostos para a concessão da tutela de urgência não são passíveis de
demonstração com a própria petição inicial (prova documental, ata notarial ou
estatuto técnico), sendo o caso, por exemplo, de ouvir testemunhas ou o próprio
requerente da medida, o que merece ser justificado na própria petição em que é
formulado o pedido.” (Novo Código de Processo Civil Anotado. 1ª ed. Saraiva:
São Paulo, 2015. P. 219).

Por fim, destaca-se que existe uma única hipótese que, mesmo preenchidos todos
os requisitos e prestado caução, não será concedida. Existem casos que a decisão
que conceder a tutela provisória cause efeitos irreversíveis (art. 300, § 3º, do Novo
CPC), nesse caso o magistrado é legalmente impedido para a concessão da tutela
requerida, inclusive, se ele quiser, ele pode conceder a tutela, mas certamente a
decisão será caçada pela instância superiora.

A tutela provisória de urgência é dividida em antecipada e cautelar, como


estudaremos na sequência, inclusive, aplicando-se o princípio da fungibilidade nas
duas, vez que o requerimento de uma não prejudica na conversão para a outra, o
que não se deve fazer é indeferi-la de plano motivado pela incoerência na espécie
requerida.

Existe uma última divisão com relação ao momento do requerimento da tutela


provisória de urgência. São dois, antecedente, ou seja, antes da propositura do
pedido principal, e incidentalmente, juntamente com o pedido principal.

Tutela Provisória de Urgência Antecipada


A tutela provisória de urgência antecipada nada mais é do que a antecipação do
provimento jurisdicional fim, ou seja, da decisão do juízo acerca do caso posto em
testilha.
O porém de falar em antecipação do provimento jurisdicional fim é a falsa
impressão de que aquela decisão faz coisa julgada, o que não é verdade, sobretudo
porque está pautada em cognição sumária, significando que não é algo exauriente
e, necessariamente, precisará de todo tramite processual para sua conversão em
tutela definitiva, a qual, com o trânsito em julgado, faz coisa julgada material.

A tutela provisória de urgência antecipada deve ser encarada como se o magistrado


tivesse o encargo, diante dos elementos contidos no art. 300 do Novo CPC
(probabilidade de exito do direito da parte postulante e perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo) de julgar o processo naquele estado liminar em que se
encontra.

Outro ponto a destacar é que pode ser concedido tanto liminarmente, quanto
incidentalmente, ficando a critério cognitivo do magistrado aplicar no momento
em que restar preenchidos os requisitos autorizadores.

Ademais, que a concessão da tutela provisória de urgência antecipada pode ser


revogada ou modificada (art. 296 do Novo CPC) já sabemos, mas o que eu gostaria
de levantar agora é algo intrínseco ligado à figura do magistrado. Mesmo que a
ideia de tutela provisória seja o oposto de definitivo, uma vez concedida tal
medida, dificilmente haverá retratação daquela decisão que antecedeu, de modo a,
mesmo contrariando o disposto na lei, aquele processo já estar julgado.

A exemplo do que busco dizer é que, quando um processo está apto a julgamento, o
magistrado analisa o processo desde o início, de modo a passar por aquela decisão,
inevitavelmente. Salvo se em jogo probatório a parte desfavorecida da respectiva
concessão antecipatória conseguir elementos plausíveis a fim de modificar àquela
decisão, havendo duvidas, o magistrado manterá sua decisão liminar.

Desse modo, busco dizer que a formulação do requerimento de antecipação dos


efeitos da tutela definitiva é uma faca de dois gumes, porquanto, caso o magistrado
não tivesse concedido a tutela requerida, poderia, em sua própria cognição, optar
por converter o indeferimento do requerimento em indeferimento dos pedidos
iniciais.

Por fim, destaco para o momento da concessão do respectivo instituto que aqui
tratamos. Como o próprio nome diz, trata-se de um instituto provisório, ou seja,
algo que não se tem uma certeza de ser definitivo ou não, além disso, no caso da
tutela provisória de urgência antecipada, é algo antecipatório, o que nos remete a
entender que deve ser concedida liminarmente ou no curso do processo. Ocorre
que a tutela provisória pode ser concedida a qualquer momento no curso do
processo, inclusive na prolação da sentença de mérito, ocasião em que, com a
cognição exauriente, a tutela ora prestada não será provisória, mas sim definitiva.

Tutela Provisória de Urgência Cautelar


Ao contrário da tutela provisória de urgência antecipada, na tutela provisória de
urgência cautelar não se antecipada um provimento jurisdicional, mas sim
assegura um direito de uma parte.

A tutela provisória de urgência cautelar está disposta no art. 301 do CPC, “A tutela
de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer
outra medida idônea para assegurar um direito”.

No Código de Processo Civil de 1973 (Lei nº 5.869/73) existia o livro das


cautelares, em que disciplinada as formas de medida cautelar possíveis, as lá
dispostas eram as chamadas cautelares nominadas ou típicas, porém o rol de
cautelares era exemplificativo, de forma que era possível requerer outra medida
cautelar não disposta no código, contanto que preenchido o requisito idoneidade,
por isso o rol de cautelares poderia ser considerando exemplificativo, passando as
medidas não dispostas no código serem interpretadas como cautelares inominadas
ou atípicas.

Diferente não foi no vigente código de processo civil, salvo pela extinção do livro
das cautelares, as quais foram transformadas em um único artigo, qual seja o art.
301 do CPC.

Ao meu ver, a única mudança foi a retirada de disposição no código, porquanto


observando o art. 301 do CPC, esse indica quais são as cautelares nominadas ou
típicas, bem como indica que o rol delas é exemplificativo, contanto que respeitado
o requisito idoneidade.

As medidas cautelares pode ser encarada tanto como forma de (I) assegurar bens,
(II) assegurar pessoas ou (III) assegurar provas.

(I) A medida cautelar que visa assegurar bens, destina-se a resguardar futura
execução forçada e, ainda, a apenas manter um estado de uma coisa. Por exemplo,
a medida que visa assegurar bens para uma execução forçada, poderia ser
facilmente atingida por meio de arresto de bens, cautelar nominada da Lei nº
13.105/15 e, noutro norte, a medida para assegurar o estado de uma coisa,
facilmente compreendida pela medida cautelar de sequestro.

(II) A medida cautelar com fito em assegurar pessoas está pautada justamente em
questões relativas à guarda de pessoas menores, sobretudo visando satisfazer as
satisfazer as necessidades dos menores. Um clássico exemplo seria a medida
cautelar de sequestro de menores, aquele que, zelando por um menor, o qual
possua a responsabilidade pelo zelo e necessidades dele, promove a ação a fim de
trazer para si a responsabilidade pelo menor, ou seja, a guarda e o sequestro.

(III) A última espécie de medida cautelar visa assegurar uma prova a ser utilizada
em um futuro processo judicial. Para exemplificar a finalidade dessa medida,
imagine que um senhor, de seus noventa e oito anos está em seu leito de morte e
servirá como testemunha de um processo ainda a ser ajuizado. Ora, existe uma
incerteza se aquele senhor conseguirá depor em juízo sobre aquele fato, para tanto
propõe-se uma cautelar inominada de produção de provas para que antes de todo a
tramite processual, esse possa depor.

Tutela Provisória de Urgência Antecipada


em Caráter Antecedente
Trata-se de um instituto inovador no direito processual civil brasileiro. Para ser
franco com os caros leitores, seria necessário um artigo específico para a
explicação minuciosa dessa espécie de tutela provisória de urgência (Cautelar e
Antecedente).

"Considera-se antecedente toda medida urgente pleiteada antes da dedução em


juízo do pedido principal, seja ela cautelar ou satisfativa" (THEODORO,
Humberto. Júnior. "Curso de Direito Processual Civil - Volume I". 57ª ed. Rio de
Janeiro: GEN | Editora Forense, 2016. P.650)

A tutela provisória concedida em caráter antecedente significa a possibilidade de


antes da propositura do processo judicial, diante de uma urgência contemporânea,
requerer o futuro provimento jurisdicional fim de um futuro processo, ou de uma
medida asseguratória.

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da


ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à
indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se
busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.

Primeiramente vamos trabalhar com a tutela provisória de urgência antecipada


concedida em caráter antecedente.

Em uma palestra feita à Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro em 25 de


julho de 2015, o professor Fredie Didier Jr. Deu o seguinte exemplo para explicar o
que vem a ser o art. 303 do CPC¹.

Um aluno de terceirão passou no vestibular e a data da matrícula no curso


superior é antecedente à data de conclusão do ensino médio, certamente
haverá indeferimento por parte da instituição de ensino em que faz o ensino
médio em emitir o diploma antes do término do ano letivo, bem como haverá o
indeferimento por parte da universidade em reservar a referida vaga ao aluno.

O ilustríssimo professor passa a explicar que não obstante a isso, é possível sim
conseguir aquela vaga do curso superior ao terceiranista por intermédio da tutela
provisória de urgência em caráter antecedente.

Existem três requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência


antecedente, (I) Urgência contemporânea à propositura da ação; (II) Exposição do
direito que se busca realizar; (III) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo.

Ora, o professor tem total razão, observem que todos os requisitos autorizadores
estão presentes no exemplo.

(I) A urgência contemporânea à propositura da ação significa dizer que a parte


necessita de um futuro provimento jurisdicional fim sem mesmo ter promovido a
petição inicial ainda. No exemplo do estudante, resta comprovada diante do
binômino que àquele se encontra, a resistência à emissão de certificado de
conclusão de ensino médio e a eminência de perder a vaga no curso superior.

(II) Nada mais é do que o fumus boni juris, só que no caso é aplicado com relação à
lide demonstrada na medida antecedente, de modo que reste caracterizado a
procedência no direito que a parte lhe titula como detentora.

(III) O nosso conhecido periculum in mora, nos mesmos moldes da minha


explicação na tutela provisória de urgência, a concessão do provimento é
fundamental para aquele requerente neque momento no caso de perigo de dano,
ou risco ao resultado útil do processo no caso da não concessão daquele
provimento naquele momento, devido a um incerto, porém provável, incidente.

Finalizando o exemplo do terceiranista, caso haja resistência de ambas instituições


de ensino, existe a possibilidade de requerer a medida antecipatória demonstrando
os três requisitos, bem como requerendo a tutela provisória e formulando o pedido
imediato e mediato, a fim de obter a possibilidade de realizar a matrícula na
universidade.

Caso haja a concessão da tutela requerida, deverá ser observado o parágrafo


primeiro do art. 303 do CPC.

Art. 303. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste


artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de
sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido
de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II
- o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação
na forma do art. 334; III - não havendo autocomposição, o prazo para
contestação será contado na forma do art. 335.

Após a concessão da tutela antecedente, o juiz concederá prazo para que a peça
seja aditada visando melhorar aquela exordial, seja com melhoria na
argumentação, seja carreando outros documentos, sobretudo porque o processo
judicial começará a tramitar com a presença de contraditório. Caso não haja
aditamento, o processo será extinto (art. 303, § 2º, do CPC).

Do aditamento, o processo correrá nas formas do art. 318 do CPC, ou de


determinado procedimento especial disposto no código, inclusive com a realização
de audiência prévia no caso de haver possibilidade de autocomposição (art. 303, §
1º, II, do CPC).
Interessante destacar a primazia da decisão de mérito no caso do processo
antecipatório, de modo que caso o magistrado entenda que não haja elementos
para a concessão da tutela requerida, concederá obrigatoriamente o prazo de até
cinco dias para emenda daquela petição, nos termos do art. 303, § 6º, do CPC.

Art. 303. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela
antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em
até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem
resolução de mérito.

Agora chegamos na parte complexa do tópico, na tutela provisória de urgência


antecipada antecedente existe algo chamado estabilização da tutela antecedente,
disciplinada no art. 304 do CPC.

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se
estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.

A estabilização da tutela antecedente significa dizer que aquela decisão concedida


em favor do requerente será mantida, melhor dizendo, estabilizada. Isso não quer
dizer que a parte desfavorecida não possa recorrer contra a decisão antecipatória,
até porque o legislador previu essa possibilidade no final do art. 304 do CPC.

A estabilização cria segurança jurídica ao favorecido com a decisão e a


possibilidade de recorrer da cria segurança jurídica ao desfavorecido com a
decisão.

A não interposição de recurso causa a extinção daquele processo em que foi


concedida a tutela provisória antecedente, nos termos do art. 304, § 1º, do CPC,
tendo a parte desfavorecida o prazo de até dois anos, a contar da ciência da
extinção do processo, para rever, reformar ou invalidar a tutela concedida (art.
304, § 5º, do CPC), inclusive, qualquer das partes pode provocar a revisão, reforma
ou invalidação da tutela, não apenas o desfavorecido (art. 304, § 2º, do CPC).

A estabilização da tutela antecedente não faz coisa julgada (art. 304, § 6º, do CPC),
como já fora explicado neste artigo, sobretudo porque foi concedida em cognição
sumária.

A extinção do processo sem o prosseguimento não inibe que qualquer das partes
requeira o desarquivamento daquele processo, instruindo a inicial, sendo prevento
o juízo que concedeu a tutela antecipada (art. 304, § 4º, do CPC).

Conclui-se, assim, que não recorrido daquela decisão que concedeu a tutela
antecipada, essa não fará coisa julgada, mas manterá seus efeitos até que qualquer
das partes tente rever, reformar ou invalidar a referida tutela (art. 304, § 3º, do
CPC).
Por fim, resta uma dúvida, qual afinal é o recurso que irá impedir a estabilização
da tutela antecipada antecedente? Meus caros, existem diversas correntes, sendo a
majoritária interpretando que o recurso cabível para evitar a estabilização da tutela
é o Agravo de Instrumento, nos termos do art. 1.015 do CPC, salvo no Juizado
Especial Cível, Lei nº 9.099/95, que é passível de requerer a tutela antecedente,
sendo, no último caso, a simples manifestação da parte como causa para impedir a
estabilização da tutela antecedente, visto que naquele rito não se comporta
recorrer de decisões interlocutórias, pronunciamento do juiz utilizado na
concessão da tutela antecedente.

Tutela Provisória de Urgência Cautelar em


Caráter Antecedente
Nos moldes do tópico anterior, "Considera-se antecedente toda medida urgente
pleiteada antes da dedução em juízo do pedido principal, seja ela cautelar ou
satisfativa" (THEODORO, Humberto. Júnior. "Curso de Direito Processual Civil -
Volume I". 57ª ed. Rio de Janeiro: GEN | Editora Forense, 2016. P.650)

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em
caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do
direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo. Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o
caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.

Eu vou falar uma coisa agora ao amigo leitor, mas peço que não anote isso em
lugar algum, tampouco fale para alguém que fui eu quem falou, mas a tutela
provisória de urgência cautelar em caráter antecedente me lembra muito o
processo cautelar do Código de Processo Civil de 1973.

Os três requisitos da petição inicial para a concessão de tutelala provisória cautelar


são (I) Lide e seu fundamento; (II) Exposição sumária do direito que se objetiva
assegurar; (III) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

Apenas ratificando o que aqui fora falado anteriormente, a tutela cautelar visa
assegurar um direito (bens, pessoa ou provas), no caso do caráter antecedente,
assegurar um futuro direito (ex: medida cautelar de arresto para assegurar futura
execução forçada).

Faço um adendo com relação ao parágrafo único do art. 305 do CPC, o qual inibe
que um processo seja extinto se o caso em testilha comporta a tutela de urgência
antecipada, aplicando-se fungibilidade entre elas.

Recebida a inicial, o juiz determinará a citação do requerido para contestar os


pedidos e indicar as provas pertinentes no prazo de cinco dias (art. 306 do CPC),
caso o requerido permaneça silente, serão reputados como aceitos os fatos
narrados pelo requerente como ocorridos (art. 307 do CPC), incumbindo ao juiz,
no último caso, julgar o processo no prazo de cinco dias. Caso haja contestação,
deverá ser observado o procedimento comum (art. 307, parágrafo único, do CPC).

Após a efetivação da tutela cautelar, terá o requerente o prazo de trinta dias para
promover a ação principal, aditando aquele processo já proposto, incluindo pedido
principal e modificando causa de pedir, caso seja necessário, dispensado do
pagamento de novas custas, para então o tramite na forma do art. 318 do CPC
(procedimento comum) ou na forma de procedimento especial competente (art.
308 do CPC).

Diferentemente da tutela provisória de urgência antecipada em caráter


antecedente, aqui não existe estabilização, muito pelo contrário, o art. 309
disciplina as causas que ensejam na cessação da eficação da tutela concedida.

Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: I - o


autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; II - não for efetivada
dentro de 30 (trinta) dias; III - o juiz julgar improcedente o pedido principal
formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito.

O inciso I se refere no caso de ausência de emenda do processo promovido. Já o


inciso II é associado à segurança jurídica em favor do desfavorecido com a
concessão da medida cautelar, de modo àquela decisão não perdurar para sempre,
sendo que, decorrido trinta dias da concessão e infrutífera a efetivação, os efeitos
daquela cautelar são cessados. Por fim, o inciso terceiro está associado no caso de
improcedência do pedido principal, até porque seria ilógico manter a eficácia da
tutela sendo que o pedido principal não é favorável ao beneficiado da tutela, neste
caso, ou quando ocorrer a extinção do processo por uma das causas do art. 485 do
CPC.

Ademais, uma vez cessados os efeitos da tutela, é vedado refazer o pedido, salvo
por novo fundamento, inclusive é o que disciplina o parágrafo único do art. 309 do
CPC.

Art. 309. Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela
cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.

Por fim, destaco que a não concessão dos efeitos cautelares pretendidos não obsta
que a parte formule os pedidos principais, salvo se o motivo do indeferimento for o
reconhecimento de prescrição ou decadência, nos termos do art. 310 do CPC.

Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o
pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.

Tutela da Evidência
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto
propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento
de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido
reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado,
sob cominação de multa; IV - a petição inicial for instruída com prova
documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu
não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas
hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Humberto Theodoro Júnior esclarece que "A tutela da evidência não se funda no
fato da situação geradora do perigo de dano, mas no fato de a pretensão da
tutela imediata se apoiar em comprovação suficiente do direito material da
parte" (THEODORO, Humberto. Júnior. "Curso de Direito Processual Civil -
Volume I". 57ª ed. Rio de Janeiro: GEN | Editora Forense, 2016. P.689)

Isso significa dizer que, enquanto na tutela provisória fundada na urgência, a


necessidade de demonstração de perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo é requisito indispensável, aqui, na tutela provisória fundada na evidência,
apenas a demonstração do fumus boni juris, juntamente com um dos incisos do
art. 311, o que nada mais são do que requisitos alternativos, autoriza a concessão
de tal medida.

Art. 311. I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto


propósito protelatório da parte;

O requisito alternativo constante nesse inciso é o dolo da parte, de modo a, vez que
demonstrado o fumus boni juris e cumulando os dois requisitos, é possível a
concessão pautando-se no referido inciso.

Um observação importante que faço ao inciso supracitado é que não especifica qual
parte que agirá com dolo, de modo a deixar margem a compreensão de que, tanto
requerente, quanto requerido, podem ser desfavorecidos com a tutela provisória da
evidência.

Art. 311. II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas


documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou
em súmula vinculante;

Vejam, para a concessão da referida tutela é necessário que as alegações feitas


sejam comprovadas via documento, em outras palavras fumus boni juris,
cumulando com a existência de tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou
em sumula vinculante.
Faço uma observação quanto ao primeiro requisito, busca-se restringir a
comprovação das alegações fáticas por via documental a fim de que se tenha uma
proteção sumária e imediata para o direito, a qual vem a ser comprovada de forma
satisfatória por via documental, de modo a não inibir a comprovação por outros
meios, sobretudo porque em regra a tutela da evidência é concedida antes do
término da instrução probatória do processo.

Ao meu ver, o inciso II serve para maior favorecimento do requerido, não obstando
que seja aplicado em favor do requerente.

Art. 311. III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental


adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

No Código de Processo Civil de 1973 existia um procedimento especial, medida


liminar, que visava o depósito de um bem móvel, com a vigência do novo código a
referida medida foi incorporada no procedimento comum, de modo que a principal
função do inciso III do art. 311 é suprir essa mudança.

Em suma, o referido inciso serve especificadamente à tutela da pretensão pautada


no contrato de depósito.

Novamente, aqui não é necessário a demonstração do periculum in mora, apenas o


fumus boni juris, a qual resta demonstrada por meio dos documentos carreados ao
processo, para sua concessão.

Art. 311. IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente
dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz
de gerar dúvida razoável.

O último inciso do art. 311 destina-se exclusivamente em favor do requerente da


demanda. Em suma, quando a exordial carrear documentação suficiente dos fatos
constitutivos do direito do requerente, não tendo o requerido causado dúvida
razoável acerca do fumus boni juris do requerente, será concedida a tutela fundada
na evidência.

A exemplo, esses tempos no trabalho peguei um processo curioso, sendo que


apliquei o referido inciso. Um advogado postulava em causa própria contra uma
rede de ensino por ter concluído sua especialização em direito de família, porém,
mesmo após sua defesa de questionário e defesa de trabalho de conclusão de curso,
a rede de ensino não emitiu seu título, sendo que já havia pago o curso
integralmente.

Determinei a citação da parte adversa, inclusive para se manifestar sob a tutela


provisória da evidência e, de fato, apliquei o disposto no art. 311, inciso IV, do CPC,
a parte requerida não trouxe provas suficientes a, em sede cognitiva, deixar
dúvidas quanto a qualquer ponto da especialização, senão a omissão da rede de
ensino quanto à emissão da certificação.
Por fim, gostaria de tratar acerca do parágrafo único do art. 311 do CPC.

Art. 311. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá
decidir liminarmente.

O porquê de eu querer tratar sobre esse parágrafo com vocês é para deixar claro
que a tutela da evidência não necessariamente será concedida em caráter liminar,
podendo ser concedido incidentalmente até o final da instrução probatória
processual, em especial nos casos dos incisos I e IV.

Pela simples leitura dos incisos I e IV e II e III, de forma separada, é cediço a


necessidade do contraditório no segundo caso.

Conclusão
O presente artigo buscou apresentar e explicar o instituto da tutela provisória aos
que não a conheciam e, dirimir qualquer dúvida aos que já tinham uma base sobre
ela. É um instituto do direito processual brasileiro que merece uma atenção em
especial por todos os juristas.

A atual falência que enfrentamos no Poder Judiciário Brasileiro não deve recair de
forma alguma sobre o direito das partes e menos ainda sobre as próprias partes. A
situação se deu por toda uma evolução de um contexto social pautado na
litigiosidade, na ausência de diálogos e na esperança que a palavra de um Juiz teria
uma força maior às palavras das próprias partes sobre o conflito de interesses
existentes entre elas, palavras e decisões que as acompanharão para o resto de suas
vidas.

Desde a reforma de 1994 na Lei n 5.869/73, a tutela provisória vem sendo utilizada
como forma de afrontar a falência do Poder Judiciário, notadamente pelo lapso
temporal (in) comum de tramitação de um processo jurisdicional, visando evitar
prejuízos à parte hipossuficiente de um direito.

Até que as formas de resoluções adequadas dos conflitos sofrerem alterações


culturais no modo de pensar dos litigantes, de modo a optar pela conciliação,
mediação ou arbitragem, a tutela provisória permanecerá como um refúgio para
aqueles que são considerados hipossuficientes de um direito, contra o sistema
judiciário falido que temos.

Após a superação da falência, o tutela provisória continuará sendo utilizada,


porém, deixando a visão de refúgio de lado e passando a ser encarada como um
instituto de cautela processual.

Notas:

[ 1 ] - YouTube: Palestra "Tutela Provisória" - Fredie Didier Jr.

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