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Itapira, 2014
© UPBOOKS, 2014
Todos os direitos reservados.
Itapira, 2014
140 páginas
Título original:
Being good enough is not good enough: God’s wonderful grace
2014
Todos os direitos reservados à
Casa Publicadora Bereana
Rua Luis Otaviano Queluz, 103 - 13976-000 - Itapira, SP
Tel (19) 3843-6389
www.upbooks.net.br
1ª Edição: 2014
ISBN: 978-85-66941-08-1
Sumário
Prefácio....................................................................................5
Introdução...............................................................................7
Wellington Mariano
Coeditor
Introdução
AS DOUTRINAS DA SALVAÇÃO
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CAPÍTULO 1
CEM POR CENTO INOCENTE
1. O QUE É FÉ?
Muitas pessoas têm dificuldade em aceitar o fato de que somos
justificados pela fé, pois elas entendem erroneamente a natureza
da fé. Portanto, nossa primeira tarefa é definir fé.
A. FÉ É UM ASSENTIMENTO
A fé que justifica contém dois elementos essenciais. O primeiro
é comumente chamado de assentimento. Assentimento é um
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Ser bom o bastante não é bom o bastante
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B. FÉ É CONFIANÇA
Isso nos leva ao segundo elemento da fé, a saber, confiança.
A confiança é mais do que julgamento intelectual. Ela envolve
um compromisso de todo o ser. É uma decisão da vontade em
relação à submissão a uma pessoa. É a entrega do ser (ou de algo
em seu poder) ao controle de outrem. É, portanto, uma atitude de
confiança em outra pessoa.
Um exemplo corriqueiro de confiança é a contratação de uma
babá para cuidar de nossos filhos. Ao contratar uma babá você
está, talvez, entregando seus pertences mais preciosos nas mãos
de outra pessoa. Logo, você quer alguém em quem possa confiar,
uma pessoa em quem você tenha confiança. Outro exemplo é ir
ao médico. Uma vez que você está submetendo sua vida e saúde
aos cuidados dele, você quer um médico de sua confiança, alguém
em quem possa confiar.
Esta é a diferença entre assentimento e confiança. Assentimento
é acreditar que certas declarações são verdadeiras; confiança
é acreditar em uma pessoa. Fé justificadora certamente inclui
confiança, uma vez que ela é acreditar em Jesus como Salvador.
(Vide João 3.16; Atos 16.31). É uma decisão de confiar toda sua
vida a Jesus e a Seu caminho (2 Timóteo 1.12).
Uma ilustração que expressa muito bem a distinção entre
assentimento e confiança é a história de um artista francês que
andava sobre corda bamba há algumas décadas. Um dia, diz-se,
ele estava fazendo uma exibição nas Cataratas do Niágara. Ele
andou sobre uma corda esticada sobre o desfiladeiro, fazendo
todos os tipos de acrobacias incomuns e de tirar o fôlego.
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2. O QUE É JUSTIFICAÇÃO?
O evangelho é que somos justificados pela fé. O que isso
significa? O que significa ser justificado?
Para entender e apreciar a justificação, devemos entender nossa
situação problemática como pecadores. Pecado é simplesmente
uma transgressão da lei de Deus (1 João 3.4). Quando pecamos,
entramos em um relacionamento errado e desastroso com
Deus e Sua lei. Tornamos-nos culpados perante a lei e debaixo
de Sua penalidade e condenação. Trocamos seu favor por sua
ira. Se continuarmos nesse relacionamento de culpa, seremos
condenados ao inferno eterno.
Sabemos que pecamos (Romanos 3.23) e, portanto, que somos
culpados e estamos debaixo de condenação. Mas há esperança?
Existe alguma forma de endireitar o relacionamento com Deus e
sua lei? Podemos realmente “nos acertar com Deus”?
A. PRONUNCIAMENTO LEGAL
A resposta é sim! Podemos ser justificados. Esse é um termo
legal (jurídico) e se refere ao veredito pronunciado por um juiz em
uma corte. Ser justificado significa ser pronunciado “não culpado”.
Significa que Deus olha para nós, tão culpados e tão pecadores
quanto somos, e nos declara não culpados. Ele nos perdoa.
Ele perdoa nossa culpa. Ele coloca de lado nossa penalidade, a
condenação exigida pela lei. Ele nos trata como justos, como se
jamais tivéssemos pecado. Aleluia!
Como Deus pode fazer isso? Ele sabe que somos pecadores,
mas promete não colocar nossos pecados contra nós. O que O
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[1] Esta visão é defendida pelo autor Jack Cottrell e não, como ele mesmo apon-
ta em seu texto, a visão de muitos outros cristãos evangélicos.
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CAPÍTULO 2
GRAÇA: MAIS DO QUE JUSTO
Justificado pela fé! Por que isso é boa nova? O que tem
de tão maravilhoso nisso? Podemos responder essa questão
de maneira plena apenas quando a comparamos com a
alternativa.
A alternativa à justificação pela fé é justificação pelas obras.
O evangelho não é simplesmente que podemos ser salvos em
vez de perdidos. A boa nova é que podemos ser salvos pela
fé em vez de pelas obras da lei. (Vide Gálatas 2.16; Romanos
3.28; Efésios 2.8-10).
Por exemplo, quando Paulo discute o evangelho no livro
de Romanos (vide 1.16-17), sua principal preocupação não é
a diferença entre pecado e salvação. Seu propósito principal é
contrastar as duas maneiras possíveis de salvação: pela graça
através da fé ou pela lei por meio de obras. Assim sendo, em
teoria, há dois caminhos para a salvação.
O que Paulo quer dizer, entretanto, é que um desses
caminhos (obras da lei) foi completa e permanentemente
obstruído por nosso pecado. Podemos tentar o quanto
quisermos, mas jamais podemos nos acertar com Deus
através de nossa retidão pessoal ou de nossa fidelidade
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à lei. Mas Deus não nos deixou para que pereçamos. Ele
graciosamente proporcionou uma rota alternativa: fé. Essa é
a única estrada genuína que nos leva a Deus e a única forma
de salvação para pecadores.
Neste capítulo queremos entender o que significa ser
“herdeiros da graça de Deus”. Isso exige que, antes de tudo,
entendamos a diferença entre estas duas formas possíveis de
salvação, que podemos chamar de lei e graça.
1. O CAMINHO DA LEI
A Bíblia coloca os dois sistemas, lei e graça, em incisivo
contraste. João, acerca de nosso Senhor, diz: “E todos nós
recebemos também da sua plenitude, e graça por graça.
Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram
por Jesus Cristo” (João 1.16-17). Paulo adverte: “Separados
estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça
tendes caído” (Gálatas 5.4). Paulo, acerca dos cristãos, diz:
“Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais
debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Romanos 6.14).
“Debaixo da lei” é uma expressão que descreve o estado de
toda e cada pessoa no início de sua vida. Deus é um Ser de
“lei e ordem”. Ele criou o universo para funcionar de acordo
com a lei natural, e as pessoas para viverem de acordo com
a lei moral. Quando uma pessoa nasce, ela já está inserida
nesta estrutura de lei. Quando sua consciência moral se
desenvolve, a pessoa é confrontada com a lei de Deus, quer
seja pela revelação natural (natureza, Romanos 1.18-32; 2.14-
15) ou por revelação especial (a Bíblia).
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2. O CAMINHO DA GRAÇA
É precisamente neste ponto que o evangelho é proclamado:
Deus forneceu uma alternativa à lei outra forma de ser salvo.
É o caminho da graça. É um sistema totalmente diferente e ele
funciona de acordo com um conjunto totalmente diferente
de regras. Debaixo da graça uma pessoa se aproxima de Deus
para a salvação nestes termos simples:
“Guarde a lei, mas sofra a punição. Quebre a lei, mas
escape da punição”.
Aleluia! Debaixo da graça, um infrator da lei (pecador)
pode escapar da penalidade do inferno eterno.
“Espere um pouco”, você diz. “Não tem algo de errado
com essas regras? Por que alguém que obedece a lei sofre a
punição e a pessoa que infringe a lei se vê livre da penalidade?
Isso não parece ser justo!”
A afirmação está absolutamente correta. Não é justo. Não
devia ser assim. Se fosse justo, não seria graça! A lei é justa. A
graça é mais do que justa.
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3. HERDEIROS DA GRAÇA
Uma coisa deve ficar clara. Ao fazer distinção entre lei e
graça, não estamos falando sobre a diferença entre o Antigo
Testamento e o Novo Testamento. O que aqui foi dito acerca
da lei se aplica a toda forma de lei divina em qualquer era
ou época. A lei de Moisés é um exemplo básico: ninguém
jamais foi salvo por guardá-la. Mas o mesmo também é
válido para os mandamentos neotestamentários. Ninguém é
salvo por guardar a lei na era do Novo Testamento, mesmo
os mandamentos registrados nos livros do Novo Testamento.
Uma vez que a pessoa pecou, a lei é, de qualquer forma, inútil
para salvá-la.
Qual, então, era o propósito da lei veterotestamentária?
Paulo diz que ela foi dada “por causa das transgressões” até
que Cristo viesse (Gálatas 3.19). Isso quer dizer que ela foi
dada para ajudar a controlar as tendências pecaminosas do
homem e também para deixar claro que todos são pecadores
e, desta maneira, não podem ser salvos através da obediência
à lei. Consequentemente, a própria lei jamais teve a intenção
de ser um meio de salvação (Gálatas 3.21).
Isso significa que os santos do Antigo Testamento foram
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