Vous êtes sur la page 1sur 12

Efeito Zeeman

Amanda Guerrieri Melchior | Data: 19/06/2019 | Professor: Roberto Meigikos | Bacharelado

No ano de 1903, Pieter Zeeman foi laureado com o prêmio Nobel da física. Ele descobriu como
os espectros luminosos são afetados com a presença de um campo magnético. Mostrou
experimentalmente que, usando a energia de interação dos átomos com um campo magnético,
estados degenerados podem ser separados. O modelo teórico que fundamentou essa descoberta
surgiu apenas décadas depois, com o desenvolvimento de um modelo quântico para o átomo.

Introdução
Antes de trabalhar com a unificação entre a espectroscopia e o magnetismo, Zeeman estava
profundamente intrigado com os trabalhos de Michael Faraday sobre a conexão entre a luz e o
magnetismo, feita em 1845. Essa conexão foi chamada de “rotação magnética do plano de
polarização da luz”, pois Faraday mostrou que o plano em que a luz oscila é rotacionando após
a mesma passar por um campo magnético.

No ano de 1862, Faraday realizou um experimento em que buscava mostrar, através da


espectroscopia, a relação direta entre a luz e o magnetismo. Ele falhou. Talvez tenha sido por isso
que, após alguns anos, Maxwell afirmou que “nenhuma força na natureza pode alterar, mesmo
que pouco, a massa ou o período de oscilação da luz” (1870). Vale frisar que ele se referia a luz
proveniente de uma chama.

Em 1896, Zeeman expôs uma chama de sódio a um campo magnético muito intenso. Por meio
do espelho de Rowland, fez as suas observações na direção perpendicular às linhas de força.
Percebeu que cada linha, que na ausência do efeito da força magnética estava muito bem definida,
agora estava alargada. A mudança foi muito pequena, cerca de dois Ångström, mas foi o
suficiente para intrigá-lo ainda mais. Ele duvidou do seu resultado e fez as suas medições na
direção das linhas de força do campo, e obteve o mesmo resultado. Isso deu inicio a uma série de
experimentos realizados por ele, afim de comprovar sua descoberta e descartar possíveis erros
experimentais.

Nosso objetivo aqui será analisar de maneira teórica o efeito Zeeman semi-clássico. Isso porque
ele exige um conhecimento básico de física e matemática, que qualquer estudante no início da
faculdade de física terá capacidade de compreender. Para tal, será necessário a revisão de alguns
tópicos essenciais. São esses: o modelo atômico de Bohr e o modelo atômico da Mecânica
Quântica. Noções básicas de magnetismo e dipolo magnético. E o magneton de Bohr.
I - O átomo de Bohr
Historicamente, o modelo atômico começou por volta de
1910 com J. J. Thomson. Ele propôs o modelo conhecido
como “pudim com passas” para o átomo (figura 1), em que
elétrons carregados negativamente estariam distribuídos no
interior de uma esfera de carga positiva. Ela teria raio da
ordem de um Ångström e, devido a repulsão mútua, os
elétrons estariam uniformemente distribuídos.

Em um átomo que estivesse no seu estado de menor


energia, os elétrons estariam fixos em suas posições de
equilíbrio. Já em átomos excitados, os elétrons vibrariam em Figura 1: Átomo de Thomson.
torno de suas posições de equilíbrio – emitindo radiação
eletromagnética.

Esse modelo, em 1911, começou a se mostrar inadequado. Um ex-aluno de Thomson, chamado


Ernest Rutherford, a partir da análise de experiências sobre o espalhamento de partículas α
(átomos de hélio duplamente ionizados) por átomos, concluiu que o modelo precisava ser
modificado. A análise de Rutherford mostrou que, em vez de estar espalhada por todo átomo, a
carga positiva deveria estar concentrada em uma região muito pequena chamada de núcleo,
contida no centro do átomo. Para chegar a essa conclusão, ele analisou o ângulo θ de
espalhamento obtido experimentalmente e comparou com o ângulo previsto pelo modelo de
Thomson. Descobriu, assim, que para ângulos maiores que alguns graus, o número de partículas
espalhadas era muito maior do que o previsto. Foi então que ele modificou a estrutura atômica
para a mostrada na figura 3.

Figura 2: Uma partícula α atravessando um


átomo segundo o modelo de Thomson. O
ângulo θ especifica a deflexão da partícula α. Figura 3: Átomo de Rutherford.

2
Mas esse modelo também tinha um problema: a estabilidade do átomo. À primeira vista parece
razoável fazer com que os elétrons orbitem em torno do núcleo de maneira semelhante aos
planetas em torno do sol. O problema surge porque os elétrons deveriam estar acelerados para se
manter em órbita e sabemos que partículas carregadas aceleradas irradiam energia na forma de
radiação eletromagnética. Essa energia seria emitida às custas da energia mecânica do elétron,
fazendo-o se mover em espiral até atingir o núcleo e sofrer um colapso retornando ao modelo de
Thomson. Além disso, o espectro contínuo da radiação emitida durante esse processo não está de
acordo com o espectro (discreto) emitido por átomos. Esse problema levou ao modelo de Bohr.

O modelo de Bohr obedece os seguintes postulados:

i. Um elétron em um átomo se move em uma órbita circular em torno do núcleo sob


influência da atração Coulombiana entre o elétron e o núcleo, obedecendo às leis da
mecânica clássica.
ii. Em vez da infinidade de órbitas que seriam possíveis
segundo a mecânica clássica, um elétron só pode se
mover em uma órbita na qual seu momento angular
orbital L é um múltiplo inteiro da constante de Planck
dividida por 2π.
iii. Apesar de estar constantemente acelerado, um elétron
que se move em uma dessas órbitas possíveis não emite
radiação eletromagnéticas. Portanto sua energia total E
permanece constante. Figura 4: Átomo de Bohr.
iv. É emitida radiação eletromagnética se um elétron, que
se move inicialmente sobre uma órbita de energia total Ei, muda seu movimento
descontinuamente de forma a se mover em uma órbita de energia total Ef. A freqüência
da radiação emitida ν é igual à quantidade (Ef – Ei) dividida pela constante de Planck h.

II- O átomo da Mecânica Quântica


Comparando com o átomo de Bohr, a Mecânica Quântica propôs um modelo contraintuitivo
porém mais aceito pela comunidade científica. Esse modelo é fundamentado no experimento de
difração de elétrons, que mostrou a natureza ondulatória do elétron. No modelo de Bohr, o elétron
era visto como uma partícula que se movimenta ao longo de uma órbita circular com raio fixo e
localização bem definida. Já no modelo quântico, por considerarmos o elétron como uma onda,
temos uma onda espalhada sobre uma região do espaço chamada de orbital. A similaridade mais
importante entre os dois modelos é que em ambos a energia do elétron encontra-se restrita a
certos valores acessíveis (quantizada).

3
Sendo assim, matematicamente, para descrever o problema não podemos mais usar a mecânica
clássica. Precisamos descrever uma onda a partir de uma função de onda Ψ que tenha
comportamento periódico. Um exemplo simples é Ψ= sinθ, com período igual a 2π. Porém,
ondas que descrevem partículas, como o elétron, são mais complicadas. Essas ondas mais
complicadas podem ser geradas como uma combinação de ondas mais simples chamadas de
harmônicos, como as funções seno e cosseno, usando a propriedade que uma combinação de
funções de onda é também uma função de onda. Essa ideia de usar ondas matemáticas para
descrever o elétron foi fundamentada teoricamente por Erwin Schrödinger pela sua conhecida
equação:

𝐻𝛹 = 𝐸𝛹

Onde H é chamado de operador energia. Ele é descrito por uma sequência de operações
matemáticas que quando agem sobre uma determinada função dá a energia total, uma constante
real, e a mesma função. Esse operador pode ser representado na forma diferencial, contendo um
termo cinético e um termo potencial, assim como a energia total de um sistema. O seu termo
potencial que determina o problema que estamos trabalhando e é ele que dará “cara” ao problema.
Por exemplo, se o potencial for o de Coulomb, com um termo extra, Ψ será a solução para o
átomo. Se não houver potencial, estaremos lidando com uma partícula livre. Etc. Além disso,
cada problema poderá ter seus vínculos e restrições iniciais. Serão esses vínculos que
determinarão restrições para as incógnitas que chamamos de números quânticos, que surgem
naturalmente na resolução do problema.

Exemplo: imagine uma corda que descreva soluções harmônicas com extremidades fixas em x=0
e x=L. A solução é conhecida, então basta impor as condições iniciais:

𝜓 = 𝛢 sin( a𝜃) + 𝐵 cos(𝑏𝜃)

Condições iniciais:

𝛹 (0) = 0, 𝛹( 𝐿) = 0

Resolvendo usando as condições iniciais:

𝜓(0) = 𝐵 = 0

𝛹(𝜃) = 𝛢 𝑠𝑖𝑛𝜃

𝛹 (𝐿) = 𝐴 sin (aL)

𝐴 = 0 𝑜𝑢 sin (aL) = 0

𝑎𝐿 = 𝑛𝜋, 𝑛 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜

4
O que implica que:

𝑛𝜋𝜃
𝛹 (𝜃 ) = 𝐴 sin C D
𝐿

É a solução do problema e “n” é o equivalente do chamado de número quântico. Observe que


“A” é uma constante a ser determinada, enquanto “n” já está determinado: pode ser qualquer
valor inteiro.

Como no exemplo anterior, a natureza periódica das ondas permite muitas soluções para o
problema em um determinado potencial. Podemos enfatizar o fato de que existem inúmeras
funções que solucionam o problema colocando um índice na função de onda: Ψn. Isso, é claro,
para a equação de Schrödinger em uma dimensão. Para mais dimensões podemos ter mais índices.

Vamos analisar um caso específico, que é o caso da solução da equação de Schrödinger para o
potencial atômico. Convém utilizar a simetria do problema e escrever a função de onda em
coordenadas esféricas: r, θ, φ. O problema é resolver uma equação diferencial de segunda ordem.
Usamos o método de separação de variáveis supondo que a solução geral seja um termo que
depende apenas do raio multiplicado por um termo angular. Matematicamente é um processo
complicado que temos que fazer uso de inúmeras substituições e utilizar o conhecimento da
equação associada de Legendre. A solução da parte angular é conhecida e é dada pelos
harmônicos esféricos. O papel da solução angular é dar o formato dos orbitais. Já a solução radial
modula os harmônicos esféricos. Ela apenas dará a densidade ao longo do raio. Da resolução do
problema surgem dois números quânticos principais e dois secundários. O número quântico
principal (n) dá o equivalente aos níveis de energia, o número quântico principal (l) dá os
subníveis de energia s,p,d,f,... bem conhecidos dos cursos de química. Já os outros números
quânticos são: o número quântico magnético (𝑚F ) 𝑒 o número quântico de spin (𝑚G ). Os valores
de cada um desses números quânticos estão relacionados. A princípio, vamos supor que não haja
spin, pois ele não será usado para resolver o Efeito Zeeman normal semi-clássico, que é o objetivo
final deste trabalho.

Os números quânticos serão relacionados por:

𝑛 = 1,2,3, …

𝑙 = 0,1,2, … , (𝑛 − 1) = 𝑠, 𝑝, 𝑑, 𝑓, …

𝑚F = −𝑙, −(𝑙 − 1), … , −2, −1,0,1,2, … , (𝑙 − 1), 𝑙

RS T
E o momento angular na direção z será: 𝐿Q = . Onde “h” é a constante de Planck.
UV

5
Como exemplo para os 4 primeiros números quânticos principais:

n l 𝒎𝒍 Números de orbitais
1 0(s) 0 1

2 0(s) 0 1
1(p) -1,0,1 3

3 0(s) 0 1
1(p) -1,0,1 3
2(d) -2,-1,0,1,2 5

4 0(s) 0 1
1(p) -1,0,1 3
2(d) -2,-1,0,1,2 5
3(f) -3,-2,-1,0,1,2,3 7

Em química, escrever o diagrama do nível 2 de energia totalmente ocupado seria:

1𝑠 U

2𝑠 U 2𝑝Z

Onde o primeiro número quântico principal encontra-se na frente, seguindo do segundo


número quântico principal (s,p,d,...) elevado ao número de orbitais (#) (dado por
𝑚F ) multiplicado por dois (é sabido, por meio do princípio de exclusão de pauli, que só podemos
ter dois spins, um para cima e o outro para baixo, por orbital.). Sendo assim: (𝑛 . 𝑙)#RS .U.

Figura 5: Região acessível ao elétron nos primeiros orbitais: s,p,d.

Vale ressaltar que se quisermos a probabilidade do elétron estar em determinada região basta
fazer |𝛹|U. Isso é necessário porque não estamos lidando com uma partícula com posição
bem definida, e sim uma onda distribuída no espaço, como uma onda vibrante de um violão que

6
pode estar em todos os pontos da corda, logo há a probabilidade dela ser encontrada em um
ponto específico ao tirarmos uma “foto” da onda em determinado instante.

III- Conceitos básicos de Magnetismo


A ligação entre eletricidade e magnetismo foi descoberta durante uma aula de demonstração
experimental, em 1819, pelo cientista dinamarquês Hans Christian Oersted. Ele estava usando
uma bateria para produzir uma corrente em um fio. Por acaso, uma bússola estava próxima ao fio
e Oersted notou que a corrente fazia a agulha da bússola girar. A bússola respondeu como se um
imã estivesse próximo a ela. Foi o início da descoberta de que o magnetismo podia ser gerado a
partir de uma corrente elétrica.

Figura 6: reação de bússolas perto de uma corrente elétrica

Usando o conhecimento de que as agulhas da bússola tendem a se alinhar com o campo


magnético, por meio do torque produzido (figura 7), este deve ser tangente a qualquer círculo
tendo como centro um ponto qualquer do fio.

Figura 7: bússola se alinhando com o campo magnético

Portando, a agulha da bússola pode ser usada para sondar um campo magnético, de mesmo
modo que uma carga puntiforme pode ser usada para sondar um campo elétrico. A matemática
por trás do problema é dada pela lei de Biot-Savart.

7
Lei de Biot-Savart para uma carga puntiforme em movimento:

𝜇l 𝑞𝑣𝑠𝑒𝑛𝜃
𝐵=C D
4𝜋 𝑟 U

Com direção e sentido dadas pela regra da mão direita. A unidade SI para a intensidade do
campo magnético de uma carga em movimento é o Tesla, abreviado como T.

N
1 tesla = 1T = 1
Am

A constante 𝜇l é chamada de constante de permeabilidade. Ela é o análogo do 𝜀l contido no


campo elétrico.

Tm
𝜇l = 4𝜋 . 10tu
A

Α exigência de que uma carga em movimento gere um campo magnético está explícita na
equação de Biot-Savart. Se a velocidade da partícula for nula, o campo magnético (mas não o
campo elétrico!) será nulo. Isso ajuda a enfatizar a diferença fundamental entre os campos elétrico
e magnético: cargas criam campos elétricos, mas somente cargas em movimento criam campos
magnéticos.

Podemos escrever a lei de Biot-Savart na forma de produto vetorial. Segue abaixo como fazê-
lo:

Figura 8: definição de produto vetorial.


Figura 9: produto vetorial de Biot-Savart.

8
wx wz
Mas como 𝐼 = wy é a corrente e 𝑣 = wy , 𝛥𝑞. 𝑣 = 𝐼𝛥𝑆. Implica que:

É a mesma lei, só que agora escrita em função da corrente, em vez de cargas individuais.

Dipolos Magnéticos:

O que nos interessa agora é que toda espira de


corrente constitui um dipolo magnético. Ela é
equivalente a um imã. Logo, além de gerar um
campo magnético, é afetada por campos
magnéticos (como a agulha de uma bússola). A
tendência é que os pólos da espira se alinhem
com campos magnéticos por meio do torque, ou
seja, a figura 7 continua válida para espiras de
corrente. Tanto um imã permanente como uma
espira de corrente geram um campo de dipolo
magnético. Figura 10: pólos de uma espira de corrente.

Definimos o momento de dipolo magnético


µ, um análogo do momento de dipolo elétrico
só que para o campo magnético, de uma espira
de corrente que encerra a área A como o vetor
µ=AI (do pólo sul para o pólo norte). Assim,
podemos representar o campo magnético do
dipolo como:

Figura 11: momento de dipolo


magnético de uma espira.

Por fim, o que será mais importante para nós nessa análise será a energia de interação entre um
dipolo magnético e o campo magnético: 𝑈 = 𝜇𝐵𝑐𝑜𝑠𝜃. Ela é o produto interno dos vetores µ e B.
Significa que para o dipolo se manter em alinhamento com o campo magnético, é necessário uma
energia para realizar o torque. Tem a ver com o trabalho necessário para “rodar” o dipolo.

9
IV- O átomo como um dipolo magnético e o Efeito Zeeman
semi-clássico
Para tal, iremos usar o modelo de Bohr para o átomo de Hidrogênio. Isso porque o efeito
Zeeman propriamente dito precisa de noções mais avançadas de física quântica, como a ideia de
teoria de perturbação. Logo, como também é possível compreender conceitualmente usando a
física semi-clássica, essa é a abordagem mais didática e é a que usaremos.

O átomo de Bohr pode ser considerado uma espira de


corrente com área igual a área do círculo, porque o
elétron tem carga negativa q=e e orbita o núcleo com
raio r. Logo, 𝐴 = 𝜋𝑟 U.

• €•
A corrente I será 𝛥𝑞. wz = UV• = 𝐼.

V•‚ €• €••
Com µ=IA, 𝜇 = = (1)
UV• U

Da mecânica clássica, o momento angular é 𝐿 = 𝑚𝑟𝑣 (2) , pois o produto vetorial depende de
V
𝑠𝑒𝑛𝜃 e 𝜃 = U.

Rearranjando (2) e substituindo em (1), obtemos:

𝑒𝑣𝑟 𝑒𝑣𝐿 𝑒𝐿
𝜇= = = (3)
2 2𝑚𝑣 2𝑚

Mas como o elétron tem carga negativa (a corrente é no sentido horário) deveremos ter o sentido
do vetor momento magnético invertido, ou seja, entrando na página. Isso quer dizer que o
momento angular do elétron aponta na mesma direção que µ, porém em sentidos opostos. Logo,
€ƒ
𝜇 = − UR.

Elétron em um campo magnético externo: quando um elétron, com um momento de dipolo


magnético, é colocado em um campo magnético externo B, esse campo cria um torque que age
em µ para alinhá-lo com o mesmo. Supondo que o campo magnético aponte ao longo do eixo Z
obrigando o momento angular do elétron a apontar no eixo Z, da seção sobre o átomo da
RS T
Mecânica Quântica temos que 𝐿 = 𝐿Q = . Sendo assim podemos reescrever µ como 𝜇Q =
UV
t€TRS
apontando também na direção do eixo Z, mas no sentido contrário do momento angular, e
„VR
𝑈 = 𝜇𝐵 𝑐𝑜𝑠𝜃 = −𝜇Q 𝐵 (4 ).

€T
Definindo o magneton de Bohr como 𝜇… = „VR , temos 𝜇Q = −𝜇… 𝑚F (5).

10
É fácil ver da onde sai essa definição para 𝜇… : se ao invés de termos substituído o momento
angular definido pela mecânica quântica, tivéssemos substituído pelo definido por Bohr,
€ƒ € ‰T ‰T€
teríamos: 𝜇 = UR = UR . ˆ UVŠ = . Se n=1 estaríamos no átomo de Hidrogênio e 𝜇 = 𝜇… .
„VR

Sendo assim, utilizando (5) em (4) temos: 𝑈 = 𝐵𝜇… 𝑚F ( 6). Com o número quântico magnético
variando de – l a + l, como visto na seção II.

Voltando a tabela da seção II, vemos que antes tínhamos estados degenerados (com uma mesma
energia) e após aplicarmos o campo magnético(𝑚F ), o estado se divide em (2l +1) estados. A
divisão dos estados ocorre porque agora eles não terão mais a mesma energia: cada um deles terá
sua energia de interação U com o campo magnético somada a energia inicial (B=0). Esse é um
dos principais resultados da formulação quântica do átomo: o modelo de Bohr não explica o
surgimento das novas linhas no espectro, pois prevê um único momento de dipolo magnético e,
assim, apenas uma energia de interação. Nesse sentido, não prevê a divisão dos espectros. A
divisão foi observada por Zeeman experimentalmente e, apenas depois de anos, o modelo teórico
para explicar a divisão do espectro foi fornecido pela mecânica quântica. Podemos ver com mais
clareza o processo a partir da figura abaixo.

Figura 13 (a): sem campo


magnético (B=0).

Figura 12: 12(a) representa a transição entre níveis: antes da


separação (B=0) há apenas uma transição, logo vemos apenas um
Figura 13 (b): com campo anel. Após a separação, surgem outros anéis. É o chamado tripleto
magnético (espectro separado). de Lorentz. 12(b) representa as novas energias: em B=0 existem
estados degenerados que, após a aplicação do campo magnético, se
separam. A nova energia é 𝐸𝑖 + 𝑈. Com U sendo dado pela eq.(6).

11
Conclusão
O objetivo desse trabalho foi mostrar um dos motivos que levou a desclassificarmos o modelo
atômico de Bohr em prol de um modelo quântico: o modelo de Bohr previa uma única transição
de níveis, mesmo com a interação com o campo magnético. Enquanto o modelo da mecânica
quântica previu diversas transições de nível, a depender do número quântico magnético: (2l+1)
estados degenerados surgiriam. O que está de acordo com o experimento realizado por Zeeman,
que lhe concedeu o prêmio Nobel de 1903.

Bibliografia
1. Light radiation in a magnetic field. Nobel Lecture of Pieter Zeeman.
2. Física Quântica. Eisberg e Resnick.
3. Química Geral aplicada à engenharia. Lawrence Brown.
4. Física: uma abordagem estratégica. Volume 3. Randall Knight.
5. Campos externos: Zeeman e Stark. Prof. Dr. Jason Gallas (UFPB).

Obs.: figuras retiradas das bibliografias acima.

12

Vous aimerez peut-être aussi