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Celso Antunes

Educador explica os conceitos de inteligência múltipla de


Howard Gardner

As pesquisas de Gardner representam verdadeiro símbolo educacional contemporâneo, ao sinalizar que o


que se descobre sobre a mente humana, constitui não apenas saber acadêmico, mas instrumento de ação
pedagógica imprescindível

No dia 11 de julho de 2003, Howard Gardner completou sessenta anos com a propriedade de um currículo
indiscutível. Professor de Educação e Diretor do Projeto Zero, no Harvard Graduate Scholl of Education e
professor adjunto de Neurologia na Boston University Scholl of Medicine, é autor de inúmeros livros e
criador de uma teoria educacional conhecida e aplicada no mundo inteiro. Além da notoriedade pública e
reconhecimento como um dos mais influentes educadores deste século, em 1981 recebeu o Mac Arthur
Prize Fellowship e, em 1990, tornou-se o primeiro norte-americano a ser condecorado com o Louisville
Grawemeyr Award in Educatio, prêmios que por sua expressão e grandeza já sintetizam o admirável perfil
de suas pesquisas e de suas obras.
Ninguém melhor que Gardner, entretanto, para falar sobre ele mesmo. Em seu livro lançado no Brasil no
ano 2000 pela Editora Objetiva (Inteligência - Um conceito reformulado) descreve-se ao falar sobre seus
pensamentos. "Nada em minha juventude diria que eu viria ser um estudioso (e um teórico) da inteligência.

Quando criança, eu era bom aluno e me saia bem em testes, portanto a questão da inteligência era
relativamente simples para mim. Na verdade, em outra vida, talvez eu passasse a defender a visão clássica
da inteligência, como tantos de meus contemporâneos brancos do sexo masculino que já estão
envelhecendo. Típico garoto judeu que detestava ver sangue, eu (e muitos outros em meu mundo)
pretendia ser advogado. Só em 1965, ao terminar a minha graduação no Harvard College, resolvi fazer
pós-graduação em psicologia. A principio, como outros adolescentes, eu estava fascinado com as questões
da psicologia que intrigam o leigo: emoções, personalidade, psicopatologia. Meus heróis em Sigmund Freud
e meu professor, o psicanalista Erik Erikson, que havia sido analisado pela filha de Freud, Anna. No entanto,
depois de ter conhecido Jerome Bruner, um pioneiro na pesquisa da cognição e do desenvolvimento
humano, e de ter lido as obras de Bruner e de seu mestre, o psicólogo suíço Jean Piaget, resolvi fazer pós
graduação em psicologia do desenvolvimento cognitivo."

As pesquisas de Gardner representam verdadeiro símbolo educacional contemporâneo, ao sinalizar que o


que se descobre sobre a mente humana, constitui não apenas saber acadêmico, mas instrumento de ação
pedagógica imprescindível. Mostrou de forma coerente que todos os seres humanos possuem diferentes
tipos de mente e que pais e professores podem tornar possível uma educação personalizada, destacando
que na imensa diversidade que existe em cada um, deve solidificar-se a certeza de que nenhum ser
humano é perfeito em tudo, mas todos, absolutamente todos, possuem potencial de grandezas diversas,
forças pessoais que devidamente reconhecidas coloca uma nova linha educacional a serviço do integral
desenvolvimento humano e da extrema grandeza da singularidade de sua mente

AS PRINCIPAIS OBRAS DE GARDNER


Como pesquisador, professor e psicólogo atuante, Howard Gardner escreveu muitas obras individualmente
ou com colaboradores, entre as quais, editadas em língua portuguesa, destacam-se as seguintes:

 A CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR: COMO PENSA E COMO PODE A ESCOLA ENSINÁ-LA (ARTMED)


A NOVA CIÊNCIA DA MENTE. (EDUSP)

 ARTE, MENTE E CÉREBRO: UMA ABORDAGEM COGNITIVA DA CRIATIVIDADE. (ARTMED)


 ESTRUTURAS DA MENTE: A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS (ARTMED)
 INTELIGÊNCIA: MÚLTIPLAS PERSPECTIVAS. (ARTMED)
 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: A TEORIA NA PRÁTICA (ARTMED)
 INTELIGÊNCIA: UM CONCEITO REFORMULADO. OBJETIVA
 MENTE QUE CRIAM: UMA ANOTOMIA DA CRIATIVIDADE (ARTMED)
 MENTES QUE LIDERAM: UMA ANATOMIA DA LIDERANÇA (ARTMED)
 TRABALHO QUALIFICADO: QUANDO A EXCELÊNCIA E A ÉTICA SE ENCONTRAM, escrito em
parceria com CSIKSZENTMIHATYL & DAMON (ARTMED)
 PROJETO ESPECTRUM: A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
- UTILIZANDO A COMPETÊNCIA DAS CRIANÇAS (Vol 1) escrito em parceria com FELDMAN &
KRECHVSKY (ARTMED)
 PROJETO ESPECTRUM: A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
- ATIVIDADES INICIAIS DE APRENDIZAGEM (Vol 2) escrito em parceria com FELDMAN &
KRECHVSKY (ARTMED)
 PROJETO ESPECTRUM: A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL -
AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL (Vol 3) escrito em parceria com FELDMAN & KRECHVSKY
(ARTMED)

O QUE É INTELIGÊNCIA SEGUNDO HOWARD GARDNER


Inteligência é a faculdade de entender, compreender, conhecer. Inteligência é também juízo, discernimento,
capacidade de se adaptar, de conviver. Constitui potencial biopsicológico não especificamente humano, mas
que em seres humanos assume dimensão inefável. É, para Gardner, uma capacidade para resolver problemas e
serve também para criar idéias ou produtos considerados válidos. As criaturas humanas possuem nível elevado
de inteligência e por isso são criativas, revelam capacidade de compreender e de inventar e ao acolher uma
informação, atribuir-lhe significado e produzir respostas pertinente.
É a inteligência que permite dar sentido as coisas que vemos e a vida que temos e que nos leva a conversa
interior, resgates de "arquivos" da memória, capacidade de raciocínio, criação de objetivos e invenção de saídas
quando parece não existir indícios de sua existência. Inteligência é saber pensar, possuir vontade para fazê-lo,
criar e usar símbolos e graças a eles realizar conquistas extraordinárias, fazendo surgir o mito, a linguagem, a
arte e a ciência. Somos quem somos porque lembramo-nos das coisas que nos são próprias e nos emocionamos,
e a inteligência faz com que cada ser humano seja um ser único e compreenda plenamente o significado dessa
individualidade.

O QUE SABEMOS E O QUE AINDA NÃO SABEMOS SOBRE A INTELIGÊNCIA HUMANA


A certeza de que trabalhando as inteligências múltiplas em sala de aula se está desenvolvendo linha de ação
coerente com os saberes antropológicos, sociológicos e neuroanatômicos sobre a inteligência humana se apoia
em algumas evidências indiscutíveis. Entre estas, cabe destacar.

 Como as inteligências constituem potencial biopsicológico de emprego imediato no dia a dia e


recurso essencial para ajudar-nos a resolver problemas, adaptar-se as circunstâncias, criar e
aprender, quem busca trabalhá-las em sala de aula necessita perceber que o conhecimento não é
uma "coisa" que vem de fora ou se capta do meio, mas um processo interativo de construção e
reconstrução interior e assim não pode ser "transferido" de um indivíduo para outro . Levando-se
em conta essa assertiva descobre-se que o conhecimento é auto-construído e as inteligências são
educáveis, isto é sensíveis a progressiva evolução, desde que adequadamente trabalhadas. A
escola pode ser, portanto, um espaço fomentador de novas maneiras de pensar.

 Ainda que possam existir debates acadêmicos sobre a quantidade de inteligências que o ser
humano possui, a classificação mais aceita é a de Howard Gardner que descreve em cada pessoa
a existência de oito ou nove inteligências ( Howard Gardner fala-nos em oito inteligências
efetivamente comprovadas e uma nona (inteligência existencial) que ainda depende de maior
aprofundamento e revisão para se acrescentar as oito conhecidas) . claramente diferenciadas;

 O potencial humano quanto as inteligências é extremamente diversificado e essa diversidade deve-


se a conjunção de fatores genéticos e estímulos ambientais desenvolvidos dentro e fora da escola.
Uma pessoa sem distúrbios ou disfunções cerebrais é portador de todas as inteligências ainda que
seja diversificado o potencial desta ou daquela;
 A ocorrência de disfunções cerebrais adquiridas ou não, pode afetar uma ou mais inteligências,
sem que isso implique em um comprometimento integral. Em outras palavras, é possível neste ou
naquele indivíduo a existência de um dificuldade ou distúrbio de aprendizagem que afete uma ou
mais inteligências, sem que isso impeça o desenvolvimento potencial das demais.

 Cada uma das inteligências pode ser identificada através de diferentes manifestações e estas,
apenas para efeitos didáticos, poderiam ser consideradas sub-inteligências . Desta forma a
inteligência lingüistica por exemplo pode se manifestar através da escrita, da oralidade ou da
sensibilidade e emoções despertadas pela intensidade com que se capta mensagens verbais ou
escritas;

 O valor maior ou menor que a sociedade empresta a esta ou àquela inteligência subordina-se à
cultura inerente e ao tempo e local em que se vive . Em alguns espaços geográficos, por exemplo, a
capacidade musical se sobrepõe à lingüistica e em outros atribui-se valor maior a capacidade
matemática que a administração de situações emocionais próprias ou em terceiros;

Ainda que qualquer faixa etária mostre-se sensível ao estímulo das inteligências, existem idades em
que as mesmas respondem mais favoravelmente aos incentivos. Para a maior parte das
inteligências a fase da vida mais sensível ao progresso estende-se dos dois aos quinze anos de
idade . O cérebro humano é órgão que se compromete pelo desuso e portanto as diferentes
inteligências necessitam de estímulos diversificados desde a vida pré-natal até idades bastante
avançadas;

 Ao se pesquisar a inteligência humana e a evolução desse conceito, desde quando a neurologia


pode beneficiar-se de estudos do cérebro em pessoas vivas, alguns poucos críticos enfatizaram que
falar-se em Inteligências Múltiplas seria simplesmente "fragmentar-se a idéia de Inteligência",
criando-se um modismo. Nada mais errado que supor que a identificação de inteligências diferentes
"fragmenta" ou apenas classifica aspectos particularizados de um todo. A localização cerebral de
áreas específicas para operar saberes específicos - como a área de Broca e de Wernicke para a
linguagem - mostra que não existe uma inteligência global que se busca dividir, mas núcleos
cerebrais distintos que operam competências específicas, ainda que o cérebro humano funcione
mais ou menos como uma orquestra e áreas diferentes se envolvem para a apresentação de um
resultado aparentemente único. O fato de se ouvir, por exemplo, o destaque do piano em uma
melodia não significa que reconhecê-lo implica em "fragmentar" a orquestra.

 Não existe uma única abordagem pedagógica para o trabalho com as inteligências múltiplas em
sala de aula e, portanto, não existem "receitas" definitivas sobre como estimulá-las.

Concluindo algumas das evidências destacadas por Gardner, seria lícito reafirmar que trabalhar com
inteligências múltiplas não se afigura como um método de ensino cujo emprego supõe uma mudança radical na
forma como antes se trabalhava. Ao contrário, estimular com atividades, jogos e estratégias as diferentes
inteligências de nossos alunos é possível, não é complicado, não envolve custos ou despesas materiais
significativas e pode ser desenvolvido para qualquer faixa etária e nível de escolaridade e em qualquer
disciplina do currículo escolar.

MITOS E FANTASIAS PARA MUITO ALÉM DE GARDNER


A teoria das Inteligências Múltiplas alcançou larga popularidade em quase todo mundo e, dessa forma, as
idéias que enfatizavam seu emprego em sala de aula assumiram inevitáveis desvios. Em uma obra recente [3]
Gardner faz uma análise desses mitos , entre os quais destacamos alguns:

1. Uma variedade de testes necessitam ser desenvolvidos para que possamos avaliar o potencial de
cada uma das oito ou nove inteligências humanas.

É um erro supor que possa se avaliar inteligências por testes, quantificando esse potencial. Uma avaliação
coerente da inteligência espacial, por exemplo, deve permitir que o aluno explore uma área e perceba se
consegue se orientar de maneira confiável, transferindo essa aprendizagem para áreas desconhecidas. Os
estímulos, dessa forma, devem conduzir a um progressivo aperfeiçoamento que um criterioso diagnóstico,
acompanhado de relatórios da ação do aluno (e não testes padronizados) revelará.

2. Uma inteligência é mais ou menos como uma disciplina escolar e, dessa forma, a Língua
Portuguesa por exemplo deveria explorar competências lingüisticas, a Matemática exploraria
competências lógico-matemáticas e assim por diante.

Nada mais errado que acreditar nesse mito. A inteligência é uma nova forma de construção de habilidades,
baseada em capacidade e potenciais biológicos e psicológicos e não pode ser confundida com disciplinas
escolares, que são organizações de saberes aglutinados por pessoas. Em qualquer disciplina é possível
trabalhar-se uma ou várias inteligências.

3. Uma inteligência é a mesma coisa que um estilo de aprendizagem ou um método de ensino.

Um estilo de aprendizagem é uma abordagem que se aplica da mesma maneira em diferentes conteúdos; um
método de ensino é uma seqüência de operações com vistas a determinados resultados e, dessa forma, o
trabalho com estímulos às inteligências permite adaptar-se a diferentes estilos de aprendizagem e sua aplicação
não constitui método de ensino que para ser implantado pressupõe a substituição do método utilizado. Gardner
enfatiza que não existe "receita" pedagógica única e forma universal de trabalhar-se as múltiplas inteligências.

4. A teoria das Inteligências Múltiplas é incompatível com a existência de uma inteligência geral.

A teoria das Inteligências Múltiplas não questiona a existência de uma inteligência geral mas sim seu campo de
conhecimento, admitindo que mesmo pessoas aparentemente bem dotadas em uma inteligência pouco serão
capazes de realizar se não forem expostas a matérias que exijam essa inteligência. Quanto mais "inteligente" e
diversificado for o ambiente e quanto mais incisivas as intervenções de mediadores, mais capazes se tornarão
as pessoas e menos importante será sua herança genética.

Sintetizando, seria possível afirmar que a Teoria das Inteligências Múltiplas endossa três proposições
essenciais:

5. Não somos todos iguais. Todo indivíduo, entretanto, é portador de forças cognitivas específicas
que o diversifica e o singulariza.

6. Não temos com igual intensidade todos os tipos de inteligência pois temos mentes diferentes. Nesse
sentido, toda avaliação que busca comparar ou nivelar seres humanos apresenta-se eivada de
preconceitos.

7. A educação funciona de modo mais eficaz se essas diferenças forem levadas em consideração, se
forças pessoais forem reconhecidas e se pais e professores empenharem-se em desenvolver
projetos para efetivamente conhecer e estimular mentes, descobrindo em que são efetivamente
capazes. Uma boa avaliação, portanto, deveria ser "o mais direta possível", orientando o aprender
para fazer e verificando como ocorreu essa construção.

A essas proposições julgamos interessante acrescentar que um estímulo às inteligências somente ganha sentido
se promovido através de um projeto, se estabelecido a partir de objetivos e trabalhados com pertinácia e com
competência . Não se estimula inteligências acidentalmente ou com ações esporádicas.

A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Em 1983, Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard concluiu o manuscrito " As Estruturas da
Mente" ( Artmed, 1994 ) que buscava ultrapassar a noção comum de inteligência, como um potencial que cada
ser humano possuía em maior ou menor extensão e que este potencial pudesse ser medido por instrumentos
verbais padronizados como teste de Q.I. Baseando-se no conceito de que inteligência é a capacidade de
resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais e
tomando como referência científica evidências biológicas e antropológicas introduziu oito critérios distintos
para uma inteligência e propôs sete competência humanas, mais tarde elevadas para oito ou eventualmente
nove .
A teoria de Gardner mudou de forma significativa o conceito de escola e de aula e abriu novas luzes sobre as
competências humanas, mostrando que o sistema tradicional de avaliação baseado na capacidade de dominar
conceitos escolares específicos necessitava de imperiosa renovação e que não mais havia sentido em se
conceber este aluno mais inteligente que outro apenas porque dominava com maior ou menor facilidade as
explanações de seu professor ou os conceitos do livro didático.
Hoje, pouco mais de vinte anos após a publicação dos pensamentos de Gardner, a idéia das inteligências
múltiplas evoluiu do campo das especulações e constitui uma nova maneira de ensinar e, sobretudo, uma outra
forma de conceber a capacidade dos alunos e a aula centrada em sua individualidade. A despeito disso tudo,
entretanto, ainda existe algumas dificuldades em se situar com clareza a diferença que Gardner propôs para sua
"teoria" e a "prática" da mesma.
"Teoria" e "prática" parecem ser palavras muito amigas e que gostam de andar juntas. Mas, enquanto a palavra
"teoria" recebe o desdém e desprezo, como algo que valha apenas no papel mas não possui validade efetiva, a
palavra "prática" ao contrário, recebe quase sempre o aplauso, revelando caráter de autenticidade e
funcionando para valer. "Teoria" significa um conjunto de idéias científicas sistematizadas e pode muitas
vezes assegurar indiscutível validade prática. É, por exemplo, o que acontece com a Teoria das Inteligências
Múltiplas.
Os argumentos propostos por Gardner para mostrar a multiplicidade das inteligências parecem ser
indiscutíveis. A lesão ou disfunção parcial do cérebro humano implica na perda de ações relativas a ou as
inteligências especifica a essa área atingida e não a todas, assim como a manifestação da genialidade humana,
destaca que alguns mostram exponencial inteligência lingüistica, como é o caso de Sheakespeare por exemplo,
mas outros se projetaram por sua inteligência musical como Mozart, matemática como ocorreu com Einsten,
corporal nitidamente presente em Garrincha, Pelé e outros e ainda muitas outras.

Ao lançar sua teoria, Gardner falava em sete inteligências, mas estudos e pesquisas posteriores elevaram esse
número para nove , admitindo que tal diversidade pode ainda vir a ser ampliada quando ainda mais
profundamente se conhecer a mente humana. Em linhas gerais, portanto, todas as pessoas sem disfunções
cerebrais agudas apresentam em diferentes níveis de grandeza, as inteligências:

8. Espacial , expressa pela capacidade de relacionar o espaço próprio com o espaço do entorno,
percebendo e administrando distâncias e pontos de referências, bem como revelando a capacidade
em perceber visuo-espacialmente diferentes objetos, eventualmente transformando-os ou
combinando-os em novas posições. Extremamente nítida em grandes arquitetos, manifesta-se
também em pessoas que revelam facilidade em imaginar e percorrer referências espaciais, como
alguns motoristas de praça de grandes cidades. Instiga a capacidade em pensar de maneira
tridimensional e permite que a pessoa possua imagens externas e internas dos objetos através do
espaço e decodifique com facilidade as informações gráficas. Crianças com elevado nível de
inteligência espacial percebem com facilidade a mudança de algo em um cômodo de sua casa,
detectando alterações mesmo sutis em ambientes que conhecem. Parecem "pensar" através de
imagens visuais e muitas vezes destacam-se em atividades artísticas ou jogos que envolvem
montagens. Não poucas são fascinadas por máquinas e possuem elevada habilidade manual, mas
não se interessam muito por atividades rotineiras, refugiando-se em aventuras imaginárias.

9. Cinestésico-corporal, identificada à capacidade em controlar e utilizar o corpo, ou uma parte do


mesmo em atividades motoras complexas e em situações específicas, assim como manipular
objetos de formas criativa e diferenciada. Marcante em pessoas que dançam muito bem, praticam a
mímica com precisão ou são hábeis em modalidades esportivas diversas. Facilita a sintonização de
diferentes habilidades físicas. Crianças com elevada inteligência espacial apresentam capacidade
incomum em controlar o corpo e expressar-se por mímicas e caretas, precisando a toda hora
mover-se, retorcer-se usando sensações corporais para processarem informações, aprendendo
bem menos por ouvir e muito mais por fazer.

 Lógico-matemática , ligada a competência em compreender os elementos da linguagem lógico-


matemática, permitindo ordenar símbolos numéricos e algébricos assim como quantidades, espaço
e tempo. Presente na Engenharia, na Física e na Matemática, também se manifesta na
contabilidade, programadores de computação e outras profissões que recorrem a lógica e os
números. Crianças que apresentam uma elevada inteligência lógico-matemática adoram separar,
classificar e organizar objetos e brinquedos, aprendem a calcular rapidamente e são excelentes em
jogos que envolvem lógica e estratégia e no manejo e compreensão dos desafios ligados a
computação.

 Naturalista , associada a sensibilidade de percepção e compreensão dos elementos naturais e da


interdependência entre a vida animal e vegetal e os ecossistemas e a leitura coerente e racional da
natureza em todo seu esplendor. Marcante no naturalista, botânico, jardineiro e paisagista tem em
Darwin seu expoente mais extraordinário. Induz a observações de padrões na natureza,
identificando e classificando sistemas naturais. As crianças com elevada inteligência naturalista
interessam-se muito por animais e pela vida rural, sabendo quase que intuitivamente separar,
organizar e classificar e ilustrar tudo que diz respeito a plantas e sobretudo a animais.

 Lingüistica , voltada a capacidade em adquirir, compreender e dominar as expressões da linguagem


colocando em ação a semântica e a beleza na construção da sintaxe. Manifesta em escritores,
romancista, jornalistas, palestrantes e poetas, mostra-se expressiva também em pessoas que
cultuam a palavra e a construção de idéias verbais ou escritas. Consiste na capacidade de pensar
com palavras e de usar a linguagem para expressar e avaliar significados complexos. Crianças com
expressiva capacidade lingüistica surpreendem pelo vocabulário que conhecem e utilizam, adoram
ler, escrever e contar histórias, mostrando interesse por rima, trocadilhos, charadas e jogos com
palavras.

 Sonora ou Musical expressa na capacidade em combinar e compor a música, encadeando sons


em uma seqüência lógica e rítmica e estruturando melodias. É a inteligência que se manifesta com
mais extraordinário esplendor em maestros, compositores e muitos outros. Destaca pessoas com
extrema sensibilidade para a entoação, ritmo, melodia e o tom. Crianças com expressiva
inteligência sonora mostram-se sensíveis a sons e seus ambientes, recordando com facilidade de
ritmos e melodias. As que sentem-se cercadas por ambiente musical, motivam-se com instrumentos
e incorporam a música como elemento comum as suas vidas. Muitas entre elas acumulam coleção
de CDs e parece que os fones de ouvido fazem parte da estrutura orgânica de seus rostos.

 Intrapessoal é a inteligência de quem expressa grande facilidade para estabelecer relações


afetivas com o próprio eu, construindo uma percepção apurada de si mesmo, fazendo despontar a
auto-estima e aprofundando o auto-conhecimento de sentimentos, temperamentos e intenções.
Presente de forma mais acentuada em psicanalistas, mostra-se bem caracterizada em assistentes
sociais, alguns professores e outras profissões. Crianças com inteligência intrapessoal elevada
desde cedo demonstram saber "quem realmente são", não se preocupando muito sobre o que
pensam a seu respeito. Valorizam a privacidade e ainda que não gostem muito de misturarem-se a
multidão, costumam ser admiradas pelos colegas.

 Interpessoal muito nítida em pessoas que revelam extrema capacidade em compreender a


natureza humana em outras pessoas, procedendo uma verdadeira "leitura do outro" quanto seus
aspectos emocionais, assim como a destacada facilidade para relações interpessoais e a
compreensão da dinâmica dos grupos sociais. Crianças com fortes habilidades nessa inteligência
relacionam-se muito bem com outras pessoas, fazem amizade com extrema facilidade e como
apresentam elevada sensibilidade para compreender sentimentos de terceiros não raramente são
escolhidas para liderar grupos, organizar campanhas comunitárias

 Existencial , ligada a capacidade de se situar sobre os limites mais extremos do cosmos e também
em relação a elementos da condição humana como o significado da vida, o sentido da morte, o
destino final do mundo físico e ainda outras reflexões de natureza filosófica ou metafísica. Marcante
em pessoas com forte espiritualidade é a inteligência dos filósofos, sacerdotes, xamãs, gurus e
ainda outros.

De maneira geral é possível crer que todas as pessoas sem problemas mentais específicos possuam todas as
nove inteligências com algumas bem mais acentuadas e desenvolvidas que as outras. Trabalhos específicos
desenvolvidos em sala de aula contribuem de forma efetiva para "acordar" todas as inteligências nos alunos,
ampliando sua criatividade e desenvolvendo-o de forma coerente e holística.

INTELIGÊNCIAS, TALENTOS E APTIDÕES

Já ouvimos não poucas vezes educadores indagarem se o conceito de Inteligências Múltiplas não caracteriza
"roupagem nova" para o que antes se conhecia como aptidão ou mesmo como talento. Não existe
necessariamente um erro em denominar de aptidão esta ou aquela inteligência, mas enquanto a idéia de
"aptidão" mais se aproxima de "habilidade" ou de "capacidade", a inteligência como antes se observou
constitui potencial biopsicológico inerente à espécie e sua validade se expressa pela capacidade de resolver
problemas ou de criar algo novo. A "aptidão", "performance" ou mesmo o "talento" parece-nos mais
claramente associada a idéia de que simbolizam estados avançados desta ou daquela inteligência. O potencial é
inerente à evolução, mas a habilidade é conquista educacional com ou sem a intervenção de mediadores.
Podemos afirmar, por exemplo, que ao driblar seus adversários e dessa forma livrar-se do problema de uma
marcação cerrada o atleta está explorando sua inteligência corporal, mas driblará melhor, com mais aguda
performance porquê usou essa inteligência com talento ou com maior habilidade. Ao se assistir o drible de dois
atletas não podemos negar a clara evidência de uma inteligência cinestésico-corporal em ação, mas ao
constatar que este dribla melhor que aquele, podemos inferir que isso ocorre porque possui maior habilidade,
talvez porquê tenha treinado mais intensamente e que essa mesma habilidade poderá ser alcançado por seu
colega se se empenhar cada vez mais, desde é claro que seu potencial seja similar.

Muito além da simplicidade do exemplo exposto e desejando propor elementos teóricos (de natureza
neurológica, sociológica e antropológica) mais sólidos para caracterizar uma inteligência e, desta forma,
isolá-la de palavras que podem gerar alguma confusão, Gardner estabeleceu oito fundamentos que
caracterizariam os elementos para aceitarmos uma inteligência.

Esses fundamentos se aplicam as nove inteligência até esta data aferida, mesmo considerando que cada
inteligência possa manifestar-se através de diferentes aptidões. Os fundamentos sugeridos por Gardner são:

 Isolamento de uma ou outra inteligência por lesão cerebral.

Uma inteligência pode ser danificada por uma disfunção ou lesão cerebral específica a área do cérebro em que
a mesma encontra-se alojada. Uma pessoa, por exemplo, que sofra uma lesão da área de Broca ou de Wernick
(lobo frontal esquerdo) apresenta claras deficiências lingüisticas e apresentar problemas para ler, escrever e
falar;

 A existência de savant

A palavra savant é usada com freqüência para determinadas pessoas de exponencial talento em uma ou outra
aptidão desta ou daquela inteligência, mesmo com sérios comprometimentos em suas ações relativas a outras
inteligências. Existem não poucos autistas com sérios problemas lingüisticos ou interpessoais, mas com
fortíssima inteligência lógico-matemática ou mesmo musical. Os savants revelam inteligência - ou parte da
mesma - superior, enquanto suas outras inteligências operam em baixo nível.

 Momentos definitos de sua manifestação ao longo da vida

Cada atividade desta ou daquela inteligência parece apresentar um ciclo desenvolvimental nítido, onde se
destaca a faixa etária em que surge, o momento de maior índice de desenvolvimento e um padrão próprio e
específico de declínio com o envelhecimento. Ainda que a manifestação desse ciclo possa variar de
inteligência para inteligência, tende a ser o mesmo em todas as pessoas, independente de sua cultura ou de seu
ambiente geográfico.
 A presença das inteligências na história evolutiva da humanidade
Ao que tudo indica desde quanto nossa espécie definiu-se como "homo sapiens" já se percebia claramente a
existência de diferentes inteligências, marcando pessoas especiais neste ou naquele grupo. Em outras palavras,
desde antes da invenção da escrita já era possível detectar em um grupo cultural a existência de pessoas com
maior projeção em cada uma das oito ou nove inteligências.
 A sensibilidade da inteligência a uma avaliação
Todas as inteligências humanas podem ser percebidas em suas manifestações, apresentando-se como pouco
expressivas em alguns, moderadas em outros e elevadas em terceiros. Embora inexiste um "teste" padrão para
quantificar esta ou aquela inteligência, todas as culturas sabem manifestar seu apreço por inteligências
elevadas nas manifestações conhecidas. Em outras palavras, qualquer cultura, mesmo as ágrafas, reconhecem a
existência de gênios lingüisticos, gênios lógico-matemáticos, gênios musicais e assim por diante.
 Análise de desempenho específico
Gardner demonstra que, ao examinar estudos psicológicos específicos, é possível identificar inteligências
operando de maneira quase que isolada uma das outras. Esse fundamentos nos mostra que raramente percebe-
se "gênios absolutos" isto é, pessoas excepcionais em todas as inteligências, prevalecendo potencialidades
magníficas em matemática, na construção de textos, na composição musical e assim por diante.
 A possibilidade de uma codificação através de um sistema simbólico.
Cada inteligência possui símbolos próprios universais e assim como as linguagens faladas e escritas
caracterizam a símbolo estrutural da inteligência lingüistica, os sinais aritméticos, geométricos e os números
externam os símbolos lógico-matemáticos. Da mesma forma as notas musicais externam símbolos da
composição sonora, existem linguagens gráficas espaciais usadas por engenheiros e arquitetos, a ação corporal
na dança e nos esportes é de validade internacional como o é o riso, o choro e outras manifestações espaciais
das emoções inerente as inteligências pessoais.
 Operações centrais especifica de cada inteligência
Da mesma forma como cada uma das inteligências conhecidas usam sistemas simbólicos específicos, existe
também um conjunto de operações centrais que servem para acionar atividades inerentes a esta ou aquela
inteligência. O excelente desempenho cinestésico-corporal, por exemplo inclui a necessidade do domínio de
certas rotinas motoras específicas, tal como a construção de um belo texto também envolve procedimentos
centrais específicos à inteligência lingüistica.

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A SALA DE AULA


Constitui mérito indiscutível na obra de Gardner a praticidade de sua teoria e, portanto, o uso em sala de aula,
independente do nível de ensino com o qual se trabalha e o conteúdo que se busca ministrar. A idéia essencial
da teoria é assumir que todo aluno pode expressar saberes através de diferentes linguagens e que, devidamente
estimulado, pode explorar sua potencialidade de forma diversificada. O texto abaixo (Texto do autor, extraído
de A PRÁTICA DE NOVOS SABERES. EDIÇÕES Livro Técnico. Fortaleza, 2003), apenas como exemplo,
procura mostrar a extrema diversidade dessa aplicação e, nesse sentido, enfatiza uma das inúmeras
perspectivas de aplicação da teoria das Inteligências Múltiplas em sala de aula.
" Faça de conta que em frente à sala, o professor acabou de fazer uma análise do tema "Capitanias
Hereditárias". Se preferir, ao invés deste, o tema tratado foi a "Como extrair-se raiz quadrada", "O
funcionamento do pâncreas", "O quadro climato-botânico da Região Sudeste", ou outro tema
qualquer. No exemplo que se dará, o tema é pouco importante e o que modela a ação do professor
será seu procedimento, ministrando aula desta ou daquela disciplina, para este ou para aquele
nível.

Ao concluir sua exposição e esclarecer dúvidas interpretativas, solicita uma síntese sobre o que
falou, através da qual, alunos organizados em pequenos grupos, deverão se expressar. Alguns
poderão fazer uso de uma linguagem textual e, dessa forma, apresentarão sua síntese com
palavras e, portanto, com frases significativas, textos elucidativos, manchetes marcantes,
reportagens realistas. Na execução desse trabalho, a atividade centrada na expressão verbal,
imporá ao aluno um uso consistente de sua inteligência lingüistica. Mas, enquanto esse grupo
busca a melhor forma de expressão verbal, um outro por exemplo, pode estar pesquisando o tema
para expressar o conteúdo do mesmo, possível de ser exemplificado por equações, médias,
grandezas, gráficos e proporções.

Enquanto o primeiro grupo "mergulhou" no tema, mas buscou resposta lingüistica ; o segundo grupo
não fez pesquisas menos intensas e conclusivas, mas expressou suas respostas por uma visão
lógico-matemática . O tema é o mesmo, mas áreas cerebrais diferentes foras usadas por grupos
diferentes. Da mesma forma, o mesmo tema poderá suscitar a um terceiro grupo uma resposta
visuo-espacial e, assim, buscará sua expressão através de mapas e de gráficos, de frisas do tempo
e de colagens, de mapa conceituais ou outras manifestações da linguagem pictográfica. Observe
que, nesse exemplo, três grupos diferentes, centrados em um mesmo tema, buscaram seu
aprofundamento e sua integral significação explorando diferentes inteligências.

Mas, será que esse tema ou conteúdo - seja ele qual for - não poderá, por exemplo, ser pesquisado
através de uma visão sonora ou musical e, por essa via, propondo-se como letra de uma samba,
valsa ou trovas populares ? Será que os alunos empenhados nessa busca o estarão estudando
menos profundamente ? Será, por exemplo, que além da linguagem lingüistica ou verbal, lógico-
matemática, espacial ou sonora não seria o mesmo tema um excelente desafio para se propor
discussões que envolvessem a linguagem corporal cinestésico, naturalista, inter ou intrapessoal ?

Observe que qualquer conteúdo, de qualquer disciplina, pode ser analisando segundo a visão
doentia e exclusivista de uma única inteligência, mas pode também, com alunos se revezando em
funções que com o tempo de alternam, ser trabalhado de forma interdisciplinar, valendo-se de
outras linguagens e, por esse caminho, explorando outras inteligências . Percebe-se pelo exposto
que usar as inteligências múltiplas em classes populares é tão simples quanto agir com bom senso.

Mas, cuidado. Existe o bom senso de ontem e o bom senso de agora. O bom senso egoísta e
exclusivista de antigamente que buscava normatizar a humanidade, valorizando apenas uma de
suas muitas linguagens e, dessa forma, excluindo todos quantos na mesma não eram excelentes e
o bom senso de agora que, ao admitir o aluno como singularidade holística, permite a expressão de
seu saber através de diferentes formas, exercitando diferentes inteligências."

Concluindo a síntese sobre a aplicabilidade dos fundamentos das idéias de Gardner no contexto da realidade de
nossas salas de aula, apresentamos o quando-síntese abaixo.

INTELIGÊNCIAS ALGUMAS MATERIAIS DE AÇÃO DOCENTE


ATIVIDADES ENSINO
Atividades artísticas, Colagens, gráficos, frisas Explorar o uso de
ESPACIAL apresentações visuais, do tempo, mapas, massa de linguagens alternativas,
metáforas, visualização e modelagem, argila, lápis solicitar a transferência de
mapas conceituais. de cor, recursos táteis. textos para desenhos,
Concursos fotográficos, Coleção de fotos. gráficos, quadros-síntese
metáforas por meio de
imagens, símbolos gráficos
diversos.
CINESTÉSICA-CORPORAL Teatro, dança, mímica,, Instrumentos de Solicitar o uso de
exercícios de relaxamento, montagem, tampinhas, movimentos do corpo para
atividades diversas que blocos, equipamentos expressar conhecimentos
envolvam o uso do corpo esportivos, recursos de disciplinas descritivas.
manipuláveis, peças Exercícios sobre
LEGO. Mapas corporais. consciência física.
Propostas sobre cozinhar,
costurar, jardinagem,
realidades virtuais.

Desafios, problemas, Calculadoras, ábacos, Empenhar-se em


LÓGICO-MATEMÁTICA enigmas, atividades jogos matemáticos, desenvolver a capacidade
cientificas de desafios que explorem a de expressar pensamentos
experimentação, desafios grandeza, proporções, através de gráficos, busca
numéricos, pensamentos perspectivas. Uso de de proporções, médias,
críticos. Concursos sobre escalas diversas. grandezas e outros
resolução de problemas Computador e, quando elementos lógicos
lógicos, criação de possível, computador fora
códigos, linguagens de de uso para desmontagem
computação. e análise.
NATURALISTA Excursões, atividades Aquários, terrários, hortas Proposição de desafios que
diversas ao ar livre, coletivas, pequenos envolvam conhecimento de
experiências de museus ou coleções animais e plantas,
classificação animais e naturalistas. transposição de temas para
vegetais, pesquisas sobre o um enfoque naturalista,
mundo animal e organização de diários de
organização de campo e registros de
ecossistemas. Caminhadas atividades ao ar livre
naturalistas, etc.

SONORA Aprendizagem rítmica, Gravador, coleção de fitas, Sugestão para a criação de


apresentação de corais instrumentos musicais, paródias, organização de
abordando temas escolares, coleção de CDs. Aparelhos grupos para apresentação
seleção e criação de de reprodução sonora. de temas escolares com
músicas envolvendo os ritmos diversos e uso de
conteúdos disciplinares. fundo musical
Dramatizações e
Concertos. Visitas a
apresentações musicais.
Vinculação de conceitos à
música.
LINGÜISTICA Explanações, debates, Livros diversos, Estímulos para pesquisas
organização de tele-jornais dicionários de vários tipos,
bibliográficas, exploração
ou jornais impressos ou coleção de jornais e de diferentes habilidades
murais, jogos de palavras e revistas, portfólios sobre operatórias como sintetizar,
atividades que explorem a temas, concurso de analisar, relatar, descrever e
narração, leitura ou redação, trovas e outros outras, desafios sobre
redação. Organização de interpretação de textos,
grupos para debates sobre concursos de manchetes,
filmes assistidos, clubes trovas e poemas para
literários, concursos expressar diferentes
lingüisticos. conteúdos
INTRAPESSOAL Orientação individual, Recursos diversos para Exploração de atividades
exploração de pesquisas auto-avaliação, que envolvam a
sobre a auto-estima, organização de portfólios, significação dos fatos
aceitação de produções diários, materiais apreendidos no uso diário,
individualizadas, diversificados sobre ajuda para a
oportunidade de opções projetos, orientação contextualização do
para manifestações pessoal de pesquisas. apreendido no cotidiano
diferenciadas do vivido.
conhecimento adquirido.

Trabalhos em grupo, Jogos coletivos, relação de Estímulo a cooperação,


INTERPESSOAL organização de micro- atividades sociais, arquivo proposta de campanhas
cooperativas e projetos de de projetos de ação diversas.
apoio comunitário, comunitária, fontes de
organização de campanhas apoio a ações coletivas.
filantrópicas, reuniões
sociais. Propostas para
atividades compartilhadas,
exercícios de simulações.

A teoria das inteligências múltiplas e sua importância para auxiliar nos problemas de
aprendizagem
20-Jan-2012

* Uilma Rezende da Silva

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo apresentar reflexões sobre o uso das inteligências múltiplas em sala
de aula como uma metodologia facilitadora no processo de ensino e aprendizagem em crianças com
dificuldades de aprendizagem a partir de conceitos e apresentando um roteiro de trabalho com base
nessa metodologia. Para a coleta de dados foi realizada uma pesquisa com professores e alunos cujos
resultados mostram a insatisfação dos mesmos com o sistema educacional. Portanto as reflexões
apresentadas nos fazem pensar em mudanças na ação pedagógica para diminuir as dificuldades de
aprendizagem.
Palavras-chave: dificuldades de aprendizagem, inteligências múltiplas, currículo e formação de
professores.

ABSTRACT:

This article aims to present reflections on the use of multiple intelligences in the classroom as a
methodology facilitating the process of teaching and learning in children with learning difficulties from
concepts and presenting a working script based on this methodology. For data collection was carried out
a survey of teachers and students whose results show the same dissatisfaction with the education
system. Therefore the comments made make us think of changes in teaching strategies in order to
reduce learning difficulties.

Keywords: learning disabilities, multiple intelligences, curriculum and teacher training

INTRODUÇÃO

Na da área da educação nos deparamos com metodologias de ensino que nem sempre suprem as
necessidades dos educandos e os mesmos apresentam dificuldades de aprendizagem, dessa forma
relacionando a teoria das inteligências múltiplas no currículo das escolas, podemos encontrar uma
alternativa para que os alunos possam aprender através de estímulos diferenciados desenvolvendo assim
de forma melhor suas potencialidades.

É importante que a criança seja estimulada desde cedo, pois cada uma tem uma maneira diferente de
aprender, é interessante observar as habilidades das pessoas e trabalhar de forma ampla e dinâmica as
habilidades de cada um. Por isso o referencial teórico das inteligências múltiplas nos proporciona
diversas maneira de introduzir conteúdos necessários para o desenvolvimento das crianças de forma
diversificada onde a prática pedagógica atenda as diversas dificuldades de aprender. Assim o presente
artigo contribui para os profissionais da área da educação apresentando um modelo de atuação
pertinente e diversificado mostrando o que é necessário para rever os conceitos enquanto educadores
adequando-se a todos os alunos e dificuldades encontradas na escola, relacionando a teoria com uma
prática de atuação que possa ampliar possibilidades no processo de ensino aprendizagem.

Para a presente pesquisa foi realizado uma coleta de dados que pretende responder como o referencial
teórico das inteligências múltiplas pode ajudar a solucionar problemas de aprendizagem. Portanto para
que se estabeleça a relação entre o referencial teórico das inteligências múltiplas e as dificuldades de
aprendizagem será apresentado os pontos principais que nos fazem pensar como é possível esse modelo
de aprendizagem, e como é possível aprender utilizando esse modelo em todos os processos
educacionais que já conhecemos ao longo da história da educação, e perceber que toda a sociedade
passou por diversas transformações e hoje o educando precisa aprender também de maneira diferente
onde possa compreender o mundo com um olhar novo que demonstre essa diversidade que encontramos
na sociedade atual. Para isso a pesquisa realiza um panorama de conceitos e significados, entrevista
com professores e alunos para chegar nos pontos principais de professores e alunos e suas dificuldades
educacionais.

Para isso o objetivo principal dessa pesquisa é apresentar uma proposta de atuação para o professor
diversificando á prática pedagógica, definindo como a teoria das inteligências múltiplas pode auxiliar
nos problemas de aprendizagem? para isso o texto foi organizado com uma introdução sobre o processo
de aprendizagem, definindo o que são inteligências múltiplas e dificuldades de aprendizagem e qual
relação elas podem ter para uma melhora na prática pedagógica, concluindo com os dados da pesquisa a
campo com entrevistas, apresentação dos resultados e considerações finais. Dessa forma é possível dar
uma diversidade de informações que auxiliem os envolvidos no processo educacional.
O PROCESSO DE APRENDER

A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos do ser humano


que desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, garantindo assim, a sua sobrevivência.
Com aproximadamente três anos, as crianças são capazes de construir as primeiras hipóteses e já
começam a questionar sobre a existência. A aprendizagem também é considerada um processo natural,
que resulta de uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, percepção, emoções, memória,
motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos para que a criança sinta prazer em aprender.

Para Wallon (1992) A escola precisa ser repensada com espaços que não sejam tradicionais com mais
possibilidades de espaços, para a ele a escola precisa proporcionar espaços para a emoção e o
pensamento da criança e isso não acontece pois as crianças passam a maior parte do tempo
reproduzindo conteúdos.

Hoje no âmbito educacional é importante observar o aluno e entender que cada criança é única e por
isso aprende de maneiras diferentes, temos que valorizar as potencialidades de cada criança e perceber
que o currículo das escolas deve ser intertrancultural onde os saberes se ampliam e os educados
passem a compreender o mundo com base nas relações dialógicas que neles se estabelecem com um
currículo das diferenças que nascem em um processo cultural e educacional.

Para Vygotsky ( 1998) A aprendizagem pode ser definida como o despertar de processos de
desenvolvimento no interior do sujeito, proporcionado através do meio, para ele a aprendizagem é um
processo entre aquele que ensina e aquele que aprende para ele a criança aprende nas relações sociais.
Para isso é importante a mediação no processo de ensino e aprendizagem que proporcione uma troca de
experiências.

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Para Strick e Smith (2001), as dificuldades de aprendizagem referem-se não a um único distúrbio, mas
uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As
dificuldades são definidas como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas,
e elas só podem ser identificadas se uma criança está na escola.

O estudo do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades são desenvolvidos pela


Psicopedagogia, levando-se em consideração as realidades interna e externa, utilizando-se de vários
campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os.

Procurando compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, orgânicos,


familiares, sociais e pedagógicos que determinam à condição do sujeito e interferem no processo de
aprendizagem, possibilitando situações que resgatem a aprendizagem em sua totalidade de maneira
prazerosa.

As dificuldades de aprendizagem acontecem ao longo dos anos e na maioria das vezes o que acontece
na escola são as dificuldades de ensino de alguns professores com metodologias que já não atende a
sociedade atual, as crianças não compreendem alguns conteúdos, pois a maneira de ensino hoje não
vem atendendo as dificuldades dos alunos.

As dificuldades de aprendizagem são diversas e vem aumentando, a escola não está preparada para
atender a diferença e a diversidade de pessoas. Segundo Strick e Smith (2001), a verdade é que as
dificuldades de aprendizagem acontecessem pela incapacidade das escolas em ajustar-se as diferenças
individuais e culturais. Quando a criança não se ajusta ao modelo de aprendizagem da escola a gestão
tende a culpar a criança pois é mais fácil do que verificar suas dificuldades e auxiliá-las.

Os estudantes com dificuldades de aprendizagem em geral, precisam de ajuda para aprender como
modificar comportamentos e ações que facilitem a aprendizagem. Dessa forma o professor deve usar
atrativos nas aulas que facilitem a compreensão de todos os alunos seja eles com dificuldades de
aprendizagem ou não.

A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Gardner nos últimos anos estuda os fatores simbólicos e capacidade cognitiva da criança, através de
suas pesquisas considera que o ser humano não pode ser medido apenas pela capacidade e raciocínio
rápido, lógico matemático e linguístico proposto por Binet, acredita que a mente humana possui
diversos fatores a serem considerados, entre eles fatores biológicos e da criatividade humana, para o
ser humano ser considerado inteligente há um conjunto de ações simbólicas, seus estudos foram
realizados nas áreas de psicologia, neuropsicológia e neurociência.

Sua teoria foi construída a partir também de alguns questionamentos. Em relação a inteligência
artificial, ao ser humano e seu papel como cidadão feliz adaptando-se a complexidade do ambiente que
vive e a estudar sobre o cérebro sendo que para ele ainda tem muito a descobrir. A partir desses
questionamentos e através dos testes de Q.I. Gardner define as inteligências múltiplas. De acordo com
Gardner (apud ARMSTRONG, 2001):

Inteligências múltiplas é um modelo cognitivo que tenta descrever


como os indivíduos usam suas inteligências para resolver problemas
e criar produtos, sua teoria quer mostrar como a mente humana
opera sobre os conteúdos do mundo. As inteligências encontradas
por ele até o momento são: linguística, lógico-
matemática,espacial,corporal-inestésica,musical,naturalista,
interpessoal e intrapessoal.

A partir dessa teoria das inteligências múltiplas podemos refletir sobre maneiras de utilizar esse
referencial na sala de aula, pois as crianças necessitam desde cedo um convívio variado com diversas
situações que possa proporcionar aprendizagens significativas. A aprendizagem da criança ocorre de
várias formas, no brincar, falar, ler e em diversas maneiras e o que faz a diferença nesse caso é que seja
qual for a aprendizagem deve ter sentido para a criança.

Na concepção da teoria das inteligências múltiplas acredita-se que a criança deve ser estimulada o
tempo todo em suas ações, a criança aprende a solucionar problemas vivendo nas situações do
cotidiano e novas práticas, para isso a aprendizagem deve ser de forma concreta.

A teoria das IM tem relevância para a aprendizagem a partir do momento que propõe uma
aprendizagem respeitando os limites e valorizando cada criança. Essa teoria passa a importância de
valorizar a criança, mas infelizmente ainda nos deparamos com escolas que classificam o aluno,
dispensando o seu conhecimento, e valorizando somente os aspectos de raciocínio, leitura e escrita.

A sociedade atual julga aqueles que conseguem aprender como inteligentes e aqueles que não
conseguem aprender são considerados incapazes. Sendo assim o conceito exclusão/ inclusão move a
sociedade hoje.

Muito se fala de inclusão como um fator importante e comparado somente a pessoa com deficiência, o
que passa despercebido é que esse tipo de exclusão não é a única forma a ser levado em conta.
Devemos incluir todos os alunos sejam os que conseguem aprender ou aqueles que encontram
dificuldade. Incluir é valorizar cada um dentro dos seus limites e possibilidades seja deficiente ou não.
Devemos deixar de lado esse tipo de conceito é realizar a diferença na prática educativa.

A teoria das inteligências múltiplas nos chama a atenção, pelo fato de oferecer uma linguagem
diversificada sobre os talentos internos das crianças, especialmente daqueles alunos que em suas
carreiras escolares vinham acumulando rótulos como incapazes de aprender.

E segundo Charlot (2000), existem é claro alunos que não conseguem acompanhar o ensino, que não
adquirem os saberes que supostamente deveriam adquirir que não constroem certas competências, e não
são orientados para a habilitação que desejariam alunos que naufragam e reagem com condutas de
retratação, desordem e agressão.

É nesse sentido que o referencial das I.M interage, pois na utilização do referencial as habilidades são
valorizadas e cada pessoa é diferente e pode desenvolver suas inteligências, e não ser taxado de aluno
fracassado por não ser bom em matemática, mas ser muito bom em português, artes, por exemplo, não
existe um conjunto padrão de atributos que precisamos ter para ser considerado inteligente numa área
especifica. Para isso a prática do professor deve favorecer a habilidade de cada criança, permitindo que
nas dificuldades elas aprendam.

É de máxima importância reconhecer e estimular as várias inteligências humanas e todas as


combinações de inteligência. E segundo Gardner (1987, p.87):

Nós somos todos tão diferentes em grande parte porque


possuímos diferentes combinações de inteligência. Se
reconhecemos isso, penso que teremos pelo menos uma chance
melhor de lidar adequadamente com muitos problemas que
enfrentamos nesse mundo.

Essa teoria das I.M na prática estimula a criança a aprender, e se o professor nos recursos disponíveis na
sala de aula criar um ambiente mais significativo a novas práticas com certeza os alunos terão menos
dificuldade de aprendizagem. O professor que atua com o referencial teórico das I.M está preocupado
com aprendizagem da criança, proporcionando na sala de aula um estudo sobre as inteligências como
um todo. Segundo Gardner(1987) professores devem utilizar novas técnicas modificar sua prática
mudando o seu método de apresentação de maneira crítica.

O melhor dessa teoria é que independente do ambiente pode trabalhar sem deixar de trazer as
necessidades da escola o que conta é a criatividade e a praticidade com que a aula é elaborada para
estimular as oito inteligências. E para se trabalhar no âmbito interdisciplinar é necessário saber que não
há um conjunto de estratégias que funciona melhor com cada criança. O que modifica no grupo que irá
trabalhar é o estimulo de tentar abordar todas elas.

Mas quem vai detectar qual é a melhor estratégia de ensino é o professor, que neste caso deve ser
pesquisador, comprometido com a aprendizagem, que busque o conhecimento, seja flexível, e
modifique a sua prática e como diz Freire (1996): “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende
ensina ao aprender. Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”(p. 15)

E, ainda, segundo Freire (1996) é necessário uma troca de experiências, ou seja, para o professor dar
uma aula que estimule a inteligência linguística, pode realizar ao invés de uma aula formal com giz e
lousa e cadeiras enfileiradas, fazer um recital de poesias e em seguida uma roda de conversa. Já na aula
de matemática, para estimular essa inteligência pode utilizar um jogo como dama ou xadrez,
estimulando assim o raciocínio.
Para utilizar a inteligência corporal pode fazer uma atividade prática fora da sala como, por exemplo,
pular corda entre outras formas.

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Contudo a relação entre a teoria das inteligências múltiplas com uma prática em sala de aula que
favoreça a aprendizagem e proporcione melhoras nas dificuldades de aprendizagem está voltada a uma
nova maneira de ensino propondo um currículo diferenciado nas escolas.

Segundo Stocco (1996) há muitas vantagens em adotar o modelo das inteligências múltiplas como
orientadoras do trabalho docente e talvez a primeira delas seja assunção do principio que todas as
pessoas são diferentes e que nem todas aprendem da mesma forma, a teoria das I.M nos dá diversas
pistas para lidar com essas diferenças permitindo que professores olhem o aluno com sensibilidade,
outro aspecto a ser considerado, é que todas as crianças têm capacidade de desenvolvimento em várias
áreas, ou seja as competências valorizadas no individuo facilitando assim a prática docente se utilizado
esse critério, e por fim a avaliação escolar é necessário reformulação o quanto antes.

De acordo com essa teoria o professor tem a oportunidade de utilizar na prática tudo que ao longo dos
anos foi discutido na área da educação, a reformulação do ensino está no professor que tem autonomia
em sala de aula para aprimorar sua prática fazendo a diferença para o seu grupo de alunos, se o
professor tem compromisso com o que faz e com a educação ele tenta aprimorar sua aula usa novas
estratégias e faz com que o aluno aprenda por que gosta e não porque são conteúdos que a escola
determina.

Os conteúdos são importantes, porém os alunos devem aprender na escola a utilizá-los na prática e o
professor precisa estabelecer essa ponte entre a informação e a vivência na sociedade, muitos problemas
na sociedade começam na escola, pois o aluno não compreende o mundo e não tem estímulos para
prosseguir na vida acadêmica e profissional, os mesmos não são estimulados na escola.

Se a educação começasse a partir do que o aluno tem de habilidade e a partir disso fossem inseridos os
conteúdos com certeza a educação escolar teria mais significado para o aluno, algumas escolas
propõem atividades extraclasses desse tipo, mas não é suficiente para o aluno, as pessoas precisam
aprender o que gostam primeiro para a partir disso aprenderem outros conceitos que sejam necessárias
para a vida em sociedade.

Os alunos gostam das aulas de educação física, pois é o momento que eles têm para sair da sala
trabalhar o corpo e fazer algo diferente do que giz e lousa, que é importante também mas não é tudo e
sim uma possibilidade entre várias outras, a base da teoria das inteligências múltiplas é utilizar as
habilidades e estimulá-las de maneiras diversificadas nas aulas abordando as oito inteligência e evitando
dificuldades futuras. Trabalhando cada inteligência separado ou organizado em um projeto
multidisciplinar.

Dessa maneira uma vez que a escola modifique a prática e passe a ver cada aluno como único é
possível fazer a diferença em crianças com problemas aprendizagem. As crianças com Dificuldades de
Aprendizagem devem ter oportunidades apropriadas de aprendizagem. Se o sistema educacional não
oferece isso as escolas, os professores devem oferecer pensando em estratégias que valorize esse
aluno para auxiliá-los em suas dificuldades.

As dificuldades de aprendizagem são de diversas causas e por motivos diferentes e com características
próprias que podem ser notados na escola, para que essas dificuldades possam ser diagnosticadas e
tratadas é necessário a atenção e conhecimento dos professores para tratá-las e encaminharem a
profissionais especialistas na área, para que seja feito o diagnóstico dessas dificuldades e evite o
fracasso escolar desse aluno.

Sendo assim é possível que essas dificuldades sejam diminuídas no âmbito escolar se as práticas forem
reformuladas, para isso o professor modificando a sua aula através da teoria das inteligências múltiplas
facilita a compreensão e evita que mais crianças apresentem dificuldades de aprendizagem. Gardner
(1987)

Em minha opinião o propósito da escola deveria ser o de


desenvolver as inteligências e ajudar as pessoas a atingirem
objetivos de ocupação e diversão adequados ao seu espectro
particular de inteligências. As pessoas que são ajudadas a fazer isso,
acredito se sentem mais engajados e competentes, e portanto mais
inclinados a servirem a sociedade de uma maneira construtiva.
(p.75)

Fonte: ARMSTRONG, Thomas. Inteligências Múltiplas na sala de aula. 2ª ed. Porto Alegre:

Artmed,2001.p 62,63.

A partir do quadro apresentado, o professor pode perceber que a prática dessa teoria em sala de aula
pode ocorrer desde que o professor tenha interesse em modificar sua atuação.

Portanto para chegar aos dados apresentados até o momento a metodologia utilizada foi uma pesquisa
de campo em escolas públicas para perceber o que pensam professores e alunos sobre a aprendizagem e
as dificuldades de aprendizagem. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foi um roteiro de
entrevistas semiestruturado, onde foram entrevistadas três professoras com idades entre 35-50 anos que
atuam na educação infantil, fundamental e ensino médio, e três crianças com a faixa etária entre 8-16
anos que cursam séries do ensino fundamental e médio. A forma de análise dos dados foi coletar as
respostas das entrevistas e perceber as semelhanças e diferenças entre os entrevistados, para entender o
que vêm acontecendo na escola onde a cada dia aumentam as dificuldades de aprendizagem.

Dos resultados analisados foi possível perceber o quanto professores e alunos estão insatisfeitos com
sistema educacional. Professores desmotivados e cansados da profissão, despreparados para atuar com
crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, que apresentam resistência quando é falado em
atuação e metodologias diversificadas. Alunos sem estímulos para estarem na escola, cansados de
metodologias ultrapassadas e sem interesse nos conteúdos, foi possível perceber que se as aulas fossem
mais dinâmicas e diversificadas não teriam tantas dificuldades de aprendizagem, os alunos com
dificuldades também atrapalham a aula por não entender alguns conteúdos, as matérias mais
interessantes para os alunos são aqueles que eles possuem facilidade de compreender, e as que os
professores são atenciosos e propõem atividades diferentes. A partir disso todo o referencial teórico
apresentado tem relevância educacional propondo uma mudança no sistema de ensino para que não
permaneçam em evidencia dificuldades que encontramos na escola. A Gestão da escola precisa estar
atenta ao que acontece no interior da escola, propondo muitos mais momentos reflexivos de troca de
experiência para que possibilite a reformulação de metodologias ainda usadas por alguns professores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contudo o sistema de ensino precisa ser reformulado para suprir as dificuldades encontradas no âmbito
educacional, a cada dia mais crianças saem da escola sem conseguir relacionar a teoria da sala de aula
com a prática fora da escola, saem sem saber atuar na sociedade atual e sem preparo para o mercado
de trabalho com traumas e dificuldades de aprendizagem que carregam para o resto da vida por não
terem sucesso na escola. Para que essas dificuldades possam ser amenizadas precisamos de professores
comprometidos com a educação e que estejam abertos a rever suas práticas diariamente, esse modelo
de trabalho apresentado a partir das dificuldades de aprendizagem mostra que a postura educacional dos
professores precisam ser modificadas, pois a metodologia de trabalho a partir das inteligências
múltiplas possibilita esse avanço para uma aprendizagem mais significativa na escola.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. As inteligências Múltiplas e seus estímulos. Campinas, SP Paulo: Papirus,1998.

ARMSTRONG, Thomas. Inteligências Múltiplas na sala de aula. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed,2001.

CHARLOT, Bernad Da Relação Com o Saber : Elementos Para Uma Teoria Porto Alegre: Arte
Médicas Sul , 2000.

FREIRE,Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários á Pratica Educativa 2ª ed. São Paulo:
Paz e Terra, 1 997.,

FONSECA,Vitor. Introdução as dificuldades de aprendizagem. 2ª ed..Porto Alegre- Artes


Médicas,1995.

HOWARD,Gardner. Estruturas da Mente. Porto Alegre:Artmed, 2000.

______ Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995

LEVIN, H. Inteligências Múltiplas a teoria e as práticas cotidianas. In: TCR, v. 95, n.4, p.570-575, 1994

SMITH,Corine, STRICK, Lisa: Dificuldades de aprendizagem de A a Z. [trad. Dayse Batista] Porto


Alegre: Artmed, 2001.

SMOLE, Kátia Stocco. A Matemática na Educação Infantil: a teoria das inteligências múltiplas na
prática escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

STERNBERG, R. Reformar a reforma da escola: observações sobre as inteligências múltiplas: a teoria


na prática. In:TCR. v.95, n.4, p. 561-569, 1994.
Sugestão: A formação docente e a educação contemporânea: múltiplas inteligências ...

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