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encontravam breves, fragmentadas e superfici- trabalhos. O número pouco importa, mas o con-
ais citações ou pequenos capítulos em livros. teúdo de seus trabalhos é incalculável. Foram
Tal estudo é republicado, com algumas modifi- quase cinco décadas produzindo intelectual-
cações, em 1952/1953, dividido em quatro volu- mente pela Educação Física e os Desportos no
mes, tornando-se essa versão mais conhecida Brasil”.
do que a anterior. Houve inclusive uma publica-
Filho do Cônsul Ildefonso Ayres Marinho e de Ignez (...) o conteúdo de seus trabalhos
Penna Marinho, o ex-aluno do Colégio Pedro II, Inezil
Penna Marinho desde a juventude se destacava pelo é incalculável. Foram quase cinco
gosto pela prática de esportes e pelo interesse pela filo- décadas produzindo intelectualmente
sofia, história e poesia. Como esportista chegou a ser
campeão de pólo aquático pelo clube Boqueirão do pela Educação Física e os
Passeio e de luta livre pelo Flamengo, entre outros
esportes dos quais tomava parte. Quando aluno da Desportos no Brasil (...)
Escola Nacional de Educação Física e Desportos “Sua preocupação fundamental era ampliar os limi-
(ENEFD), entre 1941 e 1943, foi campeão universitá- tes e a compreensão da Educação Física para além da
rio de pólo aquático e vice de voleibol, chegando prática em si – narra Andrade de Melo. “Seu desejo
mesmo a ser recordista universitário de atletismo nos era encará-la como uma importante dimensão da cul-
800m, 1500m, 3000m e 4 x 400m. No território da tura, cujas origens remontavam ao passado. Enfim,
Poesia Lírica, escreveu Castália, Amor & Lembrança mais do que um estudioso que percebeu a importância
e Oh, Grécia. Como poeta, Inezil ganhou alguns con- da História para a Educação Física, o Prof. Inezil foi
cursos. Entre eles, por exemplo, o prêmio de literatura fundamentalmente um estudioso que percebeu a
da Academia de Ciências e Letras de 1933, com o Educação Física a partir de uma ótica diferenciada, a
poema Tetrálogo dos Cavaleiros do Apocalipse. partir das fortes referências humanistas que possuía.
Na verdade, Marinho parece não compreender o
O Prof. VictorAndrade de Melo, do Programa de Dou- desenvolvimento de uma Educação Física que não
torado em Educação Física da Universidade Gama fosse fundada em uma matriz filosófica clara. Para
Filho e estudioso da obra do Prof. Inezil, destaca estu- ele, mesmo as questões ligadas a didática/pedagogia
dos menos conhecidos, como o inovador Que meios tinham uma denotada raiz filosófica”.
utilizavam os nossos índios para sua educação física,
publicado em 1942, além de artigos publicados nos A atenção de Inezil para as questões ligadas à
Arquivos da ENEFD, onde, afirma, “é possível identi- Recreação e aos jogos estava diretamente ligada ao
ficar uma grande disposição para reorientar o estudo seu conceito de Educação Física, que influenciou alu-
da História da Educação Física, tornando-o de natu- nos como Alfredo Colombo. Desde a década de 1940,
reza interpretativa, valorizando outras fontes e estan- vinha criticando a adoção do Método Francês e suge-
do ligado a uma necessidade de compreensão da soci- rindo a necessidade de elaborar um Método Brasileiro
edade e da constituição do campo da Educação Física a partir de um conceito de Educação Física ampliado.
e do papel social dessa”. Segundo Inezil, dever-se-ia substituir o conceito aná-
tomo-fisiológico de Educação Física por um conceito
Em 1949, Inezil foi aprovado em concurso público bio-psico-sócio-filosófico, onde o prazer, o desenvol-
para professor da ENEFD, primeiro para livre- vimento integral e o aspecto educacional ficassem
docente, depois para catedrático. Curiosamente sua sempre ressaltados.
aprovação fora para a cadeira de Metodologia da
Educação Física e não para a cadeira de História e Neste rumo, Inezil foi precursor da discussão sobre a
Organização da Educação Física e dos Desportos. É ação de médicos como normatizadores das atividades
somente em 1956, com a morte do Prof. catedrático físicas e até mesmo sua influência no interior das 7
Aloísio Aciolly (com quem Inezil chegou a escrever o Escolas de Educação Física da época, cujo aspecto
livro História e Organização da Educação Física e positivo é a atual conformação das grades curricula-
dos Desportos), que sua passagem para a cadeira de res. Contudo, a "maior fundamentação científica" dos
História se torna possível. Como já era catedrático, médicos gozava de notabilidade e dificilmente era
bastava-lhe pedir a transferência. Contudo, por julgar questionada pelos Professores de Educação Física.
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mais justo, preferiu realizar o concurso. Ao ser apro- Ao historiar a participação de Penna Marinho na ques-
vado e posteriormente assumir a cátedra de História, tão, Andrade de Mello relata sua polêmica com João
abriu mão da cátedra de Metodologia, atitude rara por Peregrino Júnior. Em resumo, o grande debate se deu
se tratar de cargo vitalício. Enquanto permaneceu na por ocasião das discussões acerca dos “grupamentos
ENEFD, somente dividiu suas aulas de História com homogêneos” nas aulas de Educação Física.
as funções de técnico de educação da DEF. Peregrino Júnior, um dos mais conceituados professo-
res da ENEFD, acreditava que a classificação das contribuições para o treinamento desportivo. Após
turmas deveria ser de natureza morfofisiológica, 1958, se mudou para Brasília e se dedicou mais à
enquanto Inezil acreditava que deveria ter um cará- Advocacia, atividade que o absorveu nos últimos
ter pedagógico, de natureza bio-sócio-filosófica. 29 anos de vida. Em reconhecimento ao seu traba-
“Penso que Peregrino Júnior não esperava uma lho e à sua obra feita pela cidade, o Governo do
reação tão categórica como a de Inezil, que fez uso Distrito Federal outorgou-lhe, em 21 de abril de
de toda sua erudição para argumentar que a pro- 1987, um mês após o seu falecimento, a “Medalha
posta do médico era ultrapassada e somente apli- do MéritoAlvorada”.
cável em laboratórios”, comentaAndrade.
A maior dedicação de Marinho à advocacia, não o
Como diretor-geral da Revista Brasileira de afastou das questões essenciais da Educação Física.
Educação Física e Desportos (RBEF), passou a Foi fundador e primeiro Presidente da APEF-RJ, na
abrir espaços cada vez maiores para artigos de pro- década de 1940, e um dos iniciadores do movimen-
fessores de outros países da América Latina. A to associativista profissional. Foi ele a principal
RBEF passava por dificuldades e, antes que fechas- liderança no processo histórico do movimento pela
se, Inezil resolveu sustentá-la. De início usou todas regulamentação da profissão, que teve um Projeto
as suas economias, e paulatinamente foi aumentan- de Lei nesse sentido aprovado pelo Congresso
do o número de assinantes. Inezil assumiu a revista Nacional, mas vetado pelo Presidente da
com 146 assinantes e logo esta tinha mais de 1.000, República, em 1985. Trabalhos publicados por
sendo 300 no exterior. Inezil sustentavam uma condição diferenciada para
a Educação Física brasileira, para além da própria
A contribuição de Inezil Penna Marinho inclui, ain- Licenciatura, estabelecendo as bases da profissão.
da, reflexões quanto a crianças portadoras de defi- Estas contribuições estão, sem dúvida, estreita-
ciências, participação em congressos no exterior, mente ligadas ao movimento que se seguiu e que,
atuação como Presidente da Confederação Brasi- em 1998, numa segunda fase, culminou com a vitó-
leira de Desportos Universitários, participação na ria da regulamentação profissional e com a própria
Associação de Professores de Educação Física e criação do CONFEF.
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crônica mencionada: “Nasci no dia 15 de outubro de Instituto Técnico das Associações Cristãs de Moços
1904. Meus pais, Adolpho Magalhães e Francisca Sul-Americanos. O curso de Educação Física do
Diniz Magalhães, junto à minha avó materna, Emília, Instituto Técnico, de nível universitário, era de quatro
moravam em casa espaçosa na rua Lins de anos, sendo os dois primeiros realizadas no Rio e os
Vasconcelos 361, no Méier. (...) Em 1917, aproxima- terceiro e quarto anos em Montevidéu.
damente, moramos na rua Cam-pos Sales, em frente
ao America Futebol Clube. Influenciado pela intensa “Iniciei o curso no Rio em 1924 e terminei o quarto
atividade esportiva que presenciava no clube, pedi a ano no Uruguai em dezembro de 1927”, relata o Prof.
papai para fazer parte do Departamento Infantil e Diniz. “Meu diploma, por ser estrangeiro, foi oficial-
poder, assim, aprender a jogar futebol e também fre- mente reconhecido pela Escola de Educação Física
quentar outros programas do clube. do Exército após estágio em 1933.”
(...) Naquele tempo, a Educação Física ainda não Segundo Diniz, sua escola radiofônica começou a
tinha a eficiência técnica desejada. Eram poucos os virar idéia antes de suas provas finais, no último tri-
professores preparados, e as atividades físicas não mestre de 1927, em Montevidéu. Segundo ele, dias
tinham o controle necessário. Com o passar dos anos, antes, examinando dados estatísticos e culturais do
a Educação Física no Brasil alcançou nível técnico e Brasil, observou “três melancólicas revelações”: o bai-
pedagógico, assegurando ao nosso povo todos os mei- xo nível de saúde da população, a pouca aplicação das
os de melhorar a saúde e aumentar a sua capacidade atividades físicas e os precários recursos técnico-
de trabalho. pedagógicos da difusão educativa em todo território
nacional. Diante disso, esclarece em entrevista ao
Em 1921, pretendia ingressar na Escola Militar, na Prof. Sérgio Carvalho publicada em seu livro, esco- 11
época, situado em Realengo. Pouco tempo depois, lheu um meio de comunicação, o mais poderoso da
porém, numa viagem de bonde, vi um cartaz colorido época, o rádio, “pelo seu poder de ubiqüidade, estar
da Associação Cristã de Moços anunciando as ativi- em toda parte ao mesmo tempo, vencendo imensas dis-
dades do seu Departamento de Educação Física: tâncias”. Seu objetivo estava traçado: fazer de cada
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aulas de ginástica, de aparelhos, voleibol, basquete e lar um ginásio e de cada família uma turma de rádio-
outras práticas. (...) No dia seguinte, fui conhecer a ginastas, beneficiando milhares de alunos diariamen-
sede da Associação e gostei de tudo que vi.” te, em suas próprias residências. “Escolhemos a
ginástica, base fundamental da Educação Física, que
Diniz veio a trabalhar na própria Associação, como seria facilmente praticada pelo rádio, diante de
monitor. Em pouco tempo mudava os planos de carre- mapas de exercícios selecionados, essenciais".
ira militar pela forte determinação de ingressar no
O próprio Diniz admite: ninguém acreditava na idéia. Baseado em sistema americano, Diniz criou o Código
Além de existirem poucas emissoras na época, a do Bom Cidadão, que incluía diversas “leis”: a lei do
receptividade da Educação Física não era das melho- domínio de si mesmo, a lei da boa saúde, da bondade,
res. “Custou-me muitas desilusões e amarguras. Não da camaradagem, da confiança em si mesmo, do
desanimei, mas tive muita vontade. Após várias tenta- dever, da confiança, da verdade, do trabalho bem fei-
tivas junto ao diretor da Rádio Educadora Paulista, to, da cooperação e a lei da lealdade. “A ginástica
Dr. Edmundo de Carvalho, voltou a procurá-lo lem- beneficia a grande massa humana. É a ‘base’que tor-
brando que ele, como médico, deveria apoiar seu obje- na possível o ponto mais alto o onde se unem a saúde
tivo, e conseguiu finalmente um teste. No terceiro exer- física e moral”, definia.
cício o diretor, que acompanhava a aula da sala ao
lado, entrou sorridente dizendo: ‘Ótimo! Gostei! Hora da Ginástica era retransmitido por muitas emis-
Prepare-se para começar seu programa na próxima soras – 10 das quais apenas no Rio de Janeiro e em São
segunda-feira’.” Isso foi em São Paulo em 16/5/32. Paulo. O programa de Oswaldo Diniz atingiu tamanha
Assim começou a ginástica pelo rádio no Brasil. popularidade que seus entusiastas decidiram criar a
Associação dos Rádio-Ginastas (ARG), que tinha
Para nortear a sua escola, o Professor Diniz começou a entre seus objetivos congraçar todos aqueles que, sen-
criar uma base programática para seus ensinamentos tindo-se beneficiados com a prática dos exercícios da
de ginástica através do rádio. Além das aulas baseadas Hora da Ginástica do Professor Oswaldo Diniz
em 4 mapas com diferentes tipos de exercícios, o pro- Magalhães, desejassem cooperar para sua expansão
grama Hora da Ginástica desenvolvia campanhas de levando outras pessoas a praticá-los e fruir também
saúde, registrava diariamente o recebimento de rela- idênticos benefícios. Os membros faziam reuniões
tórios e cartas dos alunos, promovia dissertações periódicas, estudando e executando as diversas ma-
sobre os objetivos da Educação Física, divulgava nor- neiras de alcançar essa finalidade, desde a propaganda
mas de higiene, moral e civismo; procurava diversas direta à difusão pelo rádio, imprensa e outros meios de
possibilidades de cooperação, por exemplo com pais e divulgação. Entre outras diversas atividades, a ARG
professores na formação de turmas e orientação das desenvolvia atividades filantrópicas, promovia
crianças. Suas aulas tinham acompanhamento ao pia- excursões e passeios para maior contato com a nature-
no, um locutor para propaganda. Foi criado um uni- za e confraternizações.
forme da Hora da Ginástica, emblema, o Hino da
Ginástica pelo Rádio, com letra e música do próprio
Diniz.
Um dos feitos da ARG é relatado por Sérgio Carvalho Brasil é bem desfavorável. Infelizmente ainda não
da seguinte forma: “Na manhã ensolarada de 16 de temos um desenvolvimento que possa merecer o nome
maio de 1957, na Praça Saenz Peña (Rio de Janeiro), de Educação Physica Nacional. (...) Há várias outras
foi inaugurado o monumento planejado e construído modalidades da Educação Physica muito mais
pelos a rádio ginastas dos estados do Rio de Janeiro, importantes e que constituem 80% da Educação
São Paulo e Minas Gerais para a comemoração do Physica Nacional. Por exemplo, a educação physica
Jubileu de Prata da Escola Radiofônica. Durante a escolar. Que temos disso? Nada. O que existe não é
inauguração, todos cantaram o Hino da Escola, educação physica escolar, é um pouco de ‘movimen-
acompanhados pela Banda do Corpo de Bombeiros tos desordenados’. No mesmo artigo, Diniz propõe o
do Rio de Janeiro”. desenvolvimento de programas voltados às classes
operárias, a escolas públicas e clubes, além da irra-
Todo ano, a Festa da Alvorada comemorava o aniver- diação de aulas de ginástica. E finaliza: A melhor for-
sário do programa, até 1972, quando ainda era apre- ma de se estabelecer a educação physica é tornal-a
sentado ao vivo. De acordo com Sérgio Carvalho, são uma força indispensável na vida humana; é incluil-a
inúmeras e quase impossíveis de relatar as homena- desde cedo, na vida das crianças de modo que elas se
gens, títulos e honrarias prestados por “entidades, desenvolvam a sintam sempre a necessidade de prati-
organizações, órgãos governamentais e grupos que cal-a” (texto original).
cidadãos (que) exprimiram sua admiração e carinho
pelo Professor Oswaldo Diniz Magalhães e sua obra Diniz faleceu em 26 de janeiro de 1998, aos 93 anos,
de educador”. Diniz escreveu diversos trabalhos, de pneumonia. Homenageado constantemente como
publicados em vários jornais, como o Diário de São pioneiro no ensino de exercícios através do rádio, sua
Paulo e o Diário de Notícias. Também foi redator de vida e sua obra já deram vida a livros, a trabalhos aca-
rádio e de revistas, utilizando o pseudônimo Dom. dêmicos, como teses de doutorado. “Não há na histó-
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ria do rádio brasileiro nenhum programa que se lhe
Por seus escritos vê-se o quanto a Educação Física aproxime em idade e utilidade”, disse certa vez o fun-
avançou desde aquele tempo, em grande parte graças dador dos Laboratórios Fontoura, Cândido Fontoura,
ao trabalho do próprio Diniz. Em 1929, publicou no criador do Biotônico, sobre a Hora da Ginástica. Um
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Diário de São Paulo um texto intitulado Como é possí- trabalho sem igual, que mantém viva a voz com a
vel fazer progredir a educação physica entre nós, um qual, durante os 51 anos em que esteve no ar, Diniz
dos textos de Diniz reproduzido por Carvalho. Neste acordava os alunos às 6h, com a mesma saudação:
texto, traça o seguinte quadro da época: “A situação "Bom dia, Rádio-Ginastas".
em que se encontra a Educação Physica em todo o
Jacintho Targa Dirigiu a ESEF em duas ocasiões, de 27/9/1945
a 9/10/1953, e de 3/11/1964 a 19/10/1965, desta
Uma das mais notáveis contribuições do vez dividindo a direção com Arno Tschiedel e
Professor Jacintho Francisco Targa à Educação Nei Serres Rodríguez.
Física Mundial foi o Código de Ética escrito por
ele quando ocupava a vice-presidência da FIEP Targa teve participação ativa no grande movi-
para a América. O texto, divulgado a partir da mento pela federalização da ESEF e sua integra-
Associação de Professores de Educação Física ção à Universidade Federal do Rio Grande do
do Rio Grande do Sul, foi publicado primeira- Sul, que arregimentou e empolgou a direção, pro-
mente em português, francês e espanhol, em fessores e alunos. Já em 1949 o Deputado
1975, sendo posteriormente traduzido para o ára- Federal Antero Leivas apresentava um projeto a
be, alemão e italiano. Este Código influenciou Câmara Federal e em 1950 (1° de Fevereiro) o
todos os códigos nacionais de ética profissional Professor Jacintho Targa, por delegação de
que lhe seguiram. Antes disso, no Brasil, a todos os seus colegas, viajava para o Rio afim de
Educação Física dispunha apenas dos primeiros exercer uma ação mais direta sobre os órgãos
códigos surgidos nos tempos fascistas do Estado governamentais. Mas os esforços esbarraram na
Novo, com a denominação de códigos discipli- firme decisão presidencial e não assumir novos
nares. encargos para o orçamento de 1950. A luta pros-
seguiu sem esmorecimento e a federalização
O chamado Código de Ética Profissional da vem a surgir pelo Decreto n° 997, de 21 de outu-
Educação Física, Desportiva e Recreativa, de bro de 1969. Sua produção acadêmica teve des-
Targa, procura estabelecer critérios para o com- taques como o livro Teoria da educação físico-
promisso e cumprimento de ações dos desportiva-recreativa, de 1973. Trabalhos do
Profissionais de Educação Física sob preceitos Prof. Targa são de larga utilidade, como os seus
éticos, sustentados em valores como tolerância, estudos acerca da ginástica laboral corretiva, des-
cooperação, respeito, responsabilidade e hones- tinada a restabelecer o antagonismo muscular de
tidade, entre outros, destinados a promover um forma a tratar ou prevenir vícios posturais das ati-
impacto significativo no desenvolvimento inte- vidades diárias.
gral dos alunos ruma a uma vocação de justiça,
paz e solidariedade. O professor Targa foi um Profissional reconhecido no Brasil e no exterior,
dos fundadores da Escola de Educação Física da teve atuação destacada em seu Estado, que o
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. homenageou batizando uma rua com seu nome.
Denomina Rua Professor Jacintho Targa um logra- Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
douro público localizado no Bairro Restinga. ção.
Art. 1º - Fica denominado Rua Professor Jacintho Newton Burmeister, Secretário do Planejamento
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Parágrafo único - As placas denominativas conterão, José Fortunati, Secretário do Governo Municipal.
abaixo do nome, os seguintes dizeres: Professor de
A FIEP, O CONFEF
e a Ética
A Fédération Internationale d'Education Neste momento sublime de celebração, não
Physique – FIEP , organismo mundial de é demais lembrar que a FIEP estabeleceu no
Educação Física mais antigo do Planeta (fun- seu Manifesto Mundial 2000 de Educação
dado em 1923) e que edita a primeira revista Física as mudanças necessárias na interpre-
internacional desta área (desde 1931), ao tação conceitual da Educação Física, e que o
completar seus 80 anos, tendo pela primeira CONFEF, neste seu curto período de exis-
vez um latino-americano na sua presidên- tência, acompanhou os nortes deste docu-
cia, não pode deixar de se manifestar quan- mento, atualizando o Brasil com o debate do
do o Conselho Federal de Educação Física resto do mundo, sem perder de vista os seus
CONFEF , do Brasil, se consolida como pro- aspectos e conjunturas de identidade cultu-
tagonista principal do rompimento do status ral. A Carta Brasileira de Educação Física é
quo anterior e da própria evolução da uma evidência desta afirmação.
Educação Física brasileira.
Por justiça, é imprescindível sempre resga-
Atualmente, a Educação Física brasileira, tar que esta caminhada vitoriosa do
marcada por influências européias e até nor- CONFEF, que já antecede os primeiros cem
te-americanas, graças ao CONFEF conse- mil profissionais registrados, teve no Prof.
gue explicitar na vitrine internacional os Jorge Steinhilber o grande condutor e que,
caminhos que encontrou para o revigora- por isto mesmo, merece o reconhecimento
mento dos seus Profissionais e para a cons- ao ser chamado de “o Dom Quixote” da
trução de um modelo nacional pertinente Educação Física brasileira.
com a interatuação da chamada pós-
modernidade com a nossa sociedade nacio- Finalmente, concluo afirmando: nos últi-
nal. mos tempos, nada foi mais importante para
a Educação Física brasileira do que a regula-
No momento em que todas as áreas do mentação do seu profissional.
conhecimento e atuação humana passam 15
invariavelmente pela discussão da questão
maior da Ética, e em que todas as sociedades
buscam referências e sentidos de protago-
nismo, o Brasil, de forma única e inequívo-
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