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DIREITO CONSTITUCIONAL - FEDERALISMO

Divisão espacial de poder – O federalismo

1. Noção geral do tema

Estudar as formas de Estado é estudá-lo sob seu aspecto morfológico, ou seja, como
esse Estado para nós se apresenta; como é sua fisionomia. A morfologia do Estado pode diferir,
seja ele visto de fora, seja visto de dentro, daí se falar em uma visualização que considera o
direito público internacional e o direito público interno.

1.1 Raízes históricas

1.2 EUA – 1787

A Convenção da Filadélfia se transformou numa Convenção Constitucional, que deu


origem à (dita) primeira1 constituição do mundo: a Constituição Norte-Americana de 1787.
Diante da pouca eficiência da confederação para atender aos reclames dos Estados e da própria
população, optou-se por consagrar a forma federativa, novo modelo que instituía um poder
central, mas, ao mesmo tempo, preservava a autonomia dos Estados. (NOVELINO, 2016 apud
BARROSO, 2009).

1.3 Ideias de centralização e descentralização políticas

Não há como se falar em forma federativa num estado concentrado federativamente.


Centralização administrativa é sinônimo de poder em um lugar só, onde há apenas um titular
de todas as obrigações, prerrogativas e atribuições do poder público; há apenas um
núcleolegiferante. Descentralização administrativa é onde existe uma multiplicidade de agentes
responsáveis por atribuições do poder público; existem núcleoslegiferantes descentralizados.

1.4 Estados unitários e compostos

Os Estados unitários não têm subdivisão ou fracionamento político.Eles possuem único


governo, cuja jurisdição incide sobre todo território estatal. Têm por característica a

1
Há controvérsias.
centralização política e o monismo de poder, mas, pode haver uma divisão (descentralização)
político-administrativa, com a finalidade de se atender demandas localizadas ou a executar/gerir
competências outorgadas pelo centro de poder (acontece na França, em Portugal ena Bélgica,
por exemplo). Já, dentre os Estados compostos, estão a confederação e a federação.

A confederação é a união de dois ou mais Estados soberanos, por meio de tratado


internacional, em função de interesses, tarefas ou objetivos em comum. Um exemplo clássico
foram as 13 colônias norte-americanas, unidas para promover a defesa – em princípio –, para
dispor de mais dinheiro e constituir assim um exército mais forte; para gerar riqueza, no fim
das contas. O que notabiliza uma confederação, é que seus membros são soberanos, importando
em dizer que possuem o direito de secessão.

Sobre a formação do Estado federativo, advindo de Estado unitário ou composto,


elucida Marcelo Novelino:

“O federalismo por agregação surge quando os Estados soberanos cedem parte de


sua soberania para formar um ente único, no qual os integrantes passam a ter apenas
autonomia (movimento centrípeto). O Estado resultante da extinção de Estados
soberanos agregados como entes autônomos é denominado de Estado perfeito ou por
associação ou por aglutinação [...] Quando a federação é fruto da descentralização
política de um Estado Unitário (movimento centrífugo), surge o federalismo por
segregação (ou desagregação), originando Estados denominados de imperfeitos ou
por dissociação.” (NOVELINO, 2016, p. 527)

1.5 Forma de estado federativo e divisão de competências

Pode haver dois tipos2de federalismo quanto à repartição de competências: federalismo


dualista (ou clássico) e de cooperação. No modelo dualista, não existem áreas comuns ou
concorrentes de atuação entre os Entes federados, o que difere da forma cooperativa de
federalismo, existente no Brasil. No federalismo de cooperação existe uma verticalização das
competências a fim de proporcionar a integração e colaboração entre os entes, tornando o mister
das atividades púbicas, ainda que de forma ideal, mais satisfatório à sociedade.

2. Características de toda federação

a) descentralização política, financeira e orçamentária – art. 21, 22 e ss. CF88

Centralização política não se coaduna com estado federativo. Não existe federação
numa centralização política, são necessários outroscentros decisórios dentro do mesmo

2
Marcelo Novelino ainda incorpora um terceiro tipo de federalismo, o federalismo de integração, onde há
subordinação dos entes federativos por conta do forte poder central.
território. A autonomia dos entes decorre justamente da descentralização promovida pela
Constituição, onde eles poderão exercer sua parcela de poder para se regerem política,
financeira e administrativamente.

b) constituição rígida como base jurídica – art. 60 CF88

Há de se ter uma Constituição rígida e escrita, com um núcleo imodificável (núcleo


duro, ou, cláusulas pétreas) que não permita a alteração da repartição de competências pela lei
originária e até por emendas constitucionais. (CUNHA JR, 2013)

c) inexistência do direito de secessão – art. 1º e 60, §4º CF88

Uma vez integrante do pacto federativo o Estado não pode deixar mais o pacto. A
indissolubilidade do pacto é um dos pilares de uma federação.

d) soberania da União – art. 34 CF88

e) auto-organização dos estados – art. 11 ADCT e art. 25 CF88

Por meio de suas próprias Constituições, que devem observar as normas contidas na
Constituição Federal. Os Estados podem, com isso, organizar os seus Poderes, por exemplo.

f) órgão representativo dos estados no legislativo federal – art. 46 CF88

“No federalismo brasileiro, a participação dos Estados-membros na vontade nacional se


manifesta por meio do Senado, Casa composta por representantes dos Estados e responsável
pela manutenção do equilíbrio federativo”. (NOVELINO, 2016)

g) existência de órgão de controle de constitucionalidade – art. 102 CF88

Com esse órgão (no caso brasileiro, o Supremo Tribunal Federal), a federação se propõe
a evitar as invasões de competência e os possíveis conflitos entre os ordenamentos
infraconstitucionais.

3. A federação brasileira – art. 1º CF88

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do DistritoFederal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

A ordem político-administrativa do nosso país segue os ditames do art. 18 da CF88:

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, osEstados, o Distrito Federal e os Municípios, todosautônomos,
nos termos desta Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação emEstado


ou reintegração aoEstado de origem serão reguladas em lei complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se parase


anexarem a outros,ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
medianteaprovação da população diretamente interessada,através de plebiscito, e
doCongresso Nacional, por lei complementar.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão


por lei estadual,dentro do período determinado por Lei Complementar Federal,
edependerão de consulta prévia, medianteplebiscito, às populações dos
Municípiosenvolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados epublicados na forma da lei.

Segundo José Afonso da Silva (2005, p. 471-472), a repetição do termo União no art.
18 é inútil dada a observância do art. 1º, já que a união indissolúvel do referido artigo é a mesma
do art. 18. Portanto, são compõem a nossa federação a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios. O §1º diz que Brasília é a capital federal, e ela assim o é, pois, sua função é
servir de Capital da União, Capital Federal e, pois, Capital da República Federativa do Brasil,
e também sede do governo do Distrito Federal (SILVA, 2005, p. 472). Os parágrafos que
seguem retratam características e disposições relativas aos territórios (hoje inexistentes no
país), estados e municípios no tocante à ordem político-administrativa.

3.1 A União

A União é a entidade federativa autônoma em relação aos estados-membros e


municípios, constituindo pessoa jurídica de direito público interno, cabendo-lhe exercer as
atribuições da soberania do estado brasileiro (MORAES, 2008).Em suma, a União Federal 3 é
pessoa jurídica de direito público, única, com atribuições internas e internacionais (onde

3
“[...]que assim seria a federação de Estados, Distrito Federal, e Municípios, não como associação de Direito
Internacional, porque não se constituíra com base num pacto de Estados soberanos, mas de Direito Constitucional,
visto que o nosso sistema federal se organizou como técnica constitucional de descentralização do Estado unitário”
(SILVA, 2005)
representa a República Federativa do Brasil). Quando trata de questões internas, é pessoa
jurídica de direito público interno (agindo em nome próprio), mas quando representa a RFB no
âmbito externo, passa a usar a sua capacidade internacional, como pessoa jurídica de direito
público internacional, agindo, pois, em nome de toda a Federação. A União possui apenas
autonomia, embora, no plano internacional, exerça as atribuições soberanas a ela outorgadas
pelo Estado brasileiro (NOVELINO, 2016). Logo, soberana é a RFB, e não a União.

Competências Externas (internacionais):

Art. 21. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;

IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras


transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

[...]

Competências Internas:

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza


financeira,especialmente asde crédito, câmbio e capitalização, bem como as de
seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de


desenvolvimentoeconômico e social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os


serviços detelecomunicações,nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos
serviços, a criação de um órgãoregulador e outrosaspectos institucionais;

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos


cursos de água, emarticulaçãocom os Estados onde se situam os potenciais
hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e


fronteiras nacionais, ou quetransponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal


e dos Territórios e aDefensoria Pública dos Territórios;

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros


militar do Distrito Federal,bemcomo prestar assistência financeira ao Distrito Federal
para a execução de serviços públicos, por meio de fundopróprio;

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e


cartografia de âmbitonacional;

XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de


programas de rádio etelevisão;

XVII - conceder anistia;

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,


especialmente as secase asinundações;

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir


critérios de outorga dedireitos de seu uso;

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,


saneamento básico etransportesurbanos;

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer


monopólio estatalsobre apesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minériosnucleares eseus derivados, atendidos os
seguintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins
pacíficos e medianteaprovaçãodo Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de


radioisótopos para apesquisa eusos médicos, agrícolas e industriais;

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização


de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de


garimpagem, em formaassociativa.

a) bens – art. 20

A União é titular de direitos e sujeito de obrigações na ordem civil, podendo ser titular
de direitos pessoais e figurar nos polos das ações, ainda que, para fins processuais, com foro
privilegiado nestes casos (art. 109, §§ 1º a 4º).

Art. 20. São bens da União:


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e


construções militares,das viasfederais de comunicação e à preservação ambiental,
definidas em lei;

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que
banhem mais de umEstado,sirvam de limites com outros países, ou se estendam a
território estrangeiro ou dele provenham, bemcomo osterrenos marginais e as praias
fluviais;

IV - ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhasoceânicas e ascosteiras, excluídas, destas, as que contenham a sede
de Municípios, exceto aquelas áreasafetadas ao serviçopúblico e a unidade ambiental
federal, e as referidas no art. 26, II;

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

§1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
bem como aórgãos daadministração direta da União, participação no resultado da
exploração de petróleo ou gás natural, derecursoshídricos para fins de geração de
energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território,plataformacontinental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou
compensação financeira por essaexploração.

§2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras
terrestres, designadacomofaixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa
do território nacional, e sua ocupação eutilização serãoreguladas em lei.

Os bens podem ser divididos em três espécies: uso comum do povo, uso especial e bens
dominicais. Os considerados de uso comum do povo, são aqueles de livre acesso a todos da
sociedade (praias, praças, ruas, etc.). Aqueles de uso especial, assim o são por terem uma
utilização específica por parte da Administração Pública (bens afetados). Já os bens dominicais
são aqueles passíveis de alienação, e que não são de ninguém, não possuem demarcação, nem
dono, porquanto não são da Administração Pública tampouco de uso comum do povo. Nos bens
dominicais se encaixam as chamadas terras devolutas (inciso II), porém, se não atenderem ao
disposto no referido inciso, serão dos Estados-membros, salvo se tiverem sido trespassadas4 aos
municípios (NOVELINO, 2016).

4
Quando um bem deixa de integrar o patrimônio de um ente e passa a ser objeto de direito de propriedade de
outro. Há a transferência de titularidade.
b) competências

b.1 Não legislativas:

Exclusivas: art. 21

Comuns: art. 23

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:

I zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e


conservar o patrimônio público;

II cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras


de deficiência;

III proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e


cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros


bens de valor histórico, artístico ou cultural;

V proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à


pesquisa e à inovação;

VI proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições


habitacionais e de saneamento básico;

X combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a


integração social dos setores desfavorecidos;

XI registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e


exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

XII estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a


União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e o bem-estar em âmbito nacional.

b.2 Legislativas

Privativas: art. 22

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,


espacial e do trabalho;

II desapropriação;

III requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;


IV águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V serviço postal;

VI sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII comércio exterior e interestadual;

IX diretrizes da política nacional de transportes;

X regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XI trânsito e transporte;

XII jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIII nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV populações indígenas;

XV emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

XVI organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de


profissões;

XVII organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos


Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização
administrativa destes;

XVIII sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX sistemas de consórcios e sorteios;

XXI normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação


e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;

XXII competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;

XXIII seguridade social;

XXIV diretrizes e bases da educação nacional;

XXV registros públicos;

XXVI atividades nucleares de qualquer natureza;

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as


administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §1°, III;

XXVIII defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e


mobilização nacional;

XXIX propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre


questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Concorrentes: art. 24
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

I direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II orçamento;

III juntas comerciais;

IV custas dos serviços forenses;

V produção e consumo;

VI florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos


recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos


de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

IX educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,


desenvolvimento e inovação;

X criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI procedimentos em matéria processual;

XII previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII assistência jurídica e Defensoria pública;

XIV proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV proteção à infância e à juventude;

XVI organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

§1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a


estabelecer normas gerais.

§2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.

§3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei


estadual, no que lhe for contrário.

Tributária expressa: art. 153

Tributária residual e extraordinária: art. 154, I e II

Aula 13/05

PROVA DIA 27/05


3.2 EstadosMembros

São Pessoas jurídicas de direito público interno, com capacidade de auto-organização e


autogoverno.

Auto-organização – art. 25, caput: “preceitua que os Estados se organizarão e serão


regidos pelas leis e Constituições que adotarem, observando-se, sempre, as regras
epreceitos estabelecidos na CF”. (LENZA, 2014, p.487).

Autogoverno – arts. 27, 28 e 125: “estabelecem regras para a estruturação dos


"Poderes": Legislativo: Assembleia Legislativa; Executivo: Governador do Estado; e
Judiciário: Tribunais e Juízes”. (LENZA, 2014, p.487).

Formação dos Estados

Art. 18, §3º - REGRA GERAL: Podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais
mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do
Congresso Nacional, por lei complementar.

Fusão, cisão e desmembramento

a) Fusão – os Estados se incorporam entre si, ou seja, dois Estados se unem


geograficamente, formando um terceiro e novo Estado ou Território Federal, distinto dos
anteriores;

b) Cisão – um Estado se subdivide formando dois ou mais Estados que antes não
existiam. O Estado original não existe mais, ele desaparece politicamente;

c) Desmembramento – um ou mais Estados cedem parte de seu território


geográfico para formar um novo Estado ou Território Federal que não existia, ou se anexar (a
parte desmembrada) a um outro Estado que já existia. O Estado original não desaparece. Pode
haver o desmembramento anexação e o formação.

Etapas

a) Plebiscito – condição prévia, essencial e prejudicial à fase seguinte;


b) Projeto de Lei Complementar – em sendo favorável o resultado da consulta
prévia ao povo mediante plebiscito, será proposto projeto de lei perante qualquer das casas do
Congresso Nacional;

c) Audiência na(s) assembleia(s) legislativa(s) – o parecer das AL dos Estados


não é vinculativo, ou seja, mesmo que desfavorável, poderá dar-se continuidade ao processo de
formação de novos Estados (ao contrário da negativa pelo plebiscito);

d) Aprovação da LC – deverá ser aprovada a lei complementar por quórum de


maioria absoluta. A decisão favorável do plebiscito não vincula os entes legislativos à feitura
da lei.

Bens dos Estados:

Art. 26: I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em


depósito,ressalvadas,neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II - as áreas,
nasilhasoceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domíniodaUnião, Municípios ou terceiros; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à
União; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Competências dos Estados-Membros

a) Não legislativas

- Comum – art. 23

- Residual – art. 25, §1:

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.

b) Legislativas

- Expressa – art. 25:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.

- Residual;

- Delegada – art. 22, §único:

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre


questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
- Concorrente – art. 24

- Suplementar – art. 24, §§1º a 4º:

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a


estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a


competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência


legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei


estadual, no que lhe for contrário.

- Tributária Expressa – art. 155

Essas pessoas jurídicas são necessariamente de direito público interno, não possuem
direito público externo como a União, logo, não estão capacitadas para representar a RFB. A
capacidade de auto-organização nasce na disposição contida pelo art. 11 do ADCT, que
estabelece o seguinte: (copiar).

Estabelece-se assim nas federações o princípio da simetria, que indica que em virtude
da determinação do art. 11 do ADCT, bem como faz o art. 25 da CF,determina que os princípios
adotados pela CF devem ser respeitados e seguidos pelas constituições estaduais. No que
concerne à estrutura de poder, as competências se repetem no âmbito estadual, de modo que
seja impossível que se estabeleça um processo legislativo diferente do determinado na
constituição federal, por exemplo, ou seja, em tudo elastêmque cumprir o determinado pela
CF5.

A capacidade de auto-organização está na capacidade que os Estadostêm de se organizar


e se reger de acordo com as leis que adotarem e com sua própria constituição. A partir daí temos
o autogoverno, no art. 27 o poder legislativo,noart. 28 o executivo e no art. 125 o judiciário. O
art. 27 da CF diz que possuem assento nas AL’sos deputados estaduais, que são muito
semelhantes em seu disciplinamento com os deputados federais, já que também se aplicam a
eles todas as regras e questões de imunidade e inviolabilidade, do sistema eleitoral proporcional,
etc.O Tribunal de Justiça dos Estados possui competênciapara elaborar a Lei Orgânica Geral

5
Muito embora, nos Estados, haja apenas uma casa legislativa, a Assembleia Legislativa, diferente do que
acontece em âmbito federal.
do Estado e organizar a jurisdição estadual comum, que é residual (já que sobram para os
Estados as competências restantes da jurisdição que não foram abarcadas pelas outras áreas de
jurisdição especializada).

Formação. Quando falamos de federação, dizemos que ela é indissolúvel, mas esse fato
não significa dizer que os Estados não possam, entre si, se desmembrarem ou se fundirem para
formar novos Estados. Isso não desafia o pacto federativo, não afeta a indissolubilidade da
federação. Basicamente a vontade popular dentro deum Estado, no caso de cisão ou de
desmembramento, ou no caso de mais de um Estado se fundirem para dar origem a outros
Estados, se dá mediante a própria população diretamente interessada, grande responsável
pelamudança de estrutura do estado (Tocantins é caso raro, que nasceu do art. 13 do ADCT na
CF). As hipóteses de criação, fusão, cisão e desmembramento, decorrem diretamente da
vontade da população interessada, é assim que determina o §3º do art. 18: (...)

A fase do plebiscito é prejudicial às demais fases, pois a consulta às populações ou a


população interessada dando negativo, não se passa às outras fases e o projeto não vai pra frente.
Segundo, deve haver LC no CN, em qualquer das casas, seguida de audiências nas AL (que não
são mais prejudiciais), mesmoque a audiência nas assembleias não passe o projeto, elas servem
para mostrar capacidade do novo projeto ou a não existência de capacidade de criação da
estrutura do novo ente que vai surgir. Por fim a aprovação da LC deve acontecer por maioria
absoluta.

3.3 MUNICÍPIOS

Pessoa jurídica de direito público interno, com autonomia financeira, administrativa e


tributária. Indubitavelmente o município é parte integrante da federação. O art. 1º e o art. 18
corroboram isso. O município não tem poder judiciário, mas tem executivo e legislativo (os
legislativos “mirins”). A produção legislativa deve se ater às legislações que dizem respeito ao
que a CF passada diz respeito ao “peculiar interesse municipal”, que a atual CF chama de
peculiar interesse do município. Na década de 90 foi profusa do ponto de vista de criação dos
municípios em virtude da grande vontade dos políticos em se locupletarem das verbas que
constitucionalmente devem ser dos municípios. A estrutura de 88, do ponto de vista do
federalismo, colocava o município como potencialmente recebedor de verbas para sua auto-
gerência e ao mesmo tempo um país de dimensões continentais como o Brasil acabou
facilitando a criação dos municípios ao arrepio de uma decência administrativa acima de tudo.

No caso da criação dos municípios, os aglomerados de pessoas em determinado local


há a previsão de um estudo que é chamado de viabilidade municipal, os Estados são criados por
lei federal, enquanto os municípios o são por lei estadual, votada na AL do Estado. Só que a
AL só pode fazer isso com existência de lei complementar federal que dê prazo para os
municípios serem criados pelos Estados. Agora, o plebiscito é com as populações interessadas.

“Auto-organização: art. 29, caput – os Municípios organizam-se por meio


deLeiOrgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovadapordois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,atendidos
osprincípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição do respectivo
Estadoe o preceituado nos incisos 1 a XIV do art. 29 da CF/88;

Autogoverno: elege, diretamente, o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores (confira incisos


do art. 29);

Autoadministração e autolegislação: art. 30 – regras de competência


queserãooportunamente estudadas. O STF, ao destacar a essência da autonomia
municipal,estabeleceu que a autoadministração implica a capacidade decisória quanto
aosinteresses locais, sem delegação ou aprovação hierárquica”. (LENZA, 2014, p. 500,
grifo nosso).

Formação dos municípios – art. 18, §4º CF88:

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão


por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.

Lei Complementar Federal – que determina o período para que seja criado,
incorporado, fundido ou desmembrado o município;

Estudo de viabilidade municipal – deve ser apresentado, publicado e divulgado;

Plebiscito – se o estudo de viabilidade for positivo, faz-se a consulta à população


diretamente envolvida com a finalidade de aprovarem ou não a criação, incorporação,
fusão ou desmembramento do município. Esse plebiscito é convocado pela AL,
conforme legislação federal e estadual.
Lei Estadual – no período em que a lei federal definir, desde que já tenham sido
atendidos todos os outros requisitos, serão criados, incorporados, fundidos ou
desmembrados os municípios através de lei estadual.

Competências dos municípios

a) não legislativa

Comuns – art. 23 CF88

Privativa – art. 30, III à IX:

III instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos
fixados em lei;

IV criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

V organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os


serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial;

VI manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas


de educação infantil e de ensino fundamental;

VII prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de


atendimento à saúde da população;

VIII promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante


planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação


e a ação fiscalizadora federal e estadual.

b) legislativa

Expressa – art. 29:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: [...]

Interesse local (peculiar interesse) – art. 30, I

Suplementar – art. 30, II

Plano Diretor – art. 182, §2º

Tributária Expressa – art. 156


3.4 O DISTRITO FEDERAL

Pessoa jurídica de direito público interno, dotada de autonomia, nos termos do art. 32
da CF88. É o antigo município neutro, sede da corte e capital do império. Foi fruto do “Plano
de Metas” de Juscelino Kubitschek, que, além de mudanças econômicas, implementou a
construção de Brasília, inaugurada em 1960.

“Auto-organização: art. 32, caput – estabelece que o Distrito Federal se regerá por
leiorgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias e aprovada por dois
terçosda Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na
Constituição Federal;

Autogoverno: art. 32, §§ 2º e 3º – eleição de Governador e Vice-Governadore


dosDeputados Distritais;

Autoadministração e autolegislação: regras de competências legislativas e não


legislativas, que serão abaixo estudadas”. (LENZA, 2014, p.505)

É impossível dividir o DF em municípios, ao contrário do que existe com os Estados.


Nele, sua autonomia é dividida com a União em boa parcela. A união, por exemplo, é quem
mantém as polícias civil, militar e o corpo de bombeiros militar que realizam suas ações no DF.

Agrega competências estaduais e municipais – art. 32, §1º

Referências Bibliográficas

CUNHA JR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 7. ed. rev. e atual. Salvador:
Juspodivm, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. rev., ampl. e atual.
Salvador: Juspodivm, 2016.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24. ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2005.

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