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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

PROJETO ACADÊMICO DE TCC

MARIANA LIMA DE ANDRADE

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO HARMÔNICO DE INVERSORES EM


SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

Macapá
2019
MARIANA LIMA DE ANDRADE

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO HARMÔNICO DE INVERSORES EM


SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ELÉTRICA

Projeto Acadêmico apresentado à Universidade


Federal do Amapá – UNIFAP, como requisito
parcial para obtenção do título de Graduação
em Bacharel em Engenharia Elétrica, sob
orientação do Prof. Dr. Werbeston Douglas de
Oliveira.

Macapá
2019
Projeto acadêmico apresentado como requisito necessário para obtenção título de Bacharel em
Engenharia elétrica. Qualquer citação atenderá as normas da ética científica.

Projeto Acadêmico apresentado em __/__/__

_________________________________________
Mariana Lima de Andrade

__________________________________________
Prof. Dr. Werbeston Douglas de Oliveira
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 6
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 7
1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 8
1.2.1 GERAL ................................................................................................................ 8
1.2.2 ESPECÍFICOS....................................................................................................... 8

2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 9
2.1 REGULAMENTAÇÃO NORMATIVA PARA A QUALIDADE DE ENERGIA
ELÉTRICA.................................................................................................................. 9
2.2 REGULAMENTAÇÃO NORMATIVA PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
CONECTADOS À REDE ........................................................................................... 11
2.3 INVERSORES DE FREQUÊNCIA ................................................................... 11

3. METODOLOGIA ............................................................................................ 13
3.1 MATERIAIS .................................................................................................... 13
3.1.1 ANALISADOR DE ENERGIA EMBRASUL RE4001 .......................................... 13
3.1.2 ANALISADOR DE ENERGIA IMS POWERNET P-600 G4 ................................ 14
3.1.3 ANALISADOR DE ENERGIA FLUKE 43B ....................................................... 14
3.1.4 INVERSOR SUNNY BOY 3800 SMA ................................................................. 15
3.2 MÉTODOS ...................................................................................................... 18

CRONOGRAMA ....................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 23
LINHA DE PESQUISA

O trabalho será disciplinado na pesquisa sobre a qualidade de energia elétrica no sistema de


distribuição de energia elétrica.

RESUMO DA PROPOSTA DE TRABALHO

Padrões nacionais e internacionais definem a quantidade aceitável de tensões e correntes


harmônicas presentes nas redes de distribuição elétrica, para que o bom funcionamento da
mesma e dos equipamentos a ela ligados seja garantido. O aumento da busca por fontes de
geração distribuída, especialmente as renováveis, como a energia solar fotovoltaica, torna ainda
maior a necessidade de medir e avaliar esses parâmetros, visto que a utilização de geradores
fotovoltaicos ligados à rede através de inversores é uma tendência global e tem crescido nos
últimos anos. Os inversores, por utilizarem processos de chaveamento, inserem harmônicas
indesejadas que, caso ultrapassem os limites, devem ser filtradas. Diante disso, este trabalho
tem como objetivo avaliar os níveis de harmônicos inseridos por um arranjo fotovoltaico
conectado à rede do prédio de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Amapá através
de um inversor, observando se este é adequado para tal operação.
1. INTRODUÇÃO

Os harmônicos são componentes de frequências múltiplas à fundamental, de 60 Hz


para o sistema elétrico brasileiro. Sua definição vem da Transformada de Fourier, cuja aplicação
resulta na possibilidade de representar qualquer forma de onda periódica através de uma soma
de senoides, sendo a fundamental representada pelo número 1, e seus harmônicos pelos
múltiplos inteiros maiores que 1 (QUEIROZ, 2018).
As cargas mais tradicionais, como lâmpadas incandescentes, quando conectadas a uma
fonte de tensão senoidal, também solicitam correntes senoidais. Tal forma de onda, pura, não
contém harmônicos. Já em equipamentos eletrônicos, pode ser observada a presença de
componentes de ordem ímpar. Quando as correntes harmônicas atingem um certo valor, há
interação com o sistema de distribuição e as demais cargas, gerando problemas como distorção
e perdas na tensão (ALDABÓ, 2001).
Em termos de componentes simétricas, é possível afirmar que cada ordem é
responsável por distúrbios em uma determinada sequência. A componente fundamental está
relacionada com a sequência positiva, a de ordem 2 com a negativa e a terceira harmônica
relaciona-se com a sequência 0. Esse padrão se repete para as ordens sucessivas.
Entender os motivos do surgimento dessas componentes, bem como suas implicações
para o sistema é fundamental quando se trabalha com inversores de frequência, equipamentos
utilizados para converter uma potência de entrada em corrente contínua em uma potência de
saída em corrente alternada simétrica, com a amplitude e frequência desejadas (RASHID,
1999).
Os inversores fazem parte de um grupo de equipamentos de eletrônica de potência que
evoluiu significativamente nos últimos anos. Segundo Barbosa (2011), essa evolução está
vinculada à implementação de controladores em tempo real e ao desenvolvimento de
semicondutores de comutação rápida, fatores que certamente trouxeram benefícios, porém é
justamente a frequência de comutação que confere ao inversor a característica de não
linearidade responsável pelo surgimento de harmônicos indesejados, especialmente os de
ordem ímpar (RAMPINELLI e KRENZINGER, 2011).
Tais implicações da conexão de inversores à rede elétrica não parecem configurar um
empecilho tão grande ao uso de sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFVCR), tendência
global que vem sendo cada vez mais difundida por motivos diversos, desde as preocupações
com questões ambientais, até o fator econômico, de importância significativa para o consumidor
de energia que pretende optar pelo uso do modo de geração distribuída (GD).
Acompanhando as tendências e aproveitando a posição privilegiada do Brasil no globo
terrestre, com altos índices de incidência solar, a legislação brasileira sofreu evoluções com
relação à regulamentação e padronização dos SFVCR, incluindo incentivos como créditos de
energia e isenção de impostos sobre operações com equipamentos de geração fotovoltaica
(CONFAZ, 1997), bem como sobre a energia injetada na rede (CONFAZ, 2015). É necessário,
porém, atentar às modificações estruturais e operacionais provocadas nos sistemas elétricos de
média e baixa tensão.
Essas mudanças no modo de produzir energia no Brasil, com ênfase à adição de GDs
– unidades de geração que entregam energia diretamente ao consumidor final ou à rede de
distribuição, sem a necessidade de linhas de transmissão (BRAUN-GRABOLLE, 2010) –
precisam ser acompanhadas de um sistema preparado para mitigar os impactos, tais como
desequilíbrios de tensão e os já citados harmônicos.
Em função do descrito, é objetivo desse trabalho avaliar o comportamento harmônico
de inversores em sistemas de geração fotovoltaica conectados à rede, tomando como base
estudo da qualidade de energia realizado no prédio de Engenharia Elétrica da Universidade
Federal do Amapá (Unifap), no ano de 2019.

1.1 JUSTIFICATIVA
A matriz energética brasileira é majoritariamente constituída de fontes renováveis,
sendo a hidráulica a mais expressiva, representando, em Dezembro de 2018, 80,6% da produção
de energia elétrica no Brasil, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (2019), fig. 1.

FIGURA 1 – MATRIZ DE PRODUÇÃO DE ENERGÉTICA BRASILEIRA – DEZEMBRO/2018

Fonte: Ministério de Minas e Energia (2019).


Apesar desse dado parecer benéfico no que tange às questões ambientais, existem
diversos empecilhos em sustentar uma matriz dependente de fontes hídricas, como destaca
Ferraz et al. (2017). Problemas que englobam o tempo e o custo para a construção de uma
hidrelétrica, bem como a forte ligação com a hidrografia brasileira, que pode ser afetada de
maneira negativa pelas condições meteorológicas.
A utilização da energia solar fotovoltaica surge como uma alternativa vantajosa para
o consumidor, que, apesar do gasto inicial com a instalação dos equipamentos, obtém o retorno
através dos abatimentos na conta de energia elétrica. Para ser benéfico para o sistema como um
todo, entretanto, deve estar atrelado a estudos que forneçam dados e possíveis soluções para os
problemas enfrentados com a sua instalação.
Segundo Callegaro et al. (2007), a presença de harmônicos ocasiona danos
significativos em equipamentos, como um excesso de ruídos em motores, diminuição da vida
útil e interferências em sistemas de comunicação. Visto que os inversores de frequência
utilizados em SFVCR contribuem para a injeção de harmônicos de corrente, faz-se
indispensável a avaliação do comportamento dos mesmos, de modo a garantir que se
mantenham dentro dos padrões aceitáveis.
Estudos de caso como o realizado nesse trabalho fornecem informações que abrem as
portas para uma avaliação macro do problema, além de possibilitar a comparação entre
diferentes cenários e equipamentos, no intuito de elencar as melhores formas de utilização de
sistemas fotovoltaicos conectados à rede.

1.2 OBJETIVOS
1.2.1 GERAL
O objetivo geral desse trabalho é avaliar o comportamento harmônico de inversores
em sistemas de geração fotovoltaica conectados à rede.

1.2.2 ESPECÍFICOS
 Discorrer sobre a importância da qualidade de distribuição de energia elétrica,
especialmente no que diz respeito aos limites de harmônicos de tensão e corrente;
 Avaliar as condições atuais da qualidade de energia do prédio de Engenharia Elétrica
da Unifap;
 Avaliar o impacto da conexão de um sistema fotovoltaico por meio de inversor à rede
do prédio;
 Elencar malefícios e benefícios que a conexão do sistema possa trazer à rede elétrica;
 Sugerir soluções para reforçar a qualidade da energia elétrica, caso os resultados das
medições estejam acima dos limites aceitáveis.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 REGULAMENTAÇÃO NORMATIVA PARA A QUALIDADE DE ENERGIA
ELÉTRICA
Os Procedimentos de Distribuição – PRODIST, elaborados pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL), são documentos que normatizam todas as atividades relacionadas
com a distribuição de energia no Brasil. Dentre os vários módulos que os compõem, será
destacado o Módulo 8, referente à qualidade de energia elétrica.

O módulo 8 destaca a importância de manter a qualidade do produto, do serviço e do


tratamento. No que diz respeito ao produto, estabelece os indicadores e limites aceitáveis para
alguns fenômenos, entre eles as distorções harmônicas de tensão em regime permanente.

TABELA 1 - LIMITES DE DISTORÇÃO HARMÔNICA

Fonte: ANEEL (2018).

A tabela 1 mostra os limites para distorção harmônica total nos níveis de tensão. Para
aplicações em baixa tensão, isto é, com valores iguais ou abaixo de 1 kV, é necessário que 95%
dos valores medidos não excedam 10% de Distorção Harmônica Total de Tensão (DTT). Essa
distorção é calculada de acordo com a fórmula mostrada na fig. 2, onde Vh é a tensão harmônica
de ordem h e V1 refere-se à tensão fundamental, ou seja, a referência.

FIGURA 2 - FÓRMULA PARA OBTENÇÃO DA DISTORÇÃO HARMÔNICA TOTAL DE TENSÃO

Fonte: ANEEL (2018).


O PRODIST (2018) não estabelece limites de distorção harmônica de corrente.
Portanto, serão adotadas as recomendações do IEEE (2014) para sistemas elétricos de potência.
A tabela 2 indica esses valores, sendo a Distorção Harmônica Total de Corrente indicada por
TDD. Para uma razão menor que 20% entre a corrente de curto circuito e a corrente de
referência, é necessário manter a distorção harmônica total abaixo de 5%, como pode ser
verificado na primeira linha da tabela. Quanto maior a corrente de curto circuito medida no
ponto de acoplamento, os limites de distorção também aumentam.

TABELA 2 - LIMITES DE DISTORÇÃO HARMÔNICA DE CORRENTE

Fonte: IEEE (2014).

Além das recomendações do IEEE, também é possível observar limitações


semelhantes para as distorções harmônicas de corrente na NBR 16149, norma da ABNT que
apresenta as características esperadas da conexão de sistemas fotovoltaicos às redes de
distribuição. A tabela 3 indica o percentual máximo de distorção para cada harmônico,
diferenciando ímpares de pares. Para harmônicos ímpares de ordens mais baixas, o limite de
distorção é de 4% com relação à corrente fundamental (ABNT, 2013).

TABELA 3 - LIMITES DE DISTORÇÃO HARMÔNICA DE CORRENTE PARA SFVCR

Harmônicas ímpares Limite de distorção


3° a 9° <4,0 %
11° a 15° <2,0 %
17° a 21° <1,5 %
23° a 33° <0,6 %
Harmônicas pares Limite de distorção
2° a 8° <1,0 %
10° a 32° <0,5 %
Fonte: ABNT (2013).
2.2 REGULAMENTAÇÃO NORMATIVA PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
CONECTADOS À REDE
O Centro de Referência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de S. Brito (CRESESB)
disponibiliza em seu site um histórico da evolução da legislação brasileira, apresentando leis,
decretos e resoluções normativas que possibilitaram a inclusão de GDs no sistema de
distribuição (SD) nacional.
Destacam-se duas resoluções da ANEEL, a nº 482/2012 e sua alteração pela 687/2015,
que estabelecem as condições de acesso de microgeração e minigeração distribuída ao SD.
Entende-se por microgeração a potência instalada menor ou igual a 75 kW (ANEEL, 2015), já
a mini apresenta potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 5 MW. (ANEEL, 2017)
A principal contribuição dessas resoluções está relacionada ao sistema de
compensação de energia elétrica, no qual o consumidor cede o excedente de energia ativa
gerada pelo SFVCR à distribuidora e pode descontar esse valor de sua fatura. Esse sistema é
um dos principais atrativos para o consumidor que deseja instalar uma unidade de geração
distribuída em sua propriedade, visto que o investimento na instalação é compensado com os
abatimentos na conta de energia depois de um certo período.

2.3 INVERSORES DE FREQUÊNCIA


Os inversores de frequência são equipamentos que permitem converter uma potência
em corrente contínua (DC) para corrente alternada (AC), em outras palavras, possibilitam
transformar tensões cujas amplitudes e frequências são fixas em tensões passíveis de controle
(OLIVEIRA, 2013).
Tais dispositivos possuem diversas aplicações, entre elas o controle de velocidade para
motores e a interface entre as redes de distribuição e as unidades de geração distribuída, como
os sistemas fotovoltaicos, visto que estes fornecem potência DC. É justamente no inversor que
se localiza a fonte de distorções harmônicas injetadas pelos SFVCR.
O equipamento básico pode ser descrito com quatro blocos funcionais, fig. 3, são eles:
um retificador, um filtro, um inversor propriamente dito e uma unidade de controle
(OLIVEIRA, 2013). Para a utilização em sistemas de geração fotovoltaica, é comum
apresentarem funções como seguidor de máxima potência e a possibilidade de desconexão em
caso de queda de energia, de modo a evitar o fenômeno de ilhamento, no qual a rede permanece
energizada mesmo com a falha no fornecimento pela rede, e oferece risco aos operadores.
FIGURA 3 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM INVERSOR

Fonte: Adaptada de Oliveira (2013).

A fase de inversão propriamente dita é a grande responsável pelo surgimento de


harmônicos de tensão e corrente na saída do inversor. Fenômeno que se deve à presença de
pontes de tiristores ou transistores chaveadas realizando a comutação. Segundo Rashid (1999),
ao contrário do idealizado para o funcionamento dos inversores, as formas de ondas de saída de
equipamentos reais não são perfeitamente senoidais, contendo algum conteúdo harmônico que
pode ser minimizado com o auxílio de certas técnicas de chaveamento.
É possível classificar os inversores de acordo com seu modo de comutação, sendo eles
autocomutados ou comutados pela rede. Tal classificação também está relacionada com o nível
de distorção harmônica na saída do mesmo. Os autocomutados operam tanto conectados à rede
quanto independentes dela, necessitando apenas de uma fonte de potência na entrada para
realizar sua ativação. Para esse tipo de inversor, a rede de distribuição funciona como um guia,
já que ele sincroniza sua tensão de saída com a da mesma. Os comutados pela rede funcionam
apenas em SFVCR. Constituem-se de pontes retificadoras baseadas em tiristores e operam com
baixo fator de potência e alto conteúdo harmônico.
Segundo Rampinelli (2010), apesar do preço mais alto, os inversores autocomutados
apresentam a vantagem de manter o fator de potência elevado e injetar baixo conteúdo
harmônico na rede de distribuição. Sua curva de saída, portanto, é mais parecida com uma onda
senoidal limpa.
3. METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS
3.1.1 ANALISADOR DE ENERGIA EMBRASUL RE4080
O analisador de energia elétrica é um equipamento que permite avaliar os parâmetros
importantes para a qualidade de energia elétrica, medindo a qualidade e intensidade de
abastecimento, além de monitorar falhas que podem tornar o fornecimento de energia arriscado.
Um dos parâmetros medidos é o nível de injeção harmônica de tensão e corrente.

FIGURA 4 - ANALISADOR DE ENERGIA ELÉTRICA

Fonte: EMBRASUL (2015).

No presente trabalho, será utilizado o analisador de energia RE4080 da Embrasul, fig.


4, que avalia níveis de tensão, corrente, potências ativa e reativa, fator de potência,
desbalanceamento de fases e distorções harmônicas, e pode ser configurado para trabalhar de
acordo com as recomendações do módulo 8 do PRODIST, sendo elas: 1008 leituras válidas,
obtidas com um período de agregação de 10 minutos cada. Ou seja, o equipamento precisa
coletar 1 registro a cada intervalo de 10 minutos, até alcançar o número 1008 (ANEEL, 2018).
Para tanto, deve ficar conectado à rede por 7 dias coletando as informações.
O RE4080 possui 3 entradas de tensão e 3 de corrente, mede uma faixa de 85 a 300
Vca (tensão em corrente alternada) e 5 a 3000 A. Possui 2 GB de memória interna, porta
Ethernet, e coleta dados de distúrbios harmônicos da 1ª até a 25ª ordem, entre componentes
pares e ímpares. (EMBRASUL, 2015).
3.1.2 ANALISADOR DE ENERGIA IMS POWERNET P-600 G4
O analisador portátil de grandezas elétricas POWERNET P-600, fig. 5, é um
equipamento utilizado para medir e registrar dados de sistemas de distribuição de energia, sendo
amplamente utilizado por concessionárias de todo o Brasil. Ele permite a realização do
monitoramento da qualidade de energia elétrica, atendendo às exigências do módulo 8 do
PRODIST.

FIGURA 5- ANALISADOR DE ENERGIA IMS

Fonte: IMS (2014).

O POWERNET P-600 registra harmônicas de tensão e corrente até a 41ª ordem, entre
componentes pares e ímpares. Possui capacidade para medir tensões de 50 a 500 Vca, e
correntes entre 1000 e 3000ª. Sua memória de massa é de 16 MB. (IMS, 2014).

3.1.3 ANALISADOR DE ENERGIA FLUKE 43B

O FLUKE 43B, fig. 6, é um modelo de analisador de energia monofásico que une as


funções de analisador, multímetro e osciloscópio, e pode ser usado para detectar problemas na
rede ou falhas em equipamentos (FLUKE CORPORATION, 2005).
FIGURA 6 - ANALISADOR DE ENERGIA FLUKE 43B

Fonte: Fluke Corporation (2005).

O equipamento mede e registra em tempo real harmônicos de tensão e corrente até a


51ª ordem, captura afundamentos e sobretensões, surtos de corrente elétrica, entre outros
problemas. Os resultados podem ser visualizados no software FlukeView, que permite a análise
gráfica e a geração de tabelas com os dados salvos.

3.1.4 INVERSOR SUNNY BOY 3800 SMA


O inversor Sunny Boy 3800, da SMA, fig. 5, é um equipamento adequado para
conectar o gerador fotovoltaico à rede pública de distribuição, segundo fig. 6. Ele também pode
ser ajustado para operações off-grid (em rede isolada), obedecendo as configurações corretas.
Possui capacidade de aterramento e isolamento galvânico, permitindo sua utilização com
diversos tipos de módulos e redes AC.
FIGURA 7 - INVERSOR DE FREQUÊNCIA

Fonte: SMA (2010).

FIGURA 8 - CONEXÃO DE UM SFVCR

Fonte: SMA (2010).

O equipamento possui potência máxima de entrada 4040 W, Tensão máxima de 500


Vcc (Tensão em corrente contínua), e corrente máxima de 20 A. Na saída, entrega potência
nominal de 3800 W, em uma faixa de tensão de 180 a 265 Vca, e trabalha na frequência de 60
Hz, adequada à rede de distribuição brasileira. Possui eficiência máxima de 95,6%, de acordo
com o gráfico da fig. 7 (SMA, 2010).
FIGURA 9 - CURVA DE EFICIÊNCIA DO INVERSOR

Fonte: SMA (2010).

3.1.5 SIMULADOR DE ARRANJO SOLAR E4360 KEYSIGHT TECHNOLOGIES

O simulador de arranjo solar (SAS) E4360, fig. 8, é uma fonte de corrente DC que
simula as características de saída de um arranjo solar, sendo capaz de gerar uma curva corrente
x tensão que leva em consideração diferentes condições ambientes importantes para o modo de
funcionamento de um gerador fotovoltaico (KEYSIGHT TECHNOLOGIES, 2014).

FIGURA 10 - SIMULADOR DE ARRANJO SOLAR

Fonte: KEYSIGHT TECHNOLOGIES (2014).

Esse equipamento pode ser usado em modo fixo, simulando uma fonte regular, com
características retangulares do gráfico IxV; em modo SAS, seguindo um modelo exponencial
compatível com sistemas fotovoltaicos e possibilitando a definição de parâmetros interessantes
para o estudo dos mesmos, como o ponto de máxima potência; ou em modo de tabela, onde os
pontos da curva IxV são especificados em tabelas diversas, podendo simular cenários diferentes
de acordo com a tabela escolhida.
A utilização dessa fonte permite realizar simulações com precisão satisfatória sem
depender de condições climáticas ou horário. O simulador possui duas saídas que, juntas,
chegam a uma potência próxima de 1200W para a operação em 200/240 Vca (KEYSIGHT
TECHNOLOGIES, 2014).

3.2 MÉTODOS
A aquisição dos dados necessários para a realização do trabalho está sendo feita de
acordo com o esquema da fig. 11. O SAS foi ligado ao inversor, que está conectado diretamente
à rede elétrica através de tomada simples. Dois analisadores de energia são utilizados em pontos
diferentes, um logo na saída do inversor e um no quadro geral de baixa tensão (QGBT), fig. 12,
do prédio de Engenharia Elétrica da Unifap, além de um terceiro para realizar medições
auxiliares em outros pontos do prédio.

FIGURA 11 - ESQUEMA DE LIGAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

Fonte: A autora (2019).


FIGURA 12 - ANALISADOR IMS CONECTADO AO QGBT

Analisador IMS

Fonte: A autora (2019).

Para observar o comportamento harmônico em diferentes cenários, o SAS é ligado em


modo de simulação, e injeta potências definidas pela autora em momentos diferentes do dia,
permanecendo por pelo 1 hora em cada cenário, permitindo avaliar as consequências para a
rede tanto em um estado de elevada incidência solar quanto em momentos com baixo índice de
irradiação.
O analisador IMS foi programado para registrar os dados de acordo com as
recomendações do PRODIST. Permaneceu conectado ao QGBT durante uma semana,
registrando dados de tensão, corrente, potência, fator de potência e injeção harmônica durante
todo esse período. Ainda será necessário extrair e analisar os dados do equipamento.
Enquanto o equipamento de medição estava conectado, foram realizados os testes
citados anteriormente. As figs. 13 e 14 mostram os dois níveis de tensão e corrente
majoritariamente utilizados para simular baixa e alta injeção de potência, semelhante ao
comportamento de um SFVCR com baixo e alto nível de irradiação solar. É válido ressaltar
que, apesar do inversor SunnyBoy suportar até 3800 W de potência, foi utilizada uma injeção
máxima próxima de 900 W, respeitando os limites do SAS com alguma margem. Entretanto,
essa subcarga não configura uma situação de baixo rendimento do inversor, visto que, de acordo
com o gráfico mostrado na fig. 9, tal potência mantém o rendimento em torno de 95%.

FIGURA 13 - SAS EM NÍVEL ALTO DE INJEÇÃO DE POTÊNCIA

Fonte: A autora (2019).

FIGURA 14 - SAS EM NÍVEL BAIXO DE INJEÇÃO DE POTÊNCIA

Fonte: A autora (2019).

Para medir o nível de injeção harmônica na saída do inversor, foi utilizado o Fluke
43B, como é mostrado nas figs. 15 e 16. O equipamento funciona como um osciloscópio,
mostrando em tempo real o comportamento das curvas de tensão, corrente, potência, além do
histograma de níveis harmônicos. O software FlukeView permite salvar telas direto do Fluke e
avaliar os gráficos ponto a ponto, sendo possível identificar os máximos e mínimos de cada
cenário.
FIGURA 15 - CONEXÃO DO FLUKE 43B NA SAÍDA DO INVERSOR

Fonte: A autora (2019).

FIGURA 16 - FLUKE 43B, SAS E INVERSOR.

Fonte: A autora (2019).


Ainda será utilizado o analisador Embrasul para verificar a influência de outras salas
do prédio para a característica geral de distorção harmônica. Avaliando o comportamento do
inversor, os resultados do analisador IMS conectado ao QGBT e as medições auxiliares do
Embrasul, será possível identificar os principais responsáveis pela presença dos harmônicos de
tensão e corrente na rede, classificar o inversor testado como adequado ou não para a operação
em SFVCR e entender como os demais equipamentos eletrônicos presentes no prédio de
Engenharia interagem com a unidade de geração distribuída.

CRONOGRAMA

Meses

Atividades
fev/19 mar/19 abr/19 mai/19 jun/19 jul/19 ago/19

Reuniões com
X X X X X X X
orientador

Levantamento
X X X
bibliográfico

Realização das
X
medições

Tratamento de
X
dados
Discussão dos
resultados para X X X
conclusões
Qualificação do
projeto para X
apresentação
Apresentação
da monografia à X
banca
examinadora
REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Procedimentos de


Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST – Módulo 8 –
Qualidade de Energia Elétrica. Revisão 10. Brasília, 2018. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/M%C3%B3dulo_8-
Revis%C3%A3o_10/2f7cb862-e9d7-3295-729a-b619ac6baab9>. Acesso em 10 fev. 2019.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Resolução Normativa


687/15. Brasília, 2015, Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2015687.pdf>.
Acesso em 02 mar. 2019.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Resolução Normativa


786/17. Brasília, 2017, Disponível em: < http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2017786.pdf>.
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ALDABÓ, R. Qualidade na Energia Elétrica. 1 ed. São Paulo: Artliber, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 16149: Sistemas


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BARBOSA, R. D. R. Compensação Harmônica em Inversores Fotovoltaicos Ligados à


Rede Eléctrica. 2011. Dissertação (Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de
Computadores) – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 2011.

BRAUN-GRABOLLE, P. A Integração de Sistemas Solares Fotovoltaicos em Larga Escala


no Sistema Elétrico de Distribuição Urbana. 2010. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) –
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.

CALLEGARO, A. D.; RHEINHEIMER, C. KOTLINSKI, E; JAPPE, T. K. Influência de


Inversores de Frequência na Qualidade da Energia Elétrica. In: Conferência Brasileira
sobre Qualidade de Energia Elétrica, 7., 2007, Santos. Anais [...]. Santos, 2007. Disponível em:
<http://docplayer.com.br/25267999-Influencia-de-inversores-de-frequencia-na-qualidade-da-
energia-eletrica.html>. Acesso em: 02 mar. 2019.3

CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA FAZENDÁRIA – CONFAZ. Convênio ICMS


16/2015. Brasília, 2015. Disponível em:
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FERRAZ, R. T.; CODECEIRA, A. Diversificação da Matriz de Energias Renováveis no
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