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INSTITUTO SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO E IMAGEM DE MOÇAMBIQUE

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

Direito Bancário

Tema: Contrato de depósito Bancário

Artur Zaza

Cleto dos Santos

Bernardo Bernardo

Isaura dos Anjos

Dércio Ngoca

Hussen Taquidir

Moura Mabessa

Maputo

2019
Direito Bancário

Tema: Contrato de Depósito Bancário

Artur Zaza

Bernardo Bernardo

Cleto dos Santos

Dercio Ngoca

Hussen Taquidir

Isaura dos Anjos

Moura Mabessa

Curso de Licenciatura em Direito

Instituto Superior de Comunicação e Imagem de Moçambique

DON 203
Índice
1. Introdução.............................................................................................................................2

2. Contrato de depósito bancário..............................................................................................3

3. Espécies de depósito.............................................................................................................3

4. Obrigações das partes...........................................................................................................4

5. Quando se dá o direito à retenção sobre o depósito?............................................................5

6. Natureza jurídica do contrato de depósito bancário.............................................................5

7. Conclusão.............................................................................................................................8

8. Bibliografia.............................................................................................................................9

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1. Introdução
O presente trabalho abordará de forma breve questões sobre o contrato de depósito bancário,
tendo em conta a sua importância para os dias de hoje, uma vez que é um dos meios pelas
instituições de crédito se relacionam com os particulares, com vista a salvaguardar determinados
bens. Desse modo traremos aqui a noção, obrigações das partes, objecto, espécies de depósito,
bem como alguns exemplos que em termos práticos facilitam a compreensão do tema abordado.

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2. Contrato de depósito bancário

2.1 Noção
Importa primeiro apresentar o conceito de depósito que nos é dado pelo código Civil no artigo
1185º que passamos a citar: “o contrato pelo qual uma das partes entrega a outra uma coisa,
móvel ou imóvel, para que a guarde, e a restitua quando for exigida”. Esta definição abrange tão-
somente os chamados depósitos regulares, isto é, aqueles pelos quais o depositário fica obrigado
a guardar as coisas recebidas e a restitui-las ao depositante tal como lhe foram entregues e não se
pode enquadrar nesta definição.

2.2 Partes intervenientes


Depositante - proprietário da coisa; e

Depositário - pessoa a quem se transfere a coisa para sua guarda.

O contrato de depósito bancário é também entendido como um negócio jurídico por meio do qual
uma das partes (o depositante) transfere à outra (depositário) a propriedade de um objecto
móvel para que seja guardado, conservado e, posteriormente devolvido (temporaneidade).

A doutrina reconhece o conceito de contrato de depósito bancário como sendo as


disponibilidades monetárias realizar-se pela entrega do depositante ao banco depositário de uma
soma em dinheiro, que se torna propriedade deste, o qual fica apenas obrigado a restituir quantia
igual à que lhe foi entregue – restituição em género. Assim, o depositante obtém exclusivamente
um direito de crédito sobre o banco. Do conceito pode entender-se ainda que a principal
finalidade do depósito bancário é a guarda de uma soma de em dinheiro para posterior restituição
em género e não a transferência da propriedade.

2.3 Objecto do depósito


O objecto do depósito é bens móveis infungíveis (quando se trate de depósito voluntário regular)
e fungíveis (quando se trate de depósito voluntário irregular - exemplo mais comum e difundido,
o depósito de dinheiro - bancário).

3. Espécies de depósito
O depósito divide-se em duas espécies:

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Depósito voluntário, quando se origina da livre manifestação das partes, fazendo surgir o
contrato de depósito.

Depósito necessário, quando se origina por força da lei (depósito legal) ou se efectua por
ocasião de alguma calamidade como incêndio, inundação ou naufrágio.

O depósito voluntário pode ser regular ou irregular.

Depósito voluntário regular: nesta modalidade de depósito o depositário assume a obrigação de


restituir a mesma coisa que lhe foi entregue.

Depósito voluntário irregular: nesta modalidade de depósito o objecto são bens fungíveis ou
consumíveis. Como mencionado anteriormente, o mais comum e difundido dos exemplos é o
depósito de dinheiro (bancário).

4. Obrigações das partes

4.1 Obrigações do depositário - depósito regular


 Obrigação de guardar: conservar a coisa ao guardá-la e restituir.

 Obrigações de restituir: a restituição da coisa deve ser feita no lugar em que tiver sido
guardada, salvo disposição legal em contrário.

 No desempenho da sua missão, o depositário não está subordinado às ordens ou direcção


do dono da coisa.

 A obrigação de restituir também está contida na noção de depósito (artigos 1187° e 1185°
ambos do Código Civil).

 A restituição deve ter lugar quando o depositante a exigir. O prazo considera-se fixado a
favor do depositante.

4.2 Obrigações do depositante


 O depositante tem como obrigações:

 Pagar ao depositário a retribuição devida;

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 Reembolsá-lo das despesas que tenha considerado indispensáveis para a conservação da
coisa, desde que esteja devidamente fundamentado;

 O depositário goza do direito de retenção sobre a coisa depositada.

5. Quando se dá o direito à retenção sobre o depósito?


Para garantir o direito de ressarcimento das despesas e dos prejuízos sofridos pelo depositário em
decorrência do depósito, a Lei permite a retenção do bem, de acordo com alínea e) do número 1
do artigo 755.° CC.

O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor
das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando imediatamente esses
prejuízos ou essas despesas.

Percebe-se que o direito de retenção depende da prova absoluta e incontestável do valor devido.
Caso contrário, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante ou, na falta desta, a
remoção da coisa para o depósito público, até que se liquidem.

Em qualquer situação, o depositário deve buscar a justiça para o recebimento da soma devida e o
bem depositado será a própria garantia do pagamento.

6. Natureza jurídica do contrato de depósito bancário.


Na falta de norma legal que qualifique juridicamente este contrato, a doutrina e a jurisprudência
tem-se socorrido de várias teorias, das quais se destacam as principais:

a) O depósito bancário como mútuo remunerado.

A doutrina e a jurisprudência defendem que o depósito bancário tem natureza jurídica de mútuo
remunerado. O Prof. PINTO COELHO, In Operações de banco, pág. 16 e seguintes, Edição de
1950, da Coimbra Editora, diz, sobre o depósito bancário: “o banco fica autorizado a dispor de
coisa depositada, investindo os capitais assim recolhidos nas suas diversas operações ou ao
pagamento das suas responsabilidades (…). O banco, recebendo uma coisa fungível, apenas se
obriga a pagar uma quantia igual à que lhe foi entregue, acrescida ou não de juros.

Conforme os casos, o numerário recebido entra no seu património, fica fazendo parte do activo
obrigando-se o banco apenas a uma prestação pecuniária para com o depositante o

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correspondente às importâncias que dele recebeu. Assim, o depósito bancário de dinheiro, quer a
ordem quer a prazo, não é mais do que um empréstimo. Na ausência de critério legal é prudente a
doutrina de que o depósito bancário tem a natureza jurídica de um verdadeiro mútuo de dinheiro,
embora nele concorrendo circunstâncias especiais que afastam a aplicação de todos os preceitos
disciplinadores do mútuo ou usura.

b) O depósito bancário como depósito irregular


Há quem integra o depósito bancário na noção de depósito irregular constante no artigo 1205º do
Código Civil, ou seja, diz-se “irregular do depósito que tem por objecto coisas fungíveis”.
E logo a seguir o artigo 1206º do Código Civil manda aplicar ao depósito irregular, “na medida
do possível, as normas relativas ao contrato do mútuo”. Do que foi dito, não há nada de novo,
pois a teoria anterior defende o mesmo.
É irregular o depósito bancário, o depósito bancário é mútuo.1

c) O contrato de depósito bancário de disponibilidades monetárias


Esta teoria concebe o contrato de depósito bancário de disponibilidades monetárias como um
contrato específico com regras próprias, integradas pelas normas aplicáveis dos contratos de
depósito e mútuo. “É um claro tipo contratual social, perfeitamente determinado por cláusulas
contratuais gerais e pelos usos e que não corresponde precisamente a nenhuma figura pré-
existente”2.
A expressão “depósito bancário” designa o depósito do dinheiro do público, em diversas
condições, nos estabelecimentos autorizados para receber depósitos desta espécie. Assim, o
contrato de depósito de disponibilidades monetárias pode ser definido como contrato pelo qual
determinado sujeito (depositante) entrega dinheiro a um banco (depositário) que, tornando-se
proprietário do montante, dele tem o direito de dispor para os seus negócios, assumindo a
obrigação de restituir idêntico montante, nos termos acordados entre os contraentes.
Assim como o contrato de mútuo, o contrato de depósito só se torna efectivo, isto é, só fica
perfeito quando o depositante entrega ao banco os fundos não bastando para tal o acto formal
entre as partes. A entrega dos fundos é um requisito de validade do contrato.
1
In código Civil anotado – A. Neto, pág. 801.

2
M. Cordeiro – obra citada, pág. 480.
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Sendo a entrega de dos fundos um elemento essencial para a constituição do depósito, tal entrega
não resulta de um dever de prestar impostos pelo contrato a que corresponda a contraprestação
de restituir. A restituição a cargo do banco de importância igual à entregue pelo cliente é,
portanto, unilateral: o contrato não é constitutivo de obrigações recíprocas; é um contrato
unilateral ou não sinalagmática. De facto, à obrigação de restituir do banco não se contrapõe
qualquer obrigação essencial do depositante.
Muito embora se regulamente “na medida do possível” pelas normas relativas ao mútuo, ao
contrato de depósito não se aplicam as regras de forma previstas para o primeiro no artigo 1143º
do Código Civil.
O contrato de depósito é um contrato não formal ou não solene e, como tal, não esta sujeito a
qualquer requisito de forma, no entanto, “a forma dos depósitos bancários está por vezes
condicionada por cláusulas contratuais gerais ao preenchimento de impressos e à actuação de
esquemas informáticos. Trata-se de exigências de normalização; de todo o modo, cumpre
distinguir entre a forma dos actos e a forma de que a tal forma foi seguida. Nos termos gerais, a
forma em causa é “ad substantiam” e não “ad probationem”3

7. Conclusão
O grupo entende que de modo geral, o contrato de deposito embora seja um acto bancário em
especial, todavia, como anda muito associado ao contrato de abertura de conta, e que por
conseguinte, abrindo uma conta de deposito no banco a pessoa torna-se depositante (cliente)
3
PINTO COELHO – IN Operações de Banco, pág. 157.
7
desse banco. E para que haja depósito bancário é necessário que de forma voluntaria o
depositante tenha dinheiro para depósito.

8. Bibliografia
Issá, A. Changa, A. Amaral, A. Pessoa, F. Mandlate, I. Ibraimo, J. Madeira, J. Abudo, J. Júnior,
U. Dauto e V. Siueia; Temas de Direito Bancário; Edição dos Autores.
Legislação consultada: Código Civil.
Pesquisa na internet: files.direitofsst2014.webnode.com.br; https://escola.mmo.co.mz.

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