Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
O problema são as
conclusões que se tiram dele. Estaríamos gastando metade
da arrecadação de impostos para manter a dívida? Não seria melhor
atacar essa despesa, em vez de reformar a Previdência?
Para isso ele precisa economizar recursos. É aqui que entra o tal
do superávit primário, ou seja, a diferença entre arrecadação e gastos do
governo, sem considerar a parte da dívida.
Isso foi verdade apenas até 2013, quando tivemos superávits primários.
Nos últimos anos registramos déficits primários, ou seja, o governo federal
gasta mais do que arrecada, mesmo sem contar os custos associados à
dívida pública. Para 2017 e 2018, a meta é de um deficit primário de R$
159 bilhões.
Não existe economia para pagar parte dos juros, de modo a manter a
endividamento estável. Muito pelo contrário: o governo está tomando
emprestado tanto para pagar os juros da própria dívida como para financiar
o deficit primário!
Isso porque uma dívida alta não apenas implica um grande volume de juros
para mantê-la. Ela também é vista como mais arriscada (ou seja, com
maiores chances de não ser saldada integralmente) por credores, que
passam a demandar taxas de juros mais altas de modo a compensar esse
risco e, assim, continuar financiando o governo.