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para edificações
A f ire saf et y index f or buildings
Resumo
objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta para a normalização
Ambient e Const ruído, Port o Alegre, v. 7, n. 4, p. 103-121, out . / dez. 2007. 103
ISSN 1678-8621 © 2007, Associação Nacional de Tecnologia do Ambient e Const ruído. Todos os direit os reservados.
Introdução
A segurança à vida e ao patrimônio pode ser para estabelecer um índice global de segurança
verificada por intermédio de métodos de avaliação (γfi).
O procedimento de cálculo de γfi, proposto para a
de risco de ocorrência e propagação de incêndio e
suas conseqüências. O mais difundido método de
avaliação de risco é o método de Gretener, que normalização brasileira, segue o método tabular
original de Gretener; no entanto, como inovação, é
leva o nome do engenheiro suíço Max Gretener,
que o idealizou. usada uma forma analítica de cálculo, a fim de
eliminar as incômodas e irreais descontinuidades
Em 1960, o engenheiro Max Gretener, diretor da criadas por um método tabular, além de facilitar a
Associação de Proteção Contra Incêndio da Suíça, mecanização do método. Algumas alterações de
iniciou estudos sobre o cálculo do risco de ordem numérica foram introduzidas para
incêndio em indústrias e grandes edifícios. Seu
de cálculo de γfi aqui proposto conduz a resultados
simplificar o emprego do método. O procedimento
método, publicado em 1965, visava atender às
necessidades das companhias de seguro. Em 1968, semelhantes aos do método tabular original.
o Corpo de Bombeiros suíço propôs adotar esse
mesmo método, também, para avaliar os meios de Dois exemplos de aplicação são detalhados e
proteção contra incêndio das edificações. foram propositalmente escolhidos, a fim de
mostrar a praticidade do procedimento e, por outro
Em 1984, a Societé Suisse des Ingénieurs et des lado, alertar para as diferenças entre as exigências
Architectes (SIA) publicou o documento SIA-81 de segurança contra incêndio correntes no Brasil e
(1984), “Método de avaliação de risco de os resultados encontrados por meio do método
incêndio”, tendo por base os trabalhos de Gretener, original empregando-se o limite de fi =1.
revisado por um grupo de especialistas das
companhias de seguro privadas e estatais e da SIA. O fator fi pode ser empregado, também, como
Esse grupo adaptou o método ao atual parâmetro de decisão entre alternativas de solução,
conhecimento e experiência suíços e ao se estudarem os meios de segurança contra
internacionais. Segundo Cajot et al. (s.d.), os incêndio em edificações existentes.
resultados desse trabalho são demonstráveis O objetivo deste trabalho é apresentar de forma
n =
com acesso a um telefone.
370 - d
4
h
(4) Nos demais casos, s2 = 1,0.
300
Qualidade do corpo de bombeiros
onde:
dh é a distância do hidrante público à entrada do s3 é um fator associado à qualidade do corpo de
bombeiros local e da brigada contra incêndio,
para dh ≥ 100 m, e dh = 70 m para dh ≤ 70 m.
edifício em metro. Deve ser adotado dh = 100 m
determinado por meio da expressão 6.
s +s
s = 1+
3
b cb
(6)
10
E =∏ e
convocadas por telefone, plantão aos fins de 4
semana e equipe de intervenção motorizada; (8)
scb = 3, idem ao anterior com caminhão pipa e 1 i
bombeamento; Sendo e1 a e4 definidos conforme os subitens a
scb = 3,5, idem ao anterior com caminhão de pelo seguir:
menos 1.200 litros; Estruturas
scb = 4, idem ao anterior com caminhão de pelo e1 é um fator associado à resistência ao fogo das
menos 2.400 litros; estruturas e determinado por meio da expressão 9.
e =1+
scb = 4,5, idem ao anterior com serviço de plantão TRF
permanente; e 1
e
(9)
200
scb = 6 se houver equipe de bombeiros em plantão
onde:
permanente, alojados em casernas, na zona urbana,
preparados para atender às necessidades da região. TRFe é o tempo de resistência ao fogo das
Tempo-resposta
estruturas, em minuto, determinado conforme a
NBR 15200:2004 (ABNT, 2004) para estruturas de
s4 é um fator associado ao tempo-resposta do corpo concreto e conforme a NBR 14323:1999 para
de bombeiros e determinado por meio da estruturas de aço. Para estruturas formadas por
(5 - s ) (6 − d )
expressão 7. outros materiais, deverão ser utilizadas as normas
s =1+
brasileiras apropriadas ou, na sua ausência, normas
e =1+
inexistência de corpo de bombeiros no local; TRF f
2
(10)
sb determinado conforme 2.2.3; e 400
Para este item foi admitida uma velocidade média TRFf é o tempo de resistência ao fogo das paredes
e3 = e1 – 0,05 ≥ 1,00
f é um fator associado ao enfumaçamento causado
(11) pela carga de incêndio e determinado por meio da
substituindo-se TRFe por TRFv, que é o tempo de Tabela A.1. O fator de enfumaçamento f quantifica
resistência ao fogo das lajes, em minuto. os materiais que queimam com o desenvolvimento
de fumaça intensa. Deve ser considerado o
Célula corta-fogo
material com maior valor de “f”, desde que esse
e4 é um fator associado às dimensões das células material represente pelo menos 10% da carga de
corta-fogo e determinado por meio da expressão incêndio do compartimento. Se houver material
12. Células são subdivisões de um compartimento, fortemente esfumaçante, mas para Qfi < 10%,
com no máximo 200 m2 e resistência ao fogo dos adota-se r = 1,1.
elementos de vedação de no mínimo 30 min. Toxicidade
3000 v + 800 − A
e =
4
c
(12) k é um fator associado à toxicidade dos gases e
750 determinado por meio da Tabela A.1. O fator de
onde: toxicidade k designa os materiais que, quando
queimados, produzem gases corrosivos e tóxicos
v é a relação entre a área de ventilação e a área de (envenenamento). Deve ser considerado o material
piso do compartimento; com maior valor de “k”, desde que represente pelo
Ac é a área da maior célula em metro quadrado; e menos 10% da carga de incêndio do
compartimento. Se houver material que produz
e 4 deve estar situado no intervalo: gases fortemente tóxicos, mas para Qm < 10%,
adota-se k = 1,1.
1,0 ≤ e ≤ 1,45 −
A
Carga de incêndio imobiliária
c
4
1000
i é um fator associado à carga de incêndio
Não havendo células, e4 deve ser tomado igual a
imobiliária, associado à parte combustível contida
1,0.
nas partes da construção do edifício e sua
Risco de incêndio influência na propagação do incêndio, sendo:
O fator R é calculado por meio da expressão 13. i = 1,0 no caso de elementos de fachada, telhado e
Os termos da expressão 13 são determinados estrutura constituídos por materiais
conforme os itens Carga de incêndio mobiliária a incombustíveis;
Área do compartimento.
i = 1,1 idem ao anterior, mas com estrutura de
R = q . c. f . k . i . h . a (13) madeira com tempo mínimo de resistência ao fogo
Carga de incêndio mobiliária conforme a NBR 14432:2000; e
C1-Gret. C2-Gret.
1 C5-Gret. 1 C4-Gret.
C1-prop. C2-prop.
0.8 0.8
fator n3
fator n3
0.7 0.7
0.6
0.6
0.5
0.5
0.4
0.4
0.1 0.3 0.5
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
pressão (MPa) pressão (MPa)
Gretener SPK-Gret.
1.05 B2-Gret.
Proposta SPK-prop.
1
B2-prop.
1
fator s4
0.9
fator n4
0.95
0.8
0.9
0.85 0.7
60 70 80 90 100 110 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0
B1-Gret. B3-Gret.
B4-Gret. sem-Gret.
1 B3-prop.
1 B1-prop.
B4-prop. sem-prop.
0.9
fator s4
fator s4
0.9 0.8
0.7
0.8
0.6
0.7 0.5
3 6 9 12 15 18 21 24 3 6 9 12 15 18 21 24
distância ao CB (km) distância ao CB (km)
(a) (b)
Figura 5 – (a) Fator s4 para classes B1, B3, B4 e (b) sem brigada
estrut.Gret. fach.Gret.
1.3 estrut.prop.
1.20
fach.prop.
1.2
fator e2
fator e1
1.10
1.1
1.00
1 0 30 60 90
0 30 60 90 TRF da fachada (min)
TRF da estrutura (min)
prop. 150-prop.
1.10 1.2
200-prop.
fator e4
1.05 1.1
1.00 1
0.95
0.9
0 30 60 90 3 6 9 12 15
TRF vedação horizontal (min) ventilação (%)
Figura 8 - Fator e 3 (laj es) Figura 9 - Fator e 4 para células de 50, 150 e 200 m 2
1.5
fator q
1.2
1
1.1
0.5
1 0
3 6 9 12 15 0 10000 20000 30000
carga de incêndio específica (MJ/m2)
ventilação (%)
3.5
2
3
fator h
fator a
2.5
2
1.5
1.5
0.5
1 0
0 20 40 60 0 10000 20000 30000
fator M
fator M
300 Gret.
1000 Gret.
5000 Gret.
1.5 1.5
1.0 1.0
0 20 40 0 20 40
H (m) H (m)
Figura 14 - Fator M para local de exposições, local Figura 15 - Fator M para local de exposições, local de
de entretenimento, sala para reunião e entretenimento, sala para reunião e restaurante,
restaurante, com 30 pessoas, 300 pessoas, 1. 000 com 100 pessoas, 500 pessoas e 900 pessoas
pessoas e 5. 000 pessoas
2.5 2.5
30 prop.
100 prop.
300 prop.
500 prop.
1000 prop.
900 prop.
5000 prop.
30 Gret. 100 Gret.
2.0 300 Gret.
2.0 500 Gret.
1000 Gret. 900 Gret.
fator M
fator M
5000 Gret.
1.5 1.5
1.0
1.0
0 20 40
0 20 H (m) 40
H (m)
Figura 16 - Fator M para local de hospedagem com Figura 17 - Fator M para local de hospedagem com 100
30 pessoas, 300 pessoas, 1. 000 pessoas e 5. 000 pessoas, 500 pessoas e 900 pessoas
pessoas
fator M
fator M
5000 Gret.
1.5 1.5
1.0 1.0
H (m)
0 20 40 0 20 40
H (m)
Figura 18 - Fator M escola com 30 pessoas, 300 Figura 19 - Fator M para escola com 100 pessoas,
pessoas, 1. 000 pessoas e 5. 000 pessoas 500 pessoas e 900 pessoas
30 prop.
2.5
2.5 300 prop. 100 prop.
2.0
300 Gret.
2.0 500 Gret.
1000 Gret. 900 Gret.
fator M
5000 Gret.
fator M
1.5 1.5
1.0
1.0
0 20 H (m) 40
0 20 H (m) 40
Figura 20 - Fator M para loj a de departamentos e Figura 21 - Fator M para loj a de departamentos e
museus com 30 pessoas, 300 pessoas, 1. 000 pessoas museus com 100 pessoas, 500 pessoas e 900 pessoas
e 5. 000 pessoas
30 prop.
2.5 300 prop.
2.5
1000 prop. 100 prop.
fator M
1.5 1.5
1.0
1.0
0 20 40 0 20 40
H (m) H (m)
Figura 22 – Fator M para hospital com áreas de Figura 23 – Fator M para hospital com áreas de
compartimento de 30 pessoas, 300 pessoas, 1. 000 compartimento de 100 pessoas, 500 pessoas e 900
pessoas e 5. 000 pessoas pessoas
n =
370 - d 370 - 100 M=1
4
h
= = 0,9
300 300 Com os valores determinados, resulta:
= 1,3
n5 = 0,8
N .S. E 0,35 . 1,5 . 1,41
= 1,3 = 0,84.
Portanto, N = ∏ n = 1,0 . 0,8 . 0,60 . 0,9 . 0,8 =
5 fi R .M.I 1,15 . 1 . 1
1 i (b) Edifício de escritórios com as seguintes
0,35 características: área de cada andar
s1 = 1,0 (compartimentado verticalmente) de 500 m2; altura
do piso mais elevado de 60 m; profundidade do
s2 = 1,0 subsolo de 8 m; contém extintores, hidrantes
s +s -1 + 6
s = 1+ = 1+
prediais, reservatório com reserva de água (p = 0,4
b cb
3
= 1,5 MPa), brigada treinada para atuar no período de
10 10 trabalho, detecção automática com transmissão à
= 1,3
TRRF = 90 min; Não são previstas células. N .S. E 0,9 . 4,4 . 1,87
= 1,3 = 4,13.
n1 = 1,0 fi R .M.I 2,74 . 1,0 . 0,85
n2 = 1,0
A apresentação dos dois exemplos teve por
n3 = (1,5 p + 0,4) r = (1,5 . 0,4 + 0,4) 1,0 = 1,0 finalidade demonstrar a aplicação do método e
n =
alertar sobre a grande variação no valor calculado
370 - d 370 - 100
4
h
= = 0,9 de fi entre dois edifícios que respeitam a legislação
300 300 do Estado de São Paulo, 0,84 e 4,13. Ao se
n5 = 1,0 empregar o procedimento tabular original, seriam
encontrados valores similares, 0,86 e 4,3.
Portanto, N = ∏ n = 0,9 A fixação do valor limite original de fi ≥ 1, para a
5
(5 - s b ) (6 − d cb ) (5-1) (6 − 6)
10 10 regulamentos estaduais e municipais, deixar a
s4 = 1 + 1+
critério do poder público de cada região
= 1,0 estabelecer limites, em função da realidade
90 90 regional e do nível de exigência adequada a cada
s5 = 1,7 tipo de ocupação.
s6 = 1,0 Outra importante utilidade deste método é adotar-
se o fator fi como parâmetro de decisão ao se
Portanto, S = ∏ s = 4,4
6
estudar a segurança contra incêndio em edificações
1 i existentes. No caso de a adaptação de uma
edificação existente se tornar inviável em função
e =1+
TRF e das exigências legais de segurança contra incêndio,
= 1,30
1
200 este método poderá ser empregado para encontrar
meios alternativos de se garantir o mesmo nível de
e =1+
TRF f segurança contra incêndio.
2
= 1,15
400
e3 = 1,45 – 0,05 = 1,25
Conclusão
e4 = 1,0 A segurança à vida e ao patrimônio pode ser
verificada por intermédio de métodos de avaliação