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OS SELVAGENS E A MASSA: PAPEL DO RACISMO CIENTÍFICO NA MONTAGEM DA

HEGEMONIA OCIDENTAL - Renato da Silveira


Afro-Ásia, 23 (1999), 87-144

● discussão inicial - a permanência das teorias racistas no presente.


● Década de 1970 - retorno do racismo científico, em outras bases: “nouvelle droit”,
club do Relógio e grupo GRECE (França); Sociobiologia americana
● Situação atual - comunidade científica que crê em desigualdade natural é minoritária
e, ainda assim, reticente;
● diferente da situação do século XIX - racismo era tido como uma verdade científica.
○ Racismo com força política motriz do imperialismo e da identidade europeia
no final do século XIX
○ A força da ciência era a força do Ocidente. É verdade que o racismo nunca cresceu na
Europa do século passado como uma doutrina harmoniosa, criada por um grupo coeso
de conspiradores, mas nem por isso deixou de ser muito bem deliberado, pois foi o
resultado de um trabalho sistemático de numerosos especialistas a serviço de (ou
afinados com) uma política de conquista e subordinação. Esses provedores de
modelos éticos, valores cívicos e aspirações coletivas, mesmo quando
eventualissimamente discordaram da agressão colonial ou da escravização dos
africanos, deixaram fora de discussão a superioridade do europeu. (99 (4))

Ciência como força política - Revolução Francesa


● Adesão dos cientista à causa revolucionário - ciência como força de
renovação/revolução da sociedade - luta com a igreja.
○ Lavoisier, Fourcroy, Chaptal e Berthollet, os matemáticos Condorcet,Laplace,
Monge e Fourier, os naturalistas Saint-Hilaire, Lamarck, Cuviere Lacépède,
os astrônomos Bailly, Lalande e Delambre, os físicos Borda e Coulomb, os
médicos Pinel, Bichat e Baudelocque, sem falar do jornalista Marat, mártir da
revolução, apaixonado pela ciência, médico e físico autor de quinhentas
experiências, todos eles assumiram postos políticos, administrativos, militares
e substituíram a velha Academia Real pelo revolucionário Comitê de
Instrução Pública, um imenso ministério que agrupou as ciências, o ensino,
as técnicas, a pesquisa e a cultura. (92 (6))
● Movimento não se inicia no XVIII, pois a ciência vem se colocando como uma força
na Europa desde o Renascimento - no entanto, é com a revolução francesa e com a
formação / proliferação de associações científicas no século XIX e a ciência se
coloca como forma de conhecimento hegemônica.
● Ciência, neste contexto, se coloca também como uma alternativa de Liberdade para
a época.
○ Os homens que comandavam o gigantesco processo de transformações
pensavam que era preciso colocar aquela diversidade inconveniente, aquele
caos planetário em ordem,rentabilizá-lo ao impor a autoridade dos seus
superiores “naturais”. Pela força e pela razão. Não foi por acaso nem por
ignorância patológica que a noção de raça, na segunda metade do século
passado, tornou-se central na reflexão dos cientistas sociais, englobando os
conceitos de sociedade, de cultura e até mesmo o de civilização,
freqüentemente tida como apanágio do homem branco. Os novos teóricos da
superioridade da raça branca identificaram-na então com a vanguarda das
demais raças, cientificamente apresentadas como refratárias ao progresso,
supersticiosas,ignorantes, rotineiras, irresponsáveis, infantis, preguiçosas,
despóticas e até mesmo animalescas, imorais e sanguinárias. (93(7)).
● Injunção entre ciência, política e expansão econômica: imperialismo e o “Fardo do
Homem Branco”.
○ Propagar o Cristianismo, a Ciência e a Indústria para que o Outro também
pudesse viver melhor, eis a palavra-de-ordem maciça-mente professada
pelos marqueteiros da expansão ocidental. O cientista tornava-se assim um
neomissionário, ao lado do padre, do militar e do homem de negócios. Porém
o mais prestigioso dentre os pares, “a vanguarda da vanguarda” (94 (8)).

Origens do racismo científico


● 1727 - Trabalho de Henry de Boulainvilliers, Histoire de l’Ancien Gouvernement de la
France - historiadores aristocratas argumentam que a história da França é uma luta
racial antiga entre as nobrezas germânicas e os galo-romanos “detentores do poder
econômico” - transposição entre a luta política de nobres e burgueses; debate
envolve Thierry e Montesquieu;
● Diferença entre Inglaterra / Alemanha - racismo científico se dá pela mitologia de
união nacional e a França, que se dá no caso em relação à guerra civil / revolução
francesa; na França o racismo se volta à questão interna, especialmente na segunda
metade do século XIX, quando a ascensão da classe trabalhadora se coloca como
ameaça e ela passa a ser vítima de racismo, por parte das elites (classes
trabalhadoras como “perigosas”, degeneradas, selvagens e violentas).
● RACISMO ERUDITO: poligenistas x monogenistas;
○ Voltaire devia estar se sentindosupremamente inteligente quando escreveu:A
grande questão entre eles [os negros] é se são descendentes dos macacos
ou se os macacos descendem deles. Nossos sábios disseram que o homem
é a imagem de Deus: eis aqui uma curiosa imagem do Ser eterno, um nariz
negro achatado, com pouca ou nenhuma inteligência! Um dia virá sem dúvida
onde esses animais saberão cultivar a terra, embelezá-la com casas e jardins
e conhecer a rota dos astros: é preciso tempo para tudo.12 (97(11))
● Iluminismo e racismo - questão: o Iluminismo é ambíguo em relação à postura com o
Outro: ao mesmo tempo que condena a opressão, o preconceito e a intolerância, o
Iluminismo prega a assimilação e a legitimidade do colonialismo, visto como
“libertador”.
● Século XVIII - injunção entre ciência religião, mas o enunciados racistas eram ainda
pouco sistematizados, algo que vai acontecer no século XIX.
● ​ iência da Natureza​; (100 (14)
Eurocentrismo se afirmando como uma C
● Ascensão da fisiognomonia no final do século XVIII (Lavater)
● Gall (XIX) - Anatomia e Fisiologia do sistema nervoso em geral: avanços importantes
sobre a pesquisa do cérebro, mas trás os enunciados racistas para dentro do próprio
sistema nervoso.

Gobineau
1853 - Napoleão III - surge o ensaio sobre desigualdade das raças
● Racismo científico franco
● Desigualdade
● negação do liberalismo, da fraternidade
● crítica ao colonialismo por incompatibilidade cultural e incomunicabilidade cultural
● desprezo aos mais pobres

Antropologia física politização do conhecimento


● Década de 1860 - Escola de Broca - racismo por craniometria / opsição ao método
de Gobineau
● Desenvolvimento da antropologia e da História e crítica à escola de broca; mas
vence a manutenção do pragmatismo político;
● Desenvolvimento da antroplogia; pensamento racial fica xcomplexo
● Esquerda tem porblemas com o assimilacionismo
● Distinção entre “primitivos e Civilizados”; Letourneau
● Hovelacque - jacobino e anarqusita, mas manteve os enunciados racistas

Os selvagens internos - as classes perigosas


identificação entre os pobres, os proletários e os selvagens.

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