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Tópico 3- Métodos e Técnicas em Ergonomia

Unidade básica da ergonomia: é o sistema homem-máquina-ambiente. Isso significa que


uma parte desse sistema é governada pelas ciências naturais como a biologia, fisiologia, física e
química. A outra, pelas ciências sociais, como a psicologia, sociologia e antropologia. Cada um
desses ramos da ciência usa métodos e técnicas diferentes. No caso da ergonomia, dependendo
da natureza do problema, pode predominar um ou outro tipo.

Abordagem sistêmica da ergonomia: O enfoque ergonômico é baseado na teoria de


sistemas. Assim, existem três aspectos que caracterizam um sistema: os seus componentes e
elementos ou subsistemas); as relações (interações) entre os subsistemas; e a sua permanente
evolução.
Componentes do sistema: é composto por fronteira, subsistemas, interações, entradas
(inputs), saídas (outputs), processamento e ambiente.

Sistema Homem- Máquina- Ambiente: O sistema homem-máquina-ambiente é a unidade


básica de estudo da ergonomia. Em comparação com a biologia, seria a célula, que compõe os
órgãos. No nosso caso, órgãos seriam os departamentos, empresas ou organizações produtivas.
O conceito de máquina aqui é bastante amplo. Abrange qualquer tipo de artefato usado pelo
homem para realizar um trabalho ou melhorar o seu desempenho. Existem dois tipos básicos de
máquinas: as tradicionais (ajudam a realizar trabalhos físicos) e as cognitivas (operam sobre as
informações. Ex computador). Algumas máquinas simplesmente servem para amplificar ou
aperfeiçoar as capacidades humanas, outras modificam a natureza da tarefa.
Interações no sistema homem-máquina-ambiente: Esses subsistemas interagem
continuamente entre si, com a troca de informações e energias. O homem, para atuar,
precisa das informações fornecidas pela própria máquina, além do estado (situação) do
trabalho, ambientes interno e externo e de instruções sobre o trabalho. Essas
informações são captadas através dos órgãos sensoriais, principalmente a visão,
audição, tato e senso cinestésico (movimento das articulações do corpo), e são
processadas no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), gerando uma
decisão. Esta se converte em movimentos musculares, comandando a máquina por meio
das ações de controle. A máquina emite uma saída, atuando sobre o ambiente externo.
Otimização e Subotimização: Em linguagem matemática, a solução ótima de um
problema é aquela que maximiza ou minimiza a função objetivo, dentro das restrições
impostas a esse problema. Isso significa que a solução ótima não existe de forma
absoluta, mas para certos critérios (função objetivo) definidos. A solução ótima pode
estar ligado ao máximo ou mínimo da função, conforme esta tenha concavidade para
cima ou para baixo, respectivamente. As soluções que se afastam do ponto ótimo, tanto
para cima como para baixo, são chamadas de sub-ótimas. As subotimizações ocorrem
freqüentemente no sistema homem-máquina-ambiente. Normalmente, o projeto de
um sistema é dividido em partes, cada uma sob responsabilidade de uma equipe. Se
cada equipe procurar otimizar a sua parte, serão produzidas diversas soluções sub-
ótimas. Entretanto, quando essas soluções sub-ótimas foram conjugadas entre si,
dentro do sistema global, não significa necessariamente que a solução resultante seja
ótima. Ex carroceria e motor.
Consideração errônea da fronteira: A subotimização ocorre freqüentemente
devido à consideração errônea da fronteira do sistema. Ou seja, a solução ótima
é procurada dentro de um espaço limitado, inferior ao do sistema, ou por
julgamentos errados sobre a verdadeira fronteira do sistema.
Subotimização em grandes projetos: para se garantir a otimização global em
grandes projetos, é necessário haver uma organização e coordenação eficiente
dos diversos subsistemas para se garantir um bom desempenho do sistema
como um todo.

O projeto de pesquisa: O projeto de pesquisa é um plano elaborado antes de se iniciar a


pesquisa. É uma antecipação da realidade, propondo-se a atingir determinados objetivos ou
metas. Assim, vale a pena formular claramente o projeto com todos os detalhes necessários e
divulgá-lo a todos os membros da equipe, para que haja uma convergência de propósitos.
Atividades preliminares á pesquisa: se forem bem elaboradas, poderão proporcionar
economias de tempo, esforço e dinheiro. Se forem mal elaboradas, a pesquisa pode não
chegar ao fim ou terminar sem obter os resultados pretendidos. Essas atividades
compreendem a definição dos objetivos, levantamento do "estado da arte", e
elaboração do projeto de pesquisa.
Definição dos objetivos: deve ser colocado sempre por escrito, pois este é um teste
importante para saber se as pessoas têm uma ideia clara sobre aquilo que pretendem
fazer. Em alguns casos, o objetivo pode ser alterado durante o desenvolvimento da
pesquisa, mas, de qualquer modo, é necessário haver um objetivo inicial, para começar
a pesquisa. Devem ser definidos claramente de forma operacional (devem haver
especificações claras). As condições em que serão realizados os experimentos também
devem ser definidas com clareza, pois determinados resultados, obtidos sob certas
circunstâncias, não serão necessariamente válidos em outras condições. Portanto, para
que um determinado resultado experimental possa ser generalizado, é necessário que
o mesmo seja testado na situação real e nas mais variadas circunstâncias.
Levantamento do “estado da arte”: O levantamento do "estado da arte" destina-se a
verificar tudo aquilo que já se conhece sobre o assunto, tendo dois objetivos básicos.
Em primeiro lugar, para saber se a pesquisa ou projeto pretendido ainda não foi
realizado. Em segundo, para dar suporte à pesquisa ou projeto (quais foram os métodos
e técnicas utilizadas em casos semelhantes- Esse levantamento é feito principalmente
pela revisão bibliográfica de livros, revistas e pesquisas na Internet). Modernamente,
três tendências são dominantes: pesquisas na área de processos cognitivos,
preocupações cada vez maiores sobre as influências do avanço tecnológico,
consideração maior a certas minorias, corno os idosos e pessoas portadoras de
deficiências.
Utilidade das pesquisas anteriores: são uteis para analisar a metodologia,
equipamentos, sujeitos, análises e conclusões.
Elaboração do projeto de pesquisa: O projeto de pesquisa pode ser elaborado de
acordo com diferentes graus de detalhe, dependendo da complexidade e duração do
mesmo, ou determinadas exigências. Ex projeto destinado ao apoio de um órgão de
fomento, informações mínimas exigidas: objetivo, justificativa, metodologia, equipe,
cronograma e orçamento. Muitas vezes, aqueles que decidem não são especialistas na
área. Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem muito técnica ou jargões profissionais.

Realização da Pesquisa: A pesquisa em ergonomia exige diversos tipos de


planejamentos e cuidados para que os resultados alcançados sejam considerados válidos.
Escolha de métodos e técnicas: é um procedimento ou caminho utilizado pelo
pesquisador para estabelecer a relação entre causa e efeito. O método é
composto de uma série de etapas, partido de uma hipótese (também chamada
de pressuposto) para se chegar ao resultado da pesquisa, confirmando ou
rejeitando essa hipótese. Técnicas são operações, ações ou modos de executar
uma atividade e são hierarquicamente inferiores ao método. O método é mais
amplo que a técnica, e pode ser composto de várias técnicas. Por sua vez, a
mesma técnica pode ser usada em vários tipos de métodos. A escolha do
método e das técnicas depende muito do objetivo pretendido e também dos
recursos e tempos disponíveis. Portanto, a escolha do método e técnicas
depende da habilidade e experiência do pesquisador e também das restrições
que ele encontra na prática.
Experimentos de laboratório: O pesquisador pode exercer maior
controle no laboratório. Assim, pode manipular as variáveis
independentes e entradas) de acordo com o plano experimental, para
assegurar que os dados sejam adequadamente colhidos, um
computador pode ser usado para simular o sistema para realizar um
teste a custos reduzidos. A simulação pode ser feita de modo que se
apresentem situações ou eventos muito próximos da realidade, o alto
grau de controle do experimento torna possível fazer estudos
detalhados sobre alguns aspectos críticos do projeto e o sistema fica
livre das eventuais reações negativas dos usuários. Apesar de todas
essas vantagens, o experimento de laboratório dificilmente será capaz
de reproduzir efetivamente as condições reais de uso ou operação do
sistema. Certos aspectos, corno o estresse psicológico dos usuários ou
reações inesperadas dos mesmos, são difíceis de se reproduzir em
laboratório.
Experimento de campo: Os experimentos de campo servem para
verificar o comportamento do projeto nas condições reais de uso. São
feitos ainda em condições controladas, para sanar eventuais problemas,
antes que o sistema seja colocado em uso efetivo. Exigem um
planejamento cuidadoso, em colaboração com os usuários, para que
estes tenham a devida compreensão do problema. A coleta de dados no
campo pode apresentar dificuldades. A presença de um observador
pode distorcer os resultados. Quando possível, os registros devem ser
feitos automaticamente, como nos casos de tempos de reação, que
podem ser registrados pelo próprio computador que simula o sistema.
Comparações entre experimentos de laboratório e de campo: O
experimento de laboratório tem a vantagem de ser mais facilmente
controlado, além de produzir resultados a custos menores e tempo mais
curto. A observação em condições reais é mais difícil, demorada, e pode
sofrer diversos tipos de interferências externas. Naturalmente, o
experimento de laboratório, sendo uma simplificação da realidade,
envolve alguns riscos. Na situação simulada, são eliminados
determinados fatores que, na prática, podem ter uma influência maior
do que se previa, a ponto de invalidar os resultados conseguidos em
laboratório. Por outro lado, na situação real, pode ser que o evento
desejado ocorra com baixa freqüência, a ponto de ser difícil observá-lo
ou podem aparecer inúmeras interferências, dificultando as medições.
Além disso, podem exigir análises estatísticas bastante elaboradas para
se estabelecer as conexões entre a causa e o efeito. As duas situações
não são mutuamente exclusivas. Pode-se fazer um teste prévio de
laboratório, em situação controlada e depois, numa segunda fase, partir
para um teste de campo, na situação real, com o objetivo de validar ou
confirmar os resultados obtidos em laboratório.

Escolha das variáveis: variáveis que influem no desempenho de um sistema em


estudo podem ser classificadas em independentes ou de entrada e dependentes
ou de saída do sistema.
Variáveis independentes: Variáveis independentes ou de entrada
(inputs) são aquelas que podem ser deliberadamente manipuladas, para
verificar como influem no desempenho de um sistema. Tipos de
variáveis:
Homem: Antropometria e biomecânica, índices fisiológicos,
percepções e cognição, desempenho, acidentes, variáveis
clínicas, subjetivos.
Máquina: Nível tecnológico, dimensões, displays, controles,
arranjos e ferramentas manuais.
Ambiente: Físico, psico-social, organização do trabalho.
Sistema: Subsistemas, postos de trabalho, produção e
confiabilidade.
Variáveis dependentes: ou de saída (outputs) estão relacionadas com
os resultados do sistema. Ao contrário das variáveis independentes, que
podem ser arbitrariamente escolhidas, aquelas dependentes nem
sempre são facilmente determinadas, pois dependem do tipo de
interação entre os elementos (subsistemas) que compõem o sistema e
os resultados que o mesmo provocará. Na ergonomia, a maioria das
variáveis dependentes recai no tempo, em erros ou em algum tipo de
conseqüência fisiológica ou psicológica. Em um experimento, podem
existir diversas variáveis dependentes, mas é importante escolher
aquelas que mais se relacionem com o objetivo pretendido.
Verificações do controle: para se saber até que ponto as variáveis
independentes estão influenciando os resultados do experimento. Nos
experimentos de ergonomia, geralmente se usa a técnica do grupo de controle
e do placebo.
Grupo de Controle: O grupo de controle é aquele que não é submetido
às variáveis independentes do experimento. Ele é mantido em
condições semelhantes ao do grupo experimental, exceto na incidência
das variáveis independentes. Se os resultados forem semelhantes para
os dois grupos, pode-se supor que essas variáveis não tiveram influência
nos resultados e estes foram devidos a algum outro fator não-
controlado.
Uso do placebo: Placebo é urna substância inerte, que é aplicado ao
grupo de controle. Esse conceito de placebo pode ser estendido, no caso
da ergonomia, para qualquer fator que não seja facilmente perceptível,
como pequenas mudanças de dimensões, cores, ruídos, temperaturas e
assim por diante. O importante, nesse caso, é que os sujeitos do grupo
de controle não percebam as diferenças de tratamento em relação ao
grupo experimental.
Controle das condições experimentais: Um experimento de
laboratório, para ser bem sucedido, precisa isolar os fatores estranhos
que tendem a mascarar os verdadeiros efeitos pretendidos. No
experimento de campo, onde esse tipo de controle não é possível, as
relações entre as variáveis podem ser determinadas por métodos
estatísticos.
Atitudes e expectativas: Cada pessoa que participa de um
experimento tem atitudes e expectativas próprias. Ou seja, ela
não é neutra, pois tem ideias próprias sobre o seu experimento.
Isso, naturalmente, pode influir nos resultados. Para que essas
influências sejam minimizadas, normalmente se trabalha
somente com voluntários, que estejam, a princípio, dispostos a
colaborar, sem serem forçados a isso.
Instruções: Uma forma importante para controlar as atitudes e
expectativas é pela instrução correta passada aos sujeitos, de
modo que os objetivos e os procedimentos fiquem claramente
estabelecidos, para eliminar qualquer tipo de suposições ou
mal-entendidos. Devem ser apresentadas, de preferência, na
forma escrita e padronizada para todos os sujeitos, usando-se
uma linguagem simples e direta. Assim, procura-se eliminar a
influência pessoal do pesquisador sobre os sujeitos. Antes de
começar o experimento propriamente dito, deve-se fazer um
teste para verificar se as instruções foram corretamente
entendidas
Motivação: Existem evidências comprovadas de que sujeitos
motivados produzem mais e suportam melhor as condições
desfavoráveis de trabalho, sendo menos suscetíveis à fadiga. O
importante, nesse caso, é que todos os sujeitos tenham o
mesmo grau de motivação. Por outro lado, não é fácil saber qual
é o estímulo que mais motiva um determinado sujeito.
Geralmente, para reduzir as diferenças motivacionais,
recomenda-se que os sujeitos sejam estimulados
positivamente.
Fatores sociais: a presença ou ausência do pesquisador na sala
de experiência pode influir no desempenho dos sujeitos. A
presença do pesquisador na sala, mesmo fora do campo visual,
tende a melhorar o desempenho. Outra questão é o
relacionamento do pesquisador com os sujeitos. Nesse contato,
é importante que não haja tratamento diferenciado. As
avaliações subjetivas em que as pessoas emitem conceitos de
valor ou preferências pessoais podem ser distorcidas por vários
fatores, pois elas geralmente preferem aquilo que já conhecem
ou que está na "moda", e muitas vezes são baseadas em
critérios diferentes daqueles pretendidos pelo experimentador.

Definição da amostra: as diferenças individuais entre os elementos de uma população.


Isso vai influir no tamanho da amostra, para que se consiga obter dados estatisticamente
confiáveis.
Diferenças individuais: tanto nos seus aspectos físicos corno nas características
intelectuais e comportamentais, podem assumir valores consideráveis. Se não
forem tornados os devidos cuidados, essas variações individuais podem ser
maiores que aquelas das variáveis do experimento, mascarando os resultados,
dentro de uma mesma população, cada característica humana tem diferentes
graus de variação (chamados variância ou desvio-padrão, em estatística).
Caracterização dos sujeitos: características gerais, físicas, psicossociais e
instrução e experiências. Essa classificação serve para selecionar indivíduos com
características julgadas importantes de acordo com o experimento que se quer
realizar.
Tipos de amostragens: casual (feita sem cuidados especiais, o problema é que
esses elementos nem sempre podem ser considerados como uma amostra
representativa do universo de usuários de um produto ou serviço), aleatória (
Na amostragem aleatória, os sujeitos são escolhidos ao acaso, todos os
elementos de uma população têm iguais probabilidades de figurar na amostra),
estratificada ( é semelhante à aleatória, mas é feita de acordo com uma
classificação prévia dos sujeitos e certas características que poderão influir nos
resultado), proporcional estratificada (quando houver um conhecimento prévio
da predominância relativa de algum estrato sobre o outro, a amostra pode ser
feita proporcionalmente ao aparecimento dessas características na população).
Tamanho da amostra: depende da variabilidade (variância ou desvio-padrão,
em linguagem estatística) da variável que se quer medir. Quanto maior for a
dispersão das medidas, maior deverá ser o tamanho da amostra e vice-versa e
depende da precisão que se deseja nas medidas. Isso significa que as conclusões
serão válidas dentro de uma certa margem de confiança.

Coleta dos dados experimentais: As medidas do ser humano recaem em duas


categorias gerais: objetivas e subjetivas.
Medidas objetivas: são aquelas realizadas com o auxílio de instrumentos de
medida e resultam em um determinado valor numérico. Exemplos de medidas
objetivas são as medidas antropométricas e biomecânicas, deve-se tomar o
cuidado de especificar o tipo de instrumento utilizado (influi na precisão) e as
condições em que são feitas as medidas.
Variáveis contínuas e discretas: As variáveis podem assumir valores
contínuos ao longo de uma escala quantitativa ou valores discretos, ou
seja, qualitativamente diferentes.
Faixa de valores: os valores mínimo e máximo a serem testados, deve
ser fixada para que não se realizem medições pouco significativas.
Quando não se conhecem a priori esses valores ou não se têm
informações de outras experiências semelhantes já realizadas, será
necessário fazer um pré-teste para determinar esses valores extremos.
Instrumentos de medida: A faixa de valores a serem medidas leva à
questão dos instrumentos de medida, que devem trabalhar na faixa
escolhida, com a precisão necessária.
Quantidade de medidas: A quantidade de medidas vai depender do tipo
de variação (função) da curva e da precisão desejada. A rigor, se a função
for uma reta, bastariam dois pontos para determiná-la. Funções com
oscilações maiores, exigem mais pontos de medida. Como já vimos, o
tamanho dessa amostra depende da variância e é dimensionada por
critérios estatísticos. Assim, cada ponto do gráfico seria representado
pela média e variância das medidas obtidas nessa amostra.
Medidas subjetivas: são aquelas que dependem de julgamento dos sujeitos,
nem sempre podem ser quantificadas em números, mas apenas qualificadas ou
classificadas. Elas são baseadas geralmente em entrevistas e questionários. No
caso de variáveis subjetivas que apresentam variações contínuas, existem
basicamente duas técnicas usadas em sua quantificação. O primeiro é construir
uma "escala" com uma série de frases, cada uma representando um
determinado valor nessa escala. A segunda forma, é construir simplesmente
uma linha, com marcação de uma escala, ou marcar apenas as duas
extremidades, para que a pessoa possa assinalar por interpolação.
Observações diretas: envolve olhar o que as pessoas fazem e registra-lo de
alguma forma, apresenta duas desvantagens. A primeira é o efeito provocado
pela presença do observador, podendo ser resolvido pela mínima interação ou
pelo hábito. A segunda desvantagem é o tempo, pois as observações podem ser
demoradas, principalmente quando se quer registrar fenômenos de baixa
freqüência.
Observações formais e informais: informais são menos estruturadas. O
observador tem uma grande liberdade para escolher as informações a serem
obtidas e sobre a forma de registrá-las. Esse tipo de observação traz uma
dificuldade posterior para organizar, analisar e tirar conclusões. A observação
formal envolve um trabalho prévio de seleção, classificação e descrição dos
eventos a serem observados, é usado principalmente em experimentos de
campo, para se obter medidas sobre as variáveis dependentes. A observação
formal pode ser precedida de uma fase informal, para a definição das categorias
de ações a serem observadas.
Observações contínuas e por amostragem: A observação contínua é feita sem
interrupção. A observação por amostragem é feita instantaneamente, de modo
que os intervalos entre dois registros consecutivos variam aleatoriamente (essa
aleatoriedade é obtida com uso das tabelas dos números ao acaso, encontrados
em livros de Estatística).
Entrevistas: um tipo de conversa dirigida com certos objetivos. Ela pode ser
informal, semi-estruturada ou estruturada. No caso informal, não há roteiro
previamente elaborado. Naquela estruturada, segue uma seqüência de
perguntas previamente elaboradas. Na semi-estruturada, existem também
essas perguntas, mas elas podem ser alteradas durante a entrevista, de acordo
com as respostas obtidas. Uma entrevista geralmente abrange cinco fases:
Introdução, degelo, conteúdo principal, finalização e fechamento. Podem
existir: entrevistas pessoais, telefônicas ou pela internet. A maior vantagem das
entrevistas é a flexibilidade e adaptabilidade, a desvantagem da entrevista é a
demora.
Técnicas de Entrevistas: ouvir mais, falar menos; fazer perguntas curtas
e diretas; usar vocabulário adequado; eliminar perguntas tendenciosas,
manter postura adequada;
Grupo de foco: é um tipo de entrevista realizado coletivamente, com 6a10
pessoas. Elas são convidadas para discutir algum assunto, visando chegar a
certos consensos, tem a vantagem de fornecer informações valiosas com uso de
poucos recursos, em um prazo relativamente curto, neutralização da influência
do entrevistador, que pode levar a resultados distorcidos, quando a entrevista
for feita individualmente. Pode-se usar o grupo de foco em complementação a
outras técnicas como questionários e entrevistas. Tem a vantagem de ser menos
formal e permitir uma discussão mais livre das ideias e sugestões. Outra
vantagem é o seu aspecto sinérgico, proporcionado pela dinâmica do grupo.
Questionários: são meios eficientes e baratos quando se quer consultar um
grande número de pessoas em pouco tempo. Contudo, as informações obtidas
geralmente são superficiais. É difícil de verificar se o preenchimento foi feito de
forma honesta e séria. As respostas aos questionários podem ser abertas ou
fechadas. Os questionários abertos assemelham-se a entrevistas e demandam
muito tempo para serem analisadas e processadas. Os fechados, oferecem um
certo número de opções para as respostas e são de fácil processamento, que
pode ser feito por computador.
Elaboração do questionário: Recomenda-se um planejamento inicial,
para definir claramente o objetivo: decida sobre a forma de
processamento; as questões devem ser específicas; prefira questões
fechadas; as opções devem fechar todas as possibilidades; adote uma
escala adequada (nominal, ordinal, intervalar); coloque a alternativa
“nenhuma das respostas anteriores”; coloque uma escala para medir a
intensidade; coloque opções que exijam certa interpretação e
raciocínio; ordene as questões; use vocabulário adequado.
Análise Ergonômica do trabalho: A análise ergonómica do trabalho (AET) visa
aplicar os conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar e corrigir
urna situação real de trabalho. O método AET desdobra-se em cinco etapas:
análise da demanda; análise da tarefa; análise da atividade; diagnóstico; e
recomendações. As três primeiras constituem a fase de análise e permitem
realizar o diagnóstico para formular as recomendações ergonómicas.
Análise da demanda: a descrição de um problema ou urna situação
problemática, que justifique a necessidade de urna ação ergonómica.
Análise da tarefa: um conjunto de objetivos prescritos, que os
trabalhadores devem cumprir. A AET analisa as discrepâncias entre
aquilo que é prescrito e o que é executado, realmente.
Análise da atividade: Atividade refere-se ao comportamento do
trabalhador, na realização de uma tarefa. A atividade é influenciada por
fatores internos e externos. Os fatores internos localizam-se no próprio
trabalhador. Os fatores externos referem-se às condições em que a
atividade é executada.
Formulação do diagnóstico: procura descobrir as causas que provocam
o problema descrito na demanda. Refere-se aos diversos fatores,
relacionados ao trabalho e à empresa, que influem na atividade de
trabalho.
Recomendações ergonômicas: referem-se às providências que deverão
ser tomadas para resolver o problema diagnosticado. Essas
recomendações devem ser claramente especificadas, descrevendo-se
todas as etapas necessárias para resolver o problema. Devem indicar
também as responsabilidades, ou seja, a pessoa, seção de
departamento encarregado da implementação, com indicação do
respectivo prazo.
Cargo, tarefa, atividade e ação: Cargo é o conjunto de tarefas ou
atribuições e responsabilidades a serem exercidas regularmente por
uma pessoa.

Métodos Participativos: são aqueles em que o pesquisador deixa de ser um simples


observador e passa a fazer parte ativa da solução do problema.
Pesquisa-ação: é um método em que os pesquisadores e os participantes da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo, em estreita associação, na busca da solução. Desse modo, os
pesquisadores desempenham um papel ativo no equacionamento do problema
e no desenvolvimento das ações que levem à sua solução, pesquisador
acompanha a implementação das ações, sugerindo correções, caso se
constatem desvios indesejáveis. A pesquisa-ação pode ser mais trabalhosa e
demorada, em relação à pesquisa convencional, porque não se trata apenas de
coletar e analisar informações, mas propõe-se a transformar a realidade. A
principal desvantagem da pesquisa-ação é a dificuldade de elaborar um
planejamento para antecipar possíveis resultados. Ela não segue um roteiro
rígido, mas um planejamento flexível, que vai-se adaptando com a evolução dos
acontecimentos. Há sempre um vai-e-vem que depende da dinâmica interna do
grupo de pesquisadores e seu relacionamento com os participantes.
Ergonomia participativa: é um método pelo qual os usuários finais da
ergonomia desempenham um papel ativo na identificação e análise dos
problemas ergonômicos, assim como na formulação e implementação de suas
soluções. Para o seu sucesso, deve contar, em primeiro lugar, com apoio da
administração superior da empresa. Em segundo lugar, com o envolvimento de
todos os níveis da organização. Os conhecimentos em ergonomia podem ser
proporcionados por um consultor externo. A participação efetiva envolve níveis
crescentes de aquisição de conhecimentos, mudança de comportamentos e
controles de realimentação. Isso deve ocorrer de forma contínua e cumulativa.
Ela começa com uma regulação externa e evolui até alcançar uma regulação
interna, auto-sustentada. No processo da ergonomia participativa, há diversos
ciclos de "mudanças na percepção -aprendizagem -mudanças na ação -
participação ativa", em níveis crescentes e abrangentes dentro da empresa, de
modo que os conhecimentos externos são internalizados progressivamente pela
empresa.
Regulação externa: representa o estado inicial, com praticamente
nenhuma participação interna. Até esse ponto, os conhecimentos de
ergonomia são dominados apenas pelo consultor externo, que é
agregado ao programa.
Regulação interna: Chegando-se ao ponto da regulação interna, os
membros da empresa já dominaram os conhecimentos essenciais de
ergonomia e estão em condições de assumir o controle do processo, de
modo que o consultor externo pode ser dispensado.

Projeto participativo: é um caso particular da ergonomia participativa, aplicado ao


design de novos produtos ou redesign de produtos existentes, o usuário é envolvido desde a
etapa inicial. Assim, não há uma separação entre o projeto e a sua avaliação. Desde o início, o
projeto é focalizado nos usuários e tarefas. Dessa forma, os usuários fazem avaliações contínuas
a cada etapa do projeto. Assim, os eventuais erros ou desvios do projeto são imediatamente
corrigidos antes de se chegar ao protótipo. Portanto, o projeto participativo tem o objetivo de
incorporar as reais necessidades e desejos dos consumidores, ao projeto do produto. Muitas
vezes, há diferenças significativas entre estas necessidades e desejos reais, em relação aquelas
que são imaginadas ou supostos pelos especialistas.

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sistema homem-máquina
otimização
subotimização
projeto de pesquisa
método
técnica experimento de laboratório
experimento de campo
variável independente
variável dependente
grupo de controle
amostragens
tamanho da amostra
medida objetiva
medida subjetiva
observação direta
entrevista
questionário
grupo de foco
análise ergonômica do trabalho
método participativo
projeto participativo
1. Conceitue sistema. Dê um exemplo. (Seja original, não repita do livro)
2. Por que o conjunto de soluções sub-ótimas não é ótima para o sistema?
3. Como se define o objetivo da pesquisa?
4. Apresente as vantagens e desvantagens dos experimentos de laboratório e de campo.
5. Conceitue variáveis independentes e dependentes.
6. Para que serve o grupo de controle?
7. Que cuidados se deve tomar na definição da amostra?
8. Quais são as vantagens e desvantagens da observação direta?
9. Que cuidados devem ser tomado na entrevista?
10. . Quando se aplica a análise ergonômica do trabalho?
11. Quais são as vantagens do método participativo?

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