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VITOR PESCE
SANTO ANDRÉ
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC
ENGENHARIA AMBIENTAL E URBANA
VITOR PESCE
SANTO ANDRÉ
2019
Dedico este trabalho aos meus pais,
pela vida vivida com eles.
AGRADECIMENTOS
Ver o capim
Ver o baobá
Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim
Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora
Quando eu morrer
Cansado de guerra
Morro de bem
Com a minha terra:
Cana, caqui
Inhame, abóbora
Onde só vento se semeava outrora
Amplidão, nação, sertão sem fim
Ó Manuel, Miguilim
Vamos embora”
Over the last decade, there has been a large increase on the demand
and sales of "clean" products (pesticide-free products) associated with the
spreading of the harmful effects of contaminated food consumption. From this
new market, the dominant distribution channels such as super and
hypermarkets are betting on sales of organic products. However, their
requirements distance farmers from agroecological practices. Given this
problematic problem, the present study analyzed the sustainability of three
systems through two methods, as well as the compatibility between their
investment markets and agroecological systems, seeking to understand the
constraints of the production system by the bias of the different modes of
distribution once accessed. The study had, therefore, the challenge of
contributing to the evaluation of markets as conditioners factors of production,
searching for a relationship, consistent with a sustainable agriculture, between
both parts production and marketing.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 16
3 METÓDOS E ESTRATÉGIAS.................................................................................. 30
4 RESULTADOS ........................................................................................................ 46
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 97
14
próprios produtores de práticas agroecológicas e sustentáveis, o presente
trabalho desenvolveu a análise de três agroecossistemas de produtores
parceiros do Coletivo de Consumo Rural-Urbano – Solidariedade Orgânica
(CCRU-SOLO), fundado na Universidade Federal do ABC.
As análises de sustentabilidade para os agroecossistemas em transição
agroecológica foram realizadas sob a luz de dois métodos distintos, sendo eles
a) Método 1, desenvolvido pela AS–PTA (Agricultura Familiar e Agroecologia) e
a Articulação Nacional de Agroecologia, e b) Método 2, apresentado por
Almeida, Carneiro e Marchiori (2016) no referente artigo “Avaliação de
produtividade e sustentabilidade de sistemas agroecológicos de duas
propriedades do interior do estado de São Paulo”, cujas autoras articulam uma
ordenação para a análise de agrocoecossistemas. Outro conjunto de
indicadores, propostos nesse trabalho, buscaram avaliar as exigências dos
mercados de escoamento e suas (in)compatibilidades com os sistemas
agroecológicos.
15
O segundo objetivo tratou de verificar os condicionantes do sistema de
produção pelo viés dos diferentes modos de distribuição acessados pelos
agricultores estudados. Buscou evidenciar como a realidade e
operacionalização dos mercados influencia positiva ou negativamente na
conversão para uma agricultura sustentável. Com os resultados em mãos, o
estudo tem como desafio contribuir para a avaliação dos mercados como
condicionantes da produção em busca de uma relação entre produção e
mercado que seja condizente com uma agricultura sustentável.
2 DESENVOLVIMENTO
16
2.1.2 Breve histórico do período inicial de modernização: A Política Estatal e a
Integração com a Indústria
17
rural brasileiro alcançou um total de 27 milhões de pessoas (ABRAMOVAY;
CAMARANO, 1999). Houve expulsão da população rural pela concentração de
terras e grande parte dos que continuaram no campo passaram a ser
assalariados, geralmente temporários (boias-frias), isso porque a mecanização
da produção não ocorreu em todas as suas etapas produtivas.
A concentração de terras nas épocas de maior incentivo à mecanização
pode ser notada pelo censo de 1975, “se ordenarmos os quase 5 milhões de
estabelecimentos agropecuários do menor para o maior, somente 1% dos
grandes estabelecimentos se apropriava de 45% da área total” (SILVA, 1981,
p. 14). A alta concentração acirrou os conflitos pela posse da terra e a expulsão
de famílias, principalmente das que possuíam acesso precário a terra.
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capital privado passa a controlar os ramos da agricultura, atendendo às
demandas do mercado globalizado.
A ação das empresas sobre a agricultura gera diversas consequências,
como: a concentração do controle da produção e do comércio mundial de
produtos agrícolas por parte de poucas empresas, controle sobre os preços
dos produtos agrícolas, hegemonia das empresas sobre o conhecimento
científico, concentração da produção em um número cada vez menor de terras,
padronização dos alimentos humanos e animais, perda da soberania alimentar
etc. (STEDILE, 2013).
Em suma, o agronegócio é voltado para produção em larga escala
(monoculturas) de commodities agrícolas para o mercado externo,
caracterizando assim, uma subordinação da agricultura aos interesses do
capital privado e do comércio globalizado em detrimento da produção de
alimentos, da soberania alimentar e da preservação ambiental através de uma
agricultura familiar sustentável.
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Com a descoberta por Liebig, em 1840, de que os nutrientes químicos
N,P,K funcionavam de forma espetacular no crescimento das plantas, a
questão da fertilidade do solo parecia ter sido desvendada e a biologia do solo
dá lugar à química do solo (POLLAN, 2007). A partir daí, pode-se dizer que a
complexidade envolvida na fertilidade solo, resultante da relação dos fatores
bióticos e abióticos, desde os micro-organismos até os seres superiores, é
reduzida a uma relação de alguns nutrientes com a produtividade obtida pelos
seus usos na forma de adubos químicos. Nesse contexto, segundo Khatounian
(2001, p. 34), “os ataques de pragas e doenças, deficiências minerais,
adversidades climáticas, eram entendidos como ruídos ao bom funcionamento
da produção, ruídos esses cuja dinâmica era alheia à dinâmica da produção”.
Porém, ainda na época da difusão dessas ideias reducionistas, grupos
minoritários apontavam a simplificação dos agroecossistemas associados ao
uso de fertilizantes químicos como causa do aumento dos problemas
envolvidos na produção (KHATOUNIAN, 2001).
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Desde o crescente uso de fertilizantes e inseticidas, as monoculturas
tornamram-se mais viáveis, e com elas, há um correspondente aumento de
problemas sanitários como doenças e plantas invasoras. Para combater tais
problemas, novamente a indústria coloca à disposição tecnologias que deem
conta de diminuir os efeitos adversos resultantes da nova maneira de se lidar
com a produção. Dessa vez, são os fungicidas e herbicidas que aparecem
como salvadores de um agroecossistema desequilibrado. Os primeiros
permitiram o controle de doenças vegetais, bem como possibilitaram o cultivo
de determinadas espécies fora dos ambientes aos quais são mais bem
adaptadas. Já os herbicidas, foram capazes de controlar espécies invasoras,
muitas delas selecionadas e adaptadas às condições presentes nas
monoculturas. O pacote tecnológico completo, formado pelos fertilizantes
químicos, inseticidas, fungicidas, herbicidas e maquinários agrícolas, permitiu o
aumento da produtividade agrícola através de monoculturas altamente
dependentes desses aportes tecnológicos (KHATOUNIAN, 2001).
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Podem-se citar os impactos ambientes relacionados ao uso de
fertilizantes químicos e agrotóxicos como: a contaminação das águas
superficiais e subterrâneas pela lixiviação dos fertilizantes; a eutrofização de
rios e lagos com a correspondente perda da diversidade vegetal e animal
desses ecossistemas; a perda da fertilidade do solo decorrente da morte da
diversidade microbiana cuja importância é fundamental para a ciclagem dos
nutrientes; a poluição do ar por compostos nitrogenados e agrotóxicos,
aumentando a emissão dos gases do efeito estufa e afetando a saúde dos
trabalhadores envolvidos na aplicação desses compostos etc. (ALTIERI, 2012).
A produção intensiva com a homogeneização genética dos cultivares
acaba por aumentar as perdas decorrentes de surtos de pragas, por não
apresentarem mecanismos de defesa ecológicos, bem como pelas práticas
afetarem negativamente os inimigos naturais dos insetos-praga. A introdução
de espécies geneticamente modificadas acaba por reforçar o uso de
agrotóxicos e a monocultura, comprometendo a diversidade genética pela
substituição dos cultivares tradicionais e pela transferência involuntária de
“transgenes” (ALTIERI, 2012).
Portanto, a utilização do pacote tecnológico implica em sérios impactos
para o meio ambiente e para a integridade da produção tradicional. De fato,
seu uso está estritamente relacionado com a opção por um desenvolvimento
rural pautado na produção de commodities e pelos interesses das indústrias
produtoras de insumos. Contudo, as agriculturas alternativas, desde o início da
revolução verde, se mostraram como alternativas ao atual modelo produtivo, a
partir do reconhecimento de que a produção tradicional apresenta uma lógica
sustentável de preservação da biodiversidade capaz de garantir a segurança
alimentar (ALTIERI, 2012).
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produtores e consumidores, a diminuição e precarização do trabalho rural e a
opção por uma economia exportadora de commodities em detrimento da
segurança alimentar, são pontos que enfatizam a crise em que o padrão atual
de produção agrícola se encontra. Diante desse problema, o que se coloca em
questão é a busca por um modelo alternativo de produção que possa
responder aos problemas colocados, de forma a garantir a sustentabilidade dos
agroecossistemas e a renda dos produtores, preservando o meio ambiente.
Nesse contexto,
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às “inter-relações entre seus componentes e a dinâmica complexa dos
processos ecológicos” (ALTIERI, 2012, p.105).
Os agroecossistemas, portanto, são compreendidos como ecossistemas
antropicamente alterados para a produção de alimentos e outros produtos.
Nesse sentido, os elementos que constituem o sistema agrícola mantêm
relações ecológicas entre si, essas, também sofrendo interferência humana de
acordo com o manejo empreendido. A ideia central da agroecologia consiste,
então, em promover sistemas agrícolas capazes de realizar processos
ecológicos que ocorrem sob condições naturais, tais como: “ciclagem de
nutrientes, interações predador-presa, competição, simbiose e mudanças
decorrentes de sucessões ecológicas” (ALTIERI, 2012, p.106). Tais processos
podem ser viabilizados através se seus conhecimentos aplicados no manejo do
agroecossistema.
É importante ressaltar que grande parte das técnicas utilizadas na
agricultura sustentável são as mesmas historicamente empregadas pela
produção tradicional e familiar. A importância do reconhecimento da
complexidade da agricultura tradicional, capaz de manter a diversidade e
preservação ambiental com segurança alimentar, é fundamental para que
esses sistemas produtivos possam ser objetos de estudo e continuem sendo
utilizados a favor dos agricultores continuamente excluídos de seus meios de
produção tradicionais (ALTIERI, 2012). Nos tópicos seguintes, serão
apresentados os princípios ecológicos e as técnicas empregadas a favor de
uma agricultura sustentável.
24
autor, para viabilizar tais interações, é importante a aplicação de alguns
princípios ecológicos:
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policultivos, geralmente há um melhor uso dos recursos naturais em
vista da maneira distinta das espécies usarem os mesmos e uma
menor incidência de pragas pela possibilidade de aumentar a
importância de seus predadores.
Cultivo de cobertura e cobertura morta: plantio solteiro ou consorciado
de plantas herbáceas, leguminosas, gramíneas ou outras.
Apresentam a característica de proteção do solo contra erosão,
melhoram sua estrutura e fertilidade, ajudam a suprimir vegetação
espontânea e podem ser incorporadas ao solo na forma de adubo
verde.
Rotação de culturas: espécies diferentes são cultivadas em
sucessões repetidas na mesma área. Essa prática incorpora
diversidade no sistema, promove a fertilidade do solo, principalmente
a partir da utilização de leguminosas que ajudam na fixação de
nitrogênio. A sequência das espécies em rotação também possibilita
uma complexa interação benéfica entre as espécies.
Sistemas agroflorestais: Sistemas nos quais as árvores são
associadas com espécies agrícolas, otimizando os efeitos benéficos
das interações entre eles. Proporcionam um uso mais eficiente da
radiação solar e da água pela diversidade de sistemas radiculares
entre as plantas.
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A categoria de agricultura familiar, segundo Abramovay (2007, p. 03), “é
aquela em que a gestão, a propriedade e a maior parte do trabalho vêm de
indivíduos que mantêm entre si laços de sangue ou parentesco”. Segundo o
Censo Agropecuário 2006 (IBGE, 2006), dos 5.175.489 estabelecimentos
agrícolas, 84,4% são familiares, porém, ocupando apenas 24,3% da área total,
representam 74,4% das pessoas ocupadas e é responsável por 38% do Valor
Bruto da Produção, produzindo cerca de 70% dos alimentos consumidos no
país.
A relevância da agricultura familiar como produtora de alimentos
expressa seu papel fundamental como promotora da segurança alimentar e
afirma sua integração crescente aos mercados. É por essa crescente
integração que a forma de vida conhecida como campesinato dá lugar a uma
agricultura “mercantilizada”. A ruptura entre as duas categorias é a crescente
mercantilização da produção. Enquanto na agricultura camponesa a prioridade
é a produção para o autoconsumo e os laços comunitários são fundamentais,
sendo apenas os excedentes comercializados no mercado, na agricultura
mercantilizada é pela produção de mercadorias e sua venda que as demandas
familiares são satisfeitas. Sendo assim, na agricultura mercantilaza, a
organização da produção passa a sofrer maiores influências e dependência do
mercado. Segundo Plein e Filippi (2011, p.107), “a produção depende
crescentemente da venda para o mercado, bem como da compra dos fatores
de produção”, ou seja, as atividades de produção e a reprodução da foça de
trabalho são crescentemente dependentes do mercado. Abaixo, o esquema da
Figura 1 ilustra a diferença entre a forma de reprodução autônoma e a
dependente do mercado:
27
Figura 1: Reprodução autônoma (agricultura camponesa) x reprodução dependente do
mercado (agricultura familiar) nas esferas da produção e circulação
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coordenação do mercado a partir da implantação de sistemas de
logística que, para o produtor, implica a capacidade de suprir e
custear uma cesta mínima de produtos em forma planejada e
contínua (WILKINSON, 2008, p. 126)
29
consumidores que se juntam para acessar diretamente, a partir de compras
coletivas, os produtores orgânicos/agroecológico. Tais grupos questionam o
padrão atual de produção, distribuição e consumo de alimentos, buscando
agregar valores como a preservação ambiental, a qualidade de vida dos
trabalhadores rurais e a saúde dos consumidores. Os Grupos de Consumo
Responsável acreditam que o ato de consumo é também político, na medida
em que possibilita apontar para outro paradigma de desenvolvimento
econômico. Dessa maneira, acredita-se que os Grupos de Consumo
Responsável são um canal de escoamento importante na busca de uma
agricultura sustentável (KAIRÓS, 2013).
3 METÓDOS E ESTRATÉGIAS
3.1.1. Método 1:
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Para cada atributo sistêmico, um conjunto de parâmetros, apresentados
nas tabelas a seguir (tabelas referência para as avaliações presentes na
secção de resultados), foram avaliados de forma qualitativa com scores de 1 a
5, correspondentes aos níveis muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto.
Posteriormente, foram elaborados gráficos de satélite para melhor comparação
entre os agroecossistemas e síntese dos resultados de avalição dos atributos
sistêmicos. A aplicação do método se deu através de entrevistas
semiestruturadas e visita às unidades produtivas, ocorridas entre o 3º
quadrimestre de 2018 e o 1º quadrimestre de 2019, onde foram abordadas as
questões envolvendo os atributos sistêmicos e seus conjuntos de parâmetros
avaliados, possibilitando uma maior discussão dos mesmos.
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3.1.2. Tabelas Referência: Qualificação dos parâmetros que compõem os atributos sistêmicos
Refere-se ao grau de mercantilização dos recursos movidos no funcionamento do agroecossistema, a variação desse
grau mostra a dependência em relação ao mercado.
Sementes, mudas, mat. propag., Grau de auto abastecimento com relação aos recursos genéticos dos cultivos e criatórios:
crias 1 – Todos os matérias propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através do mercado
2 – Poucos matérias propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através de produção própria
3 – Cerca da metade dos materiais propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através de produção própria
4 – Grande parte dos materiais propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através de produção própri a
5 – Todos os materiais propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através de produção própria
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Água Grau de auto abastecimento de água para os diferentes consumos:
1 – Todo o volume de água consumido é adquirido via mercado (companhias de abastecimento, etc.)
2 – Um volume pequeno de água consumido é captado de corpos d’água próximos, captação de água da chuva, poço etc.
3 – Por volta da metade do volume de água consumido é captado de corpos d’água próximos, captação de água da chuva, poço etc.
4 – Grande parte do volume de água consumido é captado de corpos d’água próximos, captação de água da chuva, poço etc.
5 – Todo o volume de água consumido é captado de corpos d’água próximos, captação de água da chuva, poço etc.
Fertilizantes Grau de autonomia em relação a insumos adquiridos nos mercados para a reposição da fertilidade do solo:
1 – Todos os insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são adquiridos via mercado
2 – Grande parte dos insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são adquiridos via mercado
3 – Por volta da metade dos insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são produzidos na propriedade
4 – Grande parte dos os insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são produzidos na propriedade
5 – Todos os insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são produzidos na propriedade
Trabalho de Terceiros Nível de autossuficiência em relação à mão de obra para a realização das atividades relacionadas à gestão do agroecossistema:
1 – Totalmente dependente em relação à mão de obra de terceiros
2 – Muito dependente em relação à mão de obra de terceiros
3 – Medianamente dependente em relação à mão de obra de terceiros
4 – Pouco dependente em relação à mão de obra de terceiros
5 – Autossuficiente em relação à mão de obra de terceiros
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Autonomia (Base de Recursos Autocontrolada):
Entendida como espaço de liberdade para que se possa colocar em prática estratégias de reprodução do
agroecossistema que sejam coerentes com as perspectivas econômicas e projetos de vida. Tal liberdade se amplia conforme
haja uma ampliação da base de recursos autocontrolada, composta por objetos de trabalho (terra, biodiversidade, água), por
instrumentos de trabalho (equipamentos e infraestruturas) e pela força de trabalho.
Sementes, mudas, mat. propag., Grau de auto abastecimento com relação aos recursos genéticos dos cultivos e criatórios:
crias 1 – Todos os matérias propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através do mercado
2 – Poucos matérias propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através de produção própria
3 – Cerca da metade dos materiais propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através de produção própria
4 – Grande parte dos materiais propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através de produção própria
5 – Todos os materiais propagativos (recursos genéticos dos cultivos e criatórios) são obtidos através de produção própria
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Água Grau de auto abastecimento de água para os diferentes consumos:
1 – Todo o volume de água consumido é adquirido via mercado (companhias de abastecimento, etc.)
2 – Um volume pequeno de água consumido é captado de corpos d’água próximos, captação de água da chuva, poço etc.
3 – Por volta da metade do volume de água consumido é captado de corpos d’água próximos, captação de água da chuva, poço etc.
4 – Grande parte do volume de água consumido é captado de corpos d’água próximos, captação de água da chuva, poço etc.
5 – Todo o volume de água consumido é captado de corpos d’água próximos, captação de água da chuva, poço etc.
Fertilizantes Grau de autonomia em relação a insumos adquiridos nos mercados para a reposição da fertilidade do solo:
1 – Todos os insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são adquiridos via mercado
2 – Grande parte dos insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são adquiridos via mercado
3 – Por volta da metade dos insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são produzidos na propried ade
4 – Grande parte dos os insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são produzidos na propriedade
5 – Todos os insumos utilizados para a reposição da fertilidade do solo são produzidos na propriedade
Trabalho de Terceiros Nível de autossuficiência em relação à mão de obra para a realização das atividades relacionadas à gestão do agroecossistema:
1 – Totalmente dependente em relação à mão de obra de terceiros
2 – Muito dependente em relação à obra de terceiros
3 – Medianamente dependente em relação à mão de obra de terceiros
4 – Pouco dependente em relação à obra de terceiros
5 – Autossuficiente em relação à mão de obra de terceiros
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Biodiversidade Idem aos parâmetros: diversidade interespecífica; diversidade intraespecífica e adaptabilidade das espécies cultivadas
presebtes na tabela 3 - Qualificação dos parâmetros acerca da Responsividade.
Responsividade:
Capacidade de resposta às contingências e instabilidades dos meios externos e internos ao agroecossistema, é outro
atributo importante que pode garantir a estabilidade do mesmo em casos de mudanças diversas.
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4 – A grande maioria das sementes utilizadas são crioulas (variabilidade intraespecífica alta)
5 – Todas as sementes utilizadas são crioulas (variabilidade intraespecífica muito alta)
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2 – Possui estoque de insumos para um período curto de tempo
3 – Possui estoque de insumos para um período médio de tempo
4 – Possui estoque de insumos para um período longo de tempo
5 – Possui estoque de insumos para um período muito longo de tempo
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Integração Social:
A integração social através de relações não mercantilizadas com a comunidade e estâncias do poder como o Estado, foi
avaliada de forma específica para ressaltar sua importância.
Acesso a políticas públicas Regularidade das políticas públicas acessadas voltadas para a produção agrícola ou correlatas:
(regularidade) 1 – A regularidade de acesso às políticas públicas é muito baixa
2 – A regularidade de acesso às políticas públicas é baixa
3 – A regularidade de acesso às políticas públicas é média
4 – A regularidade de acesso às políticas públicas é alta
5 – A regularidade de acesso às políticas públicas é muito alta
Acesso a políticas públicas Variedade de políticas públicas acessadas voltadas para a produção agrícola ou correlatas:
(variedade) 1 – Acessa variedade muito baixa de políticas públicas
2 – Acessa variedade baixa de políticas públicas
3 – Acessa variedade média de políticas públicas
4 – Acessa variedade alta de políticas públicas
5 – Acessa variedade muito alta de políticas públicas
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Participação em redes de Participação em redes de aprendizagem:
aprendizagem 1 – Não participa de nenhuma rede de aprendizagem
2 – Participa de redes de aprendizagem que pouco satisfazem suas demandas de aprendizagem
3 – Participa de redes de aprendizagem que medianamente satisfazem suas demandas de aprendizagem
4 – Participa de redes de aprendizagem que satisfazem suas demandas de aprendizagem
5 – Participa de redes de aprendizagem que muito satisfazem suas demandas de aprendizagem
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Equidade de Gênero:
O parâmetro equidade de gênero pretendeu contribuir para elucidar as relações de gênero e o protagonismo das
mulheres em espaços sociais e processos de gestão e trabalho nos agroecossistemas que geralmente são legados a figura
masculina.
Divisão sexual Simetria na divisão sexual do trabalho doméstico e de cuidados entre jovens:
do trabalho 1 – As tarefas domésticas e de cuidados ficam a cargo das mulheres
doméstico e de 2 – Há uma divisão pouco simétrica das tarefas domésticas e de cuidados entre homens e mulheres
cuidados 3 – Há uma divisão relativamente simétrica das tarefas domésticas e de cuidados entre homens e mulheres
(jovens) 4 – Há uma divisão simétrica das tarefas domésticas e de cuidados entre homens e mulheres
5 – Há uma divisão muito simétrica das tarefas domésticas e de cuidados entre homens e mulheres
Participação nas Simetria, entre homens e mulheres, na participação nas decisões de gestão do agroecossistema:
decisões de 1 – As decisões relacionado às estratégias de estruturação, de manejo e de comercialização ficam a cargo dos homens
gestão do 2 – Há uma divisão pouco simétrica em relação às decisões relacionadas às estratégias de estruturação, de manejo e de comercializ ação entre homens e mulheres
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agroecossistema 3 – Há uma divisão relativamente simétrica em relação às decisões relacionadas às estratégias de estruturação, de manejo e de com ercialização entre homens e mulheres
5 – Há uma divisão simétrica em relação às decisões relacionadas às estratégias de estruturação, de manejo e de comercialização entre homens e mulheres
Participação em Simetria, entre homens e mulheres, em relação à participação em organizações, redes e movimentos sociais:
espaços sócio- 1 – A participação em organizações (formais e informais), redes e movimentos sociais fica a cargo dos homens
organizativos 2 – Há uma divisão pouco simétrica, entre homens e mulheres, em relação à participação em organizações (formais e informais), red es e movimentos sociais entre homens e
mulheres
3 – Há uma divisão relativamente simétrica, entre homens e mulheres, em relação à participação em organizações (formais e informais), redes e movimentos sociais
5 – Há uma divisão simétrica, entre homens e mulheres, em relação à participação em organizações (formais e informais), redes e movimentos sociais
Apropriação da Simetria, entre homens e mulheres, em relação à apropriação da riqueza gerada no agroecossistema:
riqueza gerada 1 – A apropriação e o poder de decisão sobre a destinação da renda gerada ficam a cargo dos homens
no 2 – Há uma divisão pouco simétrica, entre homens e mulheres, em relação à apropriação e o poder de decisão sobre a destinação da renda gerada pelo trabalho do NSGA no
agroecossistema agroecossistema
3 – Há uma divisão relativamente simétrica, entre homens e mulheres, em relação à apropriação e o poder de decisão sobre a destin ação da renda gerada pelo trabalho do NSGA
no agroecossistema
5 – Há uma divisão simétrica, entre homens e mulheres, em relação à apropriação e o poder de decisão sobre a destinação da renda gerada pelo trabalho do NSGA no
agroecossistema
Acesso a Simetria, entre homens e mulheres, no acesso e/ou no poder de decisão sobre o uso dos recursos redistribuídos por meio das políticas públicas:
políticas 1 – O acesso autônomo e/ou no poder de decisão sobre o uso dos recursos redistribuídos por meio das políticas públicas fica a car go dos homens
públicas 2 – Há uma divisão pouco simétrica, entre homens e mulheres, em relação ao acesso autônomo e/ou no poder de decisão sobre o uso dos recursos redistribuídos por meio das
políticas públicas
3 – Há uma divisão relativamente simétrica, entre homens e mulheres, em relação ao acesso autônomo e/ou no poder de decisão s obre o uso dos recursos redistribuídos por meio
das políticas públicas
5 – Há uma divisão simétrica, entre homens e mulheres, em relação ao acesso autônomo e/ou no poder de decisão sobre o uso dos rec ursos redistribuídos por meio das políticas
públicas
42
3.1.3. Método 2:
3.2.1. Método 3:
43
parâmetros, apresentados na tabela a seguir (tabela referência para as avaliações presentes na secção de resultados),
foram avaliados de forma qualitativa com scores de 1 a 5, correspondentes aos níveis muito baixo, baixo, médio, alto e muito
alto. A aplicação do método se deu através de entrevistas semiestruturadas onde foram abordadas as questões envolvendo as
exigências dos mercados de escoamento.
3.2.2. Tabelas Referência: Qualificação dos parâmetros que compõem os atributo exigências dos mercados de
escoamento.
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Escala 1 - Escala é imprescindível para o escoamento dos produtos
2 - Escala é muito relevante para o escoamento dos produtos
3 - Escala é medianamente relevante para o escoamento dos produtos
4 - Escala é pouco relevante para o escoamento dos produtos
5 - Escala é irrelevante para o escoamento dos produtos
Sazonalidade 1 - Mercado tem exigência muito alta quanto a oferta de produtos fora de suas sazonalidades
2 - Mercado tem exigência alta quanto a oferta de produtos fora de suas sazonalidades
3 - Mercado tem exigência média quanto a oferta de produtos fora de suas sazonalidades
4 - Mercado tem exigência baixa quanto a oferta de produtos fora de suas sazonalidades
5 - Mercado não tem exigência quanto a oferta de produtos fora de suas sazonalidades
Preço 1 - Preço (sujeito basicamente a relação oferta/demanda) é definido exclusivamente por uma das partes envolvidas no processo de
compra/venda
5 - Preço é definido de forma conjunta entre produtores, vendedores e consumidores a fim de se determinar um valor justo para as partes
45
4 RESULTADOS
Agricultor 1;
46
Figura 3: Diagrama 1: Fluxo de insumos e produtos
Agricultor 2;
47
Agricultor 3;
48
A aplicação do método 1 para análise de agroecossistemas
desenvolvido pela Articulação Nacional de Agroecologia e AS-PTA –
Agricultura Familiar e Agroecologia, avaliou os seguintes atributos sistêmicos
de sustentabilidade:
49
4.2.1 Autonomia (Recursos produtivos mercantis)
Tabela 7: Avaliação e justificativa dos parâmetros acerca da Autonomia - Recursos Produtivos Mercantis
Autonomia – Recursos Agricultor 1 Agricultor 2 Agricultor 3
Produtivos Mercantis
Parâmetros Avaliação Justificativa Avaliação Justificativa Avaliação Justificativa
Aluguel de Terra 5 Por se tratar de um assentamento 5 Possui terra própria com 4 Possui terra própria apenas com
(Assentamento Ipanema), as terras documentação que assegura total recibo de compra e venda, portanto,
são de domínio do INCRA, tendo o domínio em relação à mesma. sem documentação que assegura
agricultor a concessão de uso, total domínio em relação à mesma.
inclusive, assegurada para as
gerações futuras.
Sementes, mudas, 2 Recursos genéticos dos cultivos: 5 Recursos genéticos dos cultivos: A 1 Todos os materiais propagativos,
materias propagativos, cerca de 30% das sementes/mudas grande maioria das sementes/mudas sementes/mudas são tratadas e
crias são de produção própria (crioulas), são de produção própria (crioulas). adquiridas via mercado.
algumas são adquiridas via troca e a Algumas são adquiridas por meio de
grande maioria são orgânicas trocas.
adquiridas via mercado. Uma Recursos genéticos dos criatórios: a
parcela pequena das sementes são partir das matrizes (galos e
tratadas. galinhas), todos os filhotes são
Recursos genéticos dos criatórios: a nascidos na propriedade.
partir das matrizes (galos e
galinhas), todos os filhotes são
nascidos na propriedade.
Água 5 Água para consumo doméstico: 5 Toda a água consumida é obtida 5 Água para consumo humano e
Todo o volume de água para através de poço caipira. Está em doméstico: captada a montante da
consumo doméstico é obtido através fase de implantação de um tanque pequena barragem de represamento
de poço semi-artesiano. de captação de água de chuva. por sucção direta no rio.
Água para uso agrícola: Todo o Água para uso agrícola: captada
volume de água para uso agrícola é através de uma pequena barragem de
obtido através de três tanques de represamento do rio (reservatório de
armazenamento de água de chuva e grande capacidade volumétrica para
do poço semi-artesiono. as demandas do agroecossistema).
Fertilizantes 2 Para a reposição da fertilidade do 4 Todos os insumos para a reposição 2 Insumos adquiridos via mercado:
solo, utiliza como adubação a da fertilidade do solo são produzidos substrato de shimeji (adquiridos via
compostagem de cama de frango na propriedade. São eles: húmus de troca solidária); esterco de codorna
(pó de pinus) e restos de cultura. minhoca a partir de serragem e (comprado de produtor próximo);
Praticamente todo o volume de resíduos orgânicos da cozinha; esterco de cavalo (adquiridos via troca
cama de frango é comprado de composto de folhas secas, restos de solidária); EKOSIL (pó de rocha, rico
50
produtores próximos. Também utiliza cultivos e esterco de galinha; em potássio); calcário.
calcário, termo fosfato e adubação adubação verde. Raramente adquire Insumos produzidos na propriedade:
verde que incorpora ao solo com a sobras de feiras-livres para a composto de restos de cultura; húmus
utilização de trator. compostagem, sendo essas e a de minhoca; EM (micro-organismos
serragem, os únicos resíduos para a eficientes).
produção de composto adquiridos de Os insumos produzidos na
fora da propriedade. propriedade correspondem a um
volume baixo em relação ao total
utilizado.
Forragem/ração 5 Possui poucas galinhas para 4 A forragem é composta de folhas 0 Não possui criação, mas está em fase
consumo próprio. Todo o milho e secas (da propriedade) e serragem de implantação de um galinheiro.
restos de cultura consumidos pelas (adquirida em uma madeireira).
galinhas são de produção prórpia. Milho e restos de cultura
Não utiliza forragem. consumidos pelas galinhas são de
produção própria.
Trabalho de Terceiros 4 Contrata mão de obra para o embalo 5 Atualmente é autossuficiente em 4 Emprega um funcionário que trabalha
de produtos a serem escoados para relação a trabalho de terceiros, mas 1 dia por semana.
um grupo de consumo. já houve parcerias, trabalhos
voluntários e mutirões.
51
Figura 7: Gráfico acerca do aspecto de Autonomia – Recursos Produtivos Mercantis
Aluguel de Terra
5
4
Trabalho de Terceiros
3 Sementes, mudas,
mat. propag., crias
2
1 Agricultor 1
0 Agricultor 2
Agricultor 3
Forragem/ração Água
Fertilizantes
52
4.2.2 Autonomia (Base de recursos autocontrolada)
Tabela 8: Avaliação e justificativa dos parâmetros acerca da Autonomia – Base de Recursos Autocontrolada
Autonomia – Base de Agricultor 1 Agricultor 2 Agricultor 3
Recursos Autocontrolada
Equipamentos/ 4 Demanda de equipamentos: comenta que 3 Demanda de equipamentos: 3 Demanda de equipamentos: possui
Infraestrutura alguns equipamentos como roçadeira, aponta a necessidade de um um caminhão que por dispor de
plantadeira e riscador seriam muito úteis. triturador para acelerar o processo baixa capacidade de volume de
Demanda de infraestrutura: está em fase de de compostagem e de uma carreta transporte, por vezes inviabiliza o
construção de uma nova casa e necessita para o transporte dos produtos. frete de insumos (alto custo de
ampliar o barracão onde guarda equipamentos, Demanda de infraestrutura: está transporte); necessita de um
insumos etc. em fase de implantação de um motocultivador (por vezes consegue
tanque para captação de água de emprestado) com implementos para
Apesar de apontar a utilidade desses chuva. o transporte de insumos dentro da
equipamentos/infraestruturas, comenta que os propriedade e para o manejo do
que possuem são suficientes para as Aponta que a carreta e o tanque solo (gradeamento e
demandas. A principal queixa é quanto à casa para captação de água de chuva encanteiramento); necessita de um
atual. são muito necessários. triturador para acelerar a produção
de compostos.
Infraestrutura: falta infraestrutura na
estrada utilizada para o escoamento
53
dos produtos.
Força de Trabalho 2 O agricultor e sua companheira formam a força 2 O agricultor trabalha no manejo 2 Mesmo quando empregava um
(quantidade) de trabalho. O agricultor comenta que a dos cultivos e sua esposa na funcionário 3 vezes por semana,
demanda de serviços é muito grande e por preparação dos processados e comenta que a demanda de
vezes inviabiliza a realização de todas as gestão das vendas. Apontam que a serviços ainda era grande. Portanto,
atividades necessárias. quantidade de trabalho é muito o número de trabalhadores e tempo
grande, mas não há condições de empregado são insuficientes para a
contratar alguém que trabalhe de realização de todas as demandas.
forma fixa, portanto, o trabalho de
terceiros, quando ocorre, é através
de parcerias, voluntariado e
mutirões.
Força de Trabalho 5 Tanto o agricultor quanto sua esposa são 5 O agricultor se se qualificou 3 A agricultora possui qualificação
(qualificação) graduados em agronomia pela UFSCAR, sendo através de cursos oferecidos pelo através de agricultores parceiros e
que o Abdel é especializado em agricultura município, internet e troca de via internet. Iniciou uma
orgânica. conhecimentos com produtores especialização em agricultura
parceiros. orgânica, porém não concluiu por
dificuldades de acompanhamento
do curso.
Comenta que seu funcionário tem
pouquíssimo conhecimento em
modelos alternativos de produção.
Disponibilidade de 5 O volume e qualidade do milho (crioulo) e 5 A forragem é composta de folhas 0 Não possui criação, mas está em
Forragem/Ração restos de cultura consumidos pelas galinhas secas (da propriedade) e serragem fase de implantação de um
são mais que suficiente em relação às (adquirida em uma madeireira). galinheiro.
demandas. Milho (crioulo) e restos de cultura
Não utiliza forragem. consumidos pelas galinhas são de
produção própria. Portanto, volume
e qualidade da ração/forração são
mais que suficientes em relação às
demandas.
54
Fertilidade do Solo 2 Procedimentos de manejo do solo: 1) retira 5 Procedimentos de manejo do solo: 2 Procedimentos para manejo do solo:
apenas os restos de cultura da colheita anterior 1) mantêm o solo coberto com 1) mantêm o solo coberto com
(mantêm as plantas espontâneas) que plantas espontâneas ou adubação plantas espontâneas enquanto não
posteriormente irão para a compostagem e para verde enquanto não está está produzindo. 2) retira os restos
o galinheiro. 2) aplica os insumos, composto de produzindo. 2) não revolve o solo, de cultura e plantas espontâneas
cama de galinha, calcário, entre outros. 3) apenas retira as plantas (roçada/capina) que posteriormente
incorpora os insumos e plantas espontâneas espontâneas e restos de cultura irão para a compostagem. 3) revolve
com o auxílio da enxada rotativa e trator. 3) com a mão. 3) com a enxada abre a terra com motocultivador (enxada
após 3 ciclos produtivos, mantêm o talhão em um pequeno espaço no solo para a rotativa). 4) incorpora os insumos
pousio com adubação verde ou com plantas semeadura ou o plantio da muda. (estercos, calcário, ECOSIL) com
espontâneas. 4) aplica os compostos. 5) cobre o enxada. 5) cobre o solo com uma
solo com palhada ou folhas secas. camada de substrato de shimeji. 6)
Técnicas de manejo: planta no limpo; adubação quando disponível cobre o canteiro
verde; rotação de cultura; revolve o solo com Técnicas de manejo: rotação de com camada de palhada (baixa
enxada rotativa e trator. cultura; adubação verde (pouco disponibilidade).
periódica); não revolve o solo;
cobertura morta; produção em Técnicas de manejo: adubação
Sistema Agroflorestal (SAF). verde; rotação de cultura; cobertura
morta (quando disponível); revolve o
solo com motocultivador.
Disponibilidade de Água 5 A oferta natural de água é variável durante o 5 A oferta natural de água é variável 5 Por localizar-se próxima a Serra do
(demanda) ano com períodos de seca. Quando não durante o ano com períodos de Mar, o clima local é chuvoso durante
possuía um sistema de captação e seca. Porém, com sistema de praticamente o ano inteiro, com
armazenamento adequado, faltava água para captação adequado, a volume de oferta natural mais que
as demandas de consumo. No momento, a disponibilidade natural de água é suficiente para o atendimento das
disponibilidade natural de água é mais que mais que suficiente para as demandas de consumo do
suficiente para as demandas. demandas. Está em fase de agroecossistema.
implantação de tanque de alta
capacidade volumétrica para
captação de água de chuva.
Infraestrutura para captação 5 Possui um poço semi-artesiano, um tanque 2 Possui um poço raso, sendo que 4 Água para consumo humano e
e armazenamento para armazenamento de água do poço e três nos períodos de seca há uma doméstico: captada à montante de
tanques de armazenamento de água de chuva diminuição da disponibilidade uma pequena barragem de
(50.000 L cada). d'água captada. Possui uma caixa represamento por sucção direta no
para armazenamento de 1.000 L rio.
de água que nos períodos de seca Água para uso agrícola: captada
não é reabastecida diariamente através de uma pequena barragem
com o volume total, de represamento no rio (reservatório
comprometendo a demanda de de grande capacidade volumétrica
consumo. Está em fase de para as demandas do
implantação de um tanque para agroecossistema). Para o uso
armazenamento de água de chuva. próximo à horta, possui duas caixas
d'água com baixa capacidade
volumétrica (duas caixas com 2.000
55
l cada para uma área de horta de
4.000 m2) e de reposição lenta. A
irrigação é feita por aspersão,
porém a pressão d'água no local é
baixa.
Disponibilidade de Terra 5 A extensão territorial é mais que suficiente para 4 Aponta que dentro da proposta de 3 Extensão territorial é suficiente para
o atendimento das demandas produtivas. cultivo de mais variedades de a produção de hortaliças e
espécies que volume de implantação de SAF com pomar,
escoamento e da produção de porém, acredita que não o é para
processados, a extensão territorial produção de madeira de lei
é suficiente para as demandas (demanda não atendida).
produtivas.
56
Figura 8: Gráfico acerca do aspecto de Autonomia – Base de Recursos Autocontrolada
Autoabastecimento
Alimentar
Disponibilidade de 5 Equipamentos/Infraest
Terra rutura
4
Adaptabilidade das 3 Força de Trabalho
Espécies Cultivadas (quantidade)
2
1 Agricultor 1
Diversidade Força de Trabalho
Intraespecífica 0 (qualificação)
Agricultor 2
Agricultor 3
Diversidade Disponibilidade de
Interespecífica Forragem/Ração
Infraestrutura para
Captação e Fertilidade do Solo
Armazenamento de…
Disponibilidade
de Água (demanda)
57
4.2.3 Responsividade
Adaptabilidade das 3 Cerca da metade das espécies cultivadas 4 A maioria das espécies cultivadas são de 3 Cerca da metade das espécies
espécies cultivadas são de origem climática tropical. origem climática tropical. cultivadas são de origem climática
tropical.
58
Diversidade de 5 Mercados institucionais: Programa 4 Coletivos/Grupos de Consumo: Coletivo 4 Coletivos de Consumo: CCRU-SOLO
Mercados Acessados Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); de Consumo Pé de Broto (Sesc São (Coletivo de Consumo Rural Urbano -
Programa de Aquisição de Alimentos Caetano); Coletivo de Consumo Rural Solidariedade Orgânica); CRU -
(PAA); Programa Paulista da Agricultura Urbano - Solidariedade Orgânica (CCRU- Diadema.
de Interesse Social (PPAIS). SOLO). Loja de produtos orgânicos: Instituto
Coletivos de Consumo: CCRU-SOLO; Feiras; Delivery. Feira Livre. Feiras: Feira de Economia
Coletivo Rural-Urbano de Diadema (CRU- Feminista e Solidária do Butantã.
Diadema); Associação de Integração
Campo-Cidade (MICC).
Mercados Locais: Pequenos mercados e
sacolões.
Diversidade de Rendas 2 Horta (verduras e legumes); Frutíferas. 3 Horta (verduras e legumes); Frutíferas; 2 Horta (verduras e legumes); Frutíferas.
Agrícolas Processados (doces e bolos).
Diversidade de Rendas 3 Possui renda não agrícola esporádica. 3 Possui renda não agrícola esporádica. 5 Possui renda não agrícola fixa.
não-agrícolas
Estoques de Insumos 2 Possui estoque de insumos 1 Não possui estoque de insumos. 1 Não possui estoque de insumos.
(principalmente de cama de frango) para
1 ciclo de produção.
Estoques Vivos 2 Possui pomar como estoque de recursos 2 Possui pomar como estoque de recursos 2 Possui pomar como estoque de
vivos. vivos. recursos vivos.
59
Figura 9: Gráfico acerca do aspecto de Responsividade
Responsividade
Diversidade
Interespecífica
5
Estoques Vivos 4 Diversidade
Intraespecífica
3
2
1 Agricultor 1
Adaptabilidade das
Estoques de Insumos 0 espécies cultivadas
Agricultor 2
Agricultor 3
Diversidade de Diversidade de
Rendas Não Agrícolas Mercados Acessados
Diversidade de
Rendas Agrícolas
60
Acesso a políticas 2 Acessa políticas públicas de 1 Acessou políticas públicas de forma 2 Acessou políticas públicas de forma
públicas (variedade) comercialização de produtos. Sendo elas: pontual. Empréstimo de equipamentos pontual. Empréstimo de tobata pela Casa
PNAE; PAA e PPAIS. para cozinha junto à Prefeitura de Mauá de Agricultura de SP, Certificação de
via Movimento de Economia Solidária. Transição Agroecológica (Secretaria do
Meio Ambiente) e Assistência Técnica
Rural.
Acesso a políticas 3 Aponta que as políticas de 1 A regularidade de acesso às políticas 1 A regularidade de acesso às políticas
públicas (regularidade) comercialização têm diminuído desde públicas é muito baixa. públicas é muito baixa.
2018.
Participação em redes 1 No momento não participa de nenhuma 1 No momento não participa de nenhuma 1 Atualmente não participa de nenhuma rede
de aprendizagem rede de aprendizagem. rede de aprendizagem continuada. de aprendizagem, porém, irá disponibilizar
Pontualmente houve uma oficina o espaço do agroecossistema para a
oferecida pelo Núcleo de Estudos em realização de diversos cursos e oficinas a
Agroecologia e Produção Orgânica (NEA) serem oferecidos pelo SENAR (Serviço
da UFABC. Nacional de Aprendizagem Rural).
Apropriação da riqueza 1 Venda indireta: 3 Venda indireta: CCRU-SOLO; Grupo de 2 Venda indireta: Coletivos de Consumo e
produzida no Institucional: PNAE; PAA; PPAIS; Consumo Pé de Broto. Loja de Produtos Orgânicos.
agroecossistema pelo Coletivos/Grupos de Consumo: CCRU- Venda direta: Feira em Sesc; Delivery. Venda direta: Feira de Economia Solidária
NSGA SOLO; CRU- Diadema; MIIC. Tendo em vista o volume de escoamento, do Butantã.
Pequenos mercados e sacolões de em média os produtos são vendidos tanto Tendo em vista o volume de escoamento,
proximidade. de forma direta quanto indireta. a maioria dos produtos são vendidos de
forma indireta.
Participação em espaços 1 Não participa de nenhum espaço de 1 Não participa de nenhum espaço de 1 Não participa de nenhum espaço de
de gestão de bens gestão de bens comuns. gestão de bens comuns. gestão de bens comuns.
comuns
61
Figura 10: Gráfico acerca do aspecto de Integração Social
Integração Social
Participação em
espaços
político-organizativos
4
Participação em 3
espaços Acesso a políticas
de gestão de bens 2 públicas (regularidade)
comuns
1 Agricultor 1
0 Agricultor 2
Agricultor 3
Apropriação da
riqueza Acesso a políticas
produzida no públicas (variedade)
groecossistema
Participação em redes
sociotécnicas de
aprendizagem
62
entre homens e mulheres. Sendo assim,
optou-se por manter a avaliação máxima.
Divisão sexual do 0 Não há jovens no núcleo familiar. 0 Não há jovens no núcleo familiar. 0 Não há jovens no núcleo familiar.
trabalho doméstico e de
cuidados (jovens)
Participação nas 5 Há uma divisão simétrica entre homens e 5 Há uma divisão simétrica entre homens e 5 Há uma divisão simétrica entre homens e
decisões de gestão do mulheres em relação às decisões mulheres em relação às decisões
mulheres em relação às decisões
agroecossistema relacionadas às estratégias de relacionadas às estratégias de
estruturação, de manejo e de estruturação, de manejo e de relacionadas às estratégias de
comercialização. comercialização.
estruturação, de manejo e de
comercialização.
Participação em espaços 5 Há uma divisão simétrica entre homens e 1 Há uma divisão pouco simétrica entre 5
sócio-organizativos mulheres em relação à participação em homens e mulheres em relação à
organizações (formais e informais), redes participação em organizações (formais e
e movimentos sociais. informais), redes e movimentos sociais
entre homens e mulheres.
Apropriação da riqueza 5 Há uma divisão simétrica entre homens e 5 Há uma divisão simétrica entre homens e 5
gerada no mulheres em relação à apropriação e o mulheres em relação à apropriação e o
agroecossistema poder de decisão sobre a destinação da poder de decisão sobre a destinação da
renda gerada pelo trabalho do NSGA no renda gerada pelo trabalho do NSGA no
agroecossistema. agroecossistema.
Acesso a políticas 5 Há uma divisão simétrica entre homens e 5 Há uma divisão simétrica entre homens e 5
públicas mulheres em relação ao acesso mulheres em relação ao acesso
autônomo e/ou no poder de decisão autônomo e/ou no poder de decisão
sobre o uso dos recursos redistribuídos sobre o uso dos recursos redistribuídos
por meio das políticas públicas por meio das políticas públicas
63
Figura 11: Gráfico acerca do aspecto de Equidade de Gênero
Equidade de Gênero
Divisão sexual do
trabalho
doméstico e de
cuidados (adultos)
5
4 Divisão sexual do
Acesso a políticas 3 trabalho
públicas doméstico e de
2 cuidados (jovens)
1 Agricultor 1
0 Agricultor 2
Agricultor 3
Apropriação da Participação nas
riqueza decisões
gerada no de gestão do
agroecossistema agroecossistema
Participação em
espaços
sócio-organizativos
4.3 Método 2
64
4.3.1 Aspectos Ecológicos
a) Biodiversidade
65
Figura 12: Gráfico – Aspectos Ecológicos: Biodiversidade
0 Agricultor 2
Desenho estrutural Diversidade
agroecológico cultivada
Agricultor 3
ilhas de
Diversidade de
diversidade/refúgio
criações
s
b) Solo
66
Palhada no solo Ausente Ausente Parte do solo Todo o solo 1 5 1
67
Figura 13: Gráfico: Aspectos Ecológicos: Solo
3
Aparência das vantagem do uso
culturas 2 da compostagem
1 Agricultor 1
Cor/odor/teor de 0 Dependência de
Agricultor 2
matéria orgânica no
mecanização Agricultor 3
solo
local para
Exposição do solo
compostagem
invertebrados entre
palhada-solo e no palhada no solo
solo
c) Água
Água RUIM (1) BOM (3) ÓTIMO (5) Agricultor 1 Agricultor 2 Agricultor 3
Corpo d’água próximo Ausente ou poluído Pequeno e limpo Grande e limpo 3 1 3
Balanço disponibilidade/demanda Falta água ou é poluída Tem pouca falta Não falta e está limpa 5 3 5
d’água
68
parte água
Tratamento de
rede de esgoto
água
69
4.3.2 Aspectos Sociais
Tabela 15: Qualificação e avaliação dos parâmetros acerca dos Aspectos Sociais
Qualificação dos parâmetros Avaliação
Aspectos sociais RUIM (1) BOM (3) ÓTIMO (5) Agricultor 1 Agricultor 2 Agricultor 3
Quantidade de pessoas que trabalham na Um a cinco Seis a dez Mais de dez 1 1 1
propriedade
Presença de serviços públicos no entorno Apenas um Presença dos principais Presença de todos 3 3 3
(escola, posto médico, policiamento, (escola e posto de saúde)
comércio)
Presença de cooperativas/associações na Ausente Não atende a todos ou não Atende a todos e tem um bom 3 1 3
comunidade funciona bem funcionamento
Equilíbrio etário da comunidade Apenas Pessoas com idades entre Pessoas de diversas faixas 5 5 5
pessoas com menos 26-50 anos etárias, inclusive com mais 50
25 anos anos
Interesse da parcela jovem em continuar Sem interesse Pouco interesse Muito interesse 1 1 1
no local e com o manejo da propriedade
Presença de meios de transporte públicos Ausente Transporte precário Transporte eficiente e bons 1 5 1
carros
70
Presença de meios de transporte próprios Ausente Insuficiente Suficiente 3 5 5
Frequência com que vão ao mercado para Mais de uma vez por Uma vez por mês Raramente 3 3 3
comprar seus próprios alimentos semana
Aspectos Sociais
Quantidade de
pessoas que…
Frequência com que 5 Quantidade de casas
vão ao mercado… na propriedade
Presença de meios 4 Frequência de casos
de transporte… de…
3
Presença de meios 2 Nível de
de transporte… escolaridade/alfab…
1 Série1
Equilíbrio etário da
rede de internet
comunidade
rede de telefonia fixa Equilíbrio de gênero
e móvel da comunidade
71
4.3.3 Aspectos Culturais
Tabela 16: Qualificação e avaliação dos parâmetros acerca dos Aspectos Culturais
Qualificação dos parâmetros Avaliação
Aspectos culturais RUIM (1) BOM (3) ÓTIMO (5) Agricultor 1 Agricultor 2 Agricultor 3
Harmonia entre os integrantes Desarmonia Alguns impasses Harmonia 5 3 5
da comunidade
72
Figura 16: Gráfico acerca dos Aspectos Culturais
Aspectos Culturais
Harmonia entre os
integrantes da
comunidade
5
Presença de festas
Frequência com 4 típicas e costumes
que vão à cidade
3 tradicionais
2
Agricultor 1
Participação 1
Presença de
masculina nos 0 religião
Agricultor 2
trabalhos…
Agricultor 3
Participação Participação
masculina nos feminina nos
trabalhos rurais trabalhos rurais
Participação
feminina nos
trabalhos…
Tabela 17: Qualificação e avaliação dos parâmetros acerca dos Aspectos Políticos
Qualificação dos parâmetros Avaliação
Aspectos políticos RUIM (1) BOM (3) ÓTIMO (5) Agricultor 1 Agricultor 2 Agricultor 3
Qualidade dos meios de acesso Ausente Apenas TV Diferentes meios 5 5 1
73
Presença de frentes sociais organizadas Ausente Insuficiente Suficiente 3 5 1
na comunidade
Aspectos Políticos
Qualidade dos
meios de acesso
Porcentagem das
5
pessoas da 4 Qualidade dos
comunidade que serviços e políticas
são beneficiados
3 públicas
por programas de… 2
1 Agricultor 1
Existência de
Presença de frentes
assembleias para
sociais organizadas
diálogo
74
4.3.5 Aspectos Econômicos
Tabela 18: Qualificação e avaliação dos parâmetros acerca dos Aspectos Econômicos
Qualificação dos parâmetros Avaliação
Aspectos econômicos RUIM (1) BOM (3) ÓTIMO (5) Agricultor 1 Agricultor 2 Agricultor 3
Porcentagem do prato de comida produzido na 0% Até 25% 25% ou mais 5 5 3
própria propriedade
Frequência de troca de sementes ou produtos Nunca Às vezes Sempre 5 3 1
entre produtores
Aspectos Econômicos
Porcentagem do
prato de comida
produzido na
própria propriedade
5
4
3
2
Agricultor 1
1 Frequência de troca
Contrato de mão de de sementes ou
obra externa 0 produtos entre
Agricultor 2
produtores Agricultor 3
Processamento de
produtos
75
4.4 Exigências de Mercado
4.4.1 Agricultor 1
Tabela 19: Qualificação e avaliação dos parâmetros acerca da Compatibilidade entre as Exigências
de Mercado e Sistemas Agroecológicos – Agricultor 1
Agricultor 1
Atributo Mercado
Compatibilidade entre as Programa de Aquisição de Alimentos Programa Nacional de Alimentação Escolar Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS)
Exigências (PAA) (PNAE)
de Mercado e Sistemas
Agroecológicos
Aparência/homogeneidade 5 1 1
Embalagem 5 1 1
Escala 5 5 1
Sazonalidade 5 5 5
Preço 1 1 1
76
Figura 19: Exigências de Mercado - Mercados Institucionais
Aparência/homog
eneidade
5
4
3 Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA)
2
Preço Embalagem
1
Programa Nacional de
0 Alimentação Escolar (PNAE)
Programa Paulista da
Agricultura de Interesse Social
(PPAIS)
Sazonalidade Escala
Tabela 20: Qualificação e avaliação dos parâmetros acerca da Compatibilidade entre as Exigências
de Mercado e Sistemas Agroecológicos – Agricultor 1
Agricultor 1
Atributo Mercado
Compatibilidade entre as Exigências Mercados Locais Associação de Integração Campo Cidade (MICC) Coletivo de Consumo Rural e Urbano Solidariedade Orgânica
de Mercado e Sistemas Agroecológicos (CCRU-SOLO); Coletivo de Consumo Rural e Urbano de Diadema
77
(CRU-Diadema)
Avaliação Avaliação Avaliação
Aparência/homogeneidade 1 1 5
Embalagem 5 1 5
Escala 1 1 5
Sazonalidade 1 3 5
Preço 1 1 1
Aparência/hom
ogeneidade
5
4 Mercados Locais
3
Preço 2 Embalagem
1 Associação de
0 Integração Campo
Cidade (MICC)
CCRU-SOLO e CRU-
Diadema
Sazonalidade Escala
78
4.4.2 Agricultor 2
Tabela 21: Qualificação e avaliação dos parâmetros acerca da Compatibilidade entre as Exigências
de Mercado e Sistemas Agroecológicos – Agricultor 2
Agricultor 2
Atributo Mercado
Compatibilidade entre as Grupo de Consumo Pé de Broto Coletivo de Consumo Rural e Urbano Feiras e Delivery
Exigências Solidariedade Orgânica (CCRU-SOLO)
de Mercado e Sistemas
Agroecológicos
Aparência/homogeneidade 4 5 3
Embalagem 5 5 1
Escala 5 1 5
Sazonalidade 3 5 2
Preço 1 1 1
79
Figura 21: Exigências de Mercado - Coletivos de Consumo, Feiras e Delivery
Feiras e Delivery
Sazonalidade Escala
4.4.3. Agricultor 3
Tabela 22: Qualificação e avaliação dos parâmetros acerca da Compatibilidade entre as Exigências
de Mercado e Sistemas Agroecológicos – Agricultor 3
Agricultor 3
Atributo Mercado
Compatibilidade entre as Exigências Coletivo de Consumo Rural e Urbano Solidariedade Orgânica (CCRU-SOLO) Coletivo de Consumo Rural e Urbano de Diadema (CRU-Diadema)
de Mercado e Sistemas Agroecológicos
80
Avaliação Avaliação
Aparência/homogeneidade 5 3
Embalagem 5 5
Escala 4 5
Sazonalidade 5 5
Preço 1 1
Tabela 23: Qualificação e avaliação dos parâmetros acerca da Compatibilidade entre as Exigências de Mercado e Sistemas Agroecológicos – Agricultor 3
Agricultor 3
Atributo Mercado
Compatibilidade entre as Exigências de Instituto Feira Livre Feira de Economia Solidária do Butantã
Mercado e Sistemas Agroecológicos
Avaliação Avaliação
Aparência/homogeneidade 1 1
Embalagem 1 1
Escala 5 5
Sazonalidade 4 5
Preço 1 1
81
Figura 22: Exigências de Mercado – Coletivos de Consumo, Loja de Produtos Orgânicos, Feira de Economia Solidária
Aparência/homog
einidade
5
4
3 CCRU-SOLO
2
Preço Embalagem
1 CRU-Diadema
0
Instituto Feira Livre
Sazonalidade Escala
82
4.5 Discussão
4.5.1 Método 1
83
Também para os agricultores 1 e 3, a produção de fertilizantes e sementes
são os aspectos cuja autonomia em relação aos mercados é menor.
84
Para os agricultores 1 e 3, cerca da metade das espécies que cada um
produz são de origem tropical, enquanto que para o agricultor 2, a grande maioria
das espécies possuem essa origem, sendo que uma parcela delas é nativa da mata
atlântica. A adaptabilidade das espécies em conjunto com o respeito à sazonalidade
da produção favorece uma produção mais sadia, portanto, com incidência menor de
pragas e doenças, e com aportes reduzidos de insumos (a depender da forma de
manejo).
A água em quantidade e qualidade adequada para a produção é um recurso
que envolve pelo menos dois fatores, a oferta natural e a infraestrutura de captação
e armazenamento. Com exceção de um dos agroecossistemas (agricultor 3)
localizado próximo à Serra do Mar (em Biritiba-Ussu – Mogi das Cruzes), onde as
precipitações são mais constantes durante o ano em virtude da geografia local, para
os outros dois, o clima é típico de regiões tropicais, com estações secas e períodos
chuvosos. Apesar de uma queda na disponibilidade de água nos períodos secos,
com uma infraestrutura de captação e armazenamento adequados a oferta natural
de água é o suficiente para as demandas.
Diversos tipos de infraestrutura estão presentes nos agroecossistemas
estudados, desde a captação por poço caipira, poço artesiano, pequenas barragens
em rio e captação de água de chuva por escoamento/infiltração ou telhado. Esta
última está em fase de implantação no agroecossistema 2 e irá sanar as demandas
não atendidas nos períodos de seca. Cabe ressaltar que o manejo adequando do
solo promove uma economia maior de água. O uso de cobertura morta, presente em
boa parte do solo apenas no agroecossistema 2 (figura 12: Gráfico – Aspectos
ecológicos: solo), ajuda na retenção de água, no fornecimento de matéria orgânica e
na manutenção de temperaturas amenas no solo.
4.5.1.3 Responsividade
85
A biodiversidade já discutida na secção anterior - seja através da diversidade
intraespecífica que possibilita uma variedade genética mais adaptada ao meio, a
adaptabilidade das espécies no que diz respeito à região climática de origem, e,
portanto, mais adequada à sua produção ou a diversidade interespecífica que pode
proporcionar sinergias positivas entre os cultivos entre si e as plantas
espontâneas/nativas - é um recurso fundamental que compõe a responsividade do
agroecossistema.
Em relação aos meios de escoamento acessados pelo agricultor, quanto mais
diversos eles sejam, menor a perda de renda caso haja a impossibilidade de
escoamento através de algum deles. Em geral, os agricultores estudados acessam
uma variedade alta de mercados, de quatro a cinco mercados cada. São eles
coletivos de consumo, feiras, mercados institucionais e locais.
Em contraposição, a diversidade de rendas agrícolas no geral é baixa. Os
agricultores 1 e 3 produzem para venda hortaliças/legumes e frutas, o agricultor 2,
além desses tipos produtivos, produz alimentos processados que possuem validade
e valores agregados maiores. Além da diversidade de rendas agrícolas, rendas não
agrícolas também foram avaliadas; elas trazem um incremento na renda principal
que provem das atividades agrícolas e ajudam quando o agroecossistema passa por
baixas produtividades ou os mercados não absorvem parte da produção. Apenas no
agricultor 3 a geração de renda não agrícola é fixa. Nos outros dois é esporádica, o
que pode comprometer a renda caso ocorram mudanças inesperadas na
produtividade.
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solidária, movimentos de economia solidária, de mulheres da economia solidária e
feministas, fazem parte dessa gama de organizações. Apesar de bem organizados,
os agricultores comentam da dificuldade na conquista das demandas. Isso é
evidenciado, também, através da avaliação do parâmetro acesso às políticas
públicas. Para políticas públicas específicas para o fomento da produção rural, seu
acesso em variedade é baixo e em regularidade é muito baixo para os agricultores 1
e 3 que as acessaram apenas de forma pontual. Para o agricultor 1, vale a pena
ressaltar a importância das políticas públicas voltadas para a comercialização, em
especial os mercados institucionais, que são as vias por onde mais escoa, apesar de
afirmar uma baixa no acesso dessas políticas no último ano.
A qualificação dos trabalhadores também é um fator que afeta a autonomia
para a realização de práticas agroecológicas e diz respeito à integração social.
Nesse ponto, apesar de nenhum deles participar em redes de aprendizagem, todos,
com exceção de um trabalhador contratado, em maior ou menor grau, possuem
qualificação na área de agroecologia ou em outros sistemas de produção
sustentável. Aqui, além de apontar a graduação na área agronômica e as
especializações em agricultura alternativa como formas de aprendizagem
acadêmicas (caso do agricultor 1), porém de difícil acesso, cabe ressaltar o papel da
aquisição de conhecimento via internet e através de troca de conhecimentos com
outros agricultores como formas de acesso mais democráticas à informação.
87
O agricultor 3 possui uma relação homoafetiva e por participar de todos os
processos que envolvem a produção e gestão do agroecossistema, o protagonismo
da mulher nos aspectos avaliados é máximo.
Contudo, nos outros dois casos, pode-se observar que a mulher é ainda a
maior responsável pelos trabalhos domésticos e de cuidados, com pouca
participação masculina nessas áreas. Apesar disso, os agricultores estudados
apontam que suas companheiras participam de forma simétrica em relação a eles no
que diz respeito às decisões de gestão e na apropriação das riquezas geradas no
agroecossistema. O agricultor 2 afirma que sua companheira não participa em
espaços sócio-organizativos.
a) Biodiversidade
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Observando as áreas dos gráficos (Figura 11: Gráfico – Aspectos ecológicos:
Biodiversidade) para cada agricultor, pode-se observar que na quase totalidade dos
aspectos eles obtiveram resultados entre a qualificação boa e ótima. Tais resultados
convergiram com os correspondentes no método 1, destacados principalmente no
aspecto autonomia (base de recursos autocontrolada) por meio da avaliação dos
parâmetros de diversidade. Convêm atentar para a baixa diversidade de criações,
basicamente para autoconsumo, presentes nos agroecossistemas. Os agricultores 1
e 3 trazem de fora grandes quantidades de esterco que poderiam ser produzidos
internamente caso houvesse uma diversidade maior de criações e uma mudança no
manejo do solo que permitisse um maior acúmulo e manutenção da matéria
orgânica.
Outro ponto avaliado no método 2 é a presença de barreiras de vento. Apesar
de em todos os agroecossistemas haver áreas de mata, elas, por conta de suas
localizações, nem sempre funcionam como barreias. As barreiras de vento ajudariam
a prevenir possíveis danos às estruturas físicas das plantas, favorecendo brisas
leves que não interfiram negativamente na respiração e transpiração, e também
podem funcionar como ilhas de diversidade que abriguem inimigos naturais para
insetos-pragas.
b) Solo
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sendo aquele que favorece o aparecimento de vida microbiana e de espécies da
inseto-fauna. Solos férteis e com atividade biológica proporcionam maior aeração
dos mesmos, fornecendo oxigênio para as raízes, e, conjuntamente, matéria
orgânica e minerais, possibilitando o desenvolvimento de plantas mais sadias e
resistentes às intempéries do clima e ação de pragas e doenças. Pode-se observar
que é justamente no agroecossistema 1 onde o solo se apresenta mais exposto e
com ausência de palhada em que agricultor afirma existir mediana quantidade de
minhoca e pouca diversidade de insetos, além da avaliação da cor/odor/teor de
matéria orgânica ser menor. A Figura 23 ilustra os aspectos visuais das camadas
supercifias dos solos dos agroecossistemas estudados.
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A Figura 24 relaciona as práticas de manejo do solo e suas consequências
ambientais.
c) Água
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comercialização de produtos são mais presentes. O agricultor 1, foi o único a
apontar o apoio político de mais de uma escala de poder
(municipal/estatal/nacional), enquanto os demais manifestaram a ausência de apoio.
Vale notar que, para o agricultor 3, todos os aspectos políticos no que se
refere ao acesso na comunidade do entorno, receberam a nota mais baixa. Em
conjunto com o método 1, pode-se notar que, para esse agricultor, o acesso às
frentes sociais organizadas, assembleias para diálogo e associações se dão em
outros territórios que não no município onde reside, apesar de morar em uma cidade
de vocação agrícola localizada no cinturão verde de SP. Isso pode se dar por conta
de suas demandas específicas, como por exemplo, a identificação com o movimento
feminista da economia solidária sediado em São Paulo, a possibilidade de acesso ao
certificado de transição agroecológica via associação de produtores da Zona Leste e
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de SP. Cabe apontar que iniciativas e
movimentos ligados a agroecologia se mostram presentes mesmo que fora do
território de proximidade dos agricultores, o que por vezes inviabiliza seu acesso,
mas são importantes enquanto possíveis polos de dispersão de iniciativas.
Escala e Sazonalidade
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adequação do chamamento público, os agricultores têm a liberdade de produzir os
produtos de época. O único limitante exigido é a escala por produto, não podendo o
fornecimento de uma quantidade maior que o limite por produto. A flexibilização
dessas exigências, por um lado é positiva para os agricultores, mas pode gerar
flutuações na oferta de produtos para as entidades, comprometendo a oferta de
alimentos aos beneficiários. Apesar da definição prévia dos produtos a serem
fornecidos no caso do PPAIS, o agricultor afirma que eles são pensados de acordo
com suas sazonalidades.
Em relação aos coletivos de consumo, todos os agricultores fornecem para o
CRU-SOLO e afirmaram que o mesmo não tem exigência quanto à oferta de
produtos fora de suas sazonalidades, porém, para o agricultor 2, a resposta quanto à
exigência de escala pelo mesmo coletivo foi positiva. De acordo com o agricultor, ele
não oferece os produtos que possui, quando esses estão disponíveis em baixa
quantidade, por não atingirem a quantidade mínima para a composição das cestas
fornecidas pelo coletivo. Talvez esse não seja um problema para os demais
agricultores, pois suas escalas de produção são maiores.
A exigência média de produtos fora de suas sazonalidades foi apontada para
outros dois coletivos (MICC e Pé de Broto), sendo que, os meios de escoamento
apontados como os mais exigentes quanto a esse aspecto foram os mercados
locais, sistemas de delivery e feiras.
Uma produção mais sustentável é aquela em que há o respeito pela
sazonalidade dos alimentos e uma diversidade de produção. Conforme os canais
exijam uma diversidade baixa de produtos e/ou fora de suas sazonalidades, há uma
pressão para produções menos diversas e que necessitam de um aporte de insumos
e trabalho maiores. Quando a produção é diversa, a exploração dos recursos
minerais também o é, pois cada planta possui exigências distintas, diminuindo assim
o aumento da demanda por minerais específicos para o desenvolvimento de certa
espécie. Produções diversificadas - desde plantas herbáceas às arbustivas e
árvores - e que ocupam o mesmo ambiente exploram de forma distinta os estratos
aéreos e do subsolo, podendo ser manejadas de forma a potencializarem
sinergismos entre elas.
O aspecto da sazonalidade também deve ser respeitado, pois a produção de
alimentos fora de época e em condições regionais de clima e solo não favoráveis
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implica o desenvolvimento de plantas menos sadias e mais suscetíveis a pragas e
doenças. Portanto, tais exigências vão à contramão de favorecerem uma agricultura
mais sustentável, podendo reiterar práticas de manejo inadequadas, inclusive,
limitando tanto a autonomia do agricultor em relação ao mercado - quando para
suprir as demandas de fertilidade e controle de pragas e doenças o mesmo busca a
aquisição de produtor por essa via - quanto à autonomia para colocar em marcha
práticas agroecológicas.
A escolha por produtos de época e cujas aparências não sigam aos padrões
de homogeneidade passa por uma reeducação alimentar dos consumidores e
consciência dos impactos ambientais e sociais dos modelos convencionais de
produção, distribuição e consumo de alimentos. Nesse aspecto, o papel de canais
de comercialização que, através de suas práticas, questionam os modelos vigentes,
é importante também enquanto espaço que fomente a reeducação alimentar e as
discussões junto aos consumidores.
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são imprescindíveis para o escoamento, necessitando, em um dos casos
comentados, a lavagem de determinado produto a fim de se eliminarem manchas.
As feiras e delivery, para o agricultor 1, foram apontados como mercados com
exigência média para tais atributos. Para os outros dois agricultores, os atributos
foram mencionados como imprescindíveis para o escoamento através de feiras,
mercados locais e loja de produtos orgânicos/agroecológicos.
O desperdício de alimentos por conta das exigências de
aparência/homogeneidade por parte dos mercados e consumidores pode favorecer
a escolha de sementes transgênicas ou híbridas por possibilitarem o
desenvolvimento de plantas mais homogêneas. Inclusive, o agricultor 3 apontou
esses atributos como um dos que influenciaram na sua escolha por sementes
tratadas. Tal escolha acaba por diminuir a diversidade intraespecífica e a
possibilidade de uma maior adaptação das plantas às condições naturais do
agroecossistema, como ocorre no uso de sementes crioulas.
Quanto à embalagem, essa é imprescindível para o escoamento em dois
mercados institucionais acessados pelo agricultor 1, o PNAE e PPAIS, os quais
exigem embalagem em sacos plásticos e caixas esterilizadas. Dos quatro coletivos
de consumo, para apenas um deles a embalagem é imprescindível. O mesmo nível
de exigência é apontado para o escoamento através de delivery, feiras, e loja de
produtos orgânicos/agroecológicos. No caso das feiras, os agricultores afirmam que
a exigência não parte necessariamente dos consumidores, mas que os próprios
agricultores preferem embalar os produtos para protegê-los no transporte, exposição
nas bancas e distribuição.
Já o preço é definido, em todos os casos estudados, por apenas uma das
partes envolvidas na comercialização dos produtos. Alguns mercados possuem
maior poder de barganha para a definição dos preços, como são os casos dos
mercados locais, sacolões e loja de produtos orgânicos. A maioria dos coletivos de
consumo, três dos quatro estudados, atende aos preços estipulados pelos
agricultores. A não participação de todas as partes envolvidas na comercialização na
definição dos preços acaba por limitar a escolha de um preço que seja justo para
todos. A fim de fomentar o acesso mais democrático aos alimentos agroecológicos,
o Coletivo CCRU-SOLO, por exemplo, pratica preços diferenciados para os
trabalhadores terceirizados da Universidade. Tal prática é uma forma de definição de
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preço mais justa e que leva em conta a condição de renda de quem deve ter direito
ao acesso a produtos agroecológicos.
5 CONCLUSÃO
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PLOEG, J. D. V. D. El proceso de trabajo agrícola y la mercantilización. In: Eduardo
Sevilla Guzmán, Manuel González de Molina. Ecologia, campesinato y historia.
Madrid: Las Ediciones de la Piqueta, p. 135-195, 1992.
POLLAN, Michel. O dilema do onívoro: uma história natural de quatro refeições. Rio
de Janeiro: Intrínseca, 2007.
SILVA, José Graziano da. O que é a questão agrária? 4ª Ed. - São Paulo: Editora
Brasiliense, 1981.
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