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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS


CENTRO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM ECOTURISMO

ROCILDA OLIVEIRA DA SILVA

PRÁTICAS ECOTURÍSTICAS NO AMAZONAS: A RESPONSABILIDADE DO


GUIA DE TURISMO REGIONAL

Artigo elaborado para o curso de Especialização


em GESTÃO EM ECOTURISMO do Centro de
Ciências do Ambiente da Universidade Federal
do Amazonas - UFAM

ORIENTADOR: Prof. Dr. JEFFERSON CRUZ

MANAUS
2003

PRÁTICAS ECOTURÍSTICAS NO AMAZONAS: A RESPONSABILIDADE DO


GUIA DE TURISMO REGIONAL

Rocilda Oliveira da Silva1


Jefferson da Cruz2

RESUMO: Este artigo discute a qualidade de prestação de serviço informativo que o guia
presta aos turistas durante sua prática na selva. Nessa discussão, são apresentados alguns
exemplos de serviços, divulgados como ecoturísticos, que revelam um paradoxo entre a
prática regional e os princípios do ecoturismo3. Os levantamentos que embasam este trabalho
foram realizados na região localizada entre as áreas de entorno da Estação Ecológica de
Anavilhanas e da Cidade de Manaus – Capital do Estado do Amazonas/Brasil. Nesse local há
uma maior concentração de hotéis de selva, os quais dependem diretamente do trabalho dos
guias para efetivarem seus pacotes turísticos. A avaliação dos registros estudados acusou a
existência de guias inabilitados, que não contribuem para um serviço turístico de qualidade
nem priorizam a conservação do patrimônio natural; detectou também a inexistência de
capacitação em ecoturismo na grade curricular oficial do curso de guia de turismo regional e a
escassez de cursos profissionalizantes para guias; e observou ainda a ausência da adoção de
estratégias de conservação que promovam a utilização sustentável dos atrativos turísticos,
também por parte dos empreendimentos e das comunidades envolvidas.

Palavras-chave: Amazonas - Ecoturismo - Guia de Turismo – Hotel de Selva –


Sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

Uma das mais novas tentativas de desenvolver a Amazônia, buscando uma política que
procure defendê-la e conservá-la para as gerações atuais e futuras, vem do Programa de
Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal – PROECOTUR, e aponta o ecoturismo
como a vocação natural da Amazônia. Esta afirmativa mostra um novo caminho para o
desenvolvimento sustentado na região e chama a atenção de todos à necessidade de
planejamento e capacitação para sua implantação (PROECOTUR, 2002).

1
Universidade Federal do Amazonas – UFAM – Centro de Ciências do Ambiente. Endereço: Rua Rio
Solimões 260 – Adrianópolis – CEP 69057- 480. Manaus/Amazonas/Brasil. E-mail: rocilda21@hotmail.com
2
UFAM – Instituto de Ciências Biológicas – Departamento de Biologia. End. – Av. General Rodrigo
Otávio, 3000. Manaus/Amazonas/Brasil. E-mail: jeffdacruz@yahoo.com.br.
3
“Um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural,
incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do
ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas” (Barros, 1994).
Dada à importância do guia de turismo regional para a gestão turística do Estado do
Amazonas, pois é ele o porta-voz de suas belezas, história e mistérios, o objetivo desse artigo
é verificar se as práticas dos guias de turismo que atuam no Amazonas estão coerentes com o
uso sustentável dos recursos naturais e, conseqüentemente, com o ecoturismo. Assim, este
trabalho aborda vários assuntos que culminam com a grande responsabilidade do guia de
turismo regional perante o trade turístico4 local. Para atingir o objetivo proposto, este texto
apresenta um breve histórico da profissão de guia, mostra a importância dessa classe para
comercialização do produto turístico local, avalia os resultados de alguns estudos sobre a
qualidade da informação e serviços por eles fornecidos, além de expor a opinião do Sindicato
dos Guias de Turismo do Amazonas - SINDGTUR/AM sobre o assunto. As pesquisas in loco
foram realizadas no perímetro de maior concentração de hotéis de selva da região localizado
entre as áreas de entorno da Estação Ecológica de Anavilhanas e da Cidade de Manaus –
Capital do Estado do Amazonas/Brasil (Figura1).

FIGURA 1 – Área de estudo

NORTE
Apurissawa Jungle Lodge
Estação Ecológica de Anavilhanas

Malocas


Amazon Ecopark

Jungle Palace
Rio Negro Amazon Village
Acajatuba MANAUS Rio Amazonas
Ariaú Tower
Jungle Lodge Amazon Riverside
Salvador Lake
Tiwa
Terra Verde
Pousada Amazônia
Amazon Lodge
Rio Solimões

Localização dos Hotéis de Selva próximos a Manaus


Mapa: Coleção Brasil visto do espaço (EMBRAPA, 2003 modificado);
Informações sobre os hotéis de selva: Amazonastur

4
Trade turístico – Organizações privadas ou governamentais atuantes no setor de turismo
(SOUZA,1998).
Procurando entender como deve ser o comportamento do guia diante de sua clientela
principal – o ecoturista – traça-se um perfil desse cliente por meio de informações de
diferentes autores.
Fundamentado por teorias turísticas e de sustentabilidade5, comentam-se também
algumas práticas destes profissionais no exercício de suas atribuições. Tais práticas foram
identificadas e documentadas, por meio de gravações, fotografias e entrevistas, pelos alunos
do curso de Especialização em Gestão em Ecoturismo da Universidade Federal do Amazonas
- UFAM/2003 - durante visitas técnicas a hotéis de selva. Como proposta de mudança,
fornecem-se algumas alternativas visando promover o uso sustentável dos recursos naturais e
minimizar os impactos causados na natureza devido à falta de uma visão ambiental por parte
dos gestores do ecoturismo. Por fim, são feitas considerações que buscam fortalecer e
valorizar o guia de turismo regional.

Os nomes científicos de algumas espécies de plantas regionais contidas neste artigo


foram retirados de SILVA (1977), POTT (2000), RIBEIRO (1999), BORRÁS (2003) e
CEPEN (2003).

A PROFISSÃO DE GUIA DE TURISMO - BREVE HISTÓRICO

Desde idades remotas, o homem tem perambulado pela terra conquistando novos
territórios e buscando novos conhecimentos. Nesta saga, sempre necessitou de alguém que
conhecesse o local a ser desbravado para ensinar-lhe o melhor caminho a seguir em sua rota.
Esse longo percurso fez a profissão de guia despontar entre as mais antigas do mundo.
Através dos tempos, sempre conduzindo pessoas ou grupos por regiões adversas, os guias
foram conhecidos como “desbravadores”, “tutores”, “cicerones”. Não obstante, devido a
comportamentos duvidosos por parte de alguns desses profissionais, sua reputação nem
sempre foi bem vista, por esse motivo, os guias, várias vezes foram citados como oportunistas
e charlatões (POND, 1993).

Embora os guias, num passado remoto (quando guiavam exércitos por territórios

5
Sustentabilidade – Este termo “tem sido utilizado para significar uma atitude, um posicionamento, em
relação ao trato da natureza como um bem renovável. [...] Entende-se que uma atividade é sustentável quando,
para todos os fins práticos, ela pode se continuar indefinidamente” (RODRIGUES, 2003 p. 54).
inimigos), fossem muito diferentes dos atuais, (hoje, acompanham pessoas que viajam por
lazer e prazer), suas atividades não eram tão diferentes: servir de intérprete, orientar seus
clientes em terrenos desconhecidos, providenciar acomodações, comida e transporte. O
historiador grego Heródoto, 440 a.C., em sua famosa História, falava desse profissional que
tinha a incumbência de guiar os soldados em território inimigo. Já por volta do século XVIII,
a função dos “tutores”6 assemelhava-se muito à dos guias de hoje. Eles eram responsáveis por
“guiar jovens aristocratas ingleses em suas viagens de estudos 7 ao continente europeu
discorrendo sobre o esplendor das antigas civilizações greco-romanas” (RAPOSO, 2002).

Hoje, no Brasil, o guia é um profissional liberal free-lance que trabalha sem vínculo
empregatício com agências de turismo e sob a supervisão do Instituto Brasileiro de Turismo -
EMBRATUR. Sua profissão já está regulamentada. O Decreto presidencial 946, de 1º de
outubro de 1993 regulamenta a Lei 8.623, de janeiro de 1993, que dispõe sobre a Profissão de
Guias de Turismo e dá outras providências:

É considerado Guia de Turismo o profissional que devidamente cadastrado


na EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo nos termos da Lei 8.623, de 28 de
janeiro de 1993, exerça as atividades de acompanhamento, orientação e transmissão
de informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais,
estaduais, interestaduais, internacionais ou especializadas (RAPOSO, 2002, p. 164).

Os guias de turismo podem ser cadastrados em uma ou mais classes: Guia Regional,
Guia de Excursão Nacional, Guia de Excursão Internacional, Guia Especializado em Atrativo
Turístico, necessitando para isso, ter concluído o Curso de Formação Profissional de Guia de
Turismo na classe em que lhe convier, devendo ter no mínimo 18 anos, ter concluído Ensino
Médio entre outros requisitos. Conforme o Art. 4º § I da Lei 8.623, as atividades do Guia
Regional compreendem a recepção, o traslado, o acompanhamento, a prestação de
informações e assistência a turistas em itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais de

6
Tutores – Os tutores ou cicerones eram designados por serem pessoas articuladas, falarem várias
línguas, bem-versados em várias matérias incluindo história, literatura, arquitetura e assuntos correntes. Muito
dos tutores e guias da época do Grand tour eram do distinto clero, estudantes, professores, escritores e
historiadores. (POND, 1993, p. 5).
7
Viagens de estudo - Conhecidas como Grand tour era uma célebre e conhecida rota saindo da
Inglaterra através da França, Alemanha, Áustria e Suíça em direção de seu destino final a Itália (POND, 1993, p.
4).
uma determinada unidade da Federação para visita a seus atrativos turísticos (RAPOSO,
2002).

Provavelmente, durante o Século XXI, a profissão de guia de turismo alcançará o


ápice de sua valorização dada a crescente demanda por profissionais especializados para
trabalhar na Indústria do Turismo,8 ora em expansão. Conforme cita Brito (2000), “o
crescimento da atividade ecoturística no Brasil criou uma demanda por profissionais
capacitados na área do ecoturismo”. Para atender à solicitação desse mercado, é necessário
que o guia local, além de requisitos essenciais como conhecimentos gerais sobre a região em
que atua, ética, primeiros socorros e domínio de pelo menos uma língua estrangeira, seja um
adepto de práticas ecoturísticas que promovam o equilíbrio ambiental. Portanto, exige-se que
o guia regional deste novo século tenha comportamento coerente com um modelo sustentável
na demonstração das potencialidades da floresta amazônica.

O guia de turismo que atua nesta região atende, em geral, a uma clientela muito
especial: o ecoturista. Ecoturista é aquela pessoa que vive na cidade grande e deseja conhecer
ambientes naturais conservados, busca informações sobre esses lugares antes de visitá-los,
gosta de sentir-se parte integrante da comunidade que visita e de seu meio ambiente, quer
aprender sobre seu dia-a-dia, preocupa-se com a qualidade do meio ambiente, com o bem
estar de seus anfitriões e gosta de conhecer e adquirir produtos típicos da região (MMA,
2000). Carvalho (2003) comenta: “O ecoturista típico [...] é exigente e sabe distinguir o
rústico do precário, não aceitando serviços ruins e mal planejados”. Rodrigues (2003) traça
seu perfil:

o Pesquisadores ecoturistas – com fortes tendências ecologistas, altamente


especializados, comprometidos com ONGs ou com instituições acadêmicas, que
além de investigadores participam das pesquisas como turistas.
o Ecoturistas pesquisadores - pessoas interessadas em participar de grupos
de pesquisa em áreas de rica biodiversidade, encaixando-se pontualmente em
experiências científicas.
o Ecoturistas naturalistas – pessoas interessadas em viajar para áreas ricas
em biodiversidade, a fim de observar a natureza ou alguns aspectos singulares
movidos por interesses específicos. É o caso dos observadores de aves (whatching

8
Indústria do turismo - O turismo é uma grande indústria. Ele emprega mais pessoas do que qualquer
outro ramo. Pesquisas revelam que um em cada dez trabalhadores do Brasil atua no turismo. O setor é
responsável por cerca de 8,2% das exportações mundiais e representa cerca de 10% do produto interno bruto
(NUNES, 2003).
birds), um segmento muito expressivo nos EUA e Canadá, incluindo desde
mochileiros até milionários que viajam em aviões particulares.
o Ecoturistas casuais – que são movidos por interesses em participar de
experiências ecoturísticas, sem interesse específico. Grupos de estudantes em
experiências pedagógicas enquadram-se nesta categoria [grifo do autor].

O GUIA REGIONAL E O TRADE TURÍSTICO LOCAL

O incremento da indústria turística no Amazonas pode ser notado pelo aumento, nos
últimos anos, do número de empreendimentos turísticos que têm sido implantados em
municípios próximos à capital do Estado (Figura 1). Nestes empreendimentos se busca,
estrategicamente, praticar o ecoturismo. Esta estratégia tem um bom motivo: “Enquanto o
turismo tradicional cresce 7,5% ao ano, o ecoturismo cresce mais de 20% e já representa 5%
do turismo mundial...” (CRESPO, 2001). Quanto ao turismo regional, dados de Badialli
(2003), apontam que houve um acréscimo de 10,77% no fluxo turístico dos hotéis e
alojamentos de selva localizados na região de entorno da Estação Ecológica de Anavilhanas,
quando comparados os três primeiros meses de 2002 e o mesmo período em 2001. Conforme
Neto (1998), a freqüência média de turistas dos alojamentos selva é de 84% de estrangeiros
para 16% de brasileiros. Os resultados de sua pesquisa indicam que os estrangeiros desejam
interagir com a natureza com uma consciência preservacionista respeitando a floresta, os
animais e a comunidade e que os brasileiros, não têm a exata noção de um pacote ecológico
não dispensando o conforto de um bom hotel urbano.

Visitar a Amazônia, e o Amazonas em particular, é o sonho de muitas pessoas em todo


o mundo. “Nos meses de janeiro e fevereiro, quando o inverno assola a Europa e a América
do Norte, os turistas voam para o Amazonas em busca de calor tropical. Sedentos para ver
florestas, rios e bichos,...” (KOTINSK, 2003). Embora seja importante haver uma boa infra-
estrutura para se chegar a esses paraísos, o bom desempenho do guia de turismo é também
essencial para a satisfação completa do turista, pois é ele quem satisfaz as ansiedades e
transforma em realidade os sonhos dos visitantes. Segundo Pond, (1993) “ [...] ao guia de
turismo é confiada a puríssima missão de relações públicas: absorver a essência do espaço, ser
a janela daquele lugar, cidade, região ou país e até servir de espelho para os visitantes,
permitindo-lhes entender melhor sua ligação com a história e cultura de seus anfitriões”. A
impressão favorável ou negativa sobre o país visitado depende diretamente do desempenho do
guia (OLIVEIRA, apud RAPOSO, 2002). Pond (1993) observa que o guia é um componente
vital para a indústria do turismo [grifo nosso]. Confirma-se, por conseguinte que, se as
pesquisas apontam para um fluxo crescente do ecoturismo e ecoturistas no Amazonas e o guia
regional tem um papel fundamental neste contexto, é de extrema importância se discutir a
qualidade de informação fornecida pelos guias regionais que dão suporte ao trade turístico
local.

SOBRE A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO FORNECIDA PELO GUIA REGIONAL

Em âmbito nacional, uma pesquisa realizada pela EMBRATUR sobre o atendimento


e a pontualidade dos guias em geral, aponta uma avaliação positiva com índice próximo a
90% no somatório dos conceitos excelente e bom (EMBRATUR, 2003) [grifo nosso]. Para
saber a qualidade da informação que está sendo oferecida aos turistas pelos guias regionais
recorreu-se a dois estudos [grifo nosso].

No primeiro, Neto (1998) apresenta os resultados sobre questionamentos junto aos


empresários donos de hotéis de selva sobre recursos humanos de apoio ao turismo e as
funções que exigem maior capacitação profissional. Esses empresários apontam os guias
como a classe mais problemática e relatam que “para suprir as deficiências desse profissional
no mercado, os empreendimentos estão sujeitos a contar com guias mais ou menos
improvisados, alguns de péssima referência profissional”. Ao ser questionado sobre essa
afirmativa dos empresários de turismo, o Sindicato de Guias de Turismo do Amazonas,
SINDGTUR/AM, admitiu ser verdade devido à falta de profissionais qualificados no
mercado. Disse haver cerca de cinqüenta guias devidamente habilitados e que vários
trabalham com guia, mas que realmente não o são. Salientou ainda que há mais de seis anos
não se realizam cursos de guias de turismo aqui no Amazonas (WEBER, 2004).

No segundo estudo, Badialli (2003) mostra que os responsáveis pelos hotéis de selva e
agências de turismo foram unânimes em registrar a importância da transmissão de
conhecimentos aos seus clientes e em indicar somente os guias como os detentores dessa
missão (Quadro I). Quando os guias foram questionados sobre de que forma eles transmitem
informações a respeito do modo de vida das populações tradicionais e também de questões
ambientais, 41,18% disse apenas “falar” sobre os atrativos, 23,53% disse “falar e mostrar” aos
turistas e 35,29% não soube informar o método utilizado. Por este resultado, pode-se deduzir
que eles ainda têm dificuldade em transmitir as informações necessárias para os turistas.
Quanto aos turistas entrevistados, 31,78% demonstraram não estar totalmente satisfeitos com
a qualidade da informação fornecida pelos guias. Esta conclusão se reveste de grande
importância uma vez que os donos de hotéis de selva e agências de turismo designam o guia
como único responsável pelo repasse de informações e também por haver uma deficiência nos
próprios guias em transmitir os conhecimentos necessários sobre a comunidade e o meio
ambiente.

Quadro I – Grupos de entrevistados


Nº de
Grupo Método Observação
entrevistados
Responsáveis por Entrevista estruturada A amostra foi representada por
8
agências de turismo e contendo perguntas somente somente 1 (um) indivíduo por agência
(indivíduos)
hotéis de selva de caráter aberto. ou hotel de selva
Questionário para auto
Profissionais que conheciam a área
Guias de Turismo 17 (ind.) preenchimento contendo
de estudo
perguntas abertas e fechadas
A amostra foi representada por
Entrevistas estruturadas turistas que visitaram as comunidades
Turistas brasileiros e
134 (ind.) contendo perguntas abertas e escolhidas, os hotéis de selva da região
estrangeiros
fechadas ou estavam de partida no aeroporto de
Manaus.
Entrevistados e os métodos utilizados, no período de março a novembro de 2002 - Retirado de Badialli, 2003
(modificado).

PARADOXO ENTRE TEORIA E PRÁTICA

Para discutir o contexto deste tópico, dois parâmetros são fundamentais. Um deles, de
Barros (1994), conceitua o ecoturismo como “um segmento da atividade turística que utiliza,
de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a
formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente,
promovendo o bem-estar das populações envolvidas”; o outro, do Programa de
Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia - PROECOTUR – mostra que a busca do
desenvolvimento sustentável na Amazônia aponta para o ecoturismo, pois é uma opção
economicamente viável que combina a conservação da natureza com o combate à pobreza
(PROECOTUR/MMA-SCA, 2002). Desse conjunto, fundamenta-se a importância de se
conciliar a prática às teorias do ecoturismo.

O movimento ecoturístico no Amazonas, inicialmente denominado de Turismo de


Natureza, começou em 1979 com a implantação do primeiro hotel de selva, o “Amazon
Lodge”, onde à época, mostrava-se o encontro das águas, faziam-se caminhadas na selva e
pescarias (NELSON, 2003). Ainda hoje, com raras exceções, as práticas são quase as
mesmas. Em 2003, visitando hotéis de selva, os alunos do curso de Especialização em Gestão
em Ecoturismo, constataram a existência de práticas profissionais questionáveis quando se
mostram aos turistas as potencialidades da flora e atrativos locais. Enumeram-se algumas:

A. Sempre que o guia mostra aos turistas a árvore de carapanaúba (Aspidosperma


carapanauba Pichon), ele retira lascas da casca dessa árvore para fazer sua demonstração
interpretativa, com a intenção de mostrar seu sabor aos turistas, enquanto fala de suas
propriedades medicinais. Esta atitude deixa o tronco dessa árvore cheio de cicatrizes causando
um impacto visual negativo aos que a observam além causar danos à árvore, pois estas
cicatrizes a deixam vulnerável a ataque de pragas. Demonstração análoga é feita com o um
exemplar de castanheira ou Castanha da Amazônia - Bertholletia excelsa Humboldt e
Bonpland no mesmo pacote turístico (Observação pessoal);

B. Uma das alunas da Gestão em Ecoturismo9 conta que num lago em


Janauary/Iranduba/AM, onde havia exemplares da Vitória-Régia (Victoria amazônica Poepp.
Sowerby), após alguns anos de exploração, essa espécie desapareceu. Provavelmente, este
desaparecimento se deva pela retirada das flores que eram colhidas durante o dia pelos guias e
levadas ao hotel onde, à noite, mesmo depois de arrancadas, exalavam seu magnífico perfume
para a apreciação dos turistas. Hoje, sem exemplares desta planta no lago, os donos da
fazenda não conseguem mais alugar sua área; a Vitória Régia é uma planta aquática da família

9
Eliane Costa, aluna do curso de Especialização em Gestão em Ecoturismo da UFAM, 2003. O local a
que se refere é a Fazenda Santa Amélia no Lago do Janauary, município de Iranduba. Era explorada pela
empresa Selvatur, na década de 80.
das Nympheaceae (Pott, 2000).

C. Outra aluna10 relata a experiência de um turista proveniente da cidade de São Paulo


o qual lhe contou, estarrecido, o que ocorrera quando visitou o encontro das águas,
acompanhado por um guia de certa agência. Disse ele que o guia foi contundente em afirmar
que águas negras e brancas nunca se misturavam, ao que o turista retrucou dizendo que isso
era absurdo, pois o Rio Amazonas não seguia com duas cores até o Oceano Atlântico. Mesmo
assim, o guia continuava insistindo em sua afirmativa. Um casal de americanos que estava
com eles perguntou qual era a explicação científica para esse fenômeno e o guia respondeu:
God! (Deus!).

D. Em uma trilha na região de Acajatuba (município de Iranduba/AM), verificou-se a


inexistência do Cipó D’água (planta pertencente a várias espécies de Doliocarpus). Há dez
anos este tipo de planta foi ali tão abundante que nunca se imaginou que poderia acabar. No
entanto, cortada indiscriminadamente, durante esse tempo, para fazer o turista saborear sua
deliciosa água e saber como matar a sede caso se perdesse na floresta, em 2003, caminhando-
se pela mesma trilha não foi encontrado um exemplar sequer dessa planta (Observação
pessoal)11;

E. Ainda na trilha em Acajatuba, para demonstrar aos turistas como os índios faziam
sua comunicação em longa distância, o guia bate com um pedaço de pau contra uma raiz tipo
sapopema. De tanto levar pancada, várias vezes ao dia, vários dias durante o ano, essa raiz
está soltando pedaços. Se não bastasse, o mesmo pedaço de pau é oferecido aos turistas para
fazerem eles mesmos a sua experiência (Obs. Pessoal); a Sapopema – Xylopia spp – é uma
grande raiz tabular da base do tronco de certas espécies de árvores. Diz-se também
sapopemba, ou sacopema (Ribeiro, 1999).

F. Nessa mesma trilha, outra vítima da má gestão ambiental é a árvore da família das
Burseráceas, conhecida como Breu Branco, o Protium heptaphyllum March. De odor natural e

10
Keila Santos - Aluna do curso de Especialização em Gestão em Ecoturismo da UFAM, 2003.
11
Rocilda Silva, trabalhou como guia de turismo nessa área durante o período de 1992 a 1994.
fresco, o breu branco é a resina exudada pelo tronco desta árvore à qual os guias ou mateiros12
costumam colocar fogo, quando a resina ainda está presa ao caule da árvore. Sua intenção é
fazer o turista sentir seu perfume de incenso. Essa atitude deixa na planta queimaduras
visíveis e provoca uma estranha sensação naqueles que são “defensores” das questões
ambientais, além de prejudicar a planta (Observação. Pessoal).

A BUSCA POR ALTERNATIVAS ECOLÓGICAS

Referindo-se à qualidade nos serviços ecoturísticos, Carvalho, 2003 afirma: “Está longe,
porém, de atingir a excelência em produtos ecoturísticos, [...] Alguns dos produtos existentes,
para se tornarem sustentáveis, devem passar por uma revisão”. Realmente, devido aos
impactos negativos que certas práticas podem causar, a metodologia utilizada nas atividades
de ecoturismo deve ser avaliada. Faz-se necessária a aplicação de técnicas não agressoras do
meio ambiente, a adoção de práticas que respeitem os ciclos naturais e, sobretudo que haja
pessoas bem capacitadas para exercer, com profissionalismo, a função de guia de turismo
regional. Mostram-se a seguir algumas sugestões para amenizar os problemas causados pelas
práticas registradas anteriormente.

A. Como medidas mitigadoras, no caso da carapanaúba e da castanheira, o guia


pode levar consigo um saquinho contendo um punhado de cascas (facilmente encontradas no
mercado municipal de Manaus), mostrar a árvore sem ferí-la e oferecer as cascas aos turistas
que quiserem provar seu sabor.

B. No caso das Vitórias Régias, uma alternativa interessante seria propiciar a visita
noturna ao local evitando-se a coleta das flores. Essa atitude permitiria ao turista sentir o
perfume das flores em seu próprio ambiente e vivenciar outros acontecimentos noturnos.
Além disso, oferecer-se-ia uma nova opção de passeio noturno para os ecoturistas que,
atualmente, sem outra alternativa, limitam-se a fazer focagem de jacarés. Em semelhante
visita, poder-se-ia explicar o interessante processo de polinização da flor desta planta e ainda,
com um termômetro, medir sua temperatura interna que se eleva de 11 a 14 graus acima da
temperatura ambiente para volatilizar o perfume que se espalha impregnando o ambiente. A

12
Mateiro – Explorador de matas (AMORA, 1998). No Amazonas, geralmente é um morador antigo da
região onde trabalha, auxiliando os Guias de Turismo em longas caminhadas na selva Amazônica.
flor da vitória Régia abre-se duas noites consecutivas acompanhando a maturação das partes
feminina (1ª noite) e masculina (2ª noite). Nesse período, muda suas cores de branca, na
abertura, para rosada na noite seguinte. Ao abrir pela primeira vez, exala um intenso e
agradável perfume atraindo um ou mais besourinhos polinizadores (Cyclocephala) os quais
vêm para saborear os apêndices carpelares, internos à flor, ricos em amido e açúcar. Depois
que os besourinhos entram, a flor se fecha guardando-os ali até a noite seguinte quando saem
carregados de pólen da parte masculina e, novamente atraídos pelo perfume de outra flor, na
flor branca, que estão com a parte femininas “maturadas”, vão poliniza-las. Após este
processo, a flor recolhe-se para frutificar embaixo d’água e produzir as sementes que
perpetuarão a espécie (Pott, 2000).

C. Uma questão básica, no tocante à informação correta sobre um atrativo, refere-


se às informações sobre o encontro das águas. Supõe-se, pelas matérias oferecidas na grade
curricular13 de um curso aprovado pela EMBRATUR, que todo guia de turismo concursado
deva conhecer perfeitamente a dinâmica do encontro dos Rios Negro e Solimões. A
explicação para este acontecimento deve-se a um conjunto de fatores que são próprios de cada
rio: fatores físico-químicos, velocidade e temperatura diferentes, impedem que a mesclagem
aconteça no momento em que se encontram. Correm lado a lado, sem se misturar, vindo a
unir-se, naturalmente, cerca de seis quilômetros após a confluência. O Rio Negro, de
coloração escura devido à dissolução de ácidos húmicos e fúlvicos (substâncias orgânicas),
corre a uma velocidade de 2km/h; suas águas são mornas com temperatura aproximada de 28º
C; Sua transparência varia entre 1,30 a 2,20 m e seu PH está entre 3,8 e 4,9 o que lhe confere
uma característica ácida. O Rio Solimões possui cor clara, proveniente da grande quantidade
de partículas suspensas, (principalmente cálcio e magnésio), resultado da dissolução de suas
margens barrentas, o que lhe confere grande turbidez e pouca visibilidade (meio metro); Corre
a uma velocidade de 4 a 6 km/h e sua temperatura é de 22ºC (SIOLI, 1985).

D. Quanto ao cipó d’água, uma das alternativas seria evitar a prática de corte deste
cipó como demonstração turística. Como sugestão, os hotéis de selva poderiam se
responsabilizar por um projeto de reprodução e replantio da espécie. Afinal de contas, foi

13
EMBRATUR – Deliberação Normativa 427 de 04 de outubro de 2001- Organização Curricular - Guia
Regional/Disciplinas Básicas/4 - Geografia Aplicada ao Turismo – regional/4.6 - atrativos turísticos principais -
localização de roteiros e atrativos/caracterização.
através deles que ações de “exploração” dessa espécie se realizaram no local e é para a
manutenção de suas atividades no futuro que esta espécie deve permanecer fazendo parte da
floresta.

Uma outra sugestão de passeio para o período do anoitecer seria, após admirar-se o
deslumbrante pôr-do-sol, do meio do rio, dirigir-se, em canoa, para baixo de um pé de
“munguba” (Pseudobombax munguba Mart. et Zucc) e apreciar, por volta das 18:00 horas, o
espetáculo maravilhoso que é a abertura, quase simultânea, de todas as suas flores! É uma
cena impressionantemente bela! Os turistas certamente apreciariam.

E. No caso das raízes de sapopema busca-se soluções. A sensação dos turistas ao


baterem naquela madeira e ouvirem seu eco atravessar a floresta não deixa de ser uma
vivência incrível que mexe com sua imaginação e o deixa sentir a experiência primitiva do
“telefone da selva”. Em contrapartida, a agressão sofrida por aquela raiz, diga-se de
passagem, várias vezes por dia, pois são vários grupos que utilizam a mesma trilha, não pode
ser considerada uma atitude ecoturística. Talvez um estudo mais minucioso de impacto sobre
a espécie possa avaliar com maior precisão e apresentar uma alternativa mais acertada para o
assunto. Possivelmente, um rodízio entre as trilhas há de ser uma solução viável, deixando
sem uso um determinado percurso o tempo necessário para a regeneração da árvore e da
própria trilha.

F. Quanto ao breu branco, pode-se retirar a resina, que se destaca com facilidade,
sem prejudicar a árvore e levá-la ao hotel para, à noite, na hora do jantar, colocá-la em um
pires, atear fogo e deixar que seu agradável aroma perfume o ambiente. A título de
informação, ressalta-se que o breu branco é utilizada pelos índios como defumador e incenso
em rituais religiosos; pelos caboclos, como combustor para o fogo para ajudar a acender o
fogão a lenha, e como ingrediente para a calafetação de canoas; na indústria cosmética atual, é
usado para perfumaria (PRESS, 2003).

Em todo caso, qualquer ação que ponha em risco a existência do atrativo deveria ser
explicada à parte para os turistas em forma de mini-vídeos, fotografias, etc., sem haver a
necessidade de extirpar ou ferir qualquer parte da planta.
Considerando que o Ecoturismo tem sua fundamentação no conceito de
Desenvolvimento Sustentável “... aquele desenvolvimento que atende às necessidades do
presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras atenderem às suas próprias”
(MMA, 2000), nos poucos exemplos acima citados, a ausência de preocupação com o futuro e
com a continuidade das explorações confirmam um paradoxo existente entre teoria e práticas.
A ausência de conhecimento sobre o mecanismo de funcionamento da natureza por parte de
exploradores do “Eco” turismo põe em risco seu próprio trabalho. Pelos exemplos práticos,
pode-se dizer que eles apenas utilizam o apelo que o termo encerra sem, no entanto, dar a
devida sacralidade que a própria natureza requer. Buscar outras possibilidades na maneira de
vender o produto ecoturístico e pesquisar novos nichos a serem explorados, poderão, a partir
de novas propostas, valorizar a floresta amazônica, seus mistérios e encantos, bem como
incrementar e revestir de ações ecológicas as visitações à floresta, prolongando sua utilização.

Durante a caminhada pela “floresta” de Acajatuba foi visível a ação antrópica que ela
vem sofrendo também por parte da comunidade. No percurso dessa trilha, foram vistos alguns
troncos cujas árvores tinham sido derrubadas com moto-serra. Ao se indagar ao guia por que
elas haviam sido cortadas, ele relatou que a comunidade usa aquela área para suprir suas
necessidades de madeira, seja para fazer casa, artesanato ou vender para os hotéis. Deve-se
levar em conta que ao se depredar a selva, a trilha vai perdendo seu valor turístico e
ambiental. Se o Ecoturismo implica em promover o bem-estar da população local
(LINDBERG, 1993), esta população deve ser participativa e colaborar também para a
manutenção do atrativo, deve estar informada sobre o processo de desenvolvimento
sustentável do local e atuar em sintonia com o todo nesse novo panorama desenvolvimentista.
A população do entorno, tanto quanto os donos de hotéis de selva, os mateiros e guias de
turismo devem ter consciência de que suas ações contra a floresta poderão pôr um fim à
“galinha dos ovos de ouro” em um prazo não muito longo. Almeja-se principalmente que uma
nova postura realmente sustentável seja assumida por todos os atores 14 envolvidos. Porém, ao
guia, como porta-voz do espetáculo amazônico, parece caber uma maior responsabilidade.
Daí a importância de contar com guias de turismo integrados aos produtos de ecoturismo que
participem do idealismo ambiental da sustentabilidade e procurem diminuir as interferências
negativas sobre o ambiente e a comunidade. Neste sentido, deve-se pelo menos atentar ao que

14
Empreendedores, guias, comunidade.
está escrito no Art. 225 da Constituição brasileira, § 1º, inciso VII: “proteger a fauna e a
flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade” (MMA/IBAMA,
2003) [grifo nosso].

Por outro lado, conforme citado no relato D (p. 9) e por Neto, (1998) ao expor a opinião
dos empresários de empreendimentos turísticos sobre a qualidade dos serviços do guia, não se
pode admitir que pessoas não capacitadas e sem ética comprometam a classe. Deve-se levar
em consideração que os ecoturistas são pessoas bem informadas com grande conhecimento
inclusive sobre a floresta amazônica. É preciso que o guia tenha formação compatível para
atender o perfil dos ecoturistas que são pessoas cultas, fortemente comprometidas com causas
ambientais.

CONCLUSÃO

Embora as avaliações da EMBRATUR sobre atendimento e pontualidade tenham


alcançado um patamar de 90% entre excelente e bom, estes itens não são essenciais para se
avaliar a qualidade da informação fornecida. Pôde-se constatar, pela descrição de algumas
práticas, a veracidade das conclusões às quais chegaram Badialli (2003) e Neto (1998), de que
a informação e os serviços prestados pelos guias, na selva, não são completamente
satisfatórios, nem aos turistas nem aos donos dos empreendimentos turísticos e tampouco
contemplam os princípios ecoturísticos. As práticas verificadas confirmam a falta de uma
correta divulgação sobre os atrativos regionais e a incipiente capacitação de alguns guias na
transmissão dos conhecimentos sobre os atrativos turísticos regionais. Estas falhas
comprometem sobremaneira a qualidade da informação transmitida aos turistas, contribuindo
para a má qualidade dos serviços prestados. De acordo com o SINDEGTUR/AM,
infelizmente, neste metier, conta-se com um bom número de pessoas sem habilitação para
trabalhar como guia. Possivelmente esta situação se deva à escassez de oferta de cursos
profissionalizantes.

Pode-se sugerir aos órgãos competentes que sejam elaborados cursos de guias com
maior freqüência ou, até quem sabe, criar-se um curso em nível pós-médio nesta área para
incrementar o mercado com bons profissionais, incluindo-se nesse curso, a disciplina
Ecoturismo e Práticas Ecoturísticas. Outra atitude referente ao Poder Público seria promover
severa fiscalização sobre a classe de guias, penalizando as pessoas que exercessem
irregularmente a profissão, visto que Guia de Turismo é uma profissão regulamentada e que,
atitudes incorretas, comprometem sobremaneira a classe.

Uma observação importante é que os princípios ecoturísticos devem ser adotados não
só pelos guias, mas por todos os atores envolvidos. Tanto os empreendimentos turísticos
quanto a comunidade envolvida carecem de um plano de ações para a utilização correta dos
atrativos naturais que contemplem a conservação ambiental.

Por fim, deve-se reconhecer, sobretudo, a vital importância que o guia de turismo
regional representa no contexto turístico local e conscientizar-se de que, valorizar e qualificar
adequadamente esses profissionais e permitir que apenas pessoas credenciadas exerçam essa
profissão, são atitudes que devem ser tomadas com a máxima urgência, sob pena de serem
abortados, num prazo não muito longo, os planos de desenvolvimento sustentável regional
que têm no ecoturismo sua principal bandeira.

“… O prefixo eco tem sido utilizado como bandeira em todo movimento e idéia que tenha um
apelo ambientalista, nem sempre com o real comprometimento com a essência do conceito”
(RODRIGUES, 2003)
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

MSc. Eduardo Badialli – Pesquisa;


MSc. Luiza Elaine Azevedo – Orientações Ecoturísticas;
MSc. Sherre Nelson – Primeira Formatação;
MSc. Ednilce Lucena – Orientações Gerais;
Esp. Graça Luzeiro – Apoio Técnico e Fotografias;
Especializanda Antônia Pinheiro - Fotografias;
Engª. Agrônoma Rosalba Bilby – Informações Bibliográficas;
Especializanda Cristina Regina - Fotografias,
Profª Neófito Oliveira – Revisão Ortográfica;
Acajatuba Jungle Lodge – Apoio à Pesquisa
Minha Mãe Tereza Oliveira da Silva – Apoio Moral, Logístico.
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