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NOVAS TENDÊNCIAS DA CONTABILIDADE

A mudança de perfil do contador – um estudo feito junto aos

profissionais de Contabilidade em Ribeirão Preto

Artigoi para a disciplina Teoria da Contabilidade e


Controle, do Programa de Pós-Graduação em
Controladoria e Contabilidade da Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Discente: Ana Maria Vicentim

Docentes: Prof Dr Sílvio Hiroshi Nakao


Prof Dr Eliseu Martins

RIBEIRÃO PRETO

2008
1. RESUMO

VICENTIM, A. M., (2008), NOVAS TENDÊNCIAS DA CONTABILIDADE: A mudança de


perfil do contador – um estudo feito junto aos profissionais da Contabilidade em Ribeirão
Preto. Ribeirão Preto, 2008, 10p. Artigo - Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

A Contabilidade brasileira sempre foi muito afeita a regras que, se por um lado
facilitavam a sua consecução, por outro a engessavam. Entretanto, a partir do momento em
que a economia brasileira se abriu para o mundo e as demonstrações contábeis passaram a ser
utilizadas por investidores e analistas de vários países, existe a demanda por um ajuste das
regras contábeis usadas no Brasil em direção à convergência com as normas internacionais.
No final de 2007, foi sancionada a Lei nº 11 638, que iniciou o processo para preencher essa
lacuna. Preparam-se as regras brasileiras para erigir uma nova Contabilidade. E os
personagens da Contabilidade brasileira, estão preparados para essa novidade? Este trabalho
pretende aferir qual a percepção dos contadores sobre seu nível de adequação ao novo perfil
requerido do profissional e, por que não, suas expectativas em relação à nova lei.

2. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, praticamente todos os países do mundo estão passando por um
processo de transformação de costumes, usos e percepções, no intuito de se alinhar, mesmo
que parcialmente, ao resto do mundo. É um dos efeitos da globalização.
No Brasil não foi diferente: incorporamos à nossa cultura uma série de novos
costumes,” herdados” principalmente da cultura anglo-saxã.
É certo que o impacto cultural da globalização é muito importante; todavia, a
importância do impacto econômico não pode ser considerada menor. A volatilidade do
capital, que pode viajar de um lado ao outro do mundo em questão de segundos, criou uma
certa demanda por uma uniformidade da linguagem em que se expressam as demonstrações
financeiras, nas quais os investidores se baseiam para a tomada de decisões.
No Brasil, a Lei nº 11 638, de 28 de dezembro de 2007, veio ao encontro dessa
demanda, trazendo várias modificações à Lei 6 404/76, no sentido de convergir nossas regras
contábeis às regras internacionais sem, no entanto, significar que haja total paridade entre
ambas.
De acordo com IUDICIBUS et al(2008), a principal mudança:
... mais do que mudança de normas, é a mudança de filosofia, postura e
pensamento quanto a, pelo menos, três tópicos: primazia da essência sobre a
forma, primazia da análise de riscos e benefícios sobre a propriedade
jurídica e normas orientadas por princípios e não por regras excessivamente
detalhadas e formalizadas.
A despeito disso, a julgar pelas publicações em revistas e sites especializados, os
profissionais de contabilidade, na sua grande maioria, estão mais preocupados com a
mudança de normas prevista na lei, principalmente no que se refere à tributação, em
detrimento da abordagem do cerne do problema, a exigência de que os profissionais da
Contabilidade tenham discernimento e capacidade de julgamento, deixando de lado o
tradicional perfil de conhecedores e cumpridores de normas. Dentre essas publicações, há que
se atentar para algumas exceções, como o artigo de autoria de ANTONINHO MARMO
TREVISANii, que reconhece a profundidade da mudança trazida pela nova lei e se refere ao

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profissional doravante demandado pelas empresas e pelo mercado como “Super Contador, um
contador para o mundo”.
Partindo da premissa de que essa mudança tão relevante, cujo início deu-se com a
sanção da Lei 11 638/07, talvez tenha tido sua importância ofuscada pela muito mais prática e
evidente alteração das normas contábeis, o objeto de estudo deste trabalho é aferir, junto aos
profissionais da Contabilidade, quantos se sentem confortáveis perante esse processo de
mudança das características da profissão ou, em outras palavras, se se sentem aptos e com
formação adequada para atuar como um “Super Contador”.
A pesquisa foi feita mediante a aplicação de um questionário (survey), parte com
questões abertas e parte com escala de Likert a contadores e técnicos contábeis pedindo que
quantificassem sua percepção em relação à adequação ao novo perfil requerido pelo mercado.
Este trabalho pretende colaborar no sentido de detectar a necessidade ou não de os
profissionais complementarem sua formação. Em última análise, a justificativa deste projeto
reside no fato de que, para atender às necessidades do mercado, as escolas precisam
proporcionar aos alunos, futuros contadores, uma formação adequada ao que o mercado
demanda.

3. PERCEPÇÃO - Conceitos

Não obstante ser a percepção em relação ao novo perfil do contador o objeto de estudo
aferido pela pesquisa, este estudo vai se concentrar na reação perante uma troca de paradigma
da figura do contador e, porque não, da contabilidade em si. Não se fará uma análise muito
detalhada do fenômeno da percepção propriamente dita, que tem suas raízes na psicologia e
na filosofia. De qualquer forma, é necessário citar alguns estudiosos do fenômeno da
percepção, para que se entendam seus limites em relação à realidade.
De acordo com REICH (2003), a natureza e, por extensão, o mundo, só é
intelectualmente acessível por meio de nossas impressões sensoriais; se essas impressões
refletem objetiva e corretamente o fenômeno e se o aparelho sensorial responsável pelas
impressões funcionar de maneira ótima, as impressões deverão ser a expressão da realidade.
Já BERGSON (2006) diz que a percepção está relacionada à ação e ao movimento, e à
memória compete a tarefa de evocar as percepções passadas análogas às presentes, buscando
a decisão mais útil. Na mesma linha de pensamento, MERLEAU-PONTY (1999) defende
que a consciência coteja as recordações com os dados presentes e leva em conta apenas os
dados nos quais se verifica uma consonância com as recordações. Ou, em outras palavras,
opõe resistência a mudanças em relação ao paradigma adotado.
No senso comum, a figura do Contador é geralmente associada a uma boa dose de
conservadorismo. Se isso se confirmar, a resistência à mudança deve ser considerável. No
entanto, é possível que, perante as perspectivas de valorização do profissional contábil com
que a Lei nº 11 638 acena, esses personagens se revelem ávidos ou, ao menos, animados com
as mudanças.

4. A NOVA CONTABILIDADE - Lei nº 11 638/07

A Lei nº 11 638 foi sancionada em 28 de dezembro de 2007, modificando diversos


tópicos da Lei nº 6 404/76, Lei das Sociedades por Ações, de no 6.404/76 e entrou em vigor
no início de 2008.
Claro que ainda há muitas normatizações a ser emitidas e aprovadas pelos órgãos
próprios, quais sejam: CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis, CVM - Comissão de
Valores Mobiliários, BACEN - Banco Central do Brasil, CFC - Conselho Federal de
Contabilidade, SUSEP - Superintendência de Seguros Privados e outros órgãos reguladores.
3
A edição de 01 de fevereiro de 2008 do VALOR ONLINE refere-se à Lei nº 11 638
como uma revolução, dizendo ainda que, em relação à forma de comunicação das empresas
com seus públicos, seu impacto só encontra precedentes na Lei nº 6 404/76.
Na prática, a Lei nº 11 638 apresenta várias alterações:

i. Nas operações de business combination, os ativos e passivos da incorporada passam a


ser contabilizados pelo valor de mercado;

ii. As normas fiscais continuarão a ser seguidas na elaboração das demonstrações


financeiras, mas apenas para a Receita Federal; para os demais usuários, serão
efetuados os ajustes contábeis para que fiquem em consonância com as normas
contábeis, usando-se livros auxiliares ou com registros nos livros diário e razão. As
demonstrações assim obtidas devem ser auditadas por auditor independente registrado
na CVM;

iii. Todos os saldos existentes da reserva de reavaliação devem ser mantidos até a sua
efetiva realização ou estornados até o fim do exercício social em que essa Lei entrar
em vigor;

iv. Não se permitem novas reavaliações de ativos imobilizados;

v. Ativos financeiros, desde que sejam destinados à negociação ou venda - inclusive


derivativos - devem ser avaliados pelo valor de mercado; demais ativos devem ser
avaliados pelo custo de aquisição atualizado e, ainda, quando o valor provável de
realização for menor, deve ser ajustado a ele;

vi. Os ativos e passivos de longo prazo serão ajustados pelo seu valor presente; de curto
prazo também, mas somente se ajuste tiver efeito relevante nas demonstrações
financeiras;

vii. A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise da recuperabilidade - impairment


test - dos valores registrados no ativo imobilizado, intangível e diferido; o objetivo
desse procedimento é registrar as perdas do capital aplicado, no caso de haver decisão
de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinam ou quando
comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse
valor;

viii. Os bens objeto de arrendamento mercantil financeiro – leasing – devem ser registrados
no ativo imobilizado;

ix. Os investimentos em coligadas sobre cuja administração tenha influência significativa


ou que participe em 20% ou mais do capital votante (e não mais do capital total, como
era até então), em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo
grupo ou estejam sob controle comum devem ser avaliados pelo método de
equivalência patrimonial;

x. No patrimônio líquido, foi extinta a conta reserva de reavaliação e criada a conta


denominada ajustes de avaliação patrimonial. As contrapartidas de aumentos ou
diminuições dos ativos e passivos avaliados a valor de mercado serão classificadas

4
como ajustes de avaliação patrimonial, no patrimônio líquido, enquanto não forem
transferidos para o resultado do exercício;

xi. Passa a ser obrigatória a preparação das demonstrações do fluxo de caixa e do valor
adicionado (para as sociedades por ações de capital aberto), substituindo a
demonstração das origens e aplicações de recursos. Essas demonstrações poderão ser
divulgadas em 2008 sem a indicação dos valores correspondentes ao exercício
anterior;

xii. As sociedades fechadas poderão observar as normas sobre demonstrações financeiras


expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as companhias abertas, mas isso
é optativo.

IUDICIBUS et al (2008) alertam para o fato de que essa lei não é a adoção completa das
normas internacionais e sim, um ajuste de alguns empecilhos à adoção dessas normas,
abrindo caminho para a total convergência a elas. Consideram, entretanto, a despeito de todos
esses efeitos práticos, que a Lei nº 11 638 não se limita a ser uma mudança de normas, mas
principalmente...

... mudança de filosofia, postura e pensamento quanto a, pelo menos, três


tópicos: primazia da essência sobre a forma, primazia do controle e da análise
de riscos e benefícios sobre a propriedade jurídica e normas orientadas por
princípios e não por regras excessivamente detalhadas e formalizadas. Essa
deve ser, de fato, a grande mudança na Contabilidade brasileira que se inicia
com essa nova Lei.

A Lei nº 11 638 representa um novo paradigma para os profissionais de Contabilidade


no Brasil.

4.1 Essência sobre a forma e normas orientadas em princípios e julgamento

Sobre as mudanças que estão ocorrendo na contabilidade brasileira, IUDICIBUS et al


(2008) apontam como mais relevante a relativa à primazia da essência sobre a forma e às
normas contábeis orientadas por princípios - não mais por um conjunto de regras
detalhadas - e, conseqüentemente, a necessidade cada vez maior da capacidade de julgamento
por parte do Contador, tanto na elaboração como na auditoria das demonstrações contábeis.
É interessante notar que a Lei não se refere, de forma direta, essa mudança, mas ela pode
ser percebida nas entrelinhas, principalmente ao se levar em conta a exigência de
convergência da normatização contábil às normas internacionais (art. 177, § 5º) No Brasil, já
estava prevista a prevalência da essência sobre a forma na Estrutura Conceitual Básica da
Contabilidade e nos Princípios Fundamentais da Contabilidade. Ademais, na Deliberação
CVM nº 488/05, esse conceito já foi reforçado, o que volta a ocorrer agora, pela nova Lei.
Outro item que merece destaque, mas pode ser considerado como derivado da primazia
da essência sobre a forma, é o novo conceito, já citado acima numa de suas modalidades
(item viii), da primazia do controle e da presença de riscos e benefícios sobre a
propriedade: os ativos que estejam sob controle da entidade - entidade essa que está
auferindo os benefícios produzidos por e exposta aos riscos inerentes a eles - passam a fazer
parte do seu Ativo Imobilizado, mesmo que sejam bens juridicamente não pertencentes à
entidade.
De acordo com IUDICIBUS et al (2008), a consonância consiste no fato de que as
normas contábeis devem ser baseadas nos princípios e nos objetivos que se pretendem
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alcançar do que em regras técnicas. Essa é uma novidade alvissareira para a profissão de
Contador no Brasil, pois aumenta tanto o poder quanto a responsabilidade do profissional, que
terá de colocar rotineiramente em prática sua capacidade de julgamento e usar de subjetivismo
sem abrir mão da racionalidade e da responsabilidade.

5. CONTADORES DE RIBEIRÃO PRETO:


Adequação dos profissionais de contabilidade às mudanças da Lei nº 11 638/07

A adequação dos profissionais de Contabilidade da cidade de Ribeirão Preto foi


medida de acordo a percepção que eles próprios tinham dos recursos e limitações próprios e
da classe em geral.
O survey consistia de 10 questões, sendo 3 abertas e 7 usando-se a escala de Likert.
Além disso, perguntou-se a idade do profissional, se sua formação era de bacharel ou técnico
e o tempo de formado, no intuito detectar possíveis vieses.
A amostra inicial era formada de 32 profissionais, dentre os quais 10 (mais de 30%)
disseram, ao primeiro contato, que não tinham absolutamente nenhum conhecimento da
existência da Lei e, portanto, não viam sentido em responder ao survey. Esses não foram
computados nos resultados, mas representam um viés que precisa ser considerado por ocasião
da análise dos dados, pois 30% de uma amostra é um percentual significativo.
Em todos os ambientes de trabalho pesquisados, exceto em uma multinacional, havia
no máximo um profissional que tinha algum nível de conhecimento acerca da Lei nº 11 638.
Os resultados obtidos foram:

5.1 Survey - parte 1

A parte 1 do survey consistia de questões abertas cujas respostas eram, via de regra,
objetivas. Por isso, tentou-se agrupar as respostas mais ou menos semelhantes, para facilitar a
visualização dos resultados.

1. Como você tomou conhecimento da Lei nº 11 638?


A quase totalidade dos pesquisados tomou conhecimento da Lei nº 11 638 por meio de
sites e publicações específicas de Contabilidade, exceto um que soube por colegas de
trabalho e um que se inteirou a respeito na Casa do Contabilista local.

2. Qual é, em sua opinião, a principal modificação introduzida pela Lei nº 11 638?


As respostas variaram muito, não se observa um padrão; oito respondentes citaram
as mudanças na evidenciação contábil como o aspecto mais importante, ao passo que
quatro cravaram a convergência às normas internacionais. Outros dois entrevistados
referiram-se à mudança de perfil do contador e dois à reestruturação da
Contabilidade. Houve também um caso isolado, de um pesquisado que citou
especificamente a segregação entre os balanços fiscal e financeiro, Ademais, cinco
profissionais (mais de 20%) disseram não saber avaliar porque ainda não têm uma
idéia clara dos efeitos que poderão advir.

3. Na sua avaliação, a mudança para os contadores será boa ou ruim? Por que?
Dos onze profissionais que responderam ser boa a mudança, sete alegaram ser por
levar os contadores a se inserir num mundo globalizado e quatro destacaram a
valorização do bom profissional devido ao aumento de evidenciação das
demonstrações contábeis. Quatro dizem que será pior, sendo que um teme sobrecarga
de trabalho, dois o aumento de responsabilidade assumida pelo profissional e um cita
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a menor dependência das empresas em relação ao contador como um fator
preocupante. Dois disseram ser ruim no curto prazo (pela sobrecarga durante a
transição), mas boa a médio e longo prazo. Três disseram não ser bom nem ruim e
dois disseram que ainda não sabem.
É interessante o fato de os resultados apontarem que a Lei nº 11 638 foi bem recebida
pelos contadores ou, ao menos, é a percepção que eles têm do fato, contrariando uma
das expectativas da Teoria da Percepção, de que o ser humano tem uma forte
resistência a mudanças.
Uma das prováveis explicações para isso encontra-se nas respostas dos entrevistados
a esta mesma pergunta: destacaram a valorização profissional ou a inserção dos
contadores num mundo globalizado como um efeito secundário dessa lei.

2. Survey - parte 2

As questões da segunda parte foram respondidas com o auxílio de uma escala de Likert,
que ia de 1 (muito pouco, nenhum) a 5 (ótimo), passando por 2 (baixo), 3 (regular) e 4
(bom).

4. Qual seu nível de conhecimento sobre a lei 11 638/07?


Média das respostas obtidas: 2,77

5. No Complemento à 7ª edição do Manual das Sociedades por Ações, os autores


comentam que a principal modificação introduzida pela Lei nº 11 638 refere-se à
mudança do perfil do contador, enfatizando a necessidade de o profissional ter
capacidade de julgamento. Qual o seu nível de adequação a esse novo perfil?
Média das respostas obtidas: 3,73

6. Levando-se em conta a pergunta anterior, em que medida a escola que freqüentou é


responsável por esse nível de adequação?
Média das respostas obtidas: 2,86

7. Qual seu nível de conforto no uso dessas novas regras?


Média das respostas obtidas: 3,86

8. Você já fez, faz ou pretende fazer algum curso que o auxilie na utilização dessas
novas normas?
Média das respostas obtidas: 4,00

9. Pelo seu conhecimento de outros profissionais no mercado, qual o nível de preparação


da maioria para essa nova realidade profissional?
Média das respostas obtidas:2,27

10. Qual seu nível de informação a respeito das práticas contábeis internacionais?
Média das respostas obtidas: 2,32

As respostas obtidas encontram-se discriminadas na planilha abaixo e são analisadas a


seguir:

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Tabela 1 – Resultados da parte 2 do survey

Amostra Idd Bac Téc TCC Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10


1 65 1 0 21 3 4 3 3 5 3 2
2 32 0 1 4 4 4 2 4 4 3 4
3 63 0 1 44 3 3 2 3 4 3 1
4 48 1 0 12 5 5 1 5 1 1 3
5 52 0 1 29 3 3 4 4 2 5 2
6 47 0 1 27 1 4 1 4 4 2 1
7 31 1 0 5 3 4 5 3 5 2 3
8 55 1 1 21 3 4 2 3 5 2 3
9 70 1 0 46 3 5 5 5 1 3 1
10 51 0 1 31 4 4 3 5 4 3 3
11 50 0 1 22 4 4 3 4 5 2 2
12 33 1 0 9 1 3 5 3 3 2 1
13 46 0 1 30 1 1 1 4 5 2 1
14 31 1 0 4 1 4 4 4 4 3 4
15 27 1 0 4 3 3 4 3 4 2 2
16 68 1 1 28 2 4 2 4 5 2 2
17 33 1 0 6 4 4 2 4 5 2 4
18 34 0 1 16 4 5 3 4 4 1 2
19 37 1 0 16 3 3 3 4 5 1 4
20 37 0 1 19 2 3 4 5 5 1 1
21 36 0 1 13 1 4 3 2 4 2 2
22 35 1 0 9 3 4 1 5 4 3 3
Média 44,59 0,55 0,55 18,91 2,77 3,73 2,86 3,86 4,00 2,27 2,32
Idd = idade Téc = técnico em Contabilidade
Bac = bacharel em Ciências Contábeis TCC = tempo de conclusão de curso

Interessante notar que os profissionais de Contabilidade se consideram, via de regra,


razoavelmente preparados para as mudanças trazidas pela Lei nº 11 638, haja vista as boas
médias obtidas em Q5 e Q7; no entanto, as médias consideravelmente menores obtidas pelas
respostas a Q4 e Q10 mostram não haver uma base sólida para essa autoconfiança. Em
contraposição, Q9 obteve a melhor média e Q10 a menor, o que leva a crer que os
profissionais estão conscientes da lacuna informacional que enfrentam.
A média baixa obtida em Q6 evidencia o baixo empenho das escolas em preparar
profissionais adequados ao novo perfil exigido. Esse item, todavia, tem de ser analisado com
ressalvas, uma vez que os respondentes concluíram sua formação há aproximadamente 19
anos, em média. Ou seja, dificilmente pode ser usado como parâmetro para o panorama atual.
O toque pitoresco fica por conta das baixas pontuações atribuídas aos outros
profissionais do mercado, o que resultou na menor média entre as questões; entretanto,
levando-se em conta que somente foram computadas as respostas de profissionais que
conhecessem - ao menos superficialmente - a Lei nº 11 638, é possível que a percepção dos
respondentes em relação à classe como um todo corresponda à realidade, refletindo
objetivamente o fenômeno. Nesse caso, o panorama poderia ser ainda mais sombrio do que os
resultados desse estudo levam a pensar.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O “gigante adormecido” relutou por um longo tempo e, afinal, acabou-se rendendo:


ainda não estamos em convergência com as normas internacionais de Contabilidade, mas os
primeiros passos já foram dados. Ao terminar 2007, foi sancionada a lei mais importante para
a classe contábil desde a Lei nº 6 404/76, das Sociedades por Ações: a Lei nº 11 638.
E como teria sido a repercussão dessa lei? Como os profissionais da Contabilidade
teriam reagido à lei e, principalmente, como será sua adaptação a ela? Estão os contadores
preparados para assumir o novo perfil que a lei lhes reserva?
Esse foi o motivo principal da elaboração deste estudo. Baseando-se nele, por
extensão, podem-se tecer algumas considerações sobre quais as deficiências no ensino das
Ciências Contábeis e o que as faculdades deveriam oferecer aos profissionais em formação.
Pela análise dos dados obtidos, o cenário não parece otimista: há profissionais de
Contabilidade, em plena atividade que, simplesmente, ainda não se deram conta da
importância da Lei nº 11 638, colocando-a no mesmo nível de outras alterações da legislação.
Todavia, esses resultados podem ser vistos por uma outra perspectiva. Afinal, a Lei nº
11 638 foi sancionada ao cerrar das portas de 2007, há pouco mais de 200 dias.
Provavelmente, se este estudo fosse realizado seis meses depois, o resultado seria outro.
Os contadores contatados que se disseram incapazes de responder à pesquisa por não
ter conhecimento da lei alegaram que são tantas as atualizações que têm de assimilar que,
mesmo que tenham visto a lei, não se aperceberam de sua importância.
Quiçá esteja nessa mesma lei, que passou despercebida a muitos e foi, por vezes,
relegada a um segundo plano, o instrumento que livrará a Contabilidade brasileira do excesso
de regras que há anos quase a imobiliza.

6. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BERGSON, Henri. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. São
Paulo: Martins Fontes, 2006.
HENDRIKSEN, E S e BREDA, M F Van. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
IUDICIBUS, Sérgio et al. Manual de contabilidade das sociedades por ações. São Paulo:
Atlas, 2007.
IUDICIBUS, Sérgio e LOPES, A B (Coordenadores). Teoria avançada da contabilidade. São
Paulo: Atlas, 2008.
LOPES, A B e MARTINS, E. Teoria da contabilidade: uma nova abordagem. São Paulo:
Atlas, 2007.
LOPES, A B. Finanças internacionais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 2003.
MERLEAU-PONTY, Maurice, Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes,
2006.
REICH, Wilhelm. O éter, Deus e o diabo. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Portal do Jovem Contabilista, de 08abr08. Entrevista com Antoninho Marmo Trevisan.
Disponível em: http://www.crcjovem.com.br, consultado em 22mai08.
IASCF. Framework for the preparation and presentation of financial statements. Preparado
pelo IASB, aprovado pelo IASC em abril de 1989 para publicação para publicação em julho
de 1989 e adotado pelo IASB em abril de 2001.
Portal do Jovem Contabilista, de 08abr08. Entrevista com Antoninho Marmo Trevisan.
Disponível em: http://www.crcjovem.com.br, consultado em 22mai08.
Valor Online de 01fev08. A Lei nº 11.638 e o mercado de capitais. Artigo de autoria de Fábio
Cajazeira Mendes. Disponível em`
http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=67&codConteudo=2835 consultado em 20jul08
9
i
Á exceção da capa, que se encontra no padrão comumente utilizado em trabalhos na FEARP-USP, a
formatação deste artigo segue as normas exigidas para submissão de artigos à ENANPAD. Disponível em
http://www.anpad.org.br/evento.php?acao=subsecao&cod_edicao_subsecao=329&cod_evento_edicao=38 ,
consultado em 25jul08.
ii
Portal do Jovem Contabilista, de 08abr08. Disponível em: http://www.crcjovem.com.br, consultado em
22mai08.

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