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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA: POLÍTICA SOCIAL II
PROFESSORA: ELIANE MAMEDE
DISCENTE: HERMANO GOMES DE FARIAS JUNIOR
MAT.: 20170047473

Referências utilizadas:
BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política social: fundamentos e história.
9.ed. São Paulo : Cortez, 2014. (Biblioteca Básica de Serviço Social, 2).

NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução crítica. 8 ed. São
Paulo: Cortez, 2006. (Biblioteca Básica de Serviço Social, 1).
ESTUDO DIRIGIDO

1) Considerando os aspectos históricos, econômicos, políticos e culturais, discorra sobre


a passagem da onda longa expansiva da dinâmica capitalista dos anos dourados para a
onda longa recessiva da fase contemporânea.

No início dos anos 1960 os países de capitalismo avançado apresentavam um


crescimento econômico e taxas de lucro compensadoras, e mesmo apesar das desigualdades
sociais, ofertava-se a classe trabalhadora, uma certa proteção social, isso em decorrência dos
diferentes modelos de Welfore State e a possibilidade de uma produção em massa e também
um consumo em massa, que seria garantido pelo modelo keynesiano-fordista, que se
constituiu como uma saída da grande crise de 1929 e também como uma forma de
reconstruir por vias democráticas a Europa após a segunda guerra mundial em 1945, como
dito antes, o modelo keynesiano-fordista se caracterizava pela produção e o consumo em
massa, como uma forma de reconstituir a economia por meio de uma intervenção estatal que
proporcionasse medidas para que a produção fosse incentivada e também para que a classe
trabalhadora tivesse acesso ao pleno emprego, com garantias sociais, conquistadas por meio
da coesão e do consenso.
Desse modo, o keynesianismo e o fordismo foram capazes, juntos, de levantar a
economia e estabelecer um capitalismo, em certa medida “mais democrático”, que pode
ofertar a classe trabalhadora condições de vida melhores, possibilitando ao acesso de
salários e benefícios sociais, advindos das lutas e movimentos sociais da classe, nesses
países de capitalismo central, foi possível ter acesso até mesmo ao carro próprio, que era o
símbolo expressivo do fordismo.
Por um tempo, a intervenção regulada Estado sobre a economia, juntamente com a
produção em massa, deram conta de manter as crises sob controle, apostando na coesão no
consenso para a manutenção do desenvolvimento superando os momentos conflitivos, para
que as recessões não se tornassem graves para o capital. Assim, é possível dizer que se
configura por um determinado período uma onda longa expansiva do capital, que se
caracteriza pela maior duração de períodos de prosperidade e torna residuais e em certa
medida sob controle, os períodos de recessão, porém isso não significa a extinção das crises,
mas sim, que elas passaram a ter um menor impacto e a retomada se dava de forma rápida e
intensa.
Porém, “os anos dourados” que foi o grande símbolo dessa onda longa expansiva, já
no fim da década de 1960 começa a apresentar sinais de esgotamento, havendo o declínio da
taxa de lucro, assim, entre 1968 e 1973 o crescimento foi reduzido e nenhum país conseguiu
manter a taxa de lucro do período anterior. A ilusão do “capitalismo regulado” é de vez
eliminada entre 1974 e 1975, marcada por uma recessão generalizada e que se tornaria mais
grave à medida que o tempo fosse passando, dessa maneira, a onda longa expansiva vai
dando lugar a uma onda longa recessiva, que perdura até os dias atuais, essa nova onda
inverte a dinâmica do capital no período keynesiano-fordista, tornando-se agora mais longas
e dominantes as crises e as retomadas cada vez mais residuais.

2) De acordo com o texto em estudo, o capital monopolista formulou e implementou o


conjunto de respostas com a finalidade de restauração do capital, as quais podem ser
sintetizadas como uma estratégia articulada sobre um tripé: a reestruturação
produtiva, a financeirização e a ideologia neoliberal. Problematize e construa uma
síntese sobre as determinações desse tripé.

A onda longa recessiva necessitaria de uma resposta do capital, que essa foi
elaborada mediante um tripé composto pela reestruturação produtiva, financeirização do
capital e ideologia neoliberal.
A primeira resposta dada à restauração do capital se configura por meio de uma
revolução tecnológica e organizacional da produção, influenciada fortemente pelas ideias
elaboradas e aplicadas no modelo de produção e acumulação toyotista, que se configura pela
quebra do modelo rígido de produção, dando espaço a uma forma de produção flexível e
focalizada em nichos de mercado ao invés da produção em massa fordista, essa “repaginada”
irá afetar de maneira direta a classe que vive do trabalho, configurando modalidades de
trabalho, instabilidade no emprego, desmonte de direitos adquiridos e também o
agudizamento do desemprego que se tornaria agora um fenômeno não mais conjuntural; sim,
estrutural, visto que o grande avanço em tecnologia torna cada vez menos necessário o
trabalho vivo no âmbito do trabalho.
A segunda resposta se caracteriza pela financeirização do capital, havendo desse
modo uma reformulação do mercado empresarial, que alteraria a dinâmica de acumulação
do capital, passando-se a extrair grande parte do capital produzido na esfera industrial e
investindo na esfera financeira, transformando-o assim em capital-dinheiro, investido em
bolsas de valores, acarretando ao fenômeno conhecido como capital fictício. Essa
financeirização torna-se hipertrofiada a partir do momento em que se torna desproporcional
ao valor que de fato é produzido na esfera industrial, dessa forma passa a se formar um
capital meramente especulativo que extrai ganhos a partir de valores frequentemente
imaginários.
Por fim, a terceira resposta se manifesta por meio da ideologia neoliberal, que se
expressa radicalmente pelas criticas contundentes a intervenção estatal na regulação da
economia, dessa forma, para que seja legitimado o capital monopolista e promover o
aumento do lucro, a ideologia neoliberal é fortemente disseminada pelos capitalistas para
que seja introjetada nos vários espaços da sociedade a ideia de que o Estado é uma entidade
“anacrônica” que precisa ser eliminada para dar espaço para o crescimento econômico,
apostando no freio dos direitos sociais e no corte de “privilégios” da classe trabalhadora,
para o grande capital, também é interessante a desburocratização e a quebra da fiscalização e
a cobrança de impostos. Assim, é disseminada uma ideia de que os ajustes neoliberais são
um “progresso” e que representaria o desenvolvimento, mas o que na verdade ocorre é a
degradação que afeta as varias faces da vida social, desde a superexdploração do trabalho,
desmonte das políticas sociais e o desemprego em massa em prol do lucro.

3) Destaque os principais impactos das estratégias do capital na fase contemporânea


sobre a classe trabalhadora.

A classe trabalhadora sofre diretamente os impactos da reestruturação do capital,


atualmente se vive a fragmentação da classe que sobrevive vive do trabalho, ocasionada pela
nova morfologia da produção. Uma vez que a flexibilidade se torna regra, há uma quebra na
estrutura na estrutura do mercado de trabalho, surgindo dessa forma novas modalidades de
empregos, como por exemplo: trabalho em tempo parcial, intermitentes, terceirizados, assim
como também está presente o forte incentivo do trabalho autônomo. Essa flexibilidade recai
também sobre os direitos e as regulamentações trabalhistas, que se tornam cada vez menos
presentes, tornando-se assim a precarização e a informalidade como regras.
A presença do neoliberalismo também impacta no mundo do trabalho, uma vez que
defende a privatização e a intervenção do Estado, proporciona assim o aumento expressivo
da terceirização e o desmonte da legislação trabalhista, incentivando dessa maneira
“acordos” entre o capital e o trabalho, que na verdade é uma ideia fantasiosa.
Portanto, o mundo do trabalho é hoje composto por uma classe trabalhadora
precarizada, fragmentada e mutilada que em certa medida perdeu a consciência e o
sentimento de pertencimento de classe dadas às influências ocasionadas na sua subjetividade
por meio da reestruturação produtiva e da racionalidade neoliberal que é disseminada na
sociedade civil-burguesa, dificultando assim a organização e a retomada da presença
enquanto sujeito político da classe trabalhadora, que sob o avanço devastador do capital,
definha frente a superexploração do trabalho e o acúmulo exorbitante da riqueza.

4) O capitalismo contemporâneo constitui a terceira fase do estágio imperialista,


norteada pelo entrelaçamento entre monopólio industrial e monopólio bancário. Sobre
a história e características dessa etapa do sistema capitalista, julgue os itens a seguir
em verdadeiro (v) ou falso (f). Nas questões falsas, aponte o erro.

(V) É o período da história do capitalismo em que as próprias ações das grandes


empresas tornaram-se mercadorias, isto é, passaram a ser negociadas como produtos;

(F) Nesse sistema, as empresas procuram assegurar a lei da livre concorrência para
baratear os seus produtos e conquistar o mercado consumidor;

Na verdade, ocorre a grande centralização de monopólios, nos quais os grandes


grupos passam a estabelecer relações diferentes, nas quais as concorrências e as parcerias
asseguram um poder decisório especial, que configura uma nova oligarquia que concentra
enorme poder econômico e político (NETTO; BRAZ, 2006).

(V) É a fase do capitalismo em que mais se ofereceram condições para a proliferação


das empresas multinacionais;

( F) O capitalismo financeiro foi construído para combater a suposta ameaça socialista


soviética no mundo.

Na verdade ele surge como um dos integrantes do tripé de respostas oferecidas pelo
capital monopolista para a restauração do capital.

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