Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Referências utilizadas:
BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política social: fundamentos e história.
9.ed. São Paulo : Cortez, 2014. (Biblioteca Básica de Serviço Social, 2).
NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução crítica. 8 ed. São
Paulo: Cortez, 2006. (Biblioteca Básica de Serviço Social, 1).
ESTUDO DIRIGIDO
A onda longa recessiva necessitaria de uma resposta do capital, que essa foi
elaborada mediante um tripé composto pela reestruturação produtiva, financeirização do
capital e ideologia neoliberal.
A primeira resposta dada à restauração do capital se configura por meio de uma
revolução tecnológica e organizacional da produção, influenciada fortemente pelas ideias
elaboradas e aplicadas no modelo de produção e acumulação toyotista, que se configura pela
quebra do modelo rígido de produção, dando espaço a uma forma de produção flexível e
focalizada em nichos de mercado ao invés da produção em massa fordista, essa “repaginada”
irá afetar de maneira direta a classe que vive do trabalho, configurando modalidades de
trabalho, instabilidade no emprego, desmonte de direitos adquiridos e também o
agudizamento do desemprego que se tornaria agora um fenômeno não mais conjuntural; sim,
estrutural, visto que o grande avanço em tecnologia torna cada vez menos necessário o
trabalho vivo no âmbito do trabalho.
A segunda resposta se caracteriza pela financeirização do capital, havendo desse
modo uma reformulação do mercado empresarial, que alteraria a dinâmica de acumulação
do capital, passando-se a extrair grande parte do capital produzido na esfera industrial e
investindo na esfera financeira, transformando-o assim em capital-dinheiro, investido em
bolsas de valores, acarretando ao fenômeno conhecido como capital fictício. Essa
financeirização torna-se hipertrofiada a partir do momento em que se torna desproporcional
ao valor que de fato é produzido na esfera industrial, dessa forma passa a se formar um
capital meramente especulativo que extrai ganhos a partir de valores frequentemente
imaginários.
Por fim, a terceira resposta se manifesta por meio da ideologia neoliberal, que se
expressa radicalmente pelas criticas contundentes a intervenção estatal na regulação da
economia, dessa forma, para que seja legitimado o capital monopolista e promover o
aumento do lucro, a ideologia neoliberal é fortemente disseminada pelos capitalistas para
que seja introjetada nos vários espaços da sociedade a ideia de que o Estado é uma entidade
“anacrônica” que precisa ser eliminada para dar espaço para o crescimento econômico,
apostando no freio dos direitos sociais e no corte de “privilégios” da classe trabalhadora,
para o grande capital, também é interessante a desburocratização e a quebra da fiscalização e
a cobrança de impostos. Assim, é disseminada uma ideia de que os ajustes neoliberais são
um “progresso” e que representaria o desenvolvimento, mas o que na verdade ocorre é a
degradação que afeta as varias faces da vida social, desde a superexdploração do trabalho,
desmonte das políticas sociais e o desemprego em massa em prol do lucro.
(F) Nesse sistema, as empresas procuram assegurar a lei da livre concorrência para
baratear os seus produtos e conquistar o mercado consumidor;
Na verdade ele surge como um dos integrantes do tripé de respostas oferecidas pelo
capital monopolista para a restauração do capital.