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Direito Administrativo p/ ABIN

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ENTIDADES PARAESTATAIS E O TERCEIRO SETOR

A Administra•‹o Pœblica comp›e-se da Administra•‹o Direta, que Ž


formada pelos —rg‹os que prestam a atividade pœblica de maneira
centralizada, e pela Administra•‹o Indireta, composta pelas entidades
administrativas, com personalidade jur’dica pr—pria, que prestam servi•os
de maneira descentralizada. Na Administra•‹o Indireta n—s encontramos as
autarquias, funda•›es pœblicas, empresas pœblicas e sociedades de
economia mista.
Todavia, Ž cada vez maior a demanda da sociedade pela presta•‹o de
servi•os do Estado. PorŽm, a Administra•‹o Pœblica n‹o consegue estar
presente em todas as situa•›es, o que desperta a necessidade de buscar
apoio da sociedade civil para solucionar essas demandas. Nesse contexto,
Ž comum que entidades privadas sem fins lucrativos prestem atividades de
interesse coletivo, atuando, muitas vezes, em colabora•‹o com o Estado.
Assim, o termo terceiro setor Ž utilizado para designar as entidades
privadas, surgidas necessariamente no meio privado, mas que n‹o possuem
fins lucrativos nem econ™micos. Portanto, o terceiro setor Ž formado pelas
entidades privadas da sociedade civil, que prestam atividade de interesse
social, sem finalidade lucrativa.
Segundo a doutrina, o primeiro setor Ž o pr—prio Estado, enquanto o
segundo setor Ž formado pelo mercado. Assim, o terceiro setor se difere
dos demais, pois n‹o ’ntegra o Estado, vale dizer, as entidades do terceiro
setor n‹o fazem parte da Administra•‹o Pœblica; e tambŽm n‹o possui fins
lucrativos nem explora atividade econ™mica, diferentemente do mercado.
Essas entidades do terceiro setor costumam ser chamadas pela
legisla•‹o e pela doutrina mais moderna de organiza•›es da sociedade
civil. Todavia, s‹o popularmente conhecidas como organiza•›es n‹o
governamentais (ONGs).
A partir da Reforma do Estado1, iniciada em 1995, os defensores da
chamada Òadministra•‹o pœblica gerencialÓ, defenderam a modifica•‹o da
forma de presta•‹o de servi•os para a sociedade. Para as atividades de

1
A Reforma Administrativa, ou Reforma Gerencial, é um movimento iniciado na década de 90 que teve como
finalidade substituir o modelo de administração pública burocrática pelo chamado modelo gerencial. Trata-se
de uma nova forma de gestão, pautada na busca pela eficiência e qualidade nos serviços públicos. Um
documento muito importante para a Reforma Administrativa é o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado (PDRAE), que foi publicado em 1995 pelo Ministério da Reforma do Aparelho do Estado, sob comando do
Ministro Luiz Carlos Bresser Pereira. O Plano Diretor estabeleceu diversas diretrizes para modernizar a
Administração Pública, algumas delas serão estudadas nesta aula.

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As entidades paraestatais n‹o fazem parte


da Administra•‹o Pœblica Direta nem
Indireta, mas sim do terceiro setor.

Dessa forma, s‹o entidades paraestatais:


a) os servi•os sociais aut™nomos;
b) as organiza•›es sociais (OS);
c) as organiza•›es da sociedade civil de interesse pœblico (OSCIP);
d) as Òentidades de apoioÓ.
Antes, entretanto, vamos falar um pouco sobre a Lei 13.019/2014, que
trata do regime de parcerias com as organiza•›es da sociedade civil. Ap—s
isso, vamos falar de cada uma das entidades paraestatais mencionadas
acima.

LEI 13.019/2014

Noções preliminares

A Lei 13.019/2014 instituiu o regime jur’dico das parcerias entre a


administra•‹o pœblica e as organiza•›es da sociedade civil. Trata-se de um
regime de mœtua coopera•‹o, destinado ˆ consecu•‹o de finalidades de
interesse pœblico e rec’proco, por meio da execu•‹o de atividades ou de
projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em
termos de colabora•‹o, em termos de fomento ou em acordos de
coopera•‹o.
AlŽm disso, a Lei 13.019/2014 definiu diretrizes para a pol’tica de
fomento, de colabora•‹o e de coopera•‹o com organiza•›es da
sociedade civil.
Desde logo, deve-se mencionar que, a despeito de ser uma lei de 2014,
essa norma entrou em vig•ncia somente no dia 22 de janeiro de 2016
(entrou em vigor 540 dias ap—s a sua publica•‹o, nos termos de seu art.
88, com reda•‹o dada pela Lei 13.204/2015). Contudo, para os
munic’pios, esta Lei entrar‡ em vigor somente em 1¼ de janeiro de 2017;
sendo poss’vel que, por meio de ato administrativo local, o munic’pio opte
por implantar as disposi•›es da Lei em prazo anterior, a partir da data de

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vig•ncia da Lei.5 Ou seja, para a Uni‹o, estados e DF, a Lei 13.019/2014


entrou em vigor em 22 de janeiro de 2016; para os munic’pios, a Lei entrar‡
em vigor em 1¼ de janeiro de 2017, salvo se, por meio de ato administrativo
local, opte-se por implementar a lei entre 22 de janeiro de 2016 e 1¼ de
janeiro de 2017.
Vamos, ent‹o, ˆs principais disposi•›es da Lei 13.019/2014.

Âmbito de aplicação

A Lei 13.019/2014 estabeleceu as normas gerais para as parcerias


entre a administra•‹o pœblica e organiza•›es da sociedade civil. A
express‹o administra•‹o pœblica, para os fins da Lei, alcan•a Uni‹o,
estados, Distrito Federal, munic’pios e respectivas autarquias,
funda•›es, empresas pœblicas e sociedades de economia mista prestadoras
de servi•o pœblico, e suas subsidi‡rias que recebam recursos do ente
instituidor para pagamento de despesas com pessoal e custeio em geral
(art. 2¼, II). Portanto, a Lei obriga todos os entes da Federa•‹o, nas
administra•›es direta e indireta.
No entanto, n‹o s‹o todas as empresas pœblicas, sociedades de
economia mista e subsidi‡rias que se submetem ˆ Lei 13.019/2014, mas
somente aquelas que recebam do ente instituidor (Uni‹o, estados,
Distrito Federal e munic’pios) recursos para suas despesas com pessoal
ou custeio em geral. Por exemplo, se uma empresa pœblica federal,
prestadora de servi•os pœblicos, receber recursos da Uni‹o para o
pagamento de seus empregados (despesa com pessoal) ou para cobrir
gastos com energia elŽtrica, ‡gua, telefone e material de escrit—rio (custeio
em geral), tal empresa submeter-se-‡ ˆs normas da Lei 13.019/2014. Por
outro lado, se a empresa pœblica for ÒindependenteÓ, ou seja, n‹o precisar
de repasses da Uni‹o para custeio ou pagamento de pessoal, ela n‹o estar‡
abrangida pela Lei das Parcerias.

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Portanto, as disposi•›es da Lei 13.019/2014 n‹o se aplicam aos


contratos de gest‹o e aos termos de parcerias, firmados, respectivamente,
com as organiza•›es sociais e com as organiza•›es da sociedade civil de
interesse pœblico Ð Oscip, desde observadas as normas da legisla•‹o pr—pria
desses instrumentos. Essa foi uma significativa altera•‹o promovida pela
Lei 13.204/2015, uma vez que, na reda•‹o original, os termos de parceria
firmados com as Oscip submetiam-se, no que fosse aplic‡vel, ˆs regras da
Lei 13.019/2014.
A Lei 13.019/2014 n‹o se aplica aos
contratos de gest‹o e aos termos de
parcerias firmados, respectivamente,
com as OS e Oscip.
Por fim, salienta-se que, a despeito de ser uma lei de normas gerais,
nem todas as disposi•›es da Lei 13.019/2014 aplicam-se a todos os entes
da Federa•‹o. Isso porque alguns de seus dispositivos s‹o direcionados
unicamente ˆ Uni‹o. Cita-se, por exemplo, o art. 15, caput, que autoriza o
Poder Executivo federal a criar o Conselho Nacional de Fomento e
Colabora•‹o Ð obviamente, tal disposi•‹o direciona-se somente para a
Uni‹o.

Definições

O ponto central para ser compreender a aplica•‹o da Lei 13.019/2014


Ž entender o que vem a ser organiza•‹o da sociedade civil. Tal defini•‹o
encontra-se no art. 2¼, I, da Lei 13.019/2014, que estabelece tr•s grupos
de organiza•›es que se enquadram no conceito de organiza•‹o da
sociedade civil:
a) entidades privadas sem fins lucrativos que n‹o distribuam entre os
seus s—cios ou associados, conselheiros, diretores, empregados,
doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes
operacionais, brutos ou l’quidos, dividendos, isen•›es de qualquer
natureza, participa•›es ou parcelas do seu patrim™nio, auferidos
mediante o exerc’cio de suas atividades, e que os aplique
integralmente na consecu•‹o do respectivo objeto social, de forma
imediata ou por meio da constitui•‹o de fundo patrimonial ou fundo
de reserva;
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867/1999; as
integradas por pessoas em situa•‹o de risco ou vulnerabilidade

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pessoal ou social; as alcan•adas por programas e a•›es de combate


ˆ pobreza e de gera•‹o de trabalho e renda; as voltadas para
fomento, educa•‹o e capacita•‹o de trabalhadores rurais ou
capacita•‹o de agentes de assist•ncia tŽcnica e extens‹o rural; e as
capacitadas para execu•‹o de atividades ou de projetos de interesse
pœblico e de cunho social.
c) as organiza•›es religiosas que se dediquem a atividades ou a
projetos de interesse pœblico e de cunho social distintas das
destinadas a fins exclusivamente religiosos;

Em resumo, organiza•‹o da sociedade civil Ž um conceito que


abrange as pessoas jur’dicas de direito privado sem fins lucrativos, bem
como determinadas sociedades cooperativas e organiza•›es religiosas,
sendo que, estas œltimas, devem exercer atividades ou projetos de
interesse pœblico e de cunho social, que n‹o se confundem com aqueles de
fins unicamente religiosos.
Ademais, deve-se notar que as organiza•›es da sociedade civil n‹o
integram a administra•‹o pœblica, uma vez que s‹o entidades privadas.
Outro conceito importante da Lei Ž o de parceria, definida como o
conjunto de direitos, responsabilidades e obriga•›es decorrentes de rela•‹o
jur’dica estabelecida formalmente entre a administra•‹o pœblica e
organiza•›es da sociedade civil, em regime de mœtua coopera•‹o, para
a consecu•‹o de finalidades de interesse pœblico e rec’proco, mediante a
execu•‹o de atividade ou de projeto expressos em termos de colabora•‹o,
em termos de fomento ou em acordos de coopera•‹o (art. 2¼, III).
A parceria, portanto, Ž o meio como a administra•‹o pœblica e as
organiza•›es sociais se unem para executar uma atividade ou um projeto,
com o fim de alcan•ar uma finalidade de interesse pœblico. Essa parceria Ž
formalizada por um tipo de instrumento jur’dico, podendo ser um termo de
colabora•‹o, um termo de fomento ou, por fim, um acordo de coopera•‹o.
Por fim, dentro de cada um desses instrumentos jur’dicos, dever‡ constar
o plano de trabalho, que Ž o documento que efetivamente estabelece o
que ser‡ realizado (qual Ž a atividade ou projeto), quais as metas a serem
alcan•adas, quais os recursos necess‡rios, etc.

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g) a promo•‹o e a defesa dos direitos humanos;


h) a preserva•‹o, a conserva•‹o e a prote•‹o dos recursos h’dricos e do
meio ambiente;
i) a valoriza•‹o dos direitos dos povos ind’genas e das comunidades
tradicionais;
j) a preserva•‹o e a valoriza•‹o do patrim™nio cultural brasileiro, em suas
dimens›es material e imaterial.
AlŽm disso, o art. 6¼ da Lei 13.019/2014 disp›e que s‹o diretrizes
fundamentais do regime jur’dico de parceria:
I - a promo•‹o, o fortalecimento institucional, a capacita•‹o e o
incentivo ˆ organiza•‹o da sociedade civil para a coopera•‹o com
o poder pœblico;
II - a prioriza•‹o do controle de resultados;
III - o incentivo ao uso de recursos atualizados de tecnologias de
informa•‹o e comunica•‹o;
IV - o fortalecimento das a•›es de coopera•‹o institucional entre
os entes federados nas rela•›es com as organiza•›es da sociedade
civil;
V - o estabelecimento de mecanismos que ampliem a gest‹o de
informa•‹o, transpar•ncia e publicidade;
VI - a a•‹o integrada, complementar e descentralizada, de
recursos e a•›es, entre os entes da Federa•‹o, evitando sobreposi•‹o
de iniciativas e fragmenta•‹o de recursos;
VII - a sensibiliza•‹o, a capacita•‹o, o aprofundamento e o
aperfei•oamento do trabalho de gestores pœblicos, na implementa•‹o
de atividades e projetos de interesse pœblico e relev‰ncia social com
organiza•›es da sociedade civil;
VIII - a ado•‹o de pr‡ticas de gest‹o administrativa necess‡rias e
suficientes para coibir a obten•‹o, individual ou coletiva, de
benef’cios ou vantagens indevidos;
IX - a promo•‹o de solu•›es derivadas da aplica•‹o de conhecimentos,
da ci•ncia e tecnologia e da inova•‹o para atender necessidades e
demandas de maior qualidade de vida da popula•‹o em situa•‹o de
desigualdade social.

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Capacitação

A legisla•‹o sobre parcerias Ž relativamente nova e envolve temas de


grande complexidade, n‹o s— para os representantes das organiza•›es da
sociedade civil, mas tambŽm para os diversos agentes pœblicos envolvidos,
assim como membros da sociedade envolvidos nas parcerias.
Nesse contexto, o art. 7¼ da Lei 13.019/2014 disp›e que a Uni‹o
poder‡ instituir, em coordena•‹o com os estados, o Distrito Federal, os
munic’pios e organiza•›es da sociedade civil, programas de capacita•‹o
voltados a:
§ administradores pœblicos, dirigentes e gestores;
§ representantes de organiza•›es da sociedade civil;
§ membros de conselhos de pol’ticas pœblicas;
§ membros de comiss›es de sele•‹o;
§ membros de comiss›es de monitoramento e avalia•‹o;
§ demais agentes pœblicos e privados envolvidos na celebra•‹o e
execu•‹o das parcerias.
No entanto, a legisla•‹o Ž expressa em afirmar que a participa•‹o nos
programas de capacita•‹o Ž facultativa, uma vez que n‹o constituir‡
condi•‹o para o exerc’cio de fun•‹o envolvida na materializa•‹o das
parcerias (art. 7¼, par‡grafo œnico). Portanto, uma autoridade n‹o pode
deixar de firmar uma parceria pelo simples fato de um representante da
organiza•‹o da sociedade civil n‹o ter participado de um curso de
capacita•‹o; da mesma forma, n‹o se pode condicionar a participa•‹o de
um servidor em comiss‹o de sele•‹o ˆ participa•‹o em determinado curso
de capacita•‹o promovido pela Uni‹o.
Ademais, quando o administrador pœblico for decidir sobre a celebra•‹o
da parceria, dever‡ (art. 8¼, caput):
a) considerar, obrigatoriamente, a capacidade operacional da
administra•‹o pœblica para celebrar a parceria, cumprir as
obriga•›es dela decorrentes e assumir as respectivas
responsabilidades;
b) avaliar as propostas de parceria com o rigor tŽcnico necess‡rio;
c) designar gestores habilitados a controlar e fiscalizar a execu•‹o em
tempo h‡bil e de modo eficaz;

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estabelecimentos em que
exerça suas ações.

Essas informa•›es divulgadas pela administra•‹o e pela


organiza•‹o da sociedade civil devem conter, no m’nimo, os seguintes
elementos (art. 11, par‡grafo œnico):
a) data de assinatura e identifica•‹o do instrumento de parceria e
do —rg‹o da administra•‹o pœblica respons‡vel;
b) nome da organiza•‹o da sociedade civil e seu nœmero de inscri•‹o
no Cadastro Nacional da Pessoa Jur’dica - CNPJ da Secretaria da
Receita Federal do Brasil - RFB;
c) descri•‹o do objeto da parceria;
d) valor total da parceria e valores liberados, quando for o caso;
e) situa•‹o da presta•‹o de contas da parceria, que dever‡ informar a
data prevista para a sua apresenta•‹o, a data em que foi apresentada,
o prazo para a sua an‡lise e o resultado conclusivo;
f) quando vinculados ˆ execu•‹o do objeto e pagos com recursos da
parceria, o valor total da remunera•‹o da equipe de trabalho, as
fun•›es que seus integrantes desempenham e a remunera•‹o prevista
para o respectivo exerc’cio.
Por fim, a administra•‹o pœblica dever‡ divulgar ainda, pela
internet, os meios de representa•‹o sobre a aplica•‹o irregular dos
recursos envolvidos na parceria (art. 12), isto Ž, quais os meios que a
popula•‹o poder‡ utilizar para denunciar eventuais irregularidades na
utiliza•‹o dos recursos pœblicos descentralizados na parceria, como
ouvidorias, telefones, portais na internet ou —rg‹os de controle.
AlŽm disso, como medida de divulga•‹o das a•›es e fortalecimento da
participa•‹o social, a administra•‹o pœblica dever‡ divulgar, na forma de
regulamento, nos meios pœblicos de comunica•‹o por radiodifus‹o de
sons e de sons e imagens (TV, r‡dio, etc.), campanhas publicit‡rias e
programa•›es desenvolvidas por organiza•›es da sociedade civil,
mediante o emprego de recursos tecnol—gicos e de linguagem adequados ˆ
garantia de acessibilidade por pessoas com defici•ncia (art. 14).
Finalmente, o art. 15, caput, autoriza o Poder Executivo federal a
instituir, em seu ‰mbito, o Conselho Nacional de Fomento e Colabora•‹o.
Tal Conselho dever‡ possuir composi•‹o parit‡ria, ou seja, com

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representantes governamentais e organiza•›es da sociedade civil. Ademais,


o Conselho ter‡ a finalidade de divulgar boas pr‡ticas e de propor e
apoiar pol’ticas e a•›es voltadas ao fortalecimento das rela•›es de
fomento e de colabora•‹o.
Com efeito, os demais entes federados (estados, DF e munic’pios)
tambŽm poder‹o criar suas respectivas inst‰ncias participativas (art. 15, ¤
2¼).
Por fim, acrescenta-se que a publicidade do termo de fomento, do
termo de colabora•‹o e do acordo de coopera•‹o Ž requisito para efic‡cia
da parceria, ou seja, os instrumentos somente produzir‹o efeitos jur’dicos
ap—s a publica•‹o dos respectivos extratos no meio oficial de publicidade da
administra•‹o pœblica (art. 38).

Plano de trabalho

Conforme j‡ se mencionou, Ž no plano de trabalho que s‹o definidas


as atividades e projetos que ser‹o executados, definindo-se metas,
resultados, recursos, entre outros elementos primordiais para o regular
desenvolvimento da parceria.
Nesse contexto, nos planos de trabalho decorrentes de termo de
colabora•‹o ou de fomento (somente para esses dois instrumentos)7
dever‹o conter (art. 22):
a) descri•‹o da realidade que ser‡ objeto da parceria, devendo ser
demonstrado o nexo entre essa realidade e as atividades ou
projetos e metas a serem atingidas;
b) descri•‹o de metas a serem atingidas e de atividades ou projetos
a serem executados;
c) previs‹o de receitas e de despesas a serem realizadas na execu•‹o
das atividades ou dos projetos abrangidos pela parceria;
d) forma de execu•‹o das atividades ou dos projetos e de cumprimento
das metas a eles atreladas;
e) defini•‹o dos par‰metros a serem utilizados para a aferi•‹o do
cumprimento das metas.


7
Note que a Lei não fixa elementos para o plano de trabalho decorrente de acordo de cooperação, mas apenas
para aqueles firmados mediante termo de colaboração ou de fomento.

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Chamamento público

Um dos princ’pios que regem a administra•‹o pœblica Ž o da


impessoalidade, aplic‡vel expressamente ˆ Lei 13.019/2014, nos termos de
seu art. 5¼, caput. Por esse motivo, tendo em vista que diversas
organiza•›es da sociedade civil podem ter interesse e condi•›es de
desenvolver as atividades e projetos que ser‹o objeto de parceria, a
administra•‹o dever‡ promover, em regra, um processo de sele•‹o,
denominado chamamento pœblico.
De acordo com o art. 2¼, XII, da Lei 13.019/2014, o chamamento
pœblico Ž o procedimento destinado a selecionar organiza•‹o da
sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colabora•‹o ou
de fomento, no qual se garanta a observ‰ncia dos princ’pios da isonomia,
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vincula•‹o ao instrumento
convocat—rio, do julgamento objetivo e dos que lhes s‹o correlatos.
Nesse contexto, o chamamento pœblico Ž semelhante aos processos
licitat—rios, mas com estes n‹o se confunde, tendo em vista que se trata de
um procedimento pr—prio aplic‡vel no ‰mbito das parcerias. A licita•‹o Ž a
forma de a administra•‹o selecionar empresas, fornecedores e prestadores
de servi•os para firmar contratos administrativos. O chamamento pœblico,
por outro lado, Ž adotado para selecionar organiza•›es da sociedade civil
para firmar o termo de colabora•‹o ou de fomento.
Assim, o chamamento pœblico n‹o Ž uma licita•‹o, nem tampouco
constitui uma modalidade licitat—ria, mas sim um procedimento destinado
ˆ sele•‹o da organiza•‹o da sociedade civil para firmar a parceria.
Ademais, o chamamento pœblico aplica-se, como regra, aos termos
de colabora•‹o e de fomento. Existe uma œnica exce•‹o em que h‡
previs‹o de realiza•‹o de chamamento pœblico para a celebra•‹o de acordo
de coopera•‹o. Trata-se daqueles em que o objeto envolver a celebra•‹o
de comodato8, doa•‹o de bens ou outra forma de compartilhamento
de recurso patrimonial, hip—tese em que o respectivo chamamento
pœblico observar‡ as mesmas disposi•›es aplic‡veis aos termos de
colabora•‹o e de fomento (art. 29).
Ressalta-se ainda, como ser‡ estudado adiante, que nem todos os
termos de colabora•‹o e de fomento s‹o precedidos de chamamento

8
Sem precisar ser muito técnico, o comodato é uma forma de empréstimo gratuito.

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d) as datas e os critŽrios de sele•‹o e julgamento das propostas,


inclusive no que se refere ˆ metodologia de pontua•‹o e ao peso
atribu’do a cada um dos critŽrios estabelecidos, se for o caso;
e) o valor previsto para a realiza•‹o do objeto;
f) as condi•›es para interposi•‹o de recurso administrativo;
g) a minuta do instrumento9 por meio do qual ser‡ celebrada a
parceria;
h) de acordo com as caracter’sticas do objeto da parceria, medidas de
acessibilidade para pessoas com defici•ncia ou mobilidade
reduzida e idosos.
Em rela•‹o aos critŽrios de julgamento das propostas, a Lei
13.019/2014, diferentemente da legisla•‹o de licita•›es, n‹o prev• ÒtiposÓ
espec’ficos de julgamento. Contudo, exige que sejam estipuladas as
metodologias de pontua•‹o e pesos atribu’dos a cada critŽrio. Ademais, o
grau de adequa•‹o da proposta aos objetivos espec’ficos do
programa ou da a•‹o em que se insere o objeto da parceria e, quando for
o caso, ao valor de refer•ncia constante do chamamento constitui critŽrio
obrigat—rio de julgamento (art. 27, caput). Por fim, deixando claro que
o critŽrio Òpre•oÓ n‹o Ž a œnica forma de julgamento, mas constitui um
elemento relevante, a legisla•‹o estabelece que ser‡ obrigatoriamente
justificada a sele•‹o de proposta que n‹o for a mais adequada ao valor
de refer•ncia constante do chamamento pœblico (art. 27, ¤ 5¼).
O chamamento pœblico deve garantir a isonomia e a competitividade
entre as organiza•›es da sociedade civil e, por conseguinte, Ž vedado
admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convoca•‹o, cl‡usulas ou
condi•›es que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu car‡ter
competitivo em decorr•ncia de qualquer circunst‰ncia impertinente ou
irrelevante para o espec’fico objeto da parceria (art. 24, ¤ 2¼). No entanto,
a pr—pria Lei admite que sejam estabelecidas as seguintes restri•›es:
a) a sele•‹o de propostas apresentadas exclusivamente por
concorrentes sediados ou com representa•‹o atuante e

9
A minuta é uma “grade” do instrumento da parceria. Assim, ele é cópia do instrumento que será firmado, mas
com alguns campos em branco, como o nome da organização da sociedade civil, as condições da proposta
vencedora, etc. Enfim, a minuta reflete todo o conteúdo do instrumento de parceria, faltando preencher apenas
aquelas informações que serão obtidas ao término do chamamento público. Por exemplo, quando você vai firmar
um contrato particular, a outra parte pode te enviar uma “minuta do contrato” para você conferir a preencher
com seus dados; depois disso, a outra parte vai preencher aquelas informações e levar o “contrato final” para
você assinar – isso é uma minuta.

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reconhecida na unidade da Federa•‹o onde ser‡ executado o


objeto da parceria Ð por exemplo, um munic’pio poder‡ prever, no
edital, que somente organiza•›es com sede ou representa•‹o no
pr—prio munic’pio poder‹o participar do chamamento pœblico;
b) o estabelecimento de cl‡usula que delimite o territ—rio ou a
abrang•ncia da presta•‹o de atividades ou da execu•‹o de projetos,
conforme estabelecido nas pol’ticas setoriais Ð por exemplo, o edital
poder‡ definir que uma entidade exercer‡ atividades ou projetos
somente em determinada regi‹o do Pa’s.
O edital de chamamento pœblico dever‡ ser amplamente divulgado em
p‡gina do s’tio oficial da administra•‹o pœblica na internet, com
anteced•ncia m’nima de trinta ias(art. 26, caput).
O edital de chamamento pœblico ser‡
divulgado em s’tio oficial da
administra•‹o na internet, com
anteced•ncia m’nima de 30 dias.

As propostas apresentadas pelas organiza•›es da sociedade civil ser‹o


julgadas por uma comiss‹o de sele•‹o previamente designada ou
constitu’da pelo respectivo conselho gestor, se o projeto for financiado com
recursos de fundos espec’ficos (art. 27, ¤ 1¼).
Nesse contexto, a comiss‹o de sele•‹o Ž um —rg‹o colegiado destinado
a processar e julgar chamamentos pœblicos, constitu’do por ato publicado
em meio oficial de comunica•‹o, assegurada a participa•‹o de pelo menos
um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do
quadro de pessoal da administra•‹o pœblica (art. 2¼, X). Portanto, admite-
se a participa•‹o de pessoas que n‹o s‹o agentes pœblicos ou atŽ mesmo
de servidores comissionados, contudo pelo menos um integrante da
comiss‹o ser‡ servidor ocupante de cargo efetivo ou de emprego
permanente na administra•‹o pœblica.
N‹o poder‡ participar da comiss‹o de sele•‹o a pessoa que, nos
œltimos cinco anos, tenha mantido rela•‹o jur’dica com, ao menos, uma das
entidades participantes do chamamento pœblico. Nesse caso, dever‡ ser
designado membro substituto que possua qualifica•‹o equivalente ˆ do
substitu’do (art. 27, ¤¤ 2¼ e 3¼).

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Ap—s o julgamento, a administra•‹o pœblica homologar‡ e divulgar‡


o resultado do julgamento em p‡gina de seu s’tio oficial na internet (art.
27, ¤ 4¼).
Importante observar que a homologa•‹o n‹o gera direito para a
organiza•‹o da sociedade civil ˆ celebra•‹o da parceria (art. 27, ¤ 6¼).
Portanto, mesmo ap—s o chamamento, a administra•‹o tem a prerrogativa
de decidir se vai ou n‹o firmar a parceria. Claro que, se optar por celebrar
a parceria, n‹o poder‡ desrespeitar a ordem de classifica•‹o do
chamamento pœblico.
No chamamento pœblico, a an‡lise da documenta•‹o de atendimento
dos requisitos da organiza•‹o da sociedade civil deve ocorrer ap—s a etapa
competitiva e ordena•‹o das propostas (art. 28)10. Portanto, pode-se dizer
que a Òhabilita•‹oÓ, no chamamento pœblico, ocorre ap—s a fase de
julgamento das propostas.
Caso a organiza•‹o da sociedade civil selecionada n‹o atenda aos
requisitos de habilita•‹o, poder‡ ser convidada a organiza•‹o da sociedade
civil imediatamente mais bem classificada para celebrar a parceria nos
termos da proposta por ela apresentada (art. 28, ¤ 1¼).
Ou seja, a pr—xima convocada para firmar a parceria, se aceitar,
seguir‡ a sua pr—pria proposta apresentada no procedimento de sele•‹o
(n‹o Ž a proposta da primeira classificada). Esse mesmo procedimento ser‡
realizada com as demais organiza•›es, atŽ que se conclua a sele•‹o.

Se a organiza•‹o da sociedade civil n‹o atender


aos requisitos para firmar a parceria, poder‡
ser convocada a organiza•‹o imediatamente
mais bem classificada. Nesse caso, a proposta
que ser‡ seguida Ž a da pr—pria organiza•‹o convocada.
Por exemplo:
A organiza•‹o da sociedade civil ÒXÓ apresentou uma proposta com v‡rias
condi•›es, solicitando R$ 100 mil reais para executar o projeto previsto
no plano de trabalho. A organiza•‹o da sociedade civil ÒYÓ, segunda
colocada no chamamento pœblico, apresentou as mesmas condi•›es,
porŽm pelo custo de R$ 110 mil reais.

10
Os requisitos de qualificação da organização da sociedade civil constam nos arts. 33 e 34 da Lei 13.019/2014.
Eles serão estudados mais adiante, no capítulo sobre os “Requisitos para celebração dos termos de colaboração
e de fomento”.

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§ Proposta de ÒXÓ Ð R$ 100 mil reais;


§ Proposta de ÒYÓ Ð R$ 110 mil reais.
Se ÒXÓ n‹o atender aos requisitos, ÒYÓ poder‡ ser convocada para
executar o projeto e, se atender aos requisitos de habilita•‹o, o far‡ pelo
valor de R$ 110 mil reais.
Obs.: os custos (pre•o) para a execu•‹o do projeto/atividade objeto da
parceria s‹o fatores relevantes, porŽm n‹o s‹o os œnicos. No exemplo,
foi dada •nfase ao custo como forma de facilitar a exemplifica•‹o, mas
devemos lembrar que a proposta pode envolver diversos outros fatores,
como experi•ncia, metodologia, tecnologia empregada, etc.

Em regra, a parceria depender‡ da realiza•‹o do chamamento pœblico,


contudo a Lei 13.019/2014 prev• hip—teses em que este n‹o deve ser
realizado ou ser‡ dispens‡vel ou inexig’vel.
Inicialmente, o art. 29 da Lei das Parcerias disp›e que os termos de
colabora•‹o ou de fomento que envolvam recursos decorrentes de emendas
parlamentares ˆs leis or•ament‡rias anuais ser‹o celebrados sem
chamamento pœblico. N‹o h‡ nenhuma explica•‹o ou uma nomenclatura
para essa Òn‹o realiza•‹oÓ do chamamento pœblico, a legisla•‹o
simplesmente determina que n‹o haver‡ o procedimento de sele•‹o se os
recursos forem oriundos de emendas parlamentares constantes nas leis
or•ament‡rias.
Por outro lado, ser‡ dispens‡vel a realiza•‹o do chamamento pœblico
(art. 30):
a) no caso de urg•ncia decorrente de paralisa•‹o ou imin•ncia de
paralisa•‹o de atividades de relevante interesse pœblico, pelo prazo
de atŽ cento e oitenta dias;
b) nos casos de guerra, calamidade pœblica, grave perturba•‹o da
ordem pœblica ou amea•a ˆ paz social;
c) quando se tratar da realiza•‹o de programa de prote•‹o a pessoas
amea•adas ou em situa•‹o que possa comprometer a sua seguran•a;
d) no caso de atividades voltadas ou vinculadas a servi•os de educa•‹o,
saœde e assist•ncia social, desde que executadas por organiza•›es
da sociedade civil previamente credenciadas pelo —rg‹o gestor da
respectiva pol’tica.

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Nota-se que, nos casos em que o chamamento Ž dispens‡vel, h‡ uma


faculdade, isto Ž, uma discricionariedade para a administra•‹o decidir
pela realiza•‹o do chamamento pœblico ou pela sua dispensa.
Por fim, ser‡ inexig’vel o chamamento pœblico quando houver
inviabilidade de competi•‹o entre as organiza•›es da sociedade civil, em
raz‹o da natureza singular do objeto da parceria ou se as metas somente
puderem ser atingidas por uma entidade espec’fica (art. 31). AlŽm disso, a
Lei 13.019/2014 apresentou dois exemplos em que se considera inexig’vel
o chamamento pœblico, ou seja, quando:
a) o objeto da parceria constituir incumb•ncia prevista em acordo, ato ou
compromisso internacional, no qual sejam indicadas as institui•›es
que utilizar‹o os recursos;
b) a parceria decorrer de transfer•ncia para organiza•‹o da sociedade
civil que esteja autorizada em lei na qual seja identificada
expressamente a entidade benefici‡ria, inclusive quando se tratar
da subven•‹o social.
Cumpre observar novamente que os dois casos acima s‹o exemplos de
inexigibilidade, tratando-se de um rol exemplificativo. Dessa forma, podem
existir outras situa•›es de inexigibilidade, desde que se trate de
inviabilidade de competi•‹o decorrente da natureza singular do objeto ou
quando somente uma organiza•‹o da sociedade civil espec’fica for capaz de
cumprir as metas.
Em qualquer hip—tese de dispensa ou de inexigibilidade, a aus•ncia de
realiza•‹o do chamamento pœblico ser‡ justificada pelo administrador
pœblico (art. 32, caput). Nessa situa•‹o, dever‡ ser publicado o extrato
da justificativa, na mesma data em que for efetivado, no s’tio oficial da
administra•‹o pœblica na internet e, eventualmente, a critŽrio do
administrador pœblico, tambŽm no meio oficial de publicidade da
administra•‹o pœblica (por exemplo, no Di‡rio Oficial da Uni‹o), sob pena
de nulidade do ato de formaliza•‹o da parceria. Portanto, Ž obrigat—ria a
divulga•‹o do extrato na internet e facultativa a sua divulga•‹o em meios
oficiais (di‡rios).
Dessa forma, ser‡ poss’vel a realiza•‹o da impugna•‹o dessa
justificativa, desde que apresentada no prazo de cinco dias a contar de
sua publica•‹o. Nesse caso, o conteœdo da impugna•‹o dever‡ ser
analisado pelo administrador pœblico respons‡vel em atŽ cinco dias da
data do respectivo protocolo (art. 32, ¤ 2¼). Havendo fundamento na

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impugna•‹o, ser‡ revogado o ato que declarou a dispensa ou considerou


inexig’vel o chamamento pœblico, e ser‡ imediatamente iniciado o
procedimento para a realiza•‹o do chamamento pœblico, conforme o caso.
Por fim, a dispensa, inexigibilidade ou a n‹o realiza•‹o do chamamento
por ser tratar de emenda parlamentar n‹o afastam a aplica•‹o dos demais
dispositivos da Lei 13.019/2014.

Procedimento de manifestação de interesse social

A Lei 13.019/2014 instituiu o Procedimento de Manifesta•‹o de


Interesse Social, que Ž um instrumento por meio do qual as organiza•›es
da sociedade civil, movimentos sociais e cidad‹os podem apresentar
propostas ao poder pœblico para que este avalie a possibilidade de
realiza•‹o de um chamamento pœblico objetivando a celebra•‹o de parceria
(art. 18).
Nesse caso, a proposta a ser encaminhada ˆ administra•‹o pœblica
dever‡ atender aos seguintes requisitos (art. 19): (i) identifica•‹o do
subscritor da proposta (ou seja, quem est‡ fazendo a proposta); (ii)
indica•‹o do interesse pœblico envolvido; (iii) diagn—stico da realidade que
se quer modificar, aprimorar ou desenvolver e, quando poss’vel, indica•‹o
da viabilidade, dos custos, dos benef’cios e dos prazos de execu•‹o da a•‹o
pretendida.
Se forem atendidos esses requisitos, a administra•‹o dever‡ tornar
pœblica a proposta em seu s’tio eletr™nico e, se for verificada a conveni•ncia
e oportunidade para realiza•‹o do Procedimento de Manifesta•‹o de
Interesse Social, o instaurar‡ para oitiva da sociedade sobre o tema (art.
20, caput). S‹o duas situa•›es: (1¼) a administra•‹o Ž obrigada a tornar
pœblica a proposta; (2¼) se houver conveni•ncia e oportunidade
(discricionariedade Ð decis‹o facultativa), a administra•‹o instaurar‡ o
Procedimento, permitindo que a sociedade discuta o tema.11
Todavia, a realiza•‹o do Procedimento de Manifesta•‹o de Interesse
Social n‹o implicar‡ necessariamente na execu•‹o do chamamento pœblico,
pois este somente acontecer‡ de acordo com os interesses da administra•‹o
(art. 21, caput). AlŽm disso, a realiza•‹o do Procedimento de Manifesta•‹o
de Interesse Social n‹o dispensa a convoca•‹o por meio de chamamento
pœblico para a celebra•‹o de parceria (art. 21, ¤ 1¼). Por fim, veda-se

11
Os prazos e regras do Procedimento observarão regulamento próprio de cada ente federado (art. 20, parágrafo
único).

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condicionar a realiza•‹o de chamamento pœblico ou a celebra•‹o de parceria


ˆ prŽvia realiza•‹o de Procedimento de Manifesta•‹o de Interesse Social
(art. 21, ¤ 2¼).

Requisitos para celebração dos termos de colaboração e de fomento

Para firmar a parceria, a organiza•‹o da sociedade civil deve preencher


alguns requisitos, que s‹o as condi•›es de Òhabilita•‹oÓ da entidade.
Nesse contexto, estabelece o art. 33 da Lei 13.019/2014 que, para
celebrar as parcerias, no caso de termos de colabora•‹o e de fomento, as
organiza•›es da sociedade civil dever‹o ser regidas por normas de
organiza•‹o interna que prevejam, expressamente:
a) objetivos voltados ˆ promo•‹o de atividades e finalidades de
relev‰ncia pœblica e social;
b) que, em caso de dissolu•‹o da entidade (isto Ž, de ÒfechamentoÓ ou
encerramento das atividades), o respectivo patrim™nio l’quido seja
transferido a outra pessoa jur’dica de igual natureza que preencha os
requisitos da Lei 13.019/2014 e cujo objeto social seja,
preferencialmente, o mesmo da entidade extinta Ð isso quer dizer que
se a entidade ÒfecharÓ, todo o seu patrim™nio l’quido (bens m—veis e
im—veis, recursos, etc.) ser‡ transferido para outra organiza•‹o da
sociedade civil;
c) escritura•‹o de acordo com os princ’pios fundamentais de
contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade;
d) possuir: (i) no m’nimo, um, dois ou tr•s anos de exist•ncia, com
cadastro ativo, comprovados por meio de documenta•‹o emitida pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro Nacional
da Pessoa Jur’dica - CNPJ, conforme, respectivamente, a parceria seja
celebrada no ‰mbito dos Munic’pios, do Distrito Federal ou dos
Estados e da Uni‹o, admitida a redu•‹o desses prazos por ato
espec’fico de cada ente na hip—tese de nenhuma organiza•‹o atingi-
los; (ii) experi•ncia prŽvia na realiza•‹o, com efetividade, do objeto da
parceria ou de natureza semelhante; (iii) instala•›es, condi•›es
materiais e capacidade tŽcnica e operacional para o desenvolvimento

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Outro ponto importante Ž que Ž vedado participar como gestor da


parceria ou como membro da comiss‹o de monitoramento e avalia•‹o a
pessoa que, nos œltimos cinco anos, tenha mantido rela•‹o jur’dica com,
ao menos, uma das organiza•›es da sociedade civil part’cipes (art. 35, ¤
6¼). Caso seja configurado esse impedimento, dever‡ ser designado gestor
ou membro substituto que possua qualifica•‹o tŽcnica equivalente ˆ do
substitu’do (art. 35, art. 35, ¤ 7¼).

Agora que j‡ vimos o Regime das Parcerias, vamos falar


especificamente de cada uma das entidades paraestatais.

Serviços sociais autônomos

Os servi•os sociais aut™nomos s‹o pessoas jur’dicas com personalidade


de Direito Privado, sem fins lucrativos, criadas por meio de autoriza•‹o
legal, para ministrar assist•ncia ou ensino a certas categorias
sociais ou grupos profissionais, sendo mantidos por dota•›es
or•ament‡rias ou por contribui•›es parafiscais. S‹o entes paraestatais, que
atuam em colabora•‹o com o Poder Pœblico, com administra•‹o e
patrim™nio pr—prios, revestindo a forma de institui•›es particulares sem fins
lucrativos convencionais, como as associa•›es civis e as funda•›es
privadas.
S‹o exemplos de servi•os sociais aut™nomos as famosas entidades do
ÒSistema SÓ, como: Servi•o Nacional de Aprendizagem Industrial Ð Senai;
Servi•o Social do ComŽrcio Ð Sesc; Servi•o Social da Indœstria Ð Sesi;
Servi•o Nacional de Aprendizagem do ComŽrcio Ð Senac; Servi•o Nacional
de Aprendizagem Rural Ð Senar; Servi•o Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo Ð Sescoop; Servi•o Social de Transporte Ð Sest; Servi•o
Nacional de Aprendizagem do Transporte Ð Senat; e Servi•o Brasileiro de
Apoio ˆs Micro e Pequenas Empresas Ð Sebrae.
Em regra, a cria•‹o dessas entidades depende de autoriza•‹o em lei,
mas s— se efetiva com o registro do respectivo ato constitutivo no registro
civil das pessoas jur’dicas. A diferen•a em rela•‹o ˆs entidades
administrativas de direito privado (empresas pœblicas, sociedades de
economia mista e funda•›es pœblicas de direito privado) Ž que estas œltimas
s‹o criadas pelo pr—prio Estado; enquanto o registro dos servi•os sociais
aut™nomos Ž efetuado por entidades privadas. Vale dizer, a lei autoriza a
cria•‹o, mas a entidade Ž criada por particulares. Por exemplo, o Servi•o

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Social do Transporte Ð Sest Ð e o Servi•o Nacional de Aprendizagem do


Transporte Ð Senat Ð s‹o entidades civis sem fins lucrativos criadas pela
Confedera•‹o Nacional do Transporte, ap—s autoriza•‹o constante na Lei
8.706/1993.
O objeto dessas entidades Ž uma atividade social, representada por
um servi•o de utilidade pœblica, beneficiando grupamentos sociais ou
profissionais. Por exemplo, o Servi•o Nacional de Aprendizagem Rural Ð
Senar Ð tem por objeto o ensino da forma•‹o profissional rural e a
promo•‹o social do trabalhador rural dirigida aos trabalhadores rurais.
Com efeito, essas entidades costumam funcionar ligadas a entidades
privadas de categorias econ™micas, como a Confedera•‹o Nacional da
Indœstria, a Confedera•‹o Nacional do ComŽrcio, a Confedera•‹o Nacional
da Agricultura, a Confedera•‹o Nacional do Transporte, entre outras.
AlŽm disso, elas s‹o mantidas por recursos oriundos de contribui•›es
institu’das no interesse de categorias profissionais ou de interesse no
dom’nio econ™mico, de natureza tribut‡ria, conhecidas como
contribui•›es parafiscais. Essas contribui•›es s‹o recolhidas
compulsoriamente pelos destinat‡rios previstos em lei e repassadas
diretamente pela Receita Federal ˆs entidades para custear as atividades
desenvolvidas. Adicionalmente, essas entidades podem atŽ chegar a
receber recursos or•ament‡rios.
Nesse contexto, o Decreto 200/1967 determina que Òas entidades e
organiza•›es em geral, dotadas de personalidade jur’dica de direito privado,
que recebem contribui•›es parafiscais e prestam servi•os de interesse
pœblico ou social, est‹o sujeitas ˆ fiscaliza•‹o do Estado nos termos e
condi•›es estabelecidas na legisla•‹o pertinente a cada umaÓ (art. 183).
Dessa forma, esses recursos t•m natureza pœblica, gerando o dever
de prestar contas e a consequente fiscaliza•‹o do Tribunal de Contas
da Uni‹o. AlŽm disso, os servi•os sociais aut™nomos costumam se vincular
aos —rg‹os da administra•‹o direta, em geral ao ministŽrio do setor
correspondente.
Quanto ao foro competente, consolidou-se o entendimento de que os
servi•os sociais aut™nomos devem ter os seus processos julgados na
justi•a estadual, uma vez que se tratam de entidades privadas, n‹o
integrantes, portanto, da administra•‹o pœblica. Nesse sentido, vale
mencionar o conteœdo da Sœmula 516 do STF: ÒO Servi•o Social da Indœstria
(Sesi) est‡ sujeito ˆ jurisdi•‹o da justi•a estadualÓ.

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Ademais, a contrata•‹o de pessoal n‹o se d‡ por meio de concurso


pœblico, mas, conforme entendimento do Tribunal de Contas da Uni‹o, deve
se realizar por um processo seletivo, ainda que de forma simplificada, mas
que garanta a observ‰ncia dos princ’pios constitucionais da legalidade, da
publicidade, da moralidade, da impessoalidade, da finalidade e da
isonomia13. Na mesma linha, o STF tambŽm j‡ reconheceu que essas
entidades n‹o est‹o submetidas ˆ exig•ncia de concurso pœblico para a
contrata•‹o de pessoal14.
Na mesma linha, o Tribunal de Contas da Uni‹o entende que essas
entidades n‹o se submetem completamente ˆ Lei 8.666/1993, mas
devem observar regulamentos pr—prios, devidamente publicados, os quais
devem se pautar nos princ’pios gerais do processo licitat—rio e nos princ’pios
relativos ˆ Administra•‹o Pœblica, em especial os da legalidade, moralidade,
impessoalidade, isonomia e publicidade, constantes do art. 37, caput, da
Constitui•‹o Federal15. Com efeito, o TCU tambŽm possui entendimento de
que os regulamentos pr—prios dessas entidades n‹o podem inovar na
ordem jur’dica. No caso, o Tribunal considerou que o regulamento de
servi•o social aut™nomo n‹o pode criar um novo caso de
dispensa/inexigibilidade de licita•‹o, uma vez que essa matŽria Ž reservada
ˆ lei ordin‡ria, em matŽria de compet•ncia privativa da Uni‹o, consoante o
art. 22, XXVII, da Constitui•‹o Federal16.
O pessoal dos servi•os sociais aut™nomos submete-se ˆ legisla•‹o
trabalhista. Contudo, seus empregados s‹o equiparados como
funcion‡rios pœblicos para fins penais (C—digo Penal, art. 327) e de
improbidade administrativa (Lei 8.429/1992).
De acordo com Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, os principais
aspectos que caracterizam esses entes s‹o os seguintes17:


13
Acórdão 1.741/2011-TCU/Plenário; Acórdão 2.305/2007-TCU/Plenário, dentre outros.
14
RE 789874/DF, de 17/9/2014.
15
Nesse sentido: Acórdão 526/2013-TCU/Plenário: “4. A jurisprudência deste Tribunal pacificou o entendimento
de que as entidades do Sistema S não estão obrigadas a seguir estritamente os termos do Estatuto de Licitações
(Lei n. 8.666/1993), todavia obrigam-se aos seus regulamentos próprios devidamente publicados, os quais devem
se pautar nos princípios gerais do processo licitatório e nos princípios relativos à Administração Pública, em
especial os da legalidade, moralidade, impessoalidade, isonomia e publicidade, constantes do art. 37, caput, da
Constituição Federal” (voto do Ministro Marcos Bemquerer Costa, 13/3/2013).
16
Acórdão 1.785/2013-TCU/Plenário, veja também o Informativo de Licitações e Contratos nº 159.
17
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 144.

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tecnol—gico, ˆ prote•‹o e preserva•‹o do meio ambiente, ˆ cultura


e ˆ saœde.
Devemos observar que a Lei 9.637/1998 aplica-se exclusivamente ao
n’vel federal. Assim, os estados e munic’pios devem dispor de legisla•‹o
pr—pria para disciplinar a qualifica•‹o de entidades como organiza•›es
sociais. No entanto, as regras federais costumam ser reproduzidas na
legisla•‹o dos demais n’veis. AlŽm disso, a constru•‹o jurisprudencial que
vem sendo firmada pelo assunto est‡ cada vez mais sendo incorporada
pelas novas leis estaduais e municipais que tratam da matŽria.
As organiza•›es sociais Ð OS s‹o conhecidas como entidades
pœblicas n‹o estatais. S‹o pœblicas porque prestam servi•os pœblicos e
administram patrim™nio pœblico e n‹o estatais porque n‹o integram nem
a Administra•‹o direta nem a indireta.
Nessa linha, existem tr•s requisitos que devem ser cumpridos para
uma entidade poder ser qualificada como organiza•‹o social:
a) deve ter personalidade jur’dica de direito privado;
b) n‹o pode ter finalidade lucrativa;
c) deve atuar nas atividades de ensino, pesquisa cient’fica,
desenvolvimento tecnol—gico, prote•‹o e preserva•‹o do meio
ambiente, cultura ou saœde.
Percebe-se, pois, que as atividades previstas na Lei 9.637/1998 s‹o
muito importantes para a coletividade. Entretanto, este tipo de servi•o nem
sempre Ž lucrativo para a iniciativa privada, ainda mais porque seus
benef’cios podem atingir indistintamente diversas pessoas, que acabam
usufruindo de seus benef’cios sem pagar por eles. Por exemplo, uma
entidade que atua na preserva•‹o do meio ambiente trar‡ benef’cios para
toda a sociedade, porŽm n‹o h‡ como cobrar esse tipo de servi•o de uma
ou outra pessoa. Dessa forma, o Estado deve atuar indiretamente,
transferindo recursos para que essa entidade atue no interesse da
sociedade.
Nesse contexto, as entidades qualificadas como organiza•›es sociais
s‹o declaradas como entidades de interesse social e utilidade pœblica,
para todos os efeitos legais (art. 11). A Lei das OS estabelece, ainda, que
poder‹o ser destinados ˆs organiza•›es sociais recursos or•ament‡rios
e bens pœblicos necess‡rios ao cumprimento do contrato de gest‹o.

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ƒ importante destacar, tambŽm, que o artigo 24 da Lei 8.666/1993


(Lei de Licita•›es e Contratos) estabelece como hip—tese de dispensa de
licita•‹o a celebra•‹o de contratos de presta•‹o de servi•os com as
organiza•›es sociais, qualificadas no ‰mbito das respectivas
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de
gest‹o.
Explicando melhor o caso acima, a dispensa de licita•‹o Ž para a
Administra•‹o Pœblica contratar a organiza•‹o social. Todavia, quando a
OS for a entidade contratante a situa•‹o ser‡ diferente e o tema se
mostra bem pol•mico.
O Decreto 5.504/2005 (art. 1¼, ¤5¼) determina que na contrata•‹o de
obras, compras, servi•os e aliena•›es, envolvendo recursos repassados
voluntariamente pela Uni‹o, as organiza•›es sociais dever‹o realizar
licita•‹o pœblica, nos moldes previsto na legisla•‹o federal. Quando se
tratar de aquisi•‹o de bens ou servi•os comuns, ser‡ obrigat—ria a
modalidade de preg‹o, preferencialmente na forma eletr™nica (Decreto
5.504/2005, art. 1¼, ¤1¼).
Acontece, no entanto, que o art. 11 do Decreto 6.170/2007 estabelece
que Òa aquisi•‹o de produtos e a contrata•‹o de servi•os com recursos da
Uni‹o transferidos a entidades privadas sem fins lucrativos dever‹o
observar os princ’pios da impessoalidade, moralidade e
economicidade, sendo necess‡ria, no m’nimo, a realiza•‹o de
cota•‹o prŽvia de pre•os no mercado antes da celebra•‹o do
contratoÓ.
Alguns doutrinadores entendem que essa regra n‹o se aplica ˆs
organiza•›es sociais. PorŽm, o Tribunal de Contas da Uni‹o, em decis›es
recentes, vem assentando posicionamento de que essas entidades n‹o
devem seguir a Lei de Licita•›es e Contratos, mas sim o regulamento
pr—prio.
Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o mŽrito da ADI
1.923/DF, em 16 de abril de 2015, considerou que os contratos a serem
celebrados pelas organiza•›es sociais com terceiros, com recursos pœblicos,
devem ser conduzidos de forma pœblica, objetiva e impessoal, com
observ‰ncia dos princ’pios do caput do art. 37 da Constitui•‹o Federal
(legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efici•ncia, e nos
termos do regulamento pr—prio a ser editado por cada entidade18.

18
ADI 1.923/DF, julgamento em 16/4/2015.

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Como se v•, o conselho de administra•‹o Ž o —rg‹o respons‡vel pela


fixa•‹o das diretrizes m‡ximas, bem como da fiscaliza•‹o das atividades
desempenhadas pela organiza•‹o social.
Vale refor•ar que Ž vedada a remunera•‹o dos membros do conselho
de administra•‹o, salvo o pagamento de ajuda de custo para participa•‹o
nas reuni›es; enquanto a remunera•‹o dos membros da diretoria Ž
permitida.

Os membros do conselho de administra•‹o


n‹o podem ser remunerados, enquanto os
membros da diretoria podem.

Contrato de gestão

De acordo com o artigo 5¼ da Lei 9.637/1998, entende-se por contrato


de gest‹o o instrumento firmado entre o Poder Pœblico e a entidade
qualificada como organiza•‹o social, com vistas ˆ forma•‹o de parceria
entre as partes para fomento e execu•‹o de atividades relativas ˆs ‡reas
de ensino, pesquisa cient’fica, desenvolvimento tecnol—gico,
prote•‹o e preserva•‹o do meio ambiente, cultura e saœde.

A parceria entre o Poder Pœblico e a OS se


formaliza por meio de contrato de gest‹o.

O contrato de gest‹o, elaborado de comum acordo entre o —rg‹o ou


entidade supervisora e a organiza•‹o social, dever‡ discriminar as
atribui•›es, responsabilidades e obriga•›es do Poder Pœblico e da
organiza•‹o social (art. 6¼). Com efeito, o contrato de gest‹o deve ser
submetido, ap—s aprova•‹o pelo Conselho de Administra•‹o da entidade,
ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da ‡rea correspondente ˆ
atividade fomentada (art. 6¼, par‡grafo œnico).
Ademais, na elabora•‹o do contrato de gest‹o, devem ser observados
os princ’pios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade e, tambŽm, os seguintes preceitos (art. 7¼):
I - especifica•‹o do programa de trabalho proposto pela organiza•‹o social,
a estipula•‹o das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de
execu•‹o, bem como previs‹o expressa dos critŽrios objetivos de
avalia•‹o de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de
qualidade e produtividade;

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II - a estipula•‹o dos limites e critŽrios para despesa com


remunera•‹o e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas
pelos dirigentes e empregados das organiza•›es sociais, no exerc’cio de
suas fun•›es.

Finalmente, os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da ‡rea


de atua•‹o da entidade devem definir as demais cl‡usulas dos contratos de
gest‹o de que sejam signat‡rios.

Fiscalização e execução do contrato

A execu•‹o do contrato de gest‹o celebrado por organiza•‹o social


ser‡ fiscalizada pelo —rg‹o ou entidade supervisora da ‡rea de
atua•‹o correspondente ˆ atividade fomentada (art. 8¼).
Nesse contexto, ao tŽrmino de cada exerc’cio ou a qualquer momento,
conforme recomende o interesse pœblico, a entidade qualificada
apresentar‡ ao —rg‹o ou entidade do Poder Pœblico supervisora signat‡ria
do contrato relat—rio pertinente ˆ execu•‹o do contrato de gest‹o,
contendo comparativo espec’fico das metas propostas com os
resultados alcan•ados, acompanhado da presta•‹o de contas
correspondente ao exerc’cio financeiro (art. 8¼, ¤1¼).
Os resultados atingidos com a execu•‹o do contrato de gest‹o devem
ser analisados, periodicamente, por comiss‹o de avalia•‹o, indicada pela
autoridade supervisora da ‡rea correspondente, composta por especialistas
de not—ria capacidade e adequada qualifica•‹o (art. 8¼, ¤2¼). AlŽm disso, a
comiss‹o deve encaminhar ˆ autoridade supervisora relat—rio conclusivo
sobre a avalia•‹o procedida (art. 8¼, ¤3¼).
Os respons‡veis pela fiscaliza•‹o da execu•‹o do contrato de gest‹o,
ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na
utiliza•‹o de recursos ou bens de origem pœblica por organiza•‹o social,
dela dar‹o ci•ncia ao Tribunal de Contas da Uni‹o Ð TCU, sob pena de
responsabilidade solid‡ria (art. 9¼), ou seja, poder‹o responder
juntamente com as pessoas que derem causa ˆ irregularidade ou ˆ
ilegalidade.
AlŽm da representa•‹o ao TCU, se a gravidade dos fatos ou o interesse
pœblico assim exigir, existindo ind’cios fundados de malversa•‹o21 de
bens ou recursos de origem pœblica, os respons‡veis pela fiscaliza•‹o
representar‹o ao MinistŽrio Pœblico, ˆ Advocacia-Geral da Uni‹o ou ˆ


21
Malversação significa má administração ou má gerências dos recursos ou bens de origem pública.

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Procuradoria da entidade para que requeira ao ju’zo competente a


decreta•‹o da indisponibilidade dos bens da entidade e o sequestro
dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente pœblico ou terceiro,
que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrim™nio
pœblico (art. 10). Nessa situa•‹o, atŽ o tŽrmino da a•‹o, o Poder Pœblico
permanecer‡ como deposit‡rio e gestor dos bens e valores sequestrados ou
indispon’veis e velar‡ pela continuidade das atividades sociais da entidade
(art. 10, ¤3¼).
Por fim, se for o caso, o pedido incluir‡ a investiga•‹o, o exame e o
bloqueio de bens, contas banc‡rias e aplica•›es mantidas pelo demandado
no Pa’s e no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais (art.
10, ¤2¼).

Fomento às atividades sociais (formas de incentivo)

As entidades qualificadas como organiza•›es sociais s‹o declaradas,


para todos os efeitos legais, como entidades de interesse social e
utilidade pœblica (art. 11). Por conseguinte, receber‹o incentivos do
Estado, como forma de fomento para o desempenho de suas atribui•›es.
As formas de incentivo previstas na legisla•‹o s‹o as seguintes:
a) poder‹o ser destinados recursos or•ament‡rios necess‡rios ao
cumprimento do contrato de gest‹o (art. 12);
De acordo com o art. 12, ¤1¼, s‹o assegurados ˆs organiza•›es sociais
os crŽditos previstos no or•amento e as respectivas libera•›es
financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no
contrato de gest‹o. AlŽm disso, poder‡ ser adicionada, aos crŽditos
or•ament‡rios destinados ao custeio do contrato de gest‹o, parcela de
recursos para compensar desligamento de servidor cedido, desde que haja
justificativa expressa da necessidade pela organiza•‹o social.
b) poder‹o ser destinados bens pœblicos necess‡rios ao cumprimento
do contrato de gest‹o (art. 12);
A destina•‹o de bens ˆs organiza•›es sociais ocorrer‡ mediante
permiss‹o de uso, dispensada licita•‹o, conforme cl‡usula expressa do
contrato de gest‹o (art. 12, ¤3¼). A permiss‹o de uso Ž o instrumento que
permite que a organiza•‹o social se utilize de bens pœblicos para realizar a
presta•‹o dos servi•os objeto do conv•nio. Seria o caso, por exemplo, de
um hospital pœblico que passa a ser administrado por uma organiza•‹o

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social. Nessa situa•‹o, o im—vel e os equipamentos pœblicos poder‹o ser


utilizados pela OS mediante permiss‹o de uso, na forma definida no
contrato de gest‹o.
Consoante o art. 13 da Lei 9.637/1998, os bens m—veis pœblicos
permitidos para uso poder‹o ser permutados (trocados) por outros de
igual ou maior valor, condicionado a que os novos bens integrem o
patrim™nio da Uni‹o. A permuta, no entanto, depender‡ sempre de prŽvia
avalia•‹o do bem e expressa autoriza•‹o do Poder Pœblico.
c) cess‹o especial de servidor pœblico para as organiza•›es sociais,
com ™nus para o —rg‹o de origem do servidor (art. 14);
O art. 14 faculta ao Poder Executivo realizar a cess‹o especial de
servidor para as organiza•›es sociais, com ™nus para a origem.
Imagine, por exemplo, que uma secretaria de saœde firmou um contrato de
gest‹o com uma organiza•‹o social para que esta œltima passasse a gerir
um hospital pœblico. Nesse caso, o Poder Executivo poder‡ ceder os
servidores que j‡ trabalhavam no hospital para a OS, como enfermeiros,
administradores, mŽdicos, etc.
Caso ocorra a cess‹o, n‹o ser‡ incorporada aos vencimentos ou ˆ
remunera•‹o de origem do servidor cedido qualquer vantagem pecuni‡ria
que vier a ser paga pela organiza•‹o social (art. 14, ¤1¼). TambŽm n‹o
ser‡ permitido o pagamento de vantagem pecuni‡ria permanente por
organiza•‹o social a servidor cedido com recursos provenientes do contrato
de gest‹o, ressalvada a hip—tese de adicional relativo ao exerc’cio de fun•‹o
tempor‡ria de dire•‹o e assessoria (art. 14, ¤2¼). Ademais, o servidor
cedido perceber‡ as vantagens do cargo a que fizer juz no —rg‹o de origem,
quando ocupante de cargo de primeiro ou de segundo escal‹o na
organiza•‹o social (art. 14, ¤3¼).
d) dispensa de licita•‹o com o Poder Pœblico para a presta•‹o das
atividades contempladas no contrato de gest‹o;
A Lei 9.648/1998 incluiu o inciso XXIV no art. 24 da Lei 8.666/1993
(Lei de Licita•›es e Contratos), permitindo que a administra•‹o pœblica
dispense a licita•‹o para a celebra•‹o de contratos de presta•‹o de
servi•os com as organiza•›es sociais, qualificadas no ‰mbito das
respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato
de gest‹o.
Dessa forma, Ž poss’vel que a administra•‹o contrate os servi•os de
uma OS por meio de dispensa de licita•‹o, desde que que a organiza•‹o

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seja qualificada no ‰mbito das respectivas esferas de governo e que o


servi•o refira-se ˆs atividades contempladas no contrato de gest‹o.

Desqualificação

O Poder Executivo poder‡ proceder ˆ desqualifica•‹o da entidade como


organiza•‹o social, quando constatado o descumprimento das disposi•›es
contidas no contrato de gest‹o (art. 16).
Para tanto, a desqualifica•‹o ser‡ precedida de processo
administrativo, assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os
dirigentes da organiza•‹o social, individual e solidariamente, pelos
danos ou preju’zos decorrentes de sua a•‹o ou omiss‹o (art. 16, ¤1¼).
Por fim, a desqualifica•‹o importar‡ revers‹o dos bens permitidos e
dos valores entregues ˆ utiliza•‹o da organiza•‹o social, sem preju’zo de
outras san•›es cab’veis (art. 16, ¤2¼).

Programa Nacional de Publicização

O Plano Direito da Reforma do Aparelho do Estado Ð Pdrae definiu como


objetivo para os chamados Òservi•os n‹o-exclusivosÓ realizar a
transfer•ncias das atividades realizadas pelas funda•›es pœblicas para as
organiza•›es sociais. Na pr‡tica, o que passou a ocorrer foi a transfer•ncia
de atividades da administra•‹o pœblica direta para as organiza•›es sociais.
Por exemplo, Ž muito comum verificar, no ‰mbito dos estados e
munic’pios, a realiza•‹o da transfer•ncia de atividades realizadas pelas
secretarias de saœde para as organiza•›es sociais, como a administra•‹o de
hospitais, ambulat—rios, postos de atendimento Ð as organiza•›es sociais
se desenvolveram principalmente no setor de saœde.
Por esse motivo, o programa de publiciza•‹o Ž amplamente criticado
na doutrina, pois representaria uma forma indevida de substituir os —rg‹os
pœblicos por organiza•›es sociais, fugindo, assim, do regime jur’dico-
administrativo. Vale refor•ar que as organiza•›es sociais n‹o integram a
administra•‹o pœblica e, portanto, n‹o se submetem a v‡rias das sujei•›es
decorrentes do princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico.
N‹o obstante, tais discuss›es s‹o hoje irrelevantes. Em 16 de abril de
2015, o Supremo Tribunal Federal realizou o julgamento de mŽrito da A•‹o
Direta de Inconstitucionalidade Ð ADI 1.923/DF, entendendo que a Lei
9.637/1998 Ž constitucional.

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Nesse contexto, n‹o Ž poss’vel, por exemplo, qualificar uma OS como


Oscip. Dessa forma, nenhuma entidade pode ser qualificada
concomitantemente como OS e Oscip.

Aprovação da qualificação

A legisla•‹o federal estabelece que o interessado em se qualificar como


Oscip formular requerimento escrito ao MinistŽrio da Justi•a, que,
verificando o cumprimento dos requisitos previstos na Lei, deferir‡ e
expedir‡ o certificado de qualifica•‹o.
Nesse caso, a compet•ncia Ž vinculada, pois cabe ao Ministro da
Justi•a apenas verificar se os requisitos foram atendidos e, se positivo,
dever‡ conceder a qualifica•‹o.
Juntamente com o requerimento, a pessoa jur’dica de direito privado
sem fins lucrativos, interessada em obter a qualifica•‹o de Oscip, dever‡
instruir o pedido com c—pias autenticadas dos seguintes documentos:
a) estatuto registrado em cart—rio;
b) ata de elei•‹o de sua atual diretoria;
c) balan•o patrimonial e demonstra•‹o do resultado do exerc’cio;
d) declara•‹o de isen•‹o do imposto de renda;
e) inscri•‹o no Cadastro Geral de Contribuintes.
A Lei disp›e que o Ministro da Justi•a s— poder‡ indeferir o pedido de
qualifica•‹o se:
a) a requerente enquadrar-se nas hip—teses previstas no art. 2¼ da Lei
(rela•‹o das entidades que n‹o s‹o pass’veis de qualifica•‹o);
b) a requerente n‹o atender aos requisitos descritos nos arts. 3¼ (‡reas
de atua•‹o das Oscip) e 4¼ (algumas regras espec’ficas) da Lei;
c) a documenta•‹o apresentada estiver incompleta.

Formação do vínculo

Enquanto o contrato de gest‹o Ž celebrado com as organiza•›es


sociais, o termo de parceria Ž o instrumento pass’vel de ser firmado entre
o Poder Pœblico e as entidades qualificadas como Organiza•›es da
Sociedade Civil de Interesse Pœblico (Oscip) destinado ˆ forma•‹o de
v’nculo de coopera•‹o entre as partes, para o fomento e a execu•‹o

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Ademais, os termos de parceria destinados ao fomento de atividades


nas ‡reas previstas na Lei estar‹o sujeitos aos mecanismos de controle
social previstos na legisla•‹o.

Desqualificação da Oscip

A entidade poder‡ perder a qualifica•‹o se deixar de cumprir as


exig•ncias previstas em lei e no termo de parceria. A perda poder‡ ocorrer:
(a) a pedido; ou (b) mediante decis‹o proferida em processo
administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do MinistŽrio Pœblico,
no qual ser‹o assegurados, ampla defesa e o devido contradit—rio.
AlŽm disso, qualquer cidad‹o, respeitadas as prerrogativas do
MinistŽrio Pœblico, Ž parte leg’tima para requerer, judicial ou
administrativamente, a perda da qualifica•‹o da OSCIP. No entanto, a Lei
veda o anonimato e exige que o requerimento esteja amparado por
fundadas evid•ncias de erro ou fraude.

Diferenças entre OS e Oscip

As bancas de concurso pœblico costumam explorar as diferen•as entre


as OS e as Oscip. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, enquanto as OS
recebem delega•‹o para prestar servi•os pœblicos, as Oscip exercem
atividade privada com a ajuda do Estado24, abrangendo os setores de
saœde, educa•‹o, cultura e meio ambiente (o artigo 3¼ da Lei 9.790/1999
apresenta um longo rol de ‡reas de atua•‹o das Oscip).
Outra caracter’stica marcante Ž que as OS pactuam os resultados por
meio do contrato de gest‹o e as Oscip utilizam o termo de parceira.
Ademais, as OS recebem a qualifica•‹o de forma discricion‡ria do
Ministro de Estado do setor correspondente de atua•‹o e as Oscip
ser‹o sempre qualificadas pelo Ministro da Justi•a, devendo conceder o
Òcertificado de qualifica•‹oÓ de forma vinculada, isto Ž, uma vez
preenchidos os requisitos, o Ministro da Justi•a deve qualificar a entidade
como OSCIP.
O quadro abaixo resume as principais caracter’sticas e diferen•as entre
as OS e OSCIP:


24
Di Pietro, 2010, apud Paludo, 2013, p. 39.

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Entidades de apoio

Para Maria Di Pietro, por entidades de apoio, podem-se entender:


[...] as pessoas jur’dicas de direito privado, sem fins lucrativos, institu’das
por servidores pœblicos, porŽm em nome pr—prio, sob a forma de funda•‹o,
associa•‹o ou cooperativa, para a presta•‹o, em car‡ter privado, de
servi•os sociais n‹o exclusivos do Estado, mantendo v’nculo jur’dico com
entidades da administra•‹o direta ou indireta, em regra por meio de
conv•nio.

S‹o entidades paraestatais e, portanto, n‹o integram a


Administra•‹o Pœblica. AlŽm disso, o v’nculo entre essas entidades e o
Poder Pœblico Ž realizado, em regra, por meio de conv•nio. Ademais, elas
atuam mais comumente em hospitais pœblicos e universidades
pœblicas.
N‹o h‡ uma lei geral que disponha sobre as chamadas entidades de
apoio. S— existe, atualmente, regramento para um tipo espec’fico de
entidades de apoio, que Ž a Lei 8.958/1994, regulamentada pelo Decreto
7.423/2010, que estabelece regras para as funda•›es de apoio a
Institui•›es Federais de Ensino Superior - IFES e demais Institui•›es
Cient’ficas e Tecnol—gicas Ð ICTs.
Segundo a Lei, essas institui•›es devem ter por finalidade Òapoiar
projetos de ensino, pesquisa, extens‹o, desenvolvimento institucional,
cient’fico e tecnol—gico e est’mulo ˆ inova•‹o, inclusive na gest‹o
administrativa e financeira necess‡ria ˆ execu•‹o desses projetosÓ (art.
1¼).
AlŽm disso, a Lei permite, com base no art. 24, XIII, da Lei
8.666/1993, que a celebra•‹o de conv•nios e contratos entre as funda•›es
de apoio e as Institui•›es Federais de Ensino Superior - IFES e entre as
funda•›es de apoio e as Institui•›es Cient’ficas e Tecnol—gicas Ð ICTs seja
realizada por dispensa de licita•‹o.
Sobre a contrata•‹o de obras, compras e servi•os, atŽ 2013, a
legisla•‹o exigia que essas entidades observassem a legisla•‹o federal
sobre licita•›es e contratos. No entanto, o dispositivo foi alterado pela Lei
12.863, de 24 de setembro de 2013, que passou a dispor que funda•›es de
apoio adotar‹o regulamento espec’fico de aquisi•›es e contrata•›es
de obras e servi•os, a ser editado por meio de ato do Poder Executivo
federal. O mencionado regulamento consta no Decreto 8.241, de 21 de
maio de 2014.

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Assim, a regra atual Ž que essas entidades seguem regulamento


pr—prio, sem precisar seguir a Lei de Licita•›es e Contratos.
Lembrando, finalmente, que essas regras alcan•am somente um grupo
espec’fico de entidades de apoio, que s‹o as funda•›es institu’das com a
finalidade de apoiar projetos de ensino, pesquisa, extens‹o,
desenvolvimento institucional, cient’fico e tecnol—gico e est’mulo ˆ
inova•‹o, inclusive na gest‹o administrativa e financeira necess‡ria ˆ
execu•‹o desses projetos de interesse das IFES e demais ICT.
Visto o assunto, vamos resolver algumas quest›es.

1. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Às organizações sociais é


vedada a finalidade de lucro, devendo ser suas atividades estatutárias dirigidas ao
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
Comentário: existem três requisitos para que uma entidade possa ser
qualificada como organização social: (i) deve ter personalidade jurídica de
direito privado; (ii) não pode ter finalidade lucrativa; (iii) deve atuar nas
atividades de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico,
proteção e preservação do meio ambiente, cultura ou saúde.
Dessa forma, podemos notar que o item está correto, pois descreveu duas
características que uma entidade precisa para ser organização social
(vedação ao lucro e tipo de atividade desempenhada).
Ademais, ainda que esteja incompleta a questão, ela não está errada, uma vez
que não houve menção de que esses seriam todos os requisitos para a
qualificação. Assim, de fato uma organização social não pode ter lucro e suas
atividades devem ser uma dessas mencionadas na questão.
Gabarito: correto.

2. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) As organizações da sociedade


civil de interesse público são pessoas jurídicas de direito privado que firmam
contrato de gestão com o poder público, com a finalidade de firmar parceria entre
as partes, objetivando o fomento e a execução de atividades de interesse social,
sem fins lucrativos.
Comentário: o instrumento utilizado para firmar o vínculo do Estado com uma
organização da sociedade civil de interesse público é o termo de parceria. O
contrato de gestão, por outro lado, é utilizado para firmar o vínculo com as

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organizações sociais. Por isso a questão está errada. O restante das


informações, porém, está correto.
Gabarito: errado.

3. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Entidades paraestatais são


pessoas jurídicas de direito público ou privado que atuam ao lado do Estado,
executando atividades de interesse público, porém não privativos do ente estatal.
Comentário: as entidades paraestatais são entidades privadas e, portanto,
possuem personalidade jurídica de direito privado. Assim, não existe entidade
paraestatal de direito público.
O restante da questão está correto, pois elas atuam ao lado do Estado e
executam atividades de interesse público, mas que não sejam privativas de
Estado. Por exemplo, uma entidade paraestatal não pode realizar a regulação
de serviços públicos, pois tal atribuição é privativa do ente estatal. Por outro
lado, elas podem prestar serviços na área da saúde, uma vez que se trata de
serviço de interesse público, mas não privativo de Estado.
Gabarito: errado.

4. (Cespe – ACE/TC-DF/2012) Uma OSCIP que receba recursos financeiros


oriundos de termo de parceria com o governo do DF estará obrigada a seguir a Lei
de Licitações da administração pública para comprar com esses recursos.
Comentário: o art. 14 da Lei 9.790/1999 estabelece que:
Art. 14. A organiza•‹o parceira far‡ publicar, no prazo m‡ximo de trinta
dias, contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento pr—prio
contendo os procedimentos que adotar‡ para a contrata•‹o de obras e
servi•os, bem como para compras com emprego de recursos
provenientes do Poder Pœblico, observados os princ’pios estabelecidos no
inciso I do art. 4o desta Lei.
Como o termo de parceria foi firmado com o DF e, nesse caso, não se aplica
o Decreto 5.504/2005, não sobra nenhuma dúvida sobre o assunto, ou seja, a
entidade não segue a Lei de Licitações, mas sim o procedimento próprio.
No caso da União, teríamos toda aquela dúvida sobre a necessidade ou não
de seguir a Lei 8.666/1993, porém, conforme argumentos já apresentados,
entendemos que a entidade, mesmo sendo da União, deve seguir o
procedimento próprio.
De qualquer forma, a questão está errada.
Gabarito: errado.

5. (Cespe – Adv/AGU/2012) Para que sociedades comerciais e cooperativas


obtenham a qualificação de organizações da sociedade civil de interesse público, é

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preciso que elas não possuam fins lucrativos e que tenham em seus objetivos
sociais a finalidade de promoção da assistência social.
Comentário: realmente é necessário que a entidade não possua fins
lucrativos. Além disso, a promoção da assistência social é uma das atividades
compatíveis com a qualificação da organização social, conforme consta no
art. 3º, I, da Lei 9.790/1999. No entanto, a Lei veda a qualificação de
“sociedades comerciais” e de “cooperativas”, conforme consta no art. 2º, I e
X, respectivamente. Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

6. (Cespe – TNS/PRF/2012) As organizações sociais não estão compreendidas


no rol das entidades que constituem a administração pública indireta.
Comentário: nenhuma entidade para estatal integra a administração pública,
seja direta ou indireta. Assim, o item está correto, pois as organizações
sociais não estão compreendidas no rol das entidades que constituem a
administração pública indireta.
Gabarito: correto.

7. (Cespe – Delegado/PC BA/2013) Entidades paraestatais são pessoas


jurídicas privadas que colaboram com o Estado no desempenho de atividades não
lucrativas, mas não integram a estrutura da administração pública.
Comentário: essa questão é para arrematar. As entidades paraestatais são
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por
particulares – portanto, não integrantes da Administração Pública –, que
atuam em colaboração ou apoio ao Estado na prestação de atividades de
utilidade pública. Logo, o item está correto.
Gabarito: correto.

8. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) As entidades paraestatais não se sujeitam à


licitação, e seus empregados submetem-se ao regime da Consolidação das Leis do
Trabalho, às normas acidentárias e à justiça trabalhista.
Comentário: inicialmente, não iríamos trabalhar essa questão para evitar
confusão. Porém, vamos aprofundar bem a explicação para demonstrar o
nosso entendimento.
O fato é que os empregados das entidades paraestatais se submetem ao
regime da CLT e, portanto, às normas acidentárias e à justiça do trabalho.
No que se refere à licitação, o posicionamento do TCU é de que essas
entidades não seguem a Lei 8.666/1993, mas sim o procedimento próprio. No
caso dos serviços sociais autônomos o entendimento já era pacificado. Para
as OSCIPs o TCU possui tal entendimento desde 2005. No caso das

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organizações sociais, existia uma confusão maior, mas desde 2013 o


posicionamento vai se consolidando para a não necessidade de seguir a Lei
de Licitações. Por fim, para as entidades de apoio, a legislação sofreu grandes
modificações no final do ano passado e, atualmente, as contratações do único
tipo dessas entidades que possui regulamentação (fundações de apoio às
IFES e às demais ICT – Lei), estão disciplinadas no Decreto 8.241, de 21 de
maio de 2014, ou seja, não seguem a Lei 8.666/1993.
Assim, entendo que atualmente esse item deveria ser considerado correto. De
qualquer forma, o gabarito oficial é questão errada.
Gabarito: errado.

9. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Entidades paraestatais são


pessoas jurídicas de direito público ou privado que atuam ao lado do Estado,
executando atividades de interesse público, porém não privativos do ente estatal.
Comentário: as entidades paraestatais são entidades privadas e, portanto,
possuem personalidade jurídica de direito privado. Assim, não existe entidade
paraestatal de direito público. Vale dizer, as entidades paraestatais não fazem
parte da Administração Pública, seja direta ou indireta.
O restante da questão está correto, pois elas atuam ao lado do Estado e
executam atividades de interesse público, mas que não sejam privativas de
Estado. Por exemplo, uma entidade paraestatal não pode realizar a regulação
de serviços públicos, pois tal atribuição é privativa do ente estatal. Por outro
lado, elas podem prestar serviços na área da saúde, uma vez que se trata de
serviço de interesse público, mas não privativo de Estado.
Gabarito: errado.

Conclu’mos por hoje.


Em nossa pr—xima aula, vamos conversar sobre os poderes
administrativos.
Espero por voc•s!
Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Às organizações sociais é


vedada a finalidade de lucro, devendo ser suas atividades estatutárias dirigidas ao
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
2. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) As organizações da sociedade
civil de interesse público são pessoas jurídicas de direito privado que firmam contrato
de gestão com o poder público, com a finalidade de firmar parceria entre as partes,
objetivando o fomento e a execução de atividades de interesse social, sem fins
lucrativos.
3. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Entidades paraestatais são
pessoas jurídicas de direito público ou privado que atuam ao lado do Estado,
executando atividades de interesse público, porém não privativos do ente estatal.
4. (Cespe – ACE/TC-DF/2012) Uma OSCIP que receba recursos financeiros
oriundos de termo de parceria com o governo do DF estará obrigada a seguir a Lei de
Licitações da administração pública para comprar com esses recursos.
5. (Cespe – Adv/AGU/2012) Para que sociedades comerciais e cooperativas
obtenham a qualificação de organizações da sociedade civil de interesse público, é
preciso que elas não possuam fins lucrativos e que tenham em seus objetivos sociais
a finalidade de promoção da assistência social.
6. (Cespe – TNS/PRF/2012) As organizações sociais não estão compreendidas
no rol das entidades que constituem a administração pública indireta.
7. (Cespe – Delegado/PC BA/2013) Entidades paraestatais são pessoas
jurídicas privadas que colaboram com o Estado no desempenho de atividades não
lucrativas, mas não integram a estrutura da administração pública.
8. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) As entidades paraestatais não se sujeitam à
licitação, e seus empregados submetem-se ao regime da Consolidação das Leis do
Trabalho, às normas acidentárias e à justiça trabalhista.
9. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Entidades paraestatais são
pessoas jurídicas de direito público ou privado que atuam ao lado do Estado,
executando atividades de interesse público, porém não privativos do ente estatal.

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