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PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR-309-21.2011.5.04.

0221

A C Ó R D Ã O
(4ª Turma)
JOD/lgm/fv
AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
RECURSO DE REVISTA. PRESCRIÇÃO.
NÃO INTERRUPÇÃO. MINISTÉRIO
PÚBLICO DO TRABALHO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. FRAUDE À LEGISLAÇÃO
TRABALHISTA. DECLARAÇÃO.
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO.
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA.
PARCELAS INDIVIDUAIS.
IDENTIDADE DE PEDIDOS. AUSÊNCIA
1. Conforme a atual, notória e
iterativa jurisprudência do
Tribunal Superior do Trabalho,
não se aplica a interrupção da
prescrição a que alude a Súmula
268 do TST na hipótese em que o
Ministério Público do Trabalho
ajuíza ação civil pública
visando à declaração de fraude
em contratação irregular e ao
respectivo reconhecimento de
vínculo com os substituídos,
porquanto pretensão desse jaez
não guarda similitude com as
parcelas trabalhistas
individuais decorrentes da
relação empregatícia
reconhecida em juízo.
Precedentes.
2. Conquanto superada a questão
da intempestividade, o
princípio da utilidade dos atos
processuais inviabiliza o
processamento de agravo de
instrumento em que se reitera
pretensão contrária à atual,
notória e iterativa
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jurisprudência do TST.
3. Agravo do Reclamante de que
se conhece e a que se nega
provimento.
Vistos, relatados e discutidos estes autos
de Agravo em Agravo de Instrumento em Recurso de Revista
n° TST-Ag-AIRR-309-21.2011.5.04.0221, em que é Agravante
GENTIL DA SILVA e Agravada CMPC CELULOSE RIOGRANDENSE
LTDA.
A Presidência do Tribunal Superior do
Trabalho, mediante a r. decisão de fls. 1.126/1.127 da
numeração eletrônica, denegou seguimento ao agravo de
instrumento em recurso de revista interposto pelo
Reclamante, por considerá-lo intempestivo.
O Reclamante interpõe embargos de
declaração com efeito modificativo (recebido como agravo)
às fls. 1.129/1.131 da numeração eletrônica. Apresenta
certidão do TRT de origem que trata da suspensão dos
prazos processuais em razão de recesso forense.
Não houve remessa do processo eletrônico à
d. Procuradoria-Geral do Trabalho.
É o relatório.
1. CONHECIMENTO
Atendidos os pressupostos extrínsecos de
admissibilidade, conheço do agravo do Reclamante.
2. MÉRITO DO AGRAVO
2.1. AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO
DE REVISTA. PRESCRIÇÃO. NÃO INTERRUPÇÃO. MINISTÉRIO
PÚBLICO DO TRABALHO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. FRAUDE À
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. DECLARAÇÃO. RECONHECIMENTO DE
VÍNVULO. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. PARCELAS INDIVIDUAIS.
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IDENTIDADE DE PEDIDOS. AUSÊNCIA


Afasto, desde logo, a intempestividade do
agravo de instrumento detectada pela Presidência desta
Col. Corte, ante a juntada, em anexo às razões do presente
agravo, de certidão que comprova a prorrogação do prazo
processual em virtude de recesso forense até o dia "11 de
janeiro de 2013" (fl. 1.135 da numeração eletrônica).
Não obstante, constato que o Reclamante,
ora Agravante, nas razões do recurso de revista e, por
consectário, do agravo de instrumento, insurge-se contra
acórdão proferido em plena consonância com a atual,
notória e iterativa jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho.
O provimento do presente agravo, desse
modo, afigurar-se-ia como ato processual inútil, porquanto
inviável dar seguimento a agravo de instrumento fundado em
pretensão contrária a entendimento consolidado no âmbito
desta Col. Corte. Senão, vejamos.
Eis os fundamentos consignados na r.
decisão denegatória:
"PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Prescrição.
Alegação(ões):
- contrariedade à OJ 359 SDI-I/TST.
- violação dos arts. 5º, XXXV, e 7º, XXIX, da CF.
- violação dos arts. 16 da Lei 7.347/85; 202 e 203 do CC.
- divergência jurisprudencial.
Outras alegações: - contrariedade à Súmula 12 do TRT22.
A Turma pronunciou a prescrição total do direito de ação do
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reclamante, extinguindo o processo com resolução do mérito,


nos termos do art. 269, IV do CPC, e restando prejudicada a
apreciação dos demais itens do recurso da reclamada bem como
do recurso interposto pelo reclamante. [...] Examino. Trata-se de
matéria já examinada por este Colegiado, motivo pelo qual
adoto como razões de decidir os fundamentos lançados em
decisão da lavra do então Desembargador Hugo Carlos
Scheuermann, atualmente Ministro do TST, em cujo julgamento
participei, nos seguintes termos: ‘É incontroverso nos autos que
o reclamante teve o seu contrato de trabalho com a reclamada
reconhecido por força de decisão proferida nos autos de ação
civil pública ajuizada em 07-04-2000 pelo Ministério Público
do Trabalho, em vista do reconhecimento judicial de
irregularidade na intermediação de mão-de-obra havida através
da COOPERGUAIBA (ação civil pública n. 00417.221/000-2).
Incontroverso, ainda, que a relação de emprego ora analisada
vigeu de 01-09-1998 a 12-07-2000, bem como que a anotação
na CTPS foi feita no início de 2010, mediante notificação. A
sentença proferida naqueles autos e que determinou que a
reclamada registrasse como empregados todos os trabalhadores
que lhe prestaram serviços como operadores de empilhadeira e
operadores de ponte móvel na condição de associados da
Cooperguaíba, sob pena de multa diária, caso do reclamante,
foi proferida em 07-07-2004, tendo havido a interposição de
recurso ordinário pela reclamada, não conhecido por
inexistente. Interposto recurso de revista desta decisão, este não
foi admitido, tendo havido a interposição de agravo de
instrumento, ao qual não foi dado provimento. Assim, a decisão
transitou em julgado em setembro de 2009, conforme se
verificou em consulta ao sítio deste TRT na internet. A discussão
restringe-se à ocorrência ou não de interrupção da prescrição
em função da propositura da ação civil pública pelo Ministério
Público do Trabalho e ao marco inicial da prescrição, não
havendo divergência quanto ao fato de ter transcorrido o biênio
constitucional entre a extinção do contrato de trabalho (12-07-
2000) e a propositura da ação (15-03-2011). O prazo
prescricional para reclamar o pagamento de parcelas
decorrentes do contrato de trabalho conta-se da data da
extinção deste, devendo ser observado o limite de dois anos, por
força da incidência do inciso XXIX do art. 7º da Constituição
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Federal. Entendo, ao contrário do posicionamento esposado na


origem, que não se pode acolher a tese da inicial segundo a
qual o ajuizamento da ação civil pública pelo Ministério
Público do Trabalho teria interrompido a contagem do prazo
prescricional. Isto porque, embora se admita que o MPT age
também em defesa de direito material do reclamante, tal como
ocorre na substituição processual, não se tratam de ações com
os mesmos pedidos. Na ação coletiva buscava o MPT o
reconhecimento da intermediação ilegal de mão-de-obra feita
pela COOPERGUAIBA à CMPC (antiga Klabin Riocell) e dos
vínculos de emprego formados diretamente com a empresa
tomadora dos serviços, ora reclamada, postulando que as
empresas rés se abstivessem de realizar contratações em tais
condições, sob pena de multa, conforme o relatório da sentença
na fl. 26, o que restou acolhido em primeiro grau, conforme a
sentença das fls. 26-42. Em decorrência desta decisão, de cunho
meramente declaratório, no aspecto, transitada em julgado em
setembro de 2009, o contrato de trabalho do reclamante foi
registrado em sua CTPS no início de 2010. Já nesta ação busca
o reclamante a condenação da reclamada ao pagamento de
parcelas de natureza trabalhista decorrentes do reconhecimento
daquele vínculo. Aplica-se aqui a SJ n. 268 do C. TST, nos
seguintes termos: [...] Ainda que se reconheça que as
pretensões de natureza condenatória ora postuladas decorrem
da existência da relação de emprego reconhecida na outra
ação, estas não se equivalem para fins de interrupção da
contagem do prazo prescricional, na medida em que o titular
dos direitos poderia ter exercido o direito de ação desde logo.
Além disso, o direito de ação surge na data da lesão ao direito,
o que ocorreu efetivamente quando da cessação da prestação
dos serviços à reclamada. A decisão proferida nos autos da
ação civil pública, embora declare o direito ao vínculo, não fez
nascer o direito, apenas declarou a sua existência acarretando
consequências jurídicas, não fazendo renovar o prazo da
prescrição. Assim, como já dito, os direitos vindicados na inicial
surgiram quando da cessação da prestação de serviços,
persistindo, no caso, a regra da prescrição de que trata o art. 7º,
XXIX, da Constituição Federal, uma vez que não havia
qualquer impedimento ao ajuizamento da ação pelo
reclamante podendo ele, ainda, caso optasse em aguardar o
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trânsito em julgado da decisão em nível coletivo, ajuizar


protesto judicial a fim de interromper o curso do prazo
prescricional, o que não fez. Neste sentido, já decidiu esta
Turma julgadora conforme a seguinte decisão: [...] Observo
que, conquanto na espécie o contrato de trabalho tenha sido
extinto em 31/05/2004, tal realidade não resta modificada, na
medida em que é manifesto o decurso de tempo superior a dois
anos entre as datas de extinção do pacto laboral e do
ajuizamento desta ação. Assim, impõe-se a absolvição integral
da reclamada, restando prejudicada a apreciação de ambos os
recursos no remanescente. Responsabilidade pela custas
processuais, por reversão, atribuída ao reclamante, dispensado
do pagamento por ser beneficiário da gratuidade de justiça (fl.
464)." (Relator: João Pedro Silvestrin) - Grifei.
A decisão não contraria a Orientação Jurisprudencial indicada.
Tampouco constato violação aos dispositivos de lei e da
Constituição Federal invocados, circunstância que obsta a
admissão do recurso pelo critério previsto na alínea ‘c’ do art.
896 da CLT.
De outra parte, os modelos trasladados não colidem com os
fundamentos do julgado, uma vez que apresentam soluções
compatíveis com conjuntos fático e probatório diversos,
específicos das demandas das quais foram extraídos. Incide o
óbice contido na Súmula nº 296 do TST.
Por fim, é ineficaz a impulsionar recurso de revista alegação
estranha aos ditames do art. 896 da CLT.
CONCLUSÃO
Nego seguimento." (fls. 1.066/1.069 da
numeração eletrônica, grifos nossos)
Nas razões do agravo de instrumento, o
Reclamante, em síntese, pugna pelo afastamento da
prescrição total.
Reitera as alegações de ofensa ao
preceituado nos arts. 5º, XXXVI, e 7º, XXIX, da
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Constituição Federal, 202 e 203, do Código Civil de 2002 e


16 da Lei nº 7.347/1985, além de contrariedade à OJ nº 359
da SbDI-1 do TST e divergência jurisprudencial.
No caso, o reconhecimento do vínculo de
emprego entre a Reclamada e o Reclamante deu-se em razão
de decisão proferida em ação civil pública ajuizada
Ministério Público do Trabalho, que transitou em julgado
em setembro de 2009.
A rescisão do contrato, por sua vez, deu-se
em 31/5/2004 e o ajuizamento da presente reclamação
trabalhista em 22/3/2011.
O Reclamante alega que o ajuizamento da
ação civil pública pelo Ministério Publico do Trabalho
interrompeu a prescrição e que o reinício do prazo deu-se
somente após o transido em julgado da referida ação civil
pública.
Sucede, todavia, que o v. acórdão regional
encontra-se em plena consonância com a atual, iterativa e
notória jurisprudência do TST, no sentido de que não se
aplica a interrupção da prescrição a que alude a Súmula
268 do TST na hipótese em que o Ministério Público do
Trabalho ajuíza ação civil pública visando à declaração de
fraude em contratação irregular e ao respectivo
reconhecimento de vínculo com os substituídos.
Pretensão desse jaez, segundo a
jurisprudência assente desta col. Corte, não guarda
similitude com as parcelas trabalhistas individuais
decorrentes da relação empregatícia reconhecida em juiz.
Eis os precedentes que demonstram a
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jurisprudência firmada nesta Col. Corte a respeito do


objeto da insurgência do Reclamante, inclusive em
reclamações trabalhistas ajuizadas em face da mesma
Reclamada:
"RECURSO DE REVISTA DO RECLAMADO.
PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
AUSÊNCIA DE IDENTIDADE DE PEDIDOS COM A
AÇÃO INDIVIDUAL. NÃO CONHECIMENTO. Discute-se,
no caso, se o ajuizamento de ação civil pública pelo Ministério
Público do Trabalho buscando a declaração de fraude na
relação havida entre a ora reclamada e a cooperativa de
trabalho, com o consequente reconhecimento de vínculo de
emprego dos trabalhadores, dentre esses o reclamante,
interrompe a prescrição do direito do autor em postular as verbas
trabalhistas decorrentes da relação havida com a ora recorrida.
No entanto, o objeto da ação civil pública restringia-se à
declaração de fraude na contratação da cooperativa e o
reconhecimento de vínculo com a reclamada de forma direta.
Tal objeto não coincide com o da presente ação trabalhista,
em que se pleiteiam direitos trabalhistas decorrentes da
relação contratual, tais como férias, 13º salário, saldo de
salários, participação nos lucros, dentre outros. Não há, pois,
identidade de pedidos, como exigido pela Súmula nº 268 para a
interrupção da prescrição. Precedentes. Recurso de revista de
que se conhece e a que se dá provimento. [...]" (RR-310-
06.2011.5.04.0221, Relator Ministro:
Guilherme Augusto Caputo Bastos, 5ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 8/4/2016; grifos
nossos)
"RECURSO DE REVISTA. CMPC CELULOSE
RIOGRANDENSE LTDA. PRESCRIÇÃO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA ANTERIOR AJUIZADA PELO MINISTÉRIO
PÚBLICO DO TRABALHO NO CURSO DO CONTRATO
DE TRABALHO DO AUTOR. PEDIDO DE
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO
JULGADO PROCEDENTE EM VIRTUDE DE FRAUDE.
AÇÃO ATUAL PLEITEANDO PARCELAS
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CONDENATÓRIAS decorrentes. INEXISTÊNCIA DE


PREJUDICIALIDADE. MARCO INICIAL DA CONTAGEM
DO PRAZO PRESCRICIONAL. RESCISÃO CONTRATUAL.
I. Nos termos do art. 7º, XXIX, da Constituição Federal, a
contagem do prazo prescricional para o empregado pleitear em
juízo verbas trabalhistas tem início com a rescisão do pacto
laboral. II. Em conformidade com a Súmula 268 deste Tribunal,
a interrupção do prazo prescricional em razão de ação trabalhista
ajuizada anteriormente somente é possível se constatada a
identidade de pedidos. III. Não obstante, no caso em exame, o
pedido formulado na ação civil pública (declaração de fraude
e reconhecimento de vínculo empregatício entre os
cooperados e o tomador de serviços) é diverso do pedido
constante da petição inicial (verbas trabalhistas decorrentes
do vínculo empregatício), de modo que não há interrupção
do prazo prescricional. IV. Assim, não há falar em suspensão
ou interrupção do prazo prescricional, pois a ação civil pública e
a reclamação trabalhista não contêm pedidos idênticos. V.
Considerando que a ação civil pública proposta pelo Ministério
Público do Trabalho visando ao reconhecimento de vínculo
emprego entre cooperados e tomador de serviços não suspendeu
o prazo prescricional, pois não há identidade de pedidos
formulados na ação civil pública e na Reclamação Trabalhista, o
marco inicial para a contagem do prazo prescricional bienal é a
data da extinção do contrato de trabalho (término da prestação de
serviços dos cooperados). VII. Assim, decorridos quase onze
anos entre a data da dispensa do Autor e a do ajuizamento da
presente reclamação trabalhista, em 04/02/2011, operou-se a
prescrição total da pretensão relativa ao pagamento das verbas
decorrentes do vínculo empregatício, nos termos do art. 7º,
XXIX, da Constituição Federal. VIII. Recurso de revista de que
se conhece e a que se dá provimento." (RR-129-
05.2011.5.04.0221, Relatora Desembargadora
Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos,
Data de Julgamento: 25/11/2015, 4ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 27/11/2015; grifos
nossos)
"RECURSO DE REVISTA - PRESCRIÇÃO - ACTIO NATA -
RESCISÃO CONTRATUAL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA
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AJUIZADA APÓS A EXTINÇÃO DO CONTRATO DE


TRABALHO. Em regra, nos termos do art. 7º, XXIX, da
Constituição Federal, a contagem do prazo prescricional para o
empregado pleitear em juízo verbas trabalhistas tem início com a
rescisão do pacto laboral. A afirmação de que a actio nata da
pretensão trabalhista ocorreria apenas com o trânsito em
julgado da ação civil pública - em que se declarou a ilicitude da
terceirização e se conheceu o vínculo empregatício com o
tomador - significaria condicionar o exercício de um direito
subjetivo à propositura de ação coletiva, em afronta à
autonomia da vontade das partes. O mesmo fato (fraude
trabalhista e vínculo de emprego) poderia ser questionado tanto
pela perspectiva coletiva, quanto pela perspectiva individual,
sem que houvesse óbice quanto a essa última pela tramitação de
ação civil pública. Logo, na situação, o dies a quo do prazo
prescricional bienal é a data da rescisão contratual, estando
completamente prescrita a pretensão autoral. Recurso de revista
conhecido e provido." (RR-1230-14.2010.5.04.0221,
Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de
Mello Filho, 7ª Turma, DEJT 20/2/2015)
"[...] AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE
REVISTA. PRESCRIÇÃO. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS DECORRENTE DE DEMISSÃO
DISCRIMINATÓRIA. AÇÃO AJUIZADA APÓS DEZ ANOS
DO ATO LESIVO. NÃO-INTERRUPÇÃO DA
PRESCRIÇÃO PELO AJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL
PÚBLICA EM QUE FOI REQUERIDA A REINTEGRAÇÃO
DOS EMPREGADOS DEMITIDOS. O Regional destacou que o
ato apontado na petição inicial como discriminatório e violador
de direitos ocorreu em 31/05/1999, quando a reclamada
rescindiu o contrato de trabalho de 680 empregados, dentre eles
o do reclamante. Registrou que, como a ação somente foi
ajuizada em 22/09/2010, após o período de três anos previsto no
Código Civil de 2002 (artigos 206, § 3º, inciso V e 2.028),
encontrava-se prescrito o direito de ação. O reclamante defende
a tese de que o prazo prescricional previsto no artigo 7º, inciso
XXIX, da Constituição Federal conta-se da decisão definitiva
proferida na ação civil pública promovida pelo Ministério
Público do Trabalho, em que foi pleiteada a reintegração dos
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680 empregados demitidos pela reclamada. No entanto, como


não há prova de que na ação promovida pelo Ministério Público
houve pedido de indenização por dano moral decorrente da
citada dispensa, não se verifica a identidade de pedidos nas
duas ações, o que impede concluir que o ajuizamento da ação
civil pública interrompeu a prescrição para a propositura da
ação individual pelo reclamante. Esta Corte firmou o
entendimento de que a interrupção ocorre em relação aos
pedidos idênticos, consoante o disposto na Súmula nº 268 do
TST. Por outro lado, os julgados transcritos pelo reclamante não
possuem a especificidade exigida pela Súmula nº 296, item I, do
TST, pois não retratam hipótese fática idêntica à decidida no
acórdão regional. Agravo de instrumento a que se nega
provimento." (AIRR-1190-48.2010.5.09.0009,
Relator Ministro: José Roberto Freire
Pimenta, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT
26/3/2013; grifos nossos)
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA –
[...] 2. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM
JULGADO DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA. REINTEGRAÇÃO
DOS EMPREGADOS EM FACE DE DISPENSA
DISCRIMINATÓRIA. O ajuizamento de ação declaratória
quando já extinto o contrato de trabalho e com causa de pedir
remota diversa daquela constante da ação condenatória não
interrompe o curso do prazo prescricional. Agravo de
instrumento conhecido e desprovido." (AIRR-1359-
35.2010.5.09.0009, Relator Ministro Alberto
Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma,
DEJT 12/4/2013; grifos nossos)
"PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AÇÃO ANTERIORMENTE
AJUIZADA. PEDIDOS DISTINTOS. Nos termos da Súmula n.º
268 deste Tribunal Superior do Trabalho, a ação trabalhista
anteriormente ajuizada interrompe a prescrição somente em
relação a pedidos idênticos formulados ulteriormente. Este não
é o caso dos autos, em que o próprio Tribunal Regional
registrou que as pretensões defendidas pelo reclamante nas
duas ações são distintas. Precedentes desta Corte superior.
Recurso de revista conhecido e provido." (RR-115300-
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18.1998.5.04.0301, Relator Ministro Lelio


Bentes Corrêa, 1ª Turma, DEJT 4/9/2009;
grifos nossos)
Por conseguinte, à luz da atual, iterativa
e notória jurisprudência desta Col. Corte, inviável
divisar ofensa ao preceituado nos arts. 5º, XXXVI, e 7º,
XXIX, da Constituição Federal, 202 e 203 do Código Civil
de 2002 e 16 da Lei nº 7.347/1985, tampouco contrariedade
à OJ nº 359 da SbDI-1 do TST.
Emergem, em óbice ao processamento do
recurso de revista que se visa a destrancar e, por
consectário, ao provimento do presente agravo (princípio
da utilidade dos atos processuais), o entendimento
consolidado na Súmula nº 333 do TST e o disposto no art.
896, § 7º, da CLT.
À vista do exposto, nego provimento ao
agravo do Reclamante.
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Quarta Turma do
Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, negar
provimento ao agravo do Reclamante.
Brasília, 11 de maio de 2016.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


JOÃO ORESTE DALAZEN
Ministro Relator

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