Desde que se iniciou falar do aquecimento global, os problemas referentes ao meio
ambiente se tornaram pauta nos discursos dos grandes chefes políticos. Com decorrer das décadas, e tendo em vista os problemas ambientais, o significado da palavra sustentável foi passando por drásticas transformações, procurando se adaptar e apresentar o melhor sinônimo para o problema que se apresentava. Cabe aos debates serem mais frequentes e necessários, pois são a base de uma resposta e de um futuro prospero, uma vez que o meio ambiente e a condição de vida humana mostram-se fatores estritamente interligados. O tema aquecimento global entrou em pauta logo depois da Revolução Industrial. Foi um marco na história dos seres humanos, ao qual se destaca por ter aos poucos substituído o trabalho essencialmente manual dos operários pelas grandes máquinas mecânicas e os sistemas automatizados. Essa mudança resultou em drásticas transformações no planeta, foi a partir daí que riquezas minerais passaram a ser intensamente exploradas, nessa época que houve um crescente aumento da liberação de emissões de carbono na atmosfera, o que elevou a poluição do meio ambiente e por conseguinte piorou o aquecimento global, fator esse responsável pelas queimadas em matas, derretimento de geleiras e consequente elevação no nível dos mares e oceanos. “A relação humanidade/ambiente mudou radicalmente com a invenção das máquinas que multiplicaram a capacidade do homem de alterar o ambiente” (BIAGIO; ALMEIDA; BONILLA, 2007, p.76). Debater como controlar o aquecimento global e outras questões que implicam na preservação da vida no planeta, é discutir sobre as relações sociais e o poder nelas envolvido. Deve-se ter em mente os padrões globais, onde o consumismo impera, a desigualdade é evidente e dispara cada dia mais. Concentrar atenções naqueles que realmente precisam é um dos principais passos para uma busca de um planeta “mais verde”, uma vez que uma renda maior significa altos padrões de consumo ambiental limpo. Além do mais, o nível de educação tende a ser mais elevados, que por consequência, acaba resultando em um descarte limpo e certo de resíduos e dejetos. O aumento da renda acaba gerando uma população mais ativa e presente no mundo político, uma população consciente dos seus direitos e deveres e sã das consequências que a exploração desenfreada e uso não-renovável do planeta gera. Frente a esta realidade, muitas empresas vem buscando transformar suas formas de produção, buscando a preservação e conservação, evidenciando um novo momento de busca por alternativas mais renováveis que não agridam tanto a natureza, através de uma prática saudável entre as pessoas e o ambiente. Moldar-se, adequar-se, aos problemas naturais, e nós unirmos como seres humanos são as únicas soluções para que possamos em fim viver sem destruir a natureza e regozijar de todos os seus benefícios. DESENVOLVIMENTO Até a metade do século XVIII, a Inglaterra havia uma grande supremacia sobre os oceanos, uma vez que era possuidora de uma grande frota naval e concentrava seu mercado no artesanato e produtos manufatureiros, visto que dispunha de transporte, matéria-prima, segurança e mão de obra qualificada e barata para o serviço. Vencer a monarquia, na Revolução Inglesa, facilitou para que a burguesia rica da Inglaterra conquistasse os mercados mundiais e transformasse a estrutura agrária, difundindo suas tecnologias. Possuir a maior zona de livre comercio da Europa, ser dona de uma grande reserva de carvão mineral, principal fonte de energia para as máquinas a vapor, possuir a principal matéria-prima, o minério de ferro e possuir sua localização junto ao mar, que facilitava o mercado ultramarino, foram alguns dos fatores que corroboraram para a Revolução Industrial, fato esse que deu uma guinada na história da humanidade, seja positivamente e negativamente. Desde os primórdios da humanidade, a produção de bens e alimentos sempre foi manual. O trabalhador sempre participou de todas as fases da atividade produtiva, desde a obtenção da matéria prima, até a comercialização do produto final, obedecendo o que a natureza lhe oferecia. Produtos manufatureiros eram produzidos em um longo tempo e em pouca escala, uma vez que o trabalho em etapas era todo manual e dividido. Mas os donos do mercado necessitavam de mais, ocorria então um processo de evolução tecnológica, econômica e social. A primeira dessas transformações foi a criação de máquinas hidráulicas que produziam muito mais que o trabalho manual, sendo máquinas de fiação e tecelagem. Homens, mulheres e até mesmo crianças trabalhavam nas novas fábricas. A oferta de emprego, a oportunidade de melhor vida deram uma guinada no êxodo rural, milhares de pessoas saíam do campo para a cidade, resultando no crescimento das periferias, no superpopulamento das cidades, que acabou por criar problema de urbanização: abastecimento de água, canalização de esgotos, criação e fornecimento de mercadorias, modernização de estradas, fornecimento de iluminação, fundação de escolas, construções de habitações, etc. O primeiro ponto de transformação trazido pela Revolução Industrial, tendo em vistas os reflexos no meio ambiente, foi a relação entre o homem e a natureza. O progresso trazido pelas máquinas fez surgir um novo conceito de progresso, no qual a aceleração é valorizada, bem como a capacidade humana de sobrepujar aos ambientes naturais. Podemos encontrar também neste momento as raízes do consumismo que, hoje, é um dos principais obstáculos para a preservação do planeta, sobretudo nos países ricos. As industrias são ainda uma das grandes vilãs do meio ambiente, por impactar, ainda mais direto, soltando toneladas de CO2 na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global, acarretando em uma série de alterações no planeta, das quais são: mudança na fauna e flora; derretimento de grandes massas de gelo das regiões polares; aumento de desastres naturais; desertificações de áreas naturais, etc. Os resultados tanto do desenvolvimento econômico desenfreado quanto da ascensão do consumo já estão visíveis em centenas de estudos realizados ao redor do planeta: a degradação do meio ambiente é crescente e acelerada, com consequências já visíveis e previsões de cenários ambientalmente catastróficos futuramente, caso nenhuma mudança drástica aconteça. Cabe ao ser humano encontrar um equilíbrio com a natureza e a ascensão desenfreada, ser ético e moral perante a natureza e a sociedade. O grande desafio da humanidade é o desenvolvimento sustentável. Sustentabilidade pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das futuras gerações. Lado-a-lado com os problemas ambientais há os problemas sociais, de má distribuição de renda, das imperfeições dos mercados, da desigualdade. Para especialistas a pobreza corrente e a destruição ambiental, bloqueiam o progresso econômico e social, deve-se pensar uma estratégia de acordo com esses problemas. De acordo com o Fundo Nacional da Natureza, o ser humano consome cerca de 20% de recursos naturais a mais do que o planeta Terra é capaz de regenerar. Evidencia-se assim que a humanidade chegou em um ponto em que a falta de conscientização de consumo é literalmente insustentável. Em frente a isso, é imprescindível a adoção de medidas cotidianas que tornem o consumo humano mais sustentável, contribuindo para um mundo com menos desperdício e impacto ao meio ambiente. Além da decisão do que consumir, deve-se ter a consciência do quanto consumir e como descartar. É possível fazer isso com pequenas mudanças de hábitos, como, por exemplo, evitando a compra demasiada de produtos, pois com isso diminui-se a quantidade de embalagens a serem descartadas, assim como o desperdício de comida. O processo de ser um consumidor consciente deve englobar todos os níveis que um produto passa, desde de sua produção, até seu descarte. Produtos ambientalmente sustentáveis, por exemplo, possuem um selo em suas embalagens, e com a devida atenção, é possível escolher melhor o que consumir. Apenas com essa mudança no comportamento cotidiano, a população pode apoiar empresas que se preocupam com seus impactos socioambientais e influenciar outras a seguirem o mesmo exemplo. A pobreza constante presente nos dias atuais, além de outros fatores, pode derivar de problemas ambientais como a poluição do ar, desmatamento e o aquecimento global, entre vários outros. Dessa maneira, a melhoria das condições do meio ambiente pode resultar num progresso das condições econômicas e sociais, pois a reciclagem do lixo, a conservação da água e da energia são exemplos de como criar empregos e melhorar tanto a qualidade de vida da população como a qualidade do meio ambiente. Segundo o autor LEONARD, H. Jeffrey (1992), a pobreza constante e a destruição ambiental, bloqueiam o crescimento econômico e social. Para o mesmo autor, a pobreza que persiste na periferia urbana e no interior de numerosos países de renda média, a pobreza mais grave e a fome nos países de renda mais baixa impõe e limita seriamente o crescimento econômico global. O autor destaca que, agrupados, os problemas da pobreza, as mazelas deixadas devido a destruição de recursos florestais, do solo e da água em todo o mundo demonstram o desperdício extremo de produtividade econômica e a redução do potencial produtivo desses recursos no futuro. É extremamente necessário que o ser humano reavalie seu comportamento e modos de consumo perante o meio ambiente para o bem do planeta e de seus descendentes. Desse modo, é importante que sejam tomadas medidas que tornem isso uma realidade, sejam leis de consumo, ou conscientização. Crianças devem ser ensinadas sobre a importância de controlar o impacto de seu consumo ao meio ambiente. É importante também, que por parte do governo, aconteça esse incentivo nas escolas, assim como o incentivo para que a maior quantidade de empresas sejam engajadas nesta causa socioambiental e diminuam seus impactos ao meio ambiente. As discussões sobre consumo sustentável tem por característica serem importantes debates conceituais e grandes dificuldades que materializem algo que vise à promoção de padrões de desenvolvimento “politicamente corretos”. A inovação tecnológica tem trazido novas formas de tornar-se sustentável, e como exemplo há a bicicleta que gera energia, a qual poderia ser utilizada em academias, diminuindo os gastos das mesmas e tornando-se ecológicas. O mundo precisa reeducar as novas e futuras gerações, criando novos hábitos, tanto saudáveis como ecológicos, como trocar o elevador pelas escadas, diminuir a quantidade de lixo – usar os 3 R’s: reduzir, reutilizar e reciclar– valores de grande importância, ensiná-los a pensar se o produto será útil antes de comprar, e se ainda assim acontecer de deixar seu objeto novo jogado doe ou troque-o, trocar alguns minutinhos em frente à televisão pela leitura de um livro, e acima de tudo, incentivar a preservação da natureza. Algumas dicas práticas para se realizar durante o dia, procurando ser o máximo sustentável, são: Gaste menos água: Pequenas atitudes contam muito, como evitar o desperdício de água. Não demorar no banho, escovar os dentes com a torneira fechada, lavar a louça sem deixar a torneira aberta, não lavar as calçadas com a mangueira, são ações que contribuem para o meio ambiente. Faça compras sustentáveis: Para fazer compras, leve a sua sacola retornável. Elas duram muito tempo e algumas são muito fofas também. Não desperdice alimentos: Evitar o desperdício dos alimentos também é importante. Sempre vá ao supermercado com uma lista de compras, assim você não compra o que não tem necessidade. Quando o alimento estiver próximo a vencer, se puder, congele- o. Também tente usar todo o alimento, como a casca, por exemplo. Utilize o resto das frutas e verduras como adubo em sua horta. Recicle o seu lixo: Vidro, papel, metal e plástico podem ser reciclados. Separe o seu lixo e ajude o meio ambiente. Apague as luzes: Quando não estiver em um cômodo da casa, desligue as lâmpadas e até mesmo os eletrodomésticos. Também opte por comprar eletrodomésticos da categoria A, que possuem baixo consumo de energia. Economize energia: Ao utilizar o ar condicionado, verifique se todas as portas e janelas estão fechadas. Quanto menos o ar fugir, menos o compressor vai trabalhar, evitando o gasto exagerado de energia. Deixe-o sempre no modo automático que regula a temperatura de acordo com o ambiente. Reduza as impressões: Tente não imprimir papéis, mas caso seja necessário, utilize folhas recicladas e frente e verso. A tecnologia é uma ótima opção nestes casos. Pode- se utilizar os celulares, tablets e notebooks para a leitura. Menos copos: Tenha sempre canecas ou copos pessoais consigo, assim, evita-se utilizar os copos descartáveis. Plante seus alimentos: Uma hortinha em casa é tudo de bom. Temperos e hortaliças podem ser facilmente plantados em casa e fornecem saúde para o corpo e para o meio ambiente. Menos carros: Que tal trocar o carro pela bike? Ou ir a pé a curtas distâncias. O meio ambiente e sua saúde agradecem. CONCLUSÃO A sustentabilidade empresarial é um conceito que engloba um conjunto de ações que visam preservar o meio ambiente e incentivar o desenvolvimento sustentável de uma organização. Trata-se de uma estratégia que, além de colaborar para a redução dos impactos ambientais de uma empresa, transforma positivamente a imagem de uma marca perante a sociedade e o mercado. Colocar em prática um projeto de ações sustentáveis não é tão difícil quanto parece. São as pequenas ações do dia a dia e na mudança de atitudes que residem os maiores benefícios, seja ele social, ambiental ou financeiro. O primeiro passo é identificar quais são as medidas a serem adotadas. Para isso, é preciso saber quais são os impactos ambientais causados por sua empresa, encontrando maneiras de minimizá-las REFERÊNCIAS FRANZONI, Michelle. 10 Atitudes sustentáveis para um mundo melhor. 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