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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Proposta de Superfície de Estado para Representar o


Comportamento Hidro-mecânico de Solos não Saturados sob
Pequenas Deformações.
Márcia Maria dos Anjos Mascarenha
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, marciamascarenha@gmail.com

Manoel Porfírio Cordão Neto


Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, mporfirio76@gmail.com

Enrique Romero
Universidade Politécnica da Catalunha, Barcelona, Espanha, enrique.romero-morales@upc.edu

RESUMO: O foco de interesse nos estudos de solos não saturados sempre foram as grandes
deformações. No entanto, tem sido verificado que a sucção exerce influência durante o
desenvolvimento de pequenas deformações. Portanto, neste artigo, é investigado o comportamento
hidro-mecânico de solos não saturados, sob pequenas deformações. Para isso foram realizados
ensaios de coluna ressonante, em amostras a distintos teores de umidade, em amostras de argila-
siltosa, porosa e colapsível, sobre o qual está assente o Canal Algerri-Balaguer, localizado na
Catalunha. As curvas características deste material foram obtidas por meio de ensaios do Dewpoint
PotentialMeter (WP4) e do edômetro com sucção controlada Os ensaios de coluna ressonante são
analisados por meio da superfície de estado proposta por Mancuso et al. (2002), os quais não
apresentam valores adequados, pois nessa superfície os módulos de rigidez máximos tendem à
estabilização a altos valores de sucção. Por outro lado, Mascarenha et al. (2008) propôs uma
superfice de estado que representou satisfatoriamente os resultados experimentais deste solo, com o
aumento de Gmáx com o estado de tensão, mas que apresenta a equação final complexa. Dessa
forma, neste artigo é proposta uma nova superfície de estado, como alternativa ás superfícies
propostas por Mancuso et al. (2002) e Mascarenha et al. (2008), sendo esta superfície utilizada
tanto para os ensaios realizados nesse solo, como para outros ensaios registrados na literatura. A
equação proposta neste artigo representa satisfatoriamente a variação do módulo de rigidez máximo
do solo com o estado de tensões (tensão média e sucção) para os solos analisados.

PALAVRAS-CHAVE: Pequenas Deformações, Solos Não Saturados, Superfície de Estado,


Comportamento Hidro-Mecânico.

outro lado, o foco de interesse nos estudos de


1 INTRODUÇÃO solos não saturados sempre foi o
comportamento sob grandes deformações.
Nos últimos anos tem sido notada a importância Portanto, nos modelos constitutivos para
do comportamento do solo sob pequenas solos não saturados, os valores do módulo de
deformações em alguns problemas geotécnicos rigidez do solo são considerados constantes ou
como, por exemplo, em túneis e escavações. apenas função da variação de tensões. Dessa
Dessa forma, o interesse na compreensão desse forma, são necessárias mais pesquisas
comportamento aumentou e algumas pesquisas relacionadas à influência da sucção e do grau de
têm sido realizadas nesse sentido, entre elas os saturação no módulo de rigidez dos solos sob
trabalhos de Jardine et al. (1986), Viggiani e pequenas deformações. Este artigo é
Atkinson (1995), Puzrin e Burland (1998) e desenvolvido nesse sentido.
Clayton e Heymann (2001). Algumas pesquisas relacionadas á influência
As pesquisas mencionadas acima estão do estado de tensão do solo (tensão média e
restritas ao âmbito dos solos saturados e, por sucção) na variação do módulo de rigidez foram

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executadas, dentre elas podemos citar os saturação de 14, 17, 30, 60 e 89%,
trabalhos de Cabarkapa et al. (1999), Pintado respectivamente.
(2002), Marinho et al. (1995). Mancuso et al.
(2002), Mascarenha et al. (2008), dentre outros. Tabela 1. Caracterização Geotécnica do Solo
Mancuso et al. (2002) propuseram uma wL wP IP e γd γs wnat
superfície de estado relacionando módulo de (%) (%) (%) (kN/m3) (kN/m3) (%)
22 15 7 0,71 15,5 26,5 4
rigidez máximo do solo (Gmáx), sucção (ua-uw) e
% que passa Classificação SUCS
tensão (p). Nessa superfície, os valores de # 4 #40 #200 2µm CL-ML (argila siltosa de
rigidez do solo aumentam com a sucção até um 100 100 82 16 baixa compressibilidade)
valor limite, a partir do qual se observa uma
tendência à estabilização do Gmáx. Este As amostras foram consolidadas a tensões de
comportamento não foi verificado para o solo confinamento de 100, 200, 300, 400, 500, 600
estudado. e 700 kPa, sendo que nesta última tensão os
Portanto, neste trabalho, é proposta uma ensaios prosseguiram até atingirem o máximo
nova superfície de estado, relacionando o nível de deformação permitido pelo
módulo de rigidez do solo ao estado de tensão, equipamento. A descrição do equipamento e o
de forma a reproduzir adequadamente os dados processo de montagem do ensaio é descrito
experimentais, sem apresentar tendência à detalhadamente em Mascarenha et al. (2008).
estabilização do Gmáx a altos valores de sucção. Na Tabela 2 constam os valores do teor de
A eficiência da superfície proposta é analisada umidade, do índice de vazios e do grau de
utilizando os dados dos ensaios realizados nesse saturação das amostras de solo, tanto no início
solo e os dados de outros ensaios registrados na do ensaio quanto ao final.
literatura.
Tabela 2. Dados hidráulicos das amostras antes e depois
dos ensaios de coluna ressonante (Mascarenha, 2008).
2 METODOLOGIA DE ENSAIOS win wf Srin Srf
Ensaio e0 ef
(%) (%) (%) (%)
01 3,72 3,42 0,71 0,67 13,90 13,53
2.1 Descrição do Solo Utilizado 02 4,76 4,30 0,73 0,68 17,22 16,76
03 8,32 7,91 0,72 0,61 30,44 34,37
O solo escolhido para a pesquisa foi uma argila 04 16,21 13,34 0,72 0,55 59,87 64,26
siltosa de alta porosidade e de comportamento 05 24,55 14,01 0,73 0,42 89,12 88,40
colapsível da cidade de Nogueira, a 156 km de
Barcelona, Espanha, no qual foi construído o Vale ressaltar que não foram registradas
canal Algerri-Balaguer. essas medidas no decorrer do ensaio, uma vez
Os resultados dos ensaios de caracterização que o equipamento não permite a medição da
geotécnica estão resumidos na Tabela 1, onde variação da umidade e da deformação
se indicam os limites de consistência (limite de volumétrica.
liquidez wL, limite de plasticidade wp e o índice Os dados experimentais para a determinação
de plasticidade IP), o peso específico seco (γd), das curvas características do solo estudado
o peso específico dos sólidos (γs), o índice de foram obtidos utilizando o Dewpoint
vazios (e), a umidade natural do solo e a PotentiaMeter (WP4), para valores de sucção
classificação segundo o Sistema unificado de maiores que 1 MPa, e o oedômetro com sucção
classificação dos solos (SUCS). controlada, para valores menores que 1 MPa. A
curva característica foi utilizada para a obtenção
2.2 Procedimento de Ensaio dos valores de sucção nas amostras nas quais
foram realizados ensaios de coluna ressonante,
Para este trabalho foram realizados ensaios de uma vez que o equipamento não possui controle
coluna ressonante em amostras não deformadas, de sucção.
a teores de umidade de 4, 5, 8, 16 e 24%, sendo A descrição dos equipamentos e o processo
o primeiro valor a umidade natural do solo. de execução dos ensaio nos equipamentos WP4
Esses teores de umidade equivalem a graus de e oedômetro com sucção controlada são

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descritos detalhadamente em Mascarenha onde (ua-uw)* é o valor de sucção na transição


(2008). entre as zonas 1 e 2, βG é o parâmetro que
controla a razão do incremento da rigidez do
2.3 Proposta da Superfície de Estado solo com o incremento da sucção e rG é a razão
entre o módulo de rigidez para o valor de
Mancuso et al. (2002) propuseram um modelo sucção (ua-uw)* e o máximo valor que o módulo
para representar a variação do módulo de de rigidez atinge a uma dada sucção.
rigidez máximo do solo com a sucção e a tensão Esse modelo foi utilizado para representar os
de confinamento. Nesse modelo, o dados experimentais desse solo e os resultados
comportamento sucção versus módulo de são apresentados no item 3. No entanto, devido
rigidez máximo do solo é dividido em três os resultados de laboratório não apresentar
zonas. tendência à estabilização dos valores de Gmáx, a
A primeira zona inicia em condições partir de um determinado valor de sucção,
saturadas e é restrita a pequenos valores de conforme definida pelo modelo, é proposta uma
sucção, com o efeito de água livre dominando o nova superfície de estado relacionando a
comportamento do solo. Nesta zona, a variação variação do módulo de rigidez do solo com o
de sucção é praticamente equivalente à estado de tensão.
mudança de tensão efetiva. O módulo de rigidez Os ajustes gráficos executados para a
inicial, até ao valor de entrada de ar, é obtenção desta superfície de estado seguem os
determinado pela Equação 1, considerando que procedimentos apresentado em Mascarenha et
pr é igual à pressão atmosférica, a é o índice de al. (2008), com algumas modificações nas
rigidez, χ representa a rigidez do material sobre equações, de forma a melhor ajustar todos os
a pressão de referência e ζ é a sensibilidade da dados experimentais analisados e fornecer uma
rigidez à história do estado de tensão. equação final mais simplificada. Dessa forma, a
. superfície obtida é distinta da anterior, o que
G máx ⎡ p + (u a − u w ) ⎤
χ será discutido no item 3.
ξ
= a⎢ ⎥ OCR (1) Por fim, a superfície proposta neste artigo
pr ⎣ pr ⎦ será testada em outros ensaios realizados em
distintos tipos de solos descritos na literatura.
Na segunda zona, para valores
intermediários de sucção, ocorre um
progressivo deslocamento do comportamento 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
do solo regulado pela água livre para o
comportamento regulado pelos meniscos. A As curvas de retenção do solo, em trajetória de
curva Gmáx versus (ua-uw) nesta zona é a ligação umedecimento, e em relação ao teor de umidade
entre a zona 1 e a zona 3, tendendo a última a e grau de saturação, são mostradas na Figura 1.
maiores valores de sucção. Estas curvas foram obtidas a partir dos dados
Na zona 3, para altos valores de sucção, os experimentais (ensaios de WP4 e oedômetro
meniscos de água têm influência dominante nos com sucção controlada), utilizando-se a
efeitos de mudança de sucção. Nesta região, a equação proposta por Romero e Vaunat (2000).
rigidez incrementa com a sucção até um Para observar a variação do módulo de
determinado valor. Por simplificação, as zonas rigidez máximo do solo, Gmáx, com a sucção,
2 e 3 foram descritas pela Equação 2, utilizaram-se as curvas características da Figura
semelhante à proposta por Alonso et al.(1990) 1 e os valores de umidade e saturação
para valores de λ(s). apresentados na Tabela 2. A Tabela 3 apresenta
os valores de sucção inicial e final de cada
− β G [(u a −u w )− (u a −u w )*]w
⎧ ⎫ amostra, utilizando as curvas características em
G máx = (G máx )s ⎨[1 − rG ]e + rG ⎬ relação á umidade e ao grau de saturação.
⎩ ⎭
(2)

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no decorrer do ensaio, pois quando os teores de


umidade eram baixos, havia pouca variação em
seus valores e, quando ocorreu grande variação
nos teores de umidades, esses valores estavam
no tramo da curva característica que não
sofriam grandes alterações com a umidade.
Na Figura 2 consta a variação de Gmáx com a
sucção inicial do solo, a diversas tensões de
confinamento. Verifica-se que Gmáx aumenta
com o estado de tensão e não há tendência à
estabilização dos valores de Gmáx até os níveis
de sucção atingidos nesses ensaios.
a)

b)
a)
Figura 1. Curvas de retenção do solo: a) em termo de teor
de umidade; b) em termo de grau de saturação
(modificado de Mascarenha, 2008).

Tabela 3. Valores de sucção das amostras no início e no


final dos ensaios obtidos da curva característica em
relação ao grau de saturação.
W (%) Sr (%)
(ua – uw)in
Ensaio (ua – uw)f (ua – uw)f
(kPa)
(kPa) (kPa)
01 1750 2300 1900
02 865 1100 950
03 132 146 104
04 15 26 12
05 4 22 4

Como não ocorre uma grande variação do


grau de saturação do solo no decorrer da etapa
de consolidação (Tabela 2), uma vez que a b)
redução dos índices de vazios é compensada
pela expulsão da água desses vazios, os valores Figura 2. Relação entre Gmáx e sucção inicial do solo, a
diferentes valores de tensão de confinamento: a) valores
de sucção não variam muito no decorrer do de sucção inicial do solo obtido utilizando o grau de
ensaio. saturação; b) valores de sucção inicial do solo obtido
Os valores de sucção obtidos a partir de utilizando o teor de umidade (Mascarenha, 2008).
valores de teor de umidade não variaram muito

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Conforme verificado na Figura 2, a variação a tensão média do solo, p, pode ser obtida a
de Gmáx com a sucção inicial do solo, a diversos partir da Equação 3.
valores de tensões de confinamento, apresenta o
mesmo comportamento, independente se os G máx = A * p + B (3)
valores de sucção inicial foram obtidos
utilizando os valores do grau de saturação ou os onde A é um parâmetro do solo que define o
valores do teor de umidade. Portanto, para a incremento na rigidez do solo com a tensão
proposta da superfície de estado, serão média.
utilizados os valores de sucção obtidos a partir
dos valores de grau de saturação, uma vez que
estes valores permaneceram praticamente
constantes durante a execução de todo o ensaio.
O modelo proposto por Mancuso et al.
(2002) foi utilizado para representar os dados
experimentais desse solo, utilizando o grupo de
parâmetros mostrados na Tabela 4.

Tabela 4. Parâmetros do modelo de Mancuso et al., 2002


(Mascarenha, 2008).
pr σ3pre βG r (ua-uw)*
A χ ζ
(kPa) kPa kPa-1 G (kPa)
100 500 1,5 0,69 70 0,001 1,9 100

Os resultados do modelo e os dados


experimentais para as tensões de confinamento
de 100 e 700 kPa são mostrados na Figura 3,
sendo que os dados experimentais são plotados
em relação aos valores de sucção iniciais, os
quais constam na Tabela 3. Os resultados das
demais tensões de confinamento seguem o
mesmo padrão.
De acordo ao esperado, o modelo utilizado
representa de maneira satisfatória os dados
experimentais, embora a tendência à
estabilização dos valores de Gmáx, a partir de um Figura 3. Relação entre Gmáx e ua – uw : dados
determinado valor de sucção definida pelo experimentais e modelo (Mascarenha, 2008).
modelo, não seja verificada nos resultados de
laboratório.
Portanto, é apresentada uma nova superfície Na superfície apresentada em Mascarenha et
de estado relacionando a variação do módulo de al. (2008), esta relação não era linear, e sim
rigidez do solo com o estado de tensão, logarítmica, tornando a equação final mais
seguindo os ajustes gráficos apresentados a complexa e com a necessidade de um parâmetro
seguir. a mais.
A Figura 4 apresenta a relação entre as Na Erro! Fonte de referência não
tensões médias e os valores de módulo de encontrada. 5 consta a variação dos valores de
rigidez máximo do solo (Gmáx) para cada valor B com a sucção, onde se verifica que eles
de sucção inicial do corpo-de-prova. Verifica-se podem ser representados por uma relação
que a inclinação das retas da Figura 4 potencial. Dessa forma, a relação entre os
permanece praticamente constante, sendo que a valores de Gmáx, p e (ua – uw) pode ser
sucção influencia apenas o intercepto da reta determinada pela Equação 4.
com a abscissa. Portanto, a relação entre Gmáx e
G máx = A * p + b * (u a − u w ) c (4)

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onde b e c são parâmetros do solo relacionados


ao incremento da rigidez do solo com a sucção
e são ajustados experimentalmente.
500

400

Gmáx (MPa)
300

200

700
100 600
500

0 400

p
1600 300
1400
1200
1000 200
800
600
ua - u 400 100
200
win (kPa)

Figura 6. Variação de Gmáx com o estado de tensão do


solo (Mascarenha, 2008).

Figura 4. Relação entre Gmáx e tensão média a diferentes Como os ensaios foram realizados somente
valores de sucção (Mascarenha, 2008). em amostras confinadas, nada se pode afirmar
da variação do Gmáx em condições de não
confinamento. Dessa forma, o uso da Equação 4
para a obtenção de valores de Gmáx a diversos
níveis de sucção e tensão é restrito a amostras
submetidas a uma tensão de confinamento.
Os dados experimentais de Cabarkapa et al.
(1999) para valores de sucção de 50, 100 e 200
kPa foram representados utilizando a Equação
4. A partir da mesma equação foram
representados os dados experimentais de
Mancuso et al. (2002) e os dados de Pintado
(2002). Os dados experimentais desses solos e
suas representações pela Equação 4 são
Figura 5. Relação entre valores de B e (ua – uw)
(Mascarenha, 2008).. apresentados na Figura 7. Os parâmetros do
modelo e o fator de correlação R2 são
Os dados de Gmáx, p e (ua – uw) obtidos em apresentados na Tabela 6.
laboratório foram ajustados à Equação 4, sendo
os parâmetros utilizados mostrados na Tabela 5 Tabela 6. Parâmetros da
e a superfície obtida representada na Figura 6.
A superfície representa a tendência verificada A b c R2
nos resultados dos ensaios, em que os valores Cabarkapa et al.
0,11 0,12 1,20 0,85
(1999)
de Gmáx aumentam com o acréscimo da sucção e
Mancuso et al.
da tensão média. 0,77 18,00 0,36 0,91
(2002)
Pintado (2002) 0,25 3,31 0,37 0,90
Tabela 5. Parâmetros da Equação 4 para valores de
G máx = A * p + b * (u a − u w ) ( para
c
sucção inicial.
A b c Cabarkapa et al. (1999), Mancuso et al. (2002) e Pintado
0,28 1,48 0,69 (2002).

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A equação proposta neste trabalho Figura 7. Variação de Gmáx com o estado de tensão para
apresentou valores de R2 satisfatórios, acima de os solos ensaiados por Cabarkapa et al. ,1999; Mancuso
et al., 2002 e Pintado, 2002 (Mascarenha, 2008).
0,90, para o silte arenoso de Mancuso et al.
(2002) e a argila expansiva de Pintado (2002).
Mancuso et al. (2002)
Por outro lado, os dados de Cabarkapa et al.
(1999) não foram bem representados, com valor
de R2 de 0,85, principalmente porque este solo
apresenta uma relação não linear entre Gmáx e p,
500
o que não condiz com o previsto pela Equação
400 4.
No entanto, apesar do bom desempenho
Gmáx (MPa)

desta equação na previsão da variação do


300

200 módulo de rigidez máximo do solo com o


100
400
350
estado de tensão para o solo utilizado nesta
300
pesquisa e para o silte arenoso de Mancuso et
)
Pa

250
al. (2002) e a argila expansiva de Pintado
0
(k

400 200
p

300

ua -u
200
100 100
150
(2002), são necessários dados de ensaio de
w (kPa) 0
coluna ressonante para diversos tipos de solo,
Pintado, 1993 com os valores de grau de saturação do solo
distribuídos adequadamente ao longo da curva
característica.

300

250
4 CONCLUSÕES
200
Gmáx (MPa)

150
O módulo de rigidez máxima do solo cresce
100
com o aumento da tensão média e da sucção,
50 400
sendo que não foi verificado um valor de
0
350
300
sucção máximo a partir do qual os valores de
Gmáx tendessem à estabilização.
)

250
Pa

200
(k

30000
25000 150
O modelo proposto por Mancuso et al.
P

20000
15000 100

(2002) representa de maneira satisfatória os


10000
ua - u 5000 50
w (kPa) 0

dados experimentais, embora a tendência à


estabilização dos valores de Gmáx, a partir de um
Cabarkapa et al. (1999)
determinado valor de sucção definida pelo
modelo, não seja verificada nos resultados de
laboratório.
140
A superfície de estado proposta por
120 Mascarenha et al. (2008) representou
100 satisfatoriamente os resultados experimentais
a)
G máx (MP

80
deste solo, com o aumento de Gmáx com o
60
estado de tensão, mas a equação final é
40
20 600
complexa e composta de quatro parâmetros.
0
500
400
A equação proposta neste trabalho
representou satisfatoriamente a variação do
)
Pa

200 300
(k

150 200
módulo de rigidez máximo do solo com o
p

ua - 100 100
u w (k P
a) 50 estado de tensões (tensão média e sucção), tanto
para o solo utilizado nesta pesquisa, como para
o silte arenoso de Mancuso et al. (2002) e a
argila expansiva de Pintado (2002). No entanto,

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são necessários novos dados de laboratório para


confirmar ou melhorar essa equação.

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