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1. Como ter certeza de que um aluno com deficiência está apto a frequentar a escola?
Aos olhos da lei, essa questão não existe - todos têm esse direito. Só em alguns casos é
necessária uma autorização dos profissionais de saúde que atendem essa criança. É dever do
estado oferecer ainda uma pessoa para ajudar a cuidar desse aluno e todos os equipamentos
específicos necessários. "Cabe ao gestor oferecer as condições adequadas conforme a
realidade de sua escola", explica Daniela Alonso, psicopedagoga especializada em inclusão
e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.
10. A nota da escola nas avaliações externas cai quando ela tem estudantes com
deficiência?
Em princípio, não. Porém há certa polêmica em relação aos casos de deficiência intelectual.
O MEC afirma que não há impacto significativo na nota. Já os especialistas dizem o
contrário. Professores costumam reclamar disso quando o desempenho da escola tem
impacto em bônus ou aumento salarial. "O ideal seria ter provas adaptadas dentro da escola
ou, ao menos, uma monitoria para que os alunos pudessem realizá-las. Tudo isso, é claro,
com a devida regulamentação governamental", defende Daniela Alonso. Enquanto isso não
acontece, cabe aos gestores debater essas questões com a equipe e levá-las à Secretaria de
Educação.
Cada um com uma avaliação
DIREITO RESPEITADO Ana Caroline estuda com colegas da sua idade e faz as mesmas
atividades que eles. Foto: Eduardo Marques
Os alunos com deficiência da EM Valentim João da Rocha, em Joinville, fazem todas as
atividades propostas ao restante da turma - com as devidas adaptações - e são avaliados de
acordo com as próprias possibilidades. "Alguns não se alfabetizam, mas avançam na
oralidade e são avaliados nesse quesito", conta a diretora, Luci Leila da Cunha Nunes. Além
disso, todos são matriculados com colegas de idades próximas, como Ana Caroline de
Jesus, de 8 anos, que tem deficiência física. Os professores que ainda têm dúvidas sobre as
práticas pedagógicas que devem usar ganharam uma aliada: a professora da sala de
recursos, Geisa do Nascimento, responsável pelo Atendimento Educacional Especializado
(AAE). Em encontros semanais, Geisa e os colegas conversam sobre os recursos que podem
ser providenciados. O resultado do esforço coletivo é compensador. "Nosso melhor
estudante tinha baixa visão, classificava-se muito bem na Olimpíada Brasileira de
Matemática e hoje está no Ensino Médio", diz Luci.
Gestão de equipe
18. Os pais precisam ser avisados que há um aluno com deficiência na mesma turma
de seu filho?
Não necessariamente. O importante é contar às famílias, no ato da matrícula, que o PPP da
escola contempla a diversidade. A exceção são os alunos com quadro mais severo - nesses
casos, a inclusão dá mais resultado se as famílias são informadas em encontros com
professores e gestores. "Isso porque as crianças passam a levar informações para casa, como
a de que o colega usa fralda ou baba. E, em vez de se alarmar, os pais poderão dialogar", diz
Daniela Alonso.
19. Como lidar com a resistência dos pais de alunos sem deficiência?
O argumento mais forte é o da lei, que prevê a matrícula de alunos com deficiência em
escolas regulares. Outro caminho é apresentar a nova concepção educacional que
fundamenta e explica a inclusão como um processo de mão dupla, em que todos, com
deficiência ou não, aprendem pela interação e diversidade.
20. Uma criança com deficiência mora na vizinhança, mas não vai à escola. O que
fazer?
Alertar a família de que a matrícula é obrigatória. Ainda há preconceito, vergonha e
insegurança por parte dos pais. Quebrar resistências exige mostrar os benefícios que a
criança terá e que ela será bem cuidada. É o que faz a diretora da EM Osório Leônidas
Siqueira, em Petrolina, a 765 quilômetros do Recife (leia mais no quadro abaixo). Os
períodos de adaptação, em que os pais ficam na escola nos primeiros dias, também ajudam.
Se houver recusa em fazer a matrícula, é preciso avisar o Conselho Tutelar e, em último
caso, o Ministério Público.
Trabalho com a comunidade
COMBATE À EVASÃO A diretora Virginia vai até as famílias para conscientizá-las sobre
o valor da inclusão. Foto: Moreira Junior
Histórias de alunos com deficiência fora da escola não têm vez na comunidade atendida
pela EM Osório Leônidas Siqueira, em Petrolina. Basta saber que uma criança não está
matriculada ou perceber que um estudante está faltando demais para a diretora, Virginia
Lúcia Nunes de Souza Melo, procurar as famílias. "Muitas não acreditam na capacidade de
seus filhos. Temos de explicar que essas crianças são capazes de aprender", diz Virgínia. A
localização da escola, em área rural, é mais um desafio, mas a equipe de gestores e
professores não desanima. "Nos encontros com os pais, conversamos sobre a importância
do convívio social e da necessidade de quebrar o preconceito em relação aos jovens com
deficiência - preconceito que quase sempre nasce dos próprios adultos com quem elas
convivem." Outra estratégia é compartilhar com a comunidade experiências de sucesso.
"Um aluno com síndrome de Down se formou no Ensino Superior. Mesmo que outros não
cheguem a tanto, apostamos nessa capacidade e não subestimamos ninguém", afirma
Virgínia.
Gestão do espaço
Fonte: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/205/24-respostas-para-as-principais-duvidas-
sobre-inclusao
1-Conceitue educação especial segundo a literatura do módulo.
É uma modalidade de educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular
de ensino é oferecida para educandos portadores de necessidades especiais.