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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA

INSTITUTO DE TECNOLOGIA - ITEC


FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA – FEM
DISCIPLINA: ENSAIOS MECÂNICOS
PROFESSOR MINISTRANTE: EDUARDO DE MAGALHÃES BRAGA

DIEGO MIRANDA CORREA / 201802140053


JOSÉ AUGUSTO PINHEIRO QUITÉRIO JUNIOR / 201802140036

RELATÓRIO 05

ENSAIO POR LÍQUIDO PENETRANTE

BELÉM / PARÁ
2019
DIEGO MIRANDA CORREA / 201802140053
JOSÉ AUGUSTO PINHEIRO QUITÉRIO JUNIOR / 201802140036

RELATÓRIO 05
ENSAIO POR LÍQUIDO PENETRANTE

Relatório técnico elaborado como requisito parcial


para a obtenção de aprovação na disciplina de
Ensaios Mecânicos, do curso de Engenharia
Mecânica da Universidade Federal do Pará.

BELÉM / PARÁ
2019
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Representação esquemática da limpeza mecânica. ................................................... 12


Figura 2: Representação da aplicação do líquido penetrante. .................................................. 12
Figura 3: Representação esquemática da retirada do excesso. ................................................. 13
Figura 4: Representação esquemática da aplicação do revelador............................................. 13
Figura 5: Representação da mancha causada pela ação do revelador. ..................................... 14
Figura 6: Corpos de prova usados no ensaio por líquido penetrante. ....................................... 16
Figura 7: Líquido penetrante e revelador usados no ensaio. .................................................... 17
Figura 8: Aplicação do líquido penetrante em umas das peças ensaiadas. .............................. 18
Figura 9: Presença de manchas na superfície de um dos corpos de prova. .............................. 19
Figura 10: Resultado do ensaio por líquido penetrante. ........................................................... 19
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação dos produtos para o ensaio de líquido penetrante. ............................. 15


Tabela 2: Resultados para os 4 corpos de prova na sequência da figura 10 (Comparação). .... 20
RESUMO

No setor acadêmico, existem diversos tipos de ensaios dos materiais, que servem como
suporte para trabalhos e avaliações a respeito de um determinado material, afim de obter e
averiguar suas propriedades obtidas, por meio de analises gráficas geradas por softwares de
alta confiabilidade. É notório destacar, que os ensaios mecânicos são os mais importantes para
questões analíticas, revelando características essenciais para as construções da maioria dos
equipamentos mecânicos utilizados em grande escala nas indústrias. Nesse contexto, o
seguinte trabalho busca avaliar o ensaio por líquido penetrante de chapas metálicas de
alumínio, os quais passaram por um processo de soldagem, assim como verificar a presença
de regiões de descontinuidades das chapas e dos cordões de solda.
Palavras-chave: Soldagem, Líquido Penetrante, Propriedades Mecânicas, Descontinuidade.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7

2. OBJETIVO GERAL ............................................................................................................ 8

3. ESTRUTURA DO RELATÓRIO ....................................................................................... 8

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 9

4.1 ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS ..................................................................................... 9

4.2 ENSAIO POR LÍQUIDO PENETRANTE ...................................................................... 10

4.3 PRINCÍPIO DE APLICAÇÃO E FINALIDADES DE USO .......................................... 11

4.4 ETAPAS DE APLICAÇÃO ............................................................................................. 11

4.5 PROPRIEDADES DOS PRODUTOS ............................................................................. 14

4.5.1 Aquisição e Informações dos Produtos ...................................................................... 15

4.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ENSAIO ....................................................... 16

5. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 16

6. A REALIZAÇÃO DO ENSAIO ...................................................................................... 17

8. CONCLUSÃO................................................................................................................... 20

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 21


7

1. INTRODUÇÃO

O ensaio por líquidos penetrantes é um método desenvolvido especialmente para a


detecção de descontinuidades essencialmente superficiais, e ainda que estejam abertas na
superfície do material. O ensaio por líquido penetrante é um dos métodos de ensaios não
destrutivos mais antigos e mais simples, onde suas primeiras versões (usando querosene e
mistura de óleo) remonta desde o final do século XIX, principalmente pela indústria ferroviária
na inspeção de eixos, porém tomou impulso quando em 1942, nos EUA, foi desenvolvido o
método de penetrantes fluorescentes, que aperfeiçoava ainda mais esta técnica. Nesta época, o
ensaio foi adotado pelas indústrias aeronáuticas, que trabalhando com ligas não ferrosas,
necessitavam um método de detecção de defeitos superficiais diferentes do ensaio por partículas
magnéticas (não aplicável a materiais não magnéticos). A partir da segunda guerra mundial, o
método foi se desenvolvendo, através da pesquisa e o aprimoramento de novos produtos
utilizados no ensaio, até seu estágio atual.
O ensaio por líquidos penetrantes presta-se a detectar descontinuidades superficiais e
que sejam abertas na superfície, tais como trincas, poros, dobras, etc., podendo ser aplicado em
todos os materiais sólidos e que não sejam porosos ou com superfície muito grosseira. É muito
usado em materiais não magnéticos como alumínio, magnésio, aços inoxidáveis austeníticos,
ligas de titânio, e zircônio, além dos materiais magnéticos. É também aplicado em cerâmica
vitrificada, vidro e plásticos, sendo considerado assim, como um ensaio versátil e de ampla
aplicação no setor industrial. A necessidade de qualificar uma junta soldada passa
essencialmente por este ensaio, servindo como qualificação para o soldador iniciante, detectar
possíveis falhas como a falta de união na fusão do metal de adição com metal de base, falta de
penetração total do cordão de solda na raiz da junta e de outras falhas que estejam relacionadas
com os processos de soldagens.
Há de ressaltar que este ensaio pode ser uma alternativa ao ensaio também não
destrutivo conhecido como inspeção visual, sendo muitas das vezes executados para agilizar o
tempo de fabricação de peças metálicas e não metálicas, pois o ensaio por inspeção visual
depende necessariamente da acuidade visual do inspetor ou até mesmo de um soldador, sendo
que descontinuidades abaixo de 1mm não são visíveis a olho nu, (ANDREUCCI, 2019)
8

2. OBJETIVO GERAL

Por ser um ensaio amplamente versátil e de grande facilidade de execução, o seu


emprego também está presente em setores acadêmicos, servindo como base fundamental para
alunos dos cursos de engenharias se habituarem ao tipo de ensaio. Sendo assim, o objetivo geral
deste relatório será descrever o ensaio não destrutivo conhecido como líquido penetrante, bem
como discorrer a sua aplicação de forma didática em chapas de alumínio unidas por processos
especiais de soldagem referente ao material em análise. Sendo possível verificar as principais
etapas do ensaio e fazer uma breve análise visual para identificar as possíveis descontinuidades
existentes após a soldagem, servindo como embasamento teórico para futuros trabalhos
acadêmicos.

3. ESTRUTURA DO RELATÓRIO

O presente relatório está dividido em três etapas consideradas como essenciais para a
sua elaboração.
Na primeira etapa, na introdução deste relatório, foi apresentado o histórico do ensaio
não destrutivo por líquido penetrante, onde fica claro a sua grande importância desde o século
XIX em aplicações nos setores ferroviários e aeronáuticos, foi explanado de forma sucinta a
importância na área da soldagem, servindo como uma análise qualitativa de juntas soldadas,
onde são identificadas possíveis descontinuidades e etc. Além disso foi apresentado o objetivo
geral deste relatório.
Na segunda etapa será mostrado a revisão bibliográfica obtida do portal de acervos
documentais da Associação Brasileira de Ensaios não Destrutivos e Inspeção (ABENDI), com
complemento de referências de artigos e dissertações e das normas técnicas N-1596, N-2370
elaborado pela PETROBRAS, e ASTM E1417 elaborado pela American Society for Testing
and Materials (ASTM).
Enfim, na terceira etapa será descrito todo o processo para a realização do ensaio por
líquido penetrante nos corpos de provas de alumínio, previamente unidos por soldagens
especiais para o material em análise, logo em seguida será feita uma breve análise pelos
integrantes da equipe deste relatório, para analisar as possíveis descontinuidades existentes,
bem como fazer uma espécie de qualificação dos cordões de soldas.
9

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta parte do relatório, buscou-se apresentar a parte conceitual dos ensaios não
destrutivos, dando ênfase ao ensaio por líquido penetrante, usando o portal de acervos
documentais ABENDI juntamente das três normas técnicas já citadas anteriormente e outras
referências importantes, tais como artigos e dissertações.

4.1 ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

De acordo com PEREIRA (2013), a substituição da avaliação de produtos e


equipamentos por Ensaios Não Destrutivos (END) em detrimento dos Ensaios Destrutivos pode
ser considerado como um fato incontestável para os dias atuais, no que tange ao acelerado
desenvolvimento das grandes indústrias, visando atender e suprir os custos cada vez mais
elevados de matérias-primas, que se tornam cada vez mais escassas em diversas localidades
globais. Sendo assim, alguns dos importantes avanços tecnológico no ramo da engenharia
podem ser atribuídos aos ensaios não destrutivos.
Os END consistem na aplicação de metodologias e técnicas de ensaio que visam
analisar a sanidade de vários tipos de materiais desde o final do século XIX, onde as primeiras
técnicas surgiram em solo norte americano para analisar com misturas de óleo e querosene os
trilhos das grandes ferrovias americanas, quem se encontravam no limiar das suas construções.
Com o passar dos anos, as técnicas foram sendo aprimoradas, permitindo um melhor
controle do processo de fabricação, diminuindo os custos de produção mantendo o nível de
qualidade uniforme, e em última análise garantindo a satisfação do cliente final. Assim os END
influenciam e apoiam estudos com alta confiabilidade e portanto todos os aspetos da vida de
um produto em qualquer indústria. Entretanto os END em muitos casos necessitam de grande
qualificação e competências por parte dos operadores, atendendo os princípios de aplicações e
interpretação dos resultados. A certificação da competência de pessoal que realiza, concebe ou
supervisiona END está normalizada em várias normas sendo o referencial normativo descrito
na norma EN ISO 9712 “Non-destructive testing - Qualification and certification of NDT
personnel – General principles” (Ensaios não destrutivos - Certificação e qualificação do
pessoal para END - princípios gerais) uma das mais usadas atualmente. O número de métodos
de END que podem ser usados para inspecionar vários tipos de materiais, equipamentos ou até
mesmo para realizar medições é grande e continua a crescer, pois investigadores continuam a
encontrar novas formas de aplicação da física e outras disciplinas científicas para desenvolver
10

sofisticados métodos. Alguns exemplos de ensaios não destrutivos: Radiografia, Ultrassom,


Magnetoscopia, Inspeção Visual, Líquido Penetrante, etc.

4.2 ENSAIO POR LÍQUIDO PENETRANTE

Seguindo a dissertação de PEREIRA (2013) e o livro de ANDREUCCI (2019), o ensaio


por líquidos penetrantes é definido como um processo não destrutivo para a detecção de
descontinuidades que surgem na superfície nos materiais sólidos (metálicos, cerâmicos e
polímeros) e não porosos ou com uma superfície não muito grosseira, após etapas de processos
de fabricação: soldagem, estampagem, conformação, forjamento e dentre outros. Trata-se,
portanto, de um ensaio superficial de inspeção indireta já que utiliza um penetrante que se
introduz nos defeitos superficiais, no qual após a aplicação de um revelador, este revela, de uma
forma clara, esses defeitos (fissuras, poros). Este método e considerado como antigo, pois a
datação de alguns empregos dessa técnica é antes da primeira guerra mundial, principalmente
pela indústria ferroviária americana que se encontrava em ritmo acelerado de crescimento
naquela época, por isso algumas técnicas foram desenvolvidas para a inspeção de eixos e de
trilhos.
Em 1942, nos EUA, houve uma grande impulsão para aprimorar cada vez mais essa
técnica, e portanto nesse ano foi desenvolvido o método de penetrantes fluorescentes, que
indicava com melhor precisão os locais ondem existiam as falhas de fabricação. Nesta época, o
ensaio foi adotado pelas indústrias aeronáuticas, que trabalhando com ligas não ferrosas,
necessitavam um método de detecção de defeitos superficiais diferentes do ensaio por partículas
magnéticas (não aplicável a materiais não magnéticos). A partir da segunda guerra mundial, o
método foi se desenvolvendo, através da pesquisa e o aprimoramento de novos produtos
utilizados no ensaio, até seu estágio atual, sendo alternativas aos ensaios por partículas
magnéticas e por inspeção visual. Em década recentes, com o desenvolvimento da indústria
aeroespacial o ensaio apresentou um desenvolvimento expressivo, devido à necessidade de se
examinar materiais que não são ferromagnéticos, sendo um fator importante para empresas
adotarem em suas grades de soluções para as falhas de construção mecânica.
11

4.3 PRINCÍPIO DE APLICAÇÃO E FINALIDADES DE USO

O princípio de aplicação consiste em aplicar um líquido penetrante com características


especiais (molhantes) sobre a superfície da peça que deve estar devidamente limpa e seca, para
que deste modo o líquido, após algum tempo penetre nas descontinuidades presentes na peça,
seja uma peça soldada ou não. Em seguida o excesso de líquido é removido para que se possa
aplicar sobre a superfície um produto chamado revelador. Por sua vez este revelador irá
absorver o líquido que ficou retido nas descontinuidades. A imagem da descontinuidade fica
então desenhada sobre a superfície, que será avaliada de acordo com a norma utilizada na
fabricação da peça ou material, geralmente a ASTM E1417 (PEREIRA, 2013).
A sua finalidade presta-se a detectar descontinuidades superficiais e que sejam abertas
na superfície, tais como trincas, poros, dobras e dentre outras, podendo ser aplicado em todos
os materiais sólidos e que não sejam porosos ou com superfície muito grosseira. É muito usado
em materiais não magnéticos como alumínio, magnésio, aços inoxidáveis austeníticos, ligas de
titânio, e zircônio, além dos materiais magnéticos. É também aplicado em cerâmica vitrificada,
vidro e plásticos (ANDREUCCI, 2019).

4.4 ETAPAS DE APLICAÇÃO

Como todo e qualquer ensaio necessita de etapas para a sua realização, o ensaio por
líquido penetrante também necessita de algumas etapas importantes para que todo o processo
seja realizado com êxito afim de obter os melhores resultados e evitar o desperdício de
materiais. Sendo assim, as seis etapas importantes serão descritas a seguir seguindo a
dissertação de PEREIRA (2013) e o livro de ANDREUCCI (2019), com algumas
representações esquemáticas.

1 – Limpeza da superfície: A limpeza inicial deve ser realizada de duas formas: limpeza
mecânica e química. A limpeza mecânica consiste na remoção de escórias, óxidos entre outros,
através de lixas, discos abrasivos e escovagem. A limpeza química consiste em remover
gorduras, óleos, pinturas, que possam interferir com a entrada do líquido nas imperfeições. Esta
limpeza deverá decorrer através de um agente de limpeza químico (solvente), (PEREIRA,
2013). A figura 1 representa de forma esquemática essa primeira etapa.
12

Figura 1: Representação esquemática da limpeza mecânica.

Fonte: ANDREUCCI, 2019, p. 4.


2 – Aplicação do líquido penetrante: O penetrante pode ser aplicado por spray, por derrame,
por imersão ou por pintura, sendo que este normalmente é de cor vermelha ou fluorescente. A
temperatura de aplicação deve situar-se entre os 10ºC e os 50ºC, para minimizar a umidade nas
descontinuidades da peça. Quanto ao tempo de penetração deve estar no intervalo entre 5 a 60
minutos. Este tempo deve ser estabelecido tendo em conta: o material a ensaiar, tipo de
descontinuidade, recomendações do fabricante e temperatura da peça. Vale ressaltar que o
penetrante é absorvido pela peça através do fenômeno conhecido como capilaridade, ou seja, o
liquido flui para dentro da peça através da tensão superficial existente (PEREIRA, 2013). A
figura 2 exemplifica de forma esquemática a aplicação do líquido penetrante numa peça.
Figura 2: Representação da aplicação do líquido penetrante.

Fonte: ANDREUCCI, 2019, p. 5.


3 – Remoção do excesso do líquido penetrante: A remoção do excesso pode ser realizada
através de solventes ou água. É uma etapa que deve ser realizada sempre com o maior cuidado,
para que o penetrante não seja removido das descontinuidades. Nos penetrantes fluorescentes é
necessário comprovar, com luz ultra violeta se a superfície da peça está completamente isenta
de penetrantes (PEREIRA, 2013). A figura 3 exemplifica de forma esquemática a retirada do
excesso do líquido penetrante da peça.
13

Figura 3: Representação esquemática da retirada do excesso.

Fonte: ANDREUCCI, 2019, p. 5.


4 – Aplicação do revelador: O revelador pode ser seco ou úmido e deve ser aplicado
uniformemente para formar um filme sobre a superfície da peça. Geralmente ele é aplicado logo
após a remoção do excesso de penetrante (como ilustrado na figura 4), sem deixar passar muito
tempo para que a revelação não venha a sofrer efeitos colaterais. O papel do revelador é puxar
o penetrante do interior da descontinuidade para a superfície, ficando este devidamente visível.
Também promove um fundo (branco) de contraste quando se usa o sistema visível. Os tipos de
reveladores mais empregados são: pós secos como um talco, de suspensão em água, de base
solvente e solvente em água. Quanto ao tempo de revelação este deve situar-se entre 10 a 30
minutos (PEREIRA, 2013).
Figura 4: Representação esquemática da aplicação do revelador.

Fonte: ANDREUCCI, 2019, p. 6.


5 – Avaliação e inspeção: Após a aplicação do revelador, as indicações começam a serem
observadas, através da mancha causada pela absorção do penetrante contido nas aberturas
(como na figura 5), e que serão objetos de avaliação. A inspeção deve ser feita sob boas
condições de iluminação, se o penetrante é do tipo visível (cor contrastante com o revelador) o
14

uso de fonte de luz natural ou suplementar é requerido, ou sob luz ultravioleta (negra), em área
escurecida, caso o penetrante seja fluorescente. A interpretação dos resultados deve ser baseada
no Código de fabricação da peça ou norma aplicável ou ainda na especificação técnica do
produto inspecionado. Nesta etapa deve ser preparado um relatório escrito que mostre as
condições do ensaio, tipo e identificação da peça ensaiada, resultado da inspeção e condição de
aprovação ou rejeição da peça. Em geral a etapa de registro das indicações é bastante demorada
e complexa, quando a peça mostra muitos defeitos. Portanto, o reparo imediato das indicações
rejeitadas com posterior reensaio, é mais prático, quando possível (ANDREUCCI, 2019).
Figura 5: Representação da mancha causada pela ação do revelador.

Fonte: ANDREUCCI, 2019, p. 6.


6 – Limpeza pós ensaio: A última etapa, geralmente obrigatória, é a limpeza de todos os
resíduos de produtos, que podem prejudicar uma etapa posterior de trabalho na peça (soldagem,
usinagem, etc.).

4.5 PROPRIEDADES DOS PRODUTOS

O nome “penetrante” vem da propriedade essencial que este produto deve ter, ou seja,
sua habilidade de penetrar em aberturas finas. Um produto penetrante deve ser fabricado com
boas propriedades e deve atender aos seguintes pontos: a) ter habilidade para rapidamente
penetrar em aberturas finas; b) ter habilidade de permanecer em aberturas relativamente
grandes; c) não evaporar ou secar rapidamente; d) ser facilmente limpo da superfície onde for
aplicado; e) em pouco tempo, quando aplicado o revelador, sair das descontinuidades onde tinha
penetrado; f) ter habilidade em espalhar-se nas superfícies, formando camadas finas; g) ter um
forte brilho. O fabricante deve verificar a concentração do corante vermelho no penetrante com
base na Lei de Beer; h) a cor ou a fluorescência deve permanecer quando exposto ao calor, luz
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ou luz negra; i) não reagir com sua embalagem nem com o material a ser testado; j) não ser
facilmente inflamável; k) ser estável quando estocado ou em uso; l) não ser demasiadamente
tóxico; m) ter baixo custo.
Um revelador com boas características, deve: a) ter ação de absorver o penetrante da
descontinuidade; b) servir com uma base por onde o penetrante se espalhe - granulação fina; c)
servir para cobrir a superfície evitando confusão com a imagem do defeito formando uma
camada fina e uniforme; d) deve ser facilmente removível; e) não deve conter elementos
prejudiciais ao operador e ao material que esteja sendo inspecionado; f) não pode ser
fluorescente (ANDREUCCI, 2019). A tabela 1 abaixo mostra algumas especificações do
líquido penetrante, retirada da N-1596 da PETROBRAS.
Tabela 1: Classificação dos produtos para o ensaio de líquido penetrante.

Fonte: N-1596, 2003, p. 3.

4.5.1 Aquisição e Informações dos Produtos

A unidade de compra deve ser frasco para o tipo aerossol e lata ou recipiente plástico
para fornecimento a granel, cujo rótulo deve conter todas as informações requeridas pelo
cliente. Na aquisição dos materiais penetrantes deve ser fornecida ficha de informações de
segurança de produtos químicos, conforme norma ABNT NBR 14725, com informações
detalhadas de segurança e toxidez dos produtos, explicitando os hidrocarbonetos aromáticos e
solventes clorados utilizados e o certificado de análise química do teor de contaminantes (N-
2370, PETROBRAS, 2003).
16

4.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ENSAIO

A principal vantagem do método é a sua simplicidade. É fácil de fazer de interpretar os


resultados. O aprendizado é simples, requer pouco tempo de treinamento do inspetor. Como a
indicação assemelha-se a uma fotografia do defeito, é muito fácil de avaliar os resultados. Em
contrapartida o inspetor deve estar ciente dos cuidados básicos a serem tomados (limpeza,
tempo de penetração, etc.). Não há limitação para o tamanho e forma das peças a ensaiar, nem
tipo de material; por outro lado, as peças devem ser susceptíveis à limpeza e sua superfície não
pode ser muito rugosa e nem porosa. O método pode revelar descontinuidades (trincas)
extremamente finas (da ordem de 0,001 mm de abertura).
A respeito de suas limitações, as principais são: só detecta descontinuidades abertas para
a superfície, pois o penetrante tem que entrar na descontinuidade para ser posteriormente
revelado. Por esta razão, a descontinuidade não deve estar preenchida, coberta ou obstruída com
material estranho. A superfície do material não pode ser porosa ou absorvente já que não haveria
possibilidade de remover totalmente o excesso de penetrante, causando mascaramento de
resultados. A aplicação do penetrante deve ser feita numa determinada faixa de temperatura
permitida ou recomendada pelo fabricante dos produtos (ANDREUCCI, 2019).

5. MATERIAIS E MÉTODOS

● Material utilizado: Para o ensaio por líquido penetrante, foram utilizados 4 corpos
de prova de alumínio em formas de placas, unidas por soldagem. A figura 6 mostra os corpos
de prova usados no ensaio.
Figura 6: Corpos de prova usados no ensaio por líquido penetrante.

Fonte: Autoria Própria.


17

O corpo de prova 1, passou por um processo de soldagem na extremidade, apenas para


se analisar a qualidade da solda. No segundo corpo de prova localizado na parte inferior, foi
realizada a união de duas placas metálicas. Já os corpos de prova três e quatro, ambos foram
submetidos a soldagem sobre suas superfícies. Além dos corpos de prova, foi utilizado para
limpeza da peça escova de aço e thinner.
O líquido penetrante aplicado por spray da Metal Chek, fabricante de consumíveis e
acessórios para ensaios não destrutivos, possui basicamente a seguinte composição química:
agente tensoativo, pigmentos orgânicos, glicol; e, por fim, um revelador não aquoso composto
de álcool, espessante, carbonatos e silicatos amorfos. A figura 7 mostra os materiais usados no
ensaio.
Figura 7: Líquido penetrante e revelador usados no ensaio.

Fonte: Autoria Própria.

6. A REALIZAÇÃO DO ENSAIO

O ensaio foi realizado no laboratório de caracterização metálica do curso de engenharia


mecânica da UFPA, com a auxílio do mestrando Dalmir Matos. Para a realização do ensaio, foi
necessário dividi-lo em basicamente 4 etapas, dentre elas estão:

1. LIMPEZA

Foi realizado primeiramente uma lavagem simples com água e após o enxague, levou-
se as peças para uma limpeza mecânica com o uso de uma escova de aço sobre a superfície dos
corpos de prova, em uma porção o qual fora soldado. Feito as remoções de impurezas
18

superficiais, realizou-se uma limpeza química com o uso do thinner e secagem do local a ser
inspecionado por meio de lenços de papel.

2. APLICAÇÃO DO LÍQUIDO PENETRANTE

Feito os procedimentos de limpeza das peças a serem inspecionadas, foi aplicado de


maneira uniforme por spray o líquido penetrante da fabricante Metal Chek, por um tempo de
aproximadamente 10 minutos em cada uma das superfícies dos corpos de prova. O tempo de
aplicação correlacionou-se com o tipo de material ensaiado, defeitos e temperatura do local.
Efetuado o procedimento de aplicação e passado um tempo necessário para ocorrer a absorção
do líquido, os materiais passaram por um processo de lavagem e remoção do excesso do
produto. A figura 8 mostra a aplicação em uma das peças.
Figura 8: Aplicação do líquido penetrante em umas das peças ensaiadas.

Fonte: Autoria Própria.

3. APLICAÇÃO DO REVELADOR

Após a secagem das peças, o ministrante do ensaio os posicionou sobre a bancada abaixo
de um exaustor, e posteriormente aplicou de forma uniforme o revelador não aquoso sobre a
superfície do corpo de prova. Aplicado o revelador, constituído de pó de talco seco, foi
necessário esperar em torno de 10 minutos para dar início ao aparecimento de descontinuidades
no material soldado.

4. INSPEÇÃO

Com todos os procedimentos de limpeza e aplicação efetuados, foi necessário aguardar


um tempo para as trincas serem visíveis e dessa maneira possibilitar interpretações quanto a
qualidade do material ensaiado. Assim, nessa etapa foi possível observar manchas vermelhas
presentes na superfície das peças, decorrente da presença de descontinuidades tanto nas soldas
19

quantos nas placas metálicas. Após o término do ensaio, os materiais passaram por uma limpeza
à água corrente. A figura 9 mostra o aparecimento de manchas na peça.
Figura 9: Presença de manchas na superfície de um dos corpos de prova.

Fonte: Autoria Própria.

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após o ensaio, foi possível averiguar os resultados da aplicação do revelador, cuja


finalidade é expor claramente a localização de descontinuidades superficiais como furos,
trincas, região soldada e entalhe. Assim, nesse experimento, houve a presença tanto de peças
com elevada quantidade de trincas quanto de corpos de prova com reduzidas irregularidades
superficiais, os quais demostram a qualidade da solda e da placa metálica ensaiada.
Dessa maneira, a avaliação e inspeção do corpo de prova avalia o grau de severidade da
descontinuidade observada por meio de manchas superficiais. Assim, há a necessidade de lentes
de aumento para realização de uma avaliação mais minuciosa. Para tanto, a interpretação dos
resultados deve ser baseada no Código de fabricação da peça, norma aplicável ou ainda na
especificação técnica do cliente. A figura 10 mostra o resultado do revelador nos corpos de
prova.
Figura 10: Resultado do ensaio por líquido penetrante.

Fonte: Autoria Própria


20

Tabela 2: Resultados para os 4 corpos de prova na sequência da figura 10 (Comparação).

Corpo de Prova 1 2 3 4

Grau de ALTO BAIXO ALTO MÉDIO


descontinuidade
Fonte: Autoria Própria.

8. CONCLUSÃO

O ensaio por líquido penetrante realizado no laboratório de caracterização metálica do


curso de engenharia mecânica da UFPA, serviu como embasamento teórico para futuros
trabalhos acadêmicos que serão realizados pelos respectivos alunos que analisaram o ensaio.
Em síntese, o ensaio serviu também para analisarmos a qualidade dos materiais, em especial a
solda realizada sobre a superfície dos corpos de prova, assim como expor a relativa facilidade
de aplicação e verificação dos resultados, embora diversos cuidados devam ser tomados nas
várias etapas do ensaio, como tempo de penetração, aplicação do penetrante, preparação correta
da superfície de aplicação, revelação do penetrante.
21

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PEREIRA, J. A. V. Estudo e Aplicação de Ensaios Não Destrutivos: Líquidos


penetrantes, Ultra sons, Radiografia digital - Técnica tangencial medição de espessuras.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais) – Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto. Porto, p.85. 2013. Disponível em:
<https://sigarra.up.pt/reitoria/pt/pub_geral.show_file?pi_doc_id=10048>. Acesso em:
15/06/2019.

ANDREUCCI, R. Líquidos Penetrantes. São Paulo, p.55, 2019. Disponível em:


<http://www.abendi.org.br/abendi/Upload/file/biblioteca/apostila_lp_2019.pdf>. Acesso em:
15/06/2019.

COMISSÃO DE NORMAS TÉCNICAS, CONTEC. N-1596: Ensaio não Destrutivo:


Líquido Penetrante. PETROBRAS, p. 10, 2003. Disponível em:
<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM177/Prof.Okimoto/N-1596%5B1%5D.pdf>. Acesso
em: 15/06/2019.

COMISSÃO DE NORMAS TÉCNICAS, CONTEC. N-1596: Ensaio não Destrutivo:


Líquido Penetrante. PETROBRAS, p. 10, 2003. Disponível em:
<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM177/Prof.Okimoto/N-1596%5B1%5D.pdf>. Acesso
em: 15/06/2019.

COMISSÃO DE NORMAS TÉCNICAS, CONTEC. N-2370: Líquido Penetrante.


PETROBRAS, p. 13, 2003. Disponível em:
<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM177/Prof.Okimoto/N-2370%5B1%5D.pdf >. Acesso
em: 15/06/2019.

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS, ASTM. E1417/E1417M – 16:


Standard Practice for Liquid Penetrant Testing. Dísponivel em:
<https://www.astm.org/Standards/E1417.htm>. Acesso em: 11/06/2019.

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