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Ética na Informática

Daniel de Pellegrini Kratz


kratz@inf.ufsm.br
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Curso de Ciência da Computação
Disciplina: Computadores e Sociedade

Resumo

O presente trabalho faz parte do debate “O papel do Bacharel em Ciência da Computação”. Neste painel serão focados “O Perfil do Profissional de
Informática”, “Leis e Responsabilidades”, “Regulamentação da Profissão” e é claro “Ética na Informática”.

Mais do que fazer uma discussão sobre em um âmbito restrito da Ética na Informática, foi buscado, em um primeiro momento, a discussão da
Ética de forma genérica, pois somente com conceitos claros podemos compreender a verdadeira importância do assunto.

Posteriormente foi abordado a forma como devem ser criados códigos de ética, os códigos de ética e então explanamos a ética no ponto de vista da
computação. Para finalizar o trabalho forma expostas as conclusões.

Introdução

A ética ilumina a consciência humana, sustenta e dirige as ações do homem, norteando a conduta individual e social. É um produto histórico-
cultural e, como tal, define o que é virtude, o que é bom ou mal, certo ou errado, permitido ou proibido, para cada cultura e sociedade.

Dessa maneira, a ética é universal, enquanto estabelece um código de condutas morais válidos para todos os membros de uma determinada
sociedade e, ao mesmo tempo, tal código é relativo ao contexto sócio-político-econômico e cultural onde vivem os sujeitos éticos e onde realizam sua
ações morais.

O Que é Ética?

Ethos ética, em grego designa a morada humana.


O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente.

A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez.
O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si.
Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável,
psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda.
A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade,
um povo, uma religião, uma certa tradição cultural etc. Há morais específicas, também, em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um partido
político... Há, portanto, muitas e diversas morais. Isto significa dizer que uma moral é um fenômeno social particular, que não tem compromisso com a
universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se dizendo-se universal, supostamente
válida para todos.

Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas? Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais? Existe,
e essa forma é o que chamamos de ética.

A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados
para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em
sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana.

A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana, capaz de julgar criticamente os
apelos a-críticos da moral vigente. Mas a ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move,
historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a
escravidão foi considerada natural.

Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma justificação crítica universal, e a ética, por
sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la.

Então a ética é necessária e importante?

A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios
humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc, a humanidade já teria se despedaçado até à auto-destruição.

Através dos tempos temos assistido fatos baseados na ética. Embora estes atos éticos para um grupo cultural e social isolado, justificou-se
dentro de determinados povos. Exemplos disso não faltam nos livros de história.

- A idade do Império Romano povos eram massacrados por serem “Barbaros” e não possuírem a cultura do Império de Cezar.

- No período da colonização das Américas povos índios eram escravizados por pertencerem a uma “raça inferior”ou eram homens sem
alma.

- Povos Judeus foram massacrados em função das idéias de uma raça superior Germânica.

- Povos estão sofrendo bombardeios em uma guerra contra o terror. Aqui devemos pensar em terror com uma visão ocidental da vida.

Também é verdade que a ética não garante o progresso moral da humanidade.


O fato de que os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça, igualdade de direitos,
dignidade da pessoa humana, <cidadania plena, solidariedade etc., cria chances para que esses princípios possam vir a ser postos em prática, mas
não garante o seu cumprimento.

As nações do mundo já entraram em acordo em torno de muitos desses princípios. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela ONU (1948),
é uma demonstração de o quanto a ética é necessária e importante. Mas a ética não basta como teoria, nem como princípios gerais acordados pelas
nações, povos, religiões etc. Nem basta que as Constituições dos países reproduzam esses princípios (como a Constituição Brasileira o fez, em
1988).

É preciso que cada cidadão e cidadã incorpore esses princípios como uma atitude prática diante da vida cotidiana, de modo a pautar por eles
seu comportamento. Isso traz uma conseqüência inevitável: freqüentemente o exercício pleno da cidadania (ética) entra em colisão frontal com a
moral vigente... Até porque a moral vigente, sob pressão dos interesses econômicos e de mercado, está sujeita a freqüentes e graves degenerações.

Ética Profissional

É consenso de muitos autores e estudiosos que ética profissional está intimamente ligada aos princípios individuais que norteiam a conduta
do ser humano diante dos fatos no seu dia-a-dia e nos rumos que cada pessoa busca através de sua existência.

Antônio Lopes, professor da USP, apresenta o conceito bastante preciso para Ética Profissional em seu livro “Ética Profissional”.

“Ética profissional é um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão.”

Tal conduta muitas vezes torna-se algo bastante complicado pois os seres humanos caem sobre decisões que põem em prova atitudes individualistas
ou coletivistas... A todo instante o homem está colocado em prova. Virtudes humanas são cobradas na Ética Profissional. Honestidade, lealdade,
sigilo, competência, prudência, coragem, compreensão, perseverança, humildade, otimismo e outras qualidades são esperadas.

Código de Ética

Antônio Lopes, da USP, define Código de Ética como segue:

“Um Código de Ética é um acordo explicito entre os membros de um grupo social. E deve descrever um modelo de conduta para seus mebros.”

Atualmente muitas entidades de classe representadas por associações e conselhos formulam códigos de ética para nortear os caminhos de
determinado grupo social. Exemplos de códigos de conduta e ética não faltam. Temos o código de ética dos profissionais de medicina, dos
engenheiros, dos advogados, dos administradores e muitos outros.

Embora existam um número bastante considerável de códigos de ética muitos deles não representam o acordo entre todos os membros do
grupo social que representam. Para um código de ética expressar as expectativas e anseios de um grupo social é necessário que ele seja constituído
de forma a representar todos os seus integrantes.
Estudiosos afirmam que a forma correta de se construir códigos de ética e partindo de acordos bases, onde são coletadas as idéias dos
indivíduos em grupos e posteriormente estes documentos são compilados em um único documento e votados por todos os representantes do grupo.

Na área de Informática tenho conhecimento de apenas três propostas de código de ética. Uma da SBC (Sociedade Brasileira de Computação), uma
da ENEC (Entidade Nacional de Estudantes de Computação) e uma proposta da ACM (Association for Computing Machinery). Este último é o mais
completo e abrangente, porém entra em conflito com várias idéias expressas pelos outros dois grupos.

Ética na Informática

Na questão profissional, os problemas mais comuns com os quais os profissionais da área se vêem envolvidos são: a influência do computador
na vida das pessoas, o direito autoral dos sistemas e programas e a pirataria de software.

A introdução do computador nas empresas, agilizando o processo de execução das atividades e proporcionando maior segurança e
veracidade às informações, acabaram por ocasionar a demissão de pessoas que não eram consideradas necessárias devido às mudanças de
procedimentos e rotinas de trabalho. Aquela doce utopia de que a máquina liberaria o ser humano para que pudesse se desenvolver em outras
atividades, como lazer, cultura, estudos... não se concretiza na realidade. Na prática, pode ser observado que o computador reduziu drasticamente o
tempo de execução das atividades, é usado como suporte inclusive para os negócios das empresas, mas não houve preocupação, por parte das
empresas nem da sociedade, em geral, com os fatores humanos envolvidos.

No caso de demissão de funcionários pelo desenvolvimento de novas aplicações, como fica a questão ética? O profissional de informática tem
noção do que o sistema que desenvolve pode acarretar? Se tiver esta noção, o profissional tem a preocupação em reciclar os potenciais funcionários
demitidos para novas funções? Ou deixa a situação acontecer sem interferir?

Com relação ao direito autoral dos sistemas e programas e a pirataria do software existe muita controvérsia. Há os que defendem a pirataria,
pautados na justificativa do preço dos produtos de software que são inacessíveis para o conjunto da população, que já possui microcomputadores em
suas residências.

Ao discutir ética e informática, o professor Paulo Masiero, discorre sobre a necessidade de um código de ética para a área de informática e
sobre o trabalho desenvolvido pelo mesmo junto aos alunos. Ao apresentar os códigos de ética das áreas de engenharia civil e contabilidade, traz à
tona a necessidade de um código de ética para a área de informática, enfocando aspectos como a influência do computador na vida das pessoas, o
comportamento dentro do local de trabalho, a relação com aspectos de segurança e privacidade das informações e a própria promoção do bem-
comum e do ser humano pelo exercício das profissões.

Mesmo sem a existência de um código de ética específico para os profissionais de informática (chamados assim os analistas, programadores,
engenheiros de software, analistas de suporte, administradores de bancos de dados, entre outros envolvidos com a área), existem alguns aspectos
que devem incorporar aos sistemas desenvolvidos: o acesso dos usuários ao computador, com telas de fácil manuseio e entendimento; o bem-estar
nos locais de trabalho pelo adequado treinamento e reciclagem dos funcionários; o controle e acesso de informações realizadas de forma adequada;
o envolvimento do fator humano no desenvolvimento de sistemas por computador; a noção de bem comum com o uso do computador; a noção das
modificações ocasionadas por novos sistemas e novas tecnologias na sociedade.
Não se pode deixar de colocar nesta discussão a questão da regulamentação da profissão na área, que gera também muita controvérsia e
coloca uma espécie de camisa-de-força nos profissionais, implicando falta de piso salarial, não-determinação de jornada de trabalho e entrada de
profissionais que não realizaram cursos de computação ou processamento de dados e estrutura sindical diferenciada para profissionais de
informática, que são vinculados a empresas prestadoras de serviços na área e a empresas de outros ramos de atividade que possuem setores de
informática. Nesta questão específica, os profissionais vinculados às empresas prestadoras de serviços são organizados em sindicatos de
processamento de dados e os demais profissionais permanecem vinculados aos sindicatos do ramo de atividade da empresa.

A área de informática não está isenta das modificações pelas quais as organizações estão passando com relação a processos como
terceirização e reengenharia. Também, a área não está fora da "onda de modernidade". Estas modificações colocam novos desafios aos profissionais
da área, dados os deslocamentos físicos e de atividades, ocorridos com a implantação de redes e a conseqüente descentralização de serviços.
Inclusive, ocorre o surgimento de novos serviços e campos de atuação profissional.

Outro elemento relevante a ser considerado, que envolve a atividade profissional é a questão da responsabilidade dos softwares
desenvolvidos, que ocasionarem problemas a quem os utiliza. Inúmeras profissões, que possuem código de ética, procuram estabelecer medidas de
proteção para os usuários, resguardando-os de possíveis problemas. Este é um elemento que tem mobilizado uma série de pessoas ligadas à
informática, tanto usuários como desenvolvedores de software.

Bibliografia

MANQUARD, Gabriela, “ÉTICA NA INFORMÁTICA” - http://www.zemoleza.com.br/trabalho.asp?cod=536

LOPES, Antonio de Sá. Ética Profissional. São Paulo, Hedr/Usp, 1971 – http://www.cce.usp.br/~lopes/etica.html

LUCCA, Giana, "Ética na Informática” - http://www.inf.ufsm.br/~cacau/elc202/gianaetica.html

Autores desconhecidos:
http://www.codigodeetica.com.br
http://pessoal.onda.com.br/alencastro

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