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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS ARAPIRACA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Bárbara Laryssa Duarte da Silva


Tereza Cristina L. Cézar

MEMORIAL DESCRITIVO:
Casa indígena Yawalapiti

ARAPIRACA-AL
2019
BÁRBARA LARYSSA DUARTE DA SILVA
TEREZA CRISTINA L. CÉZAR

MEMORIAL DESCRITIVO:
Casa indígena Yawalapiti

Trabalho apresentado como instrumento de avaliação


parcial da disciplina História da Arte, da Arquitetura e
da Cidade no Brasil, do Curso de Arquitetura e
Urbanismo e da Universidade Federal de Alagoas,
UFAL, Campus Arapiraca.

Orientador: Prof. Me. João Paulo Omena Silva


Profª Arqta. Camila Gonzaga de Oliveira

ARAPIRACA-AL
2019

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................6

1 ETNIA......................................................................................................................................7

1.1 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-SOCIAL.........................................................................7

1.2 ORGANIZAÇÃO FAMILIAR........................................................................................7

1.3 ORGANIZAÇÃO CULTURAL E RELIGIOSA.............................................................8

1.4 CONFIGURAÇÃO FÍSICO-ARQUITETÔNICA..........................................................9

2 CASA INDÍGENA.................................................................................................................10

2.1 ANÁLISE TIPOLÓGICA.............................................................................................10

2.2 ANÁLISE ARQUITETÔNICA.....................................................................................11

2.3 PASSO A PASSO DA EXECUÇÃO DA MAQUETE...................................................11

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................16

REFERÊNCIAS........................................................................................................................17
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INTRODUÇÃO

A influência dos povos indígenas infere diretamente em uma mudança de concepção


do envolvimento em relação as habitações e a construção do Brasil. Os estudos e as pesquisas
feitas para uma maior compreensão deste assunto implicam em uma melhor compatibilidade
de ideias as quais aqui, algumas delas foram abordadas. Um aprofundamento em uma etnia de
um dos grupos indígenas presentes no Brasil, que aos poucos está tendo sua cultura
recuperada.

O presente memorial busca abordar os aspectos da etnia do grupo indígena


Yawalapiti, referenciando seus costumes, estilo de vida, resgates da cultura deste povo e suas
contribuições para o ensino, estudo, aprimoramento no conhecimento e atribuições ao
estudante, especificamente de Arquitetura e Urbanismo, visando ampliar a grade de ordens e
denominações sobre o referente tema, cujo não é propriamente abordado de forma concisa
entre estudantes desta área, tendo por vezes sua importância, que é de fundamental relevância,
inexplorada, implicando numa tardia notoriedade.

Tendo como objetivo evidenciar o que há de tradicional nas técnicas e rituais deste
povo, trazendo suas construções arquitetônicas e suas vivências diárias ao indivíduo que não
partilha desta mesma visão de mundo.

Fora feita uma maquete em razão de um aprofundamento referencial ao tema, sendo


feitas análises sobre as técnicas construtivas e os significados de tais construções, baseados
nas pesquisas de referência, com intuito de promover uma discussão sobre os processos dos
índios para com suas residências em função do que são capazes de fazer com pouca base do
conhecimento, tendo suas técnicas centenárias baseadas em uma tradição passada de geração
em geração.

O modo de vida, os costumes, as tradições, as experiências e os ensinamentos, tantos


dos indígenas quanto de qualquer outro povo, é de fundamental importância para o
conhecimento e aprimoramento do ser humano em questão física, psíquica e espiritual. As
aquisições inefáveis aqui atingidas expressam a uma mudança intelectual no modo de pensar
sobre tais assuntos.
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1 ETNIA

1.1 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-SOCIAL

A organização político-social dos Yawalapiti é definida pela hierarquização onde o


chefe correspondente, ou seja, o “dono da aldeia”, que é conhecido como putaki wikiti, onde
tem a função de representar o grupo local, tem atribuições como realizar cerimonias com
tribos de outras etnias, receber os visitantes, aconselhar a aldeia a seguir os costumes dos alto-
xinguanos, discursar ao centro, entre outras atribuições. Este líder é escolhido entre os
amulaw, que é uma classe hierárquica hereditária com indivíduos de prestigio, que por vezes
são líderes de grupos.

As mulheres, por sua vez, não têm muita atribuição na categoria política das
denominações dos processos da aldeia. Têm um papel mais recluso em comparativo com o
dos homens, cujo têm, inclusive, locais onde as mulheres não podem adentar, tal como a Casa
da Música, onde somente homens têm acesso e guardam as flautas sagradas, que devem ser
mantidas longe do alcance das mulheres. As mulheres têm como função gerar a vida.
Amamentar e participar da criação, educação e envolvimento da criança com os costumes
locais da tribo. Os jovens, no período da puberdade, se mantêm reclusos por certo tempo, até
atingirem idade suficiente para serem apresentados pela primeira vez ao resto da aldeia.
Sendo o início da menstruação da mulher como marco de demanda restrita aos moradores da
mesma habitação, sendo destruída toda alimentação e água de uma casa quando este
acontecimento vem a ocorrer.

1.2 ORGANIZAÇÃO FAMILIAR

Quando há casamento, se o membro for de alto prestígio, ou seja, os amulaw


yawalapiti, vivendo virilocalmente, ou seja, as esposas devem mudar-se para a casa da família
do esposo. Já aos demais que não pertencem ao grupo de prestígio, devem-se mudar o genro
para a casa do sogro, passando então por um processo uxorilocal, antes de viverem
virilocalmente. Mas, aos de alto prestígio, pode-se até permitir que os genros vivam
permanentemente na casa do sogro, sendo então uma uxorilocalidade permanente.
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Sobre o processo de procriação, pais, filhos e irmãos estão ligados pela vida toda,
onde algo que ocorra no corpo de um, implica diretamente no corpo do outro, criando então
laços na vida dos Yawalapiti com esse grau de parentesco.

A vida na aldeia começa bem cedo, entre 4h30 e 5h00, onde as mulheres buscam
água, osteriormente os mais jovens vão tomar banho, o banho frio da virilidade, e logo após
os mais velhos, com a água mais quente. Em seguida os homens saem para o plantio ou
colheita voltando por volta de 12h00 para almoçarem com suas famílias, enquanto as
mulheres seguem moendo e processando a mandioca trazida no dia anterior para durante a
tarde fazerem o mingau nakuaya, que é feito do suco venenoso extraído dessa matéria-prima.
À tarde os homens descansam e realizam atividades de trabalhos manuais ou partem para a
caça ou pesca coletiva. No final da tarde os yawalapiti costumam ficar nas portas de casa,
conversando, catando piolho, se pintando e partilhando sobre o dia, enquanto os mais velhos
são chamados pelo putaki wikiti para fumar. Duante a noite, todos se recolhem as 19h00 e
costumam dormir às 22h00.

Têm como base a agricultura e a pesca. A pesca é considerada uma pratica


exclusivamente masculina, e a preparação do alimento pode ser feita por ambos os sexos.

1.3 ORGANIZAÇÃO CULTURAL E RELIGIOSA

Os yawalapiti têm os o mundo mítico como um passado que não é ligado ao atual
presente, sendo então em seus rituais um contato físico, mítico e místico a esse mundo ainda
presente na concepção cosmológica desta etnia.

A maioria dos rituais se originou a partir do contato de um humano aos elementos


puros da natureza, tais como terra, água e céu, assim. Definindo linhas mestras da
classificação da natureza animal e seus respectivos valores cósmicos destas denominações.

Os índios desta etnia costumam pintar-se sempre em seus rituais, tendo cada ritual
uma pintura diferente, com muitos adornos, enfeites e atributos para cada parte de categoria
no ritual.

Na selva moram os animais e os espíritos, na aldeia moram os humanos, nos rios e


lagoas (uiña e iuiá) moram os espíritos mais importantes para os Yawalapiti e no céu moram
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as almas dos mortos, a morada dos pássaros que são comandados, para eles, por um urubu
bicéfalo.

Confeccionam cocares, beiju e outras iguarias e adornos em seus tempos livres.

1.4 CONFIGURAÇÃO FÍSICO-ARQUITETÔNICA

O grupo indígena Yawalapiti atualmente vive no Alto Xingu, mais precisamente na


porção índigena do sul, numa terra fértil, perto de dois rios, o Kuluene e Batovi. O Alto Xingu
é como ficou conhecida a região onde vários índios de etnias diferentes partilha de modos de
vida semelhantes, participam de cerimonias inter-aldeias, trocas comerciais, etc. Está situado
no Parque Nacional do Xingu, localizado na região nordeste do Estado de Mato Grosso, no
Sul da Amazônia.

A aldeia é comumente construída em um formato circular (putáka ríku), onde no


centro de uma praça fica a casa destinada à guarda das flautas sagradas, objeto que fora
mencionado anteriormente, cujo mulheres não podem vê-los. Local destinado também ao
recanto dos homens, onde se juntam para conversar e fumar. Local que também serve para
receber os visitantes, discursar, lutar, realizar eventos cotidianos e afins. Ao redor desta praça,
as casas são erguidas.

Estas casas não têm divisões, somente em casos específicos, como o período de luto
dos índios cujo perderam seus cônjuges, o período de resguarde durante a puberdade de índios
que dura dos 14 aos 17 anos e os casais com filhos recém-nascidos. Cada casa (pah ou pá)
possui uma fogueira central e cada casal sua fogueira particular. A área de dormir é composta
por redes, formando um leque e dispostas a nível e localização onde não atrapalhe o acesso de
fluxo dos moradores. As pah têm duas entradas, uma frontal que é direcionada para a praça e
uma traseira que é direcionada aos fundos da aldeia.

2 CASA INDÍGENA

2.1 ANÁLISE TIPOLÓGICA


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Quanto a tipologia das habitações do povo Yawalapiti, é perceptível um formato em


planta elíptico circular, evidenciando um tipo de habitação com grande dimensão (Figura
1). Ademais, é visível semelhanças antropomorfas, com características que remetem a
humanos ou animais (Figura 2).

Figura 1 - Planta baixa de habitação Yawalapiti

Fonte: Referência bibliográfica da disciplina

Figura 2 - Habitação Yawalapiti

Fonte: Imagens do Brasil

2.2 ANÁLISE ARQUITETÔNICA

A casa indígena da Etnia denominada Yawalapiti é considerada uma das mais


representativas para a cultura e tipologia das habitações do Alto Xingu. As habitações
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possuem características antropomorfa, atribuindo o pensamento de características humanas ou


animais.

Construídas durante o período da seca, as habitações possuem um padrão para


construção. A casa possui 30 m de comprimento, 10 metros de largura e pé direito de 6
metros. Sua estrutura é formada por madeiras que se cruzam em forma de ‘X’, dando
sustentação e reforço diante da dimensão da casa. Quanto a coberta, toda a estrutura que
antecede a palha é formada por varas no sentido vertical e horizontal, as varas horizontais que
partem do solo se cruzam com as horizontais proporcionando o enrijecimento da estrutura.
Por fim, a palha possui a função de coberta, onde a mesma é disposta sobre as varas dando a
impressão de casa.

Diante de suas dimensões, esse tipo de habitação torna-se uma representação de


estrutura estável, ao mesmo tempo que é vista com uma disposição leve dos instrumentos e
materiais utilizados. Ademais, além de ser tida com a função habitacional, esse tipo de casa
possui a função de armazenamento de produtos típicos da região, como a farinha de
mandioca.

2.3 PASSO A PASSO DA EXECUÇÃO DA MAQUETE

 Talas; (Figura 1)

 Palha de coqueiro; (Figura 2)

 Linha de crochê; (Figura 3)

 Isopor; (Figura 4)

 Papel Camurça; (Figura 5)

 Cola de silicone; (Figura 6)

Figura 1 Figura 2 Figura 3


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Fonte: Autor Fonte: Autor Fonte: Google imagens

Figura 4 Figura 5 Figura 6

Fonte: Autor Fonte: Autor Fonte: Autor

Inicialmente foi cortada a base de isopor, que suportaria a maloca, ao ser


dimensionada as talas começaram a ser inseridas demarcando cada porto das extremidades
cuja dimensão seria 32,15cm por 11,8cm (Figura 1).

Figura 1
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Fonte: Autor

As talas foram sendo colocadas seguindo a dimensão apresentada anteriormente,


onde as mesmas foram ganhando forma de maloca. Para a amarração das talas foram usados
linha de crochê (Figura 2). Para a representação do terreno foram usados papel camurça
marrom, juntamente com areia (Figura 3).

Figura 2

Fonte: Autor

Figura 3
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Fonte: Autor

Seguindo a forma de construção de Ocas e Malocas da Etnia Yawalapiti, duas


camadas precisam ser feitas, uma suportando a estrutura interna e, por conseguinte, uma
externa, que é responsável por suportar toda a cobertura em palha. Assim, a segunda camada
foi feita seguindo o conceito da cobertura anterior, com talas presas por linha (Figura 4).

Figura 4

Fonte: Autor
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Por fim, foram utilizadas palhas de coqueiro para representar a coberta, com o
auxílio de um tecido que sustentou toda a palha (Figura 5).

Figura 5

Fonte: Autor
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acerca do estudado, é perceptível o quão importante se faz deter conhecimento


acerca da cultura indígena e de sua contribuição para a história e formação do Brasil. A partir
do conhecimento aprofundado da cultura é possível perceber como a cultura indígena foi
ofuscada após a colonização Portuguesa com a imposição de novos costumes, trazendo para
esse povo uma nova forma de vivência.

Diante disso, se faz necessário compreender que mesmo com toda a imposição de
uma nova cultura os costumes continuaram prevalecendo e passados de geração em geração
por alguns povos indígenas existentes até os dias atuais. Assim, o estudo aprofundado sobre
determinada cultura nos faz compreender os motivos pelos quais esses costumes continuam a
prevalecer e o quão rico é o conhecimento da mesma.

Ademais, a construção de uma construção indígena da etnia Yawalapiti nos fez


compreender como esse povo se porta diante dos tempos atuais e como se deu toda a sua
vivência para que sua cultura e seus costumes pudessem ser mantidos. Desta forma, não
apenas a habitação foi conhecida, mas toda a circunstância pela qual foi construída e como se
dar seu uso e manutenção.
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REFERÊNCIAS
Imagens do Brasil. Aldeia Yawalapiti. Disponível em:
http://www.imagensdobrasil.art.br/produtos/2516/4/1/Aldeia_Yawalapiti#.XRF-pehKjIU.
Acesso em: 23 de junho.
ISA. Povos indígenas no brasil. Disponível em:
https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Yawalapiti. Acesso em: 23 de junho.
TRONCARELLI, Maria Cristina; CASTRO, Eduardo Viveiros de. Yawalapiti. Disponível
em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Yawalapiti. Acesso em 23 de junho.

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