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Autor (a): Gabriella Luiz de Sousa – RGM: 1429671

Psicólogo Supervisor: Adriana de Oliveira – CRP/Região nº 01/10069

Semestre Letivo: 2º/2018

Nome do (a) Assistido (a): E.S.P.S

Número do Prontuário: 1490

Dia de Atendimento: Segunda feira

Horário: 18:00hs.

Número de sessões: 09

1 – Identificação

O autor/relator: Gabriella Luiz de Sousa

Supervisor: Adriana de Oliveira

O interessado: Enzo Sousa Pereira Da Silva

Cliente: E.S.P.S Sexo: Masculino Data de Nascimento: 13/10/1999

Assunto/finalidade – Busca espontânea devido a crises de ansiedade, depressão e


pensamentos suicidas.

2 – Descrição da demanda

Paciente procurou atendimento na Clínica Escola do Centro Universitário do


Distrito Federal por sofrer com ansiedade e depressão e tentou suicídio 3 vezes. Passou
pelo plantão psicológico no 1ª semestre de 2018, sendo encaminhado para psicoterapia.
Vem sofrendo com depressão e crises de ansiedade desde que perdeu sua avó há
3 anos atrás, se sentindo culpado pelo falecimento, pois deixou de ir cuidar da avó para
jogar vídeo game, ela então caiu no banheiro e bateu com a cabeça, como estava

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sozinha e o socorro demorou chegar, a mesma veio a óbito em casa. Logo após o
paciente teve 3 tentativas de suicídio (tentando se jogar na frente do carro), sendo salvo
por amigos.
Diz sentir uma tristeza por dentro que não consegue explicar, muita angústia,
mudanças no apetite e sem motivação para as coisas que antes gostava de fazer,
apresentando assim um quadro depressivo. Em suas crises de ansiedade, diz sentir:
palpitações, tremores, paralisia dos MMII e suor excessivo. O paciente tem 18 anos, é
bissexual e no começo da terapia estava desempregado, atualmente trabalha como caixa
em um supermercado, namora há 2 meses com uma menina, faz uso de álcool, cigarro e
droga (maconha).
Filho de pais separados, tem uma família reconstruída. Sua mãe teve seu
primeiro filho em seu primeiro relacionamento, em seguida teve ele, fruto de um 2°
relacionamento, onde viveu com seu pai por alguns anos, separando quando ele não
tinha ainda nem 1 ano. Em seguida, sua mãe teve outro relacionamento (com quem está
até hoje), teve mais dois filhos, sua irmã de 14 anos e seu irmão mais novo de 11 anos.
Ele tem um bom relacionamento com seu padrasto a quem chama de pai. Tem contato e
convivência com seu pai biológico, assim como com a família dele, porém, tem uma
relação conturbada com o pai. Atualmente mora com a mãe, o padrasto e os dois irmãos
mais novos. O irmão mais velho é homossexual e casado.

3 - Procedimentos:

A primeira sessão teve como objetivo o vínculo terapêutico, a fim de escutar a


demanda do paciente. Com a intenção de colher informações sobre o paciente, foi
realizado um protocolo de entrevista semiestruturada, em seguida foi exposto às regras
da clínica e solicitado ao paciente a assinatura de autorização da terapia. Relatou ter
procurado ajuda terapêutica por sofrer de ansiedade e depressão desde 2015, quando
perdeu sua avó, se queixando de culpa pelo fato ocorrido. Relatou ainda que já tentou
suicídio 3 vezes, uma em 2015, uma 2016 e uma em 2017 e que só não consumou
devido a interferência do amigo que o segurou quando ele tentava se jogar na frente do
carro, contou que as 3 vezes as tentativas ocorreram da mesma forma. Informa que esse

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ano teve pensamentos suicidas, mas sem tentativas. Devido ao atraso do paciente, a
sessão teve duração de 30 min, não sendo possível colher mais informações.
Na segunda sessão, foi solicitado ao paciente que falasse um pouco mais sobre
seu dia - dia, com a intenção de conhecer sua rotina e a convivência com os familiares e
amigos. Relatou sobre estar desempregado há algum tempo e que ajuda a mãe com os
afazeres domésticos e o cuidado com os irmãos mais novos, recebendo reforço positivo
por sua genitora, que lhe recompensa com algo quando ele faz os afazeres domésticos.
O reforçamento positivo é geralmente definido como o fortalecimento de uma resposta
devido à apresentação de determinado estímulo a ela contingente; (Skinner, 1953/2007)
Dando continuidade na sessão, contou sobre sua vida com a namorada, com os
amigos e sobre seus hobbies, que são: tirar fotos de mulheres, desenhar, andar de skate e
sair com amigos, porém, não tem praticado por se sentir desanimado nos últimos
tempos. Diz estar fazendo um curso técnico de administração e inglês. Paciente fala
muito de mulheres e do seu poder de sedução, diz saber bem o que tem que ser feito
para conquistá-las e que sempre consegue ficar com a mulher que quer.
Na terceira sessão, paciente relata ter tido uma crise de ansiedade durante a
semana que passou, diz estar com o pensamento “bagunçado” e que não consegue
colocar em ordem, sentindo mal-estar, sensação de estar faltando algo, palpitações e
tremores, diz que quando se sente assim ele fuma maconha e se alivia, dizendo ainda
que já tinha mais de uma semana que não consumia tal substância. Foi discutido junto
ao paciente, estratégias de enfrentamento para utilizar nos momentos de crises, sendo
indicado que fizesse técnicas de respiração e relaxamento, voltar a fazer atividades
prazerosas que foram deixadas de fazer, como fotografar e desenhar e atividades com
amigos e familiares. Ainda na sessão, se revelou bissexual, conta que já se relacionou
com alguns homens, mas que só se apaixonou de verdade por um rapaz que conheceu
alguns anos atrás, porém, nunca tiveram nada. Diz que sua namorada sabe da sua opção
sexual e que aceita numa boa. Ao final da terapia o paciente diz que costuma contar
mentiras aos amigos e familiares com a intenção de sempre ter a atenção de todos e que
para ele é algo normal.
Na quarta sessão, relatou sobre o seu hábito de mentir, falando que isso começou
há alguns anos atrás, a princípio só com mulheres, pois sentia a necessidade de

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manipulá-las, fazendo que elas ficassem apaixonadas por ele, e depois foi fazendo isso
com amigos e familiares. Ao final da sessão, foi feito uma devolutiva ao paciente, onde
ele apresenta ter uma vida dupla, uma real e outra imaginária, onde é preciso contar
histórias e mentiras para viver, precisando sempre da aprovação das outras pessoas em
tudo o que faz e a necessidade de ser lembrado sempre. O paciente ficou pensativo e em
seguida disse: “estava aqui tentando achar um argumento para te falar, mas não achei,
nunca tinha pensando por esse lado, mas na verdade é isso mesmo”, relatando ainda que
vai pensar mais sobre o assunto e tentar mudar seus hábitos.
Na quinta sessão, paciente chegou com mais entusiasmo, diz que está
procurando emprego e que tem planos para o futuro. Relata ter voltado a mexer em um
projeto de fotos, onde seu objetivo é fotografar 10 mulheres totalmente diferentes e
fazer uma exposição juntamente com um ex-professor, a fim de mostrar a beleza que as
mulheres têm escondido e não percebem. Seu projeto tem o nome de “Mulher
Maravilha”. Ao contar sobre seu projeto, relatou que se sente bem afeminado, pois gosta
de vestir, maquiar e pentear as mulheres. Diz que tem feito isso sempre com sua mãe e
sua namorada e que isso o deixa pensativo sobre sua sexualidade. Posteriormente, falou
sobre sua bissexualidade e diz ter vontade de viver um grande amor com um homem da
mesma forma que vive com sua namorada, porém, não tem coragem de traí-la. Diz que
o único homem que mexeu com ele de verdade, hoje está casado e mora fora do Brasil,
mais que sonha encontrar alguém que desperte nele algo parecido.
Paciente se intitula como o planeta Saturno, fazendo analogia ao amor. Diz que
um ser humano “normal” tem 1 amor (1 lua), e várias paixões (as estrelas), mas que ele
é igual a Saturno que tem várias luas, ou seja, vários amores e que atualmente ele tem 9
amores de verdade, 8 mulheres e 1 homem. Paciente parece ter problemas com sua
orientação sexual, apesar de falar que é bem resolvido trazendo insegurança em sua
fala, muitas vezes apresenta comportamento de esquiva quando é abordado sobre tal
assunto. Sua família não sabe da sua sexualidade, ao ser incentivado a conversa com a
mãe sobre o assunto, diz que ela já percebeu, mas não quer falar nada, se esquivando da
conversa, mudando de assunto em seguida.
Segundo Moreira e Medeiros (2007), a esquiva é um comportamento que evita
ou atrasa o contato com um estímulo aversivo, isto é, o comportamento de esquiva

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ocorre quando um determinado estímulo aversivo não está presente no ambiente, e
emitir este comportamento faz com que o estímulo não apareça, ou demore mais para
aparecer.
Na sexta sessão trouxe como queixa principal sua relação com o pai, diz ter uma
convivência ‘normal”, porém, sempre que se encontram não tem assunto para conversar,
diz que seu pai julga sua maneira de se vestir e seu gosto musical. Diz ainda, que sua
referência paterna é a do padrasto que o criou desde de 1 ano de idade, que ele o
entende, se mostrando sempre amigo e companheiro, mas que tem vontade de viver
muita coisa com o pai, como jogar vídeo game, aprender a dirigir, jogar basquete, etc.
Foi feito uma intervenção explicando a importância da sua verbalização quanto aos seus
sentimentos e vontades diante do pai, assim como sua orientação sexual. Paciente
apresenta comportamentos de inquietação na cadeira e agressividades ao falar do pai,
verbalizando frases como; “Não vale a pena procurar ele para conversar, ele não se
importa”, “Depois que meu pai começou a estudar psicologia, ele ficou ainda pior do
que era”, “meu pai só pensa nele, já tentei ligar algumas vezes, mas ele sempre está
ocupado, cansei, não procuro mais”.
Na sétima sessão contou com a presença da sua namorada. A mesma falou sobre
seu relacionamento e da convivência com amigos e familiares, em seu relato e ela diz
achar o namorado um pouco estressado, mas que se dão muito bem, em seguida
finalizamos a conversa. Demos sequência na sessão com o paciente, que relatou ter
conseguido um emprego e que havia começado a trabalhar como caixa em um
supermercado, se mostrando feliz e empolgado. Relatou se sentir deprimido durante a
semana e que têm se sente assim pelo menos 2 vezes por semana, porém, lembrou das
técnicas que foi discutida em outra sessão e encontrou estratégias para que não
aumentasse o sentimento de tristeza.
Na oitava sessão, relatou estar tendo pensamentos negativos, quando
questionado sobre como são esses pensamentos, ele diz que é uma tristeza como se
tivesse faltando algo e uma sensação de que tudo que faz está errado. Diz que às vezes
não entende a lógica de algumas coisas, como por exemplo, passar em um concurso
público, pois é algo que ele quer mais não vê lógica. Questionei sobre o que pensa em
fazer depois que passar no concurso, o mesmo relata que quer ser independente e morar

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sozinho, então foi devolvido a ele que a lógica de passar em um concurso é essa,
alcançar objetivos e realizar sonhos.
Há necessidade de trabalhar auto aceitação, pois, o mesmo demonstra
dificuldades em falar sobre sua sexualidade com familiares. Demonstra ainda, a
necessidade de desenvolver estratégias de enfrentamento, devido ao contexto
apresentado pelo paciente. Apresenta alto nível de exigência, necessitando trabalhar
com um propósito mais aceitável, quanto a suas regras pré-estabelecidas.
Na nona sessão, paciente relatou estar empolgado com a vida em geral, diz que
ao fazer a lista de metas, pode olhar para o futuro com otimismo e esperança de uma
vida melhor. Informa que tem se sentido muito feliz nos últimos tempos, pois vê que
está evoluindo como pessoa e vê também a evolução das pessoas que ama e isso lhe faz
bem. Durante a sessão, foi trabalhada a lista de metas do paciente, discutindo o que
pode ser feito para alcançar cada item.
1º - Entra para faculdade de psicologia
Para isso fez o Enem, pretende procurar um emprego com um melhor salário e
conversou com o pai para que ele lhe ajude a pagar.
2º- Comprar uma câmara para continuar com seu projeto de fotos.
3º - Comprar um skate novo
4º - Participar de um campeonato de karatê
5º - Viajar com a namorada
6º - Ir a 5 Shows
Onde informa sentir uma sensação de liberdade, como se a música passasse
dentro dele.
7º - Tirar carteira de motorista
8º - Fazer uma tatuagem em homenagem a avó
9º - Fazer 20 ensaios pessoas totalmente diferente uma da outra depois fazer uma
exposição das fotos juntamente com seu professor
10º - Ter uma biblioteca pessoal
11º - Formar no CIL (escola de inglês)
12º - Sair de casa no final do ano e morar sozinho
13º - Continuar com a coleção de tênis que diz ter uma paixão.

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Paciente diz estar buscando melhorias em sua vida profissional, a fim de realizar
suas metas.

Paciente faltou a 3 sessões, número máximo para se desligado do processo


terapêutico. Para isso, será feito uma última sessão ao longo da semana.

4 – Conclusão

No decorrer das oito sessões realizadas, foi observada a necessidade de


estabelecer metas objetivas quanto às perspectivas futuras. Trabalhamos ativação
comportamental com foco nas atividades que promovem bem-estar e prazer ao paciente,
para que o mesmo volte a fotografar e desenhar, pois, foi relatado durante as sessões que
esta é uma atividade importante para o mesmo, solicitei ainda que fizesse técnicas de
relaxamento e respiração com o intuito de aliviar as crises de ansiedade e diminuindo a
tensão.

Observação: O presente relatório é composto por 7 (sete) folhas assinadas e


rubricadas pela relatora e foi baseado em termos quase literal nas Resoluções nº
30/2001 e nº 07/2003 do Conselho Federal de Psicologia.

REFERÊNCIAS:

Moreira, M. B., & Medeiros, C. A. (2007). Princípios básicos de análise do


comportamento. Porto Alegre: Artmed

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Skinner, B. F. (2007). Ciência e comportamento humano (J. C. Todorov & R. Azzi,
Trads.). São Paulo, SP: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1953).

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