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D I R E I TO S HUMAN O S

Anna Karla da Silva Brisola • Bruna Lis Tavares Moura • Hertha Urquiza Baracho

TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO:


68 a Emenda Constitucional n. 81 e o
Projeto de Lei do Senado n. 432
CONTEMPORARY SLAVE LABOR: the Constitutional Amendment 81
and the Senate Bill 432
Anna Karla da Silva Brisola
Bruna Lis Tavares Moura
Hertha Urquiza Baracho

RESUMO ABSTRACT
Questionam o porquê de o trabalho escravo ainda não ter sido The authors question why slave labor has not yet been
erradicado no Brasil, fazendo um comparativo entre o trabalho eradicated in Brazil, drawing a parallel between ancient slave
escravo antigo no Brasil e sua evolução nos dias atuais. labor in Brazil and its evolution to the present time.
Apresentam as razões que levam os trabalhadores a serem They present the reasons that have led workers to be lured
aliciados e o relacionamento do trabalho escravo com o cres- and the relationship of slave labor and economic growth, also
cimento econômico, as dificuldades em combatê-lo, e relação showing the difficulties in fighting it and its link to the Kantian
com a visão kantiana – educação para a liberdade. vision – education for freedom.

PALAVRAS-CHAVE KEYWORDS
Direitos humanos; trabalho escravo contemporâneo; Emenda Human rights; contemporary slave labor; Constitutional
Constitucional n. 81; dignidade humana; PLS n. 432/2013. Amendment 81; human dignity; Senate Bill 432/2013.

Revista CEJ, Brasília, Ano XXI, n. 72, p. 68-74, maio/ago. 2017


Anna Karla da Silva Brisola • Bruna Lis Tavares Moura • Hertha Urquiza Baracho

1 INTRODUÇÃO A metodologia do artigo baseia-se da abolição da escravidão, ela ainda per-


Foi entre a passagem do final do sé- em uma pesquisa bibliográfica, a partir sistiu em existir, porque um dos grandes
culo XVIII e o XIX que se iniciou a corri- da qual se fará uma análise descritiva e problemas que os libertados encontraram
da abolicionista da escravidão no Brasil, um comparativo com a realidade social, foi a readaptação de sua liberdade, não
sendo consolidada com a Lei Áurea em legislações vigentes e doutrinas jurídicas planejada pelo Estado. Estavam livres, mas
1888, que a aboliu oficialmente, mas especializadas na matéria tratada. não possuíam emprego, local para morar,
somente no papel. Essa realidade era re- O objetivo do artigo é promover uma alimento para si e suas famílias e muitos
latada por Euclides da Cunha, conforme reflexão e uma noção ao leitor de como acabaram por continuar na mesma situa-
citam Rezende e Rezende: [Um exemplo se encontra o trabalho escravo contempo- ção que viviam. Devido a isto, continuou-
dessa realidade está relatado no livro râneo no Brasil, as conquistas jurídicas no -se a haver relatos de escravidão, agora
de] Euclides da Cunha, em Um paraíso país e questionamentos a respeito da PLS dos imigrantes que haviam fugido da
perdido, de 1905, [que] denunciava as 432/2013, além de promover uma discussão Primeira Guerra Mundial para trabalhar nas
condições de pobreza, de isolamen- a respeito do que é necessário para a erradi- fazendas de café e também na Amazônia,
to e de carências que faziam com que cação do trabalho escravo contemporâneo. aonde muitos nordestinos migraram para a
muitos trabalhadores nas regiões dos extração da borracha e foram levados para
seringais vivessem “à mercê do império 2 BREVE COMPARATIVO HISTÓRICO DO promover o desmatamento. Sobre essa te-
discricionário dos senhores”. (REZENDE; TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL mática, Esterci e Figueira destacam (2007,
REZENDE, 2013, p. 15). Na Idade Clássica, Moderna e até o p. 87): Não havia na época, entretanto,
Novamente um movimento aboli- início da Contemporânea, o trabalho es- uma organização na sociedade civil capaz
cionista se instaurou, agora em 1990, a cravo era uma prática plenamente acei- de computar os casos nem espaço político
CPT (Comissão Pastoral da Terra), que ta. No Brasil, tem-se o início do trabalho para repercutir as informações. O governo 69
luta pelo reconhecimento e mobilização escravo com a chegada dos portugueses comportava-se como se fosse impermeá-
do Estado ante a existência de trabalho em 1500 e escravidão dos índios, mas vel a esse tipo de pressão. Quando as de-
escravo no país. Em 1995, o Brasil re- estes não trouxeram tantos êxitos como núncias de práticas escravistas vinham a
conheceu que ainda havia trabalho es- o esperado, pois, como relata Flávio de público, as autoridades as relegavam a se-
cravo em seu território, sendo a partir Campos (2010), nem todas as tribos re- gundo plano, como infrações trabalhistas.
do governo do ex-presidente Fernando cebiam os lusitanos de forma pacífica e Em 1948, o Brasil ratificou a
Henrique Cardoso que começou a ado- muitos promoveram sucessivos ataques. Declaração dos Direitos Humanos, um
tar as medidas de combate ao trabalho Depois do fracasso com os amerín- dos mais importantes dispositivos de
escravo, como a alteração do art. 149 do dios, os portugueses passaram a impor- combate a toda forma de tratamento de-
Código Penal Brasileiro (CP), que passou tar negros da África para trabalhar nos sigual. Seu art. 4° especifica claramente:
a abranger, na tipificação de crime, a re- canaviais. Escravizados, e em um país Ninguém será mantido em escravidão
dução de alguém à condição análoga à totalmente desconhecido, sem conhecer ou servidão; a escravidão e o tráfico
de escravo, incluindo os requisitos para a língua dos senhores, eles não tinham de escravos serão proibidos em todas
sua caracterização e inserindo nas mes- como fugir, como fizeram os índios, que as suas formas. E, em 1957, ratificou a
mas penas os partícipes. conheciam o território. Convenção n. 29 da OIT, que trata sobre
Em 2014, foi aprovada a PEC 438/2001, O local em que mantinham os es- o trabalho forçado. A partir de 1970 co-
que instituiu a Emenda à Constituição n. 81, cravos se chamava senzala, um lugar meçaram as denúncias de trabalho aná-
fazendo algumas alterações e acréscimos apertado, sem piso, banheiro ou divisão logo ao de escravo no Brasil à OIT.
no art. 243 da Constituição Federal (CF), de cômodos. As suas refeições eram os Do século XVI para o XX não hou-
impondo sanções aos proprietários de alimentos que os senhores não queriam, ve tanta diferença do tratamento dado
propriedades rurais ou urbanas que se uti- ou seja, restos. Apanhavam quando não aos trabalhadores rurais escravizados,
lizarem da exploração do trabalho escravo, cumpriam as ordens dos seus senhores ou pois eles também eram colocados em
sendo esta emenda uma forma de reafir- quando tentavam fugir e sofriam constan- barracos de chão de terra batida, co-
mar que o Estado brasileiro é contra o tra- temente todos os tipos de violência. Eram bertos por uma lona preta ou de pa-
balho escravo e de combatê-lo ainda mais. considerados patrimônio dos seus senho- lha, sem água, divisão de quartos ou
Por não existir uma pena tão severa no art. res e vendidos a um alto preço, vigorando banheiros, e perto de diversos animais,
149 do Código Penal, os responsáveis pela a mão de obra escrava africana até a pro- dependendo da fazenda. A água que
escravidão dos trabalhadores muitas vezes mulgação da Lei Áurea em 1888. utilizavam e, principalmente, bebiam
prestam apenas trabalhos comunitários. Porém, mesmo com a promulgação era de córregos ou as mesmas ofe-

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recidas aos animais. Não possuíam material de proteção ramo de confecções, principalmente, com imigrantes latinos na
para os seus serviços e, muitas vezes, o que utilizavam era cidade de São Paulo, onde se encontram presos em um mínimo
anotado na caderneta de dívida – momento do predomí- espaço ou em alguns casos até no subterrâneo, impossibilitados
nio da escravatura por dívida. Os escravos eram aliciados de sair, tendo direito a apenas um banho por dia, em dupla,
pelos popularmente chamados “gatos”, responsáveis pelo uma vez por dia, por cinco minutos. Também há escravidão na
recrutamento dos trabalhadores, seu transporte para o local construção civil, em que têm existido as maiores libertações,
de trabalho e sua vigilância, impedindo que eles fugissem. de acordo com a Comissão Pastoral da Terra, e as obras em
Quando chegavam, encontravam-se devendo o transporte, que o problema mais ocorre são aquelas de empresas licita-
alimento e até a estadia no local. Passavam por jornadas das pelo governo para o programa “Minha casa, minha vida” e
exaustivas, constantes maus tratos e humilhações, quando vinculadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
recebiam o pagamento, não dava nem um quinto do salário E o mercado do sexo dentro do país também tem explorado
mínimo, e muitos eram privados até de abandonar a situa- mulheres, travestis e crianças, sem direito a descanso semanal
ção em que se encontravam. remunerado, e os salários são pagos com produtos de higiene
e alimentação vendidos dentro da boate. (REPÓRTER BRASIL;
[...] mesmo com a promulgação da abolição da ESCRAVO NEM PENSAR, 2013).
escravidão, ela ainda persistiu em existir, porque E como disseram Jean Allain e Kevin Bales (2012, p. 1, tra-
dução nossa), a “era do neoabolicionismo” vai além de seu
um dos grandes problemas que os libertados antecessor histórico, focado em acabar com a escravidão legal,
encontraram foi a readaptação de sua a um movimento contemporâneo destinado a acabar com a
liberdade, não planejada pelo Estado. escravidão de fato; existem hoje paralelos distintos entre aboli-
ção do velho e do atual movimento neoabolicionista. Ou seja,
Em 1990, a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e a sociedade se antes os movimentos abolicionistas do século XIX buscavam
civil começam a pressionar fortemente o Brasil para reconhe- tornar a escravidão uma prática ilegal, hoje o objetivo consiste
cer a existência do trabalho escravo no país, mas foi somente em encontrar uma solução que ponha fim nessa trajetória de
em 1995 que isto aconteceu, após várias denúncias à OIT. “escuridão” que é o trabalho escravo.
No mesmo ano, o governo criou o Programa de Erradicação O trabalhador escravo do século XXI não é mais um objeto
do Trabalho Forçado e do Aliciamento de Trabalhadores patrimonial do seu senhor como antes, mas um utensílio descar-
70 (Perfor), que, posteriormente extinto, foi substituído pelo tável, que pode ser facilmente substituído em um mercado de
Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado (Gertraf). trabalho com tantas pessoas desempregadas. Uma característica
Conforme relato do Instituto Pacto Nacional de Erradicação do predominou ao longo dos anos: o escravo é o meio para o lucro
Trabalho Escravo (InPACTO, 2015), mais de dez mil trabalha- do patrão. Uma mão de obra barata rende grandes lucros, mas
dores foram libertados de condições análogas às de escravo, ofende e devasta completamente a vida de um ser humano.
no Brasil, no período de 2011 a abril de 2015.
Os trabalhadores escravos resgatados estavam passando 3 TRABALHO ESCRAVO: OS DIREITOS E AS NORMAS
a mesma situação em que foram encontrados os dos séculos QUE SÃO VIOLADOS
passados: humilhados, submetidos a condições iguais ou até Nem sempre todos os homens foram considerados sujeitos
piores que as dos animais, em péssimo local de trabalho, de direitos e iguais entre si na forma da lei. Os escravizados
sem segurança e assistência médica. E o papel dos aliciado- foram considerados durante muito tempo como coisa e objeto.
res continuava o mesmo: recrutar, transportar e vigiar. Em Um dos filósofos mais influentes para a mudança radical deste
um estudo realizado por Kevin Bales, citado por Vito Palo pensamento discriminatório foi Kant. Tal atribuição decorre do
Neto, foram levantadas três formas básicas de escravatura: A fato dele ter sido o primeiro teórico a reconhecer que ao ho-
escravatura da posse, a escravidão por dívida e a escravidão mem não se pode atribuir valor. (QUEIROZ, 2005, p. 1)
por contrato. A escravidão moderna descrita por Bales é a Em seu livro Fundamentação da metafísica dos costumes,
escravidão por contrato que, segundo o autor, mostra como Kant escreve (2007, p. 68): o homem, e, duma maneira geral,
as modernas relações de trabalho são usadas para ocultar todo o ser racional, existe como fim em si mesmo, não só como
a nova escravatura. Nesses casos são oferecidos contratos meio para o uso arbitrário desta ou daquela vontade.
que garantem trabalho, e os trabalhadores são levados a Notar-se-á que ele, com a frase supracitada, já lecionava aos
fazendas, oficinas ou fábricas, e ali se acham escravizados. juristas sobre a dignidade da pessoa humana. Muitos direitos
São usadas determinadas formalidades como engodo para foram conquistados com a Revolução Francesa, mas na época
enganar o indivíduo, atraindo-o para a escravidão. Ao se do Estado Liberal, as maiores preocupações centralizavam-se na
levantar questões legais, o contrato pode ser apresentado, liberdade econômica, igualdade jurídica e fraternidade política,
mas a realidade é que o trabalhador contratado é um es- ora, os chamados “direitos de primeira geração”. Esse Estado
cravo, ameaçado de violência, sem qualquer liberdade de vigorou no Brasil até o século XIX, e é por isso que, com a abo-
movimento e sem qualquer remuneração. A escravidão por lição da escravatura, não houve um planejamento da inserção
contrato é a segunda maior forma de escravidão contempo- dos negros na sociedade.
rânea. (CORTEZ, 2013, p. 12) Os problemas do antigo Estado começaram a revoltar
O trabalho escravo urbano geralmente é encontrado no mais uma vez a população. Seus direitos sociais constan-

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temente violados pela Revolução Durante o decorrer dos séculos, de- trabalhadores e, em muitos casos, até
Industrial fizeram surgir o Estado pois da abolição da escravidão, a doutri- mesmo ao meio ambiente. Além de tudo
Social, que começou a garantir os di- na jurídica passou a considerar o trabalho isso, constitui ainda uma afronta à so-
reitos de segunda geração, ou os cha- análogo ao de escravo como uma viola- berania nacional, pois quando o Estado
mados “direitos coletivos, culturais, ção do direito à liberdade de locomoção, decide mudar e adotar uma postura di-
sociais, econômicos e trabalhistas”. mas, com a Constituição de 1988, esse ferente perante a comunidade interna-
No Brasil, esse Estado apareceu na Era entendimento passou a afetar a dignida- cional e não consegue superar suas difi-
Vargas, com a Constituição Brasileira de da pessoa humana e, consequente- culdades, perde sua credibilidade com os
de 1934, que tinha também um perfil mente, direitos de todas as dimensões, outros países, além de demonstrar que
desenvolvimentista e foi a primeira a infringindo diversos artigos constitucio- está longe de ser um país desenvolvido
tratar sobre o assunto, após as pres- nais, como: a igualdade de todos perante em todos os sentidos. No que se refere
sões internacionais, como o surgimen- a lei (art. 5º, caput); o direito de ninguém ao princípio da busca do pleno empre-
to da OIT pelo Tratado de Versalhes, ser submetido à tortura nem tratamento go, não ter o labutador a liberdade de
da Constituição Mexicana (1917) e da desumano ou degradante (art. 5º, III); a escolher onde oferecer a sua força de
Constituição Alemã de Weimar (1919), inviolabilidade da honra (art. 5º, IX); o trabalho e de, a qualquer momento, po-
que tratavam e resguardavam direitos livre exercício de trabalho, ofício ou pro- der sair desse vínculo é claramente uma
sociais e trabalhistas. Ela visava ao de- fissão (art. 5º, XIII); a livre locomoção no ofensa ao trabalhador e à ordem jurídica.
senvolvimento econômico atrelado ao território nacional (art. 5º, XV); os direitos O trabalho análogo ao de escravo
desenvolvimento social, porém não sociais à educação, à saúde, ao trabalho, afronta os objetivos fundamentais da
protegia a dignidade da pessoa huma- à segurança, à previdência social (art. República brasileira, pois com ele, não
na e não garantia a justiça social, além 6º); garantia de salário, nunca inferior ao se tem uma sociedade justa, livre e so-
de possuir diversos vazios. mínimo, para os que recebem remunera- lidária, não sendo garantido o desenvol-
Foi exclusivamente com a Consti­ ção variável (art. 7º, VII); duração do tra- vimento nacional e, sim, um crescimento
tuição Brasileira de 1988 que a digni- balho não superior a oito horas diárias e econômico, que aumentará o capital de
dade da pessoa humana foi conside- quarenta e quatro semanais, facultada a algumas pessoas e causará ainda mais
rada como fundamento do Estado de compensação de horários e a redução da desigualdades sociais, pobreza e mar-
Direito e todas as gerações de direitos jornada, mediante acordo ou convenção ginalização. Enquanto houver trabalho
fundamentais foram efetivamente coletiva de trabalho (art. 7º, XIII). escravo no Brasil ou em qualquer lugar 71
resguardadas. Consoante o que diz
José Afonso da Silva (2015, p. 119), O trabalhador escravo do século XXI não é mais um objeto
o Estado Democrático visa, assim, à patrimonial do seu senhor como antes, mas um utensílio
realização do princípio democráti-
co como garantia geral dos direitos
descartável, que pode ser facilmente substituído em um
fundamentais da pessoa humana, e mercado de trabalho com tantas pessoas desempregadas.
também certificar os direitos de ter-
ceira, quarta e quinta geração, que Constituindo uma violação à ordem do mundo, os países não conseguirão
se preocupam com o futuro e desen- econômica brasileira, que tem sua fun- cumprir seus objetivos fundamentais.
volvimento das nações, do meio am- damentação na valorização do trabalho e As legislações internacionais ratifica-
biente, dos direitos metaindivi­duais e na livre iniciativa, a mão de obra escrava das pelo Brasil que combatem todo tipo
transindividuais dos homens e a sua gera lucros exorbitantes ao empregador de trabalho forçado ou degradante são:
defesa para as novas tecnologias e e desigualdade perante os outros agen- a Declaração Universal dos Direitos do
invenções. Todos estes tendo como tes do mercado que cumprem a lei e res- Homem, as Convenções n. 29 e n. 105
pilar os direitos fundamentais e, prin- peitam os direitos dos seus empregados. da OIT, a Convenção Americana sobre
cipalmente, a dignidade humana. Afeta o princípio da livre concorrência, a Direitos Humanos e a Convenção sobre
As classificações dos direitos indi- função social da propriedade, a sobera- a Escravatura de 1926.
viduais, sociais, coletivos ou difusos nia nacional e a busca do pleno empre- O art. 149 do Código Penal
em gerações – ou dimensões – só go, bem como lesiona o princípio da livre Brasileiro é uma legislação infracons-
implicam o fim didático e histórico concorrência em face da concorrência titucional essencial ao enfrentamento
da evolução destes direitos, pois eles desleal que se estabelece, ou seja, aque- de tal prática, caracterizando os re-
não se encontram uns em patamar les que utilizam a mão de obra escrava quisitos necessários para sua identifi-
superior aos outros, mas interligados irão ter muito menos dispêndio, e seus cação, quais sejam: submissão de al-
em uma total sintonia, uma vez que o produtos se tornarão muito mais baratos, guém a trabalhos forçados ou jornada
descumprimento de um acarreta vio- afetando o preço base de mercado. exaustiva, sujeitando o empregado a
lação do outro, por isso, nota-se que Quanto à função da propriedade, condições degradantes de trabalho, e
o trabalho escravo não só viola direi- o trabalho escravo infringe maiormen- restringindo, por qualquer meio, sua
tos trabalhistas e sociais, mas também te o conceito dela no que concerne às locomoção em razão de dívida con-
econômicos e ambientais. relações do trabalho, ao bem-estar dos traída com o empregado ou preposto.

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Não é só trabalhar forçosamente, mas também impor a um da terra sem direito a qualquer ressarcimento.
trabalhador jornada exaustiva de trabalho, isto é, aquela No entanto, o novo art. 243 da Constituição Federal é uma
que culmina por esgotar completamente as suas forças, norma constitucional de eficácia contida, devido à lacuna jurí-
minando sua saúde física e mental. (GRECO, 2012, p. 519) dica dos aspectos necessários à sua regulamentação. Como o
Outro documento que detalha os aspectos do trabalho termo “exploração do trabalho escravo” a ser tratado na forma
escravo é a Instrução Normativa n. 91, de 5 de outubro de da lei, o “fundo especial” para o qual serão revertidos os valores
2011, do Ministério do Trabalho e Emprego, que comple- recebidos do leilão de bens econômicos apreendidos necessi-
menta o art. 149 do CP, indicando os meios de restrição da ta de uma lei complementar para sua aplicação. Entretanto, o
locomoção do labutador que podem ocorrer conjuntamente próprio artigo deixa um norte que é observar, no que couber,
ou individualmente. São eles: em razão de dívida contraída, o disposto no art. 5° da CF para a criação do fundamento da
cerceamento do uso de qualquer meio de transporte por definição da exploração do trabalho escravo.
parte do trabalhador, ou de qualquer outro meio com o fim O Projeto de Lei do Senado n. 432/2013, apresentado
de retê-lo no local de trabalho. Valem como formas de restri- pelo senador Romero Jucá (PMDB/RR), tem como finalidade
ção a vigilância ostensiva no local de trabalho ou a posse de complementar o art. 243 da CF. Contudo, ferrenhas críticas vêm
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, tanto por sendo apresentadas à proposta, que não observa o disposto no
parte do seu empregador como pelo preposto. art. 5° – como determinou o art. 243 –, pois ela exclui a existên-
cia de jornada exaustiva, condições degradantes, contrariando o
4 A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 81 E O PLS 432/ 2013 art. 149 do Código Penal, a Instrução Normativa n. 91/2011 do
A Emenda à Constituição n. 81 foi instituída pela PEC 438/2001, MTE, o art. 7° da CF e seus incs. IV, XVIII, XIX e, principalmente,
iniciativa do ex-senador Ademir Andrade (PSB/PA). Esta alterou o art. o art. 5°, inc. III, da CF.
243 da Constituição Federal (CF), que antes tratava da expropria- A jornada exaustiva é um tratamento desumano, pois afeta
ção das glebas onde fossem detectadas culturas ilegais de plantas a saúde física e psicológica do trabalhador; as condições degra-
psicotrópicas. Agora, com a modificação da emenda, passou-se a dantes, como a própria palavra já diz, degradam o trabalhador,
expropriar as propriedades urbanas e rurais onde for encontrada, a sua dignidade e honra, quando o colocam em um local de
além das culturas ilegais de plantas psicotrópicas, exploração de trabalho com péssimas condições de higiene, espaço reduzido
trabalho escravo. A destinação de tais propriedades também sofreu e, principalmente, a remuneração do salário.
modificações, passando a prometer a reforma agrária em caso de Presumir que a submissão de trabalho forçado só deve
72 propriedade rural e programas de habitação popular no caso de ocorrer com a existência de ameaça de punição ou coação é
uma propriedade urbana. O parágrafo único do artigo mudou a des- um erro, e isso se confirma por meio da ementa do Inquérito
tinação de qualquer bem de valor econômico apreendido em uma 3.564 do STF: Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. DENÚNCIA.
das duas situações descritas no caput do artigo, passando agora a ser CRIMES DE REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO 
revertido a um fundo especial. E DE ALICIAMENTO DE TRABALHADORES. DESNECESSIDADE
DE VIOLÊNCIA FÍSICA PARA A OCORRÊNCIA DO DELITO.
Foi exclusivamente com a Consti­tuição Brasileira PARA A CARACTERIZAÇÃO DO DELITO BASTA A REITERADA
de 1988 que a dignidade da pessoa humana foi OFENSA AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO TRABALHADOR,
VULNERANDO SUA DIGNIDADE COMO SER HUMANO.
considerada como fundamento do Estado PRESCRIÇÃO QUANTO AO DELITO DE FRUSTRAÇÃO DE DIREITO
de Direito e todas as gerações de direitos TRABALHISTA. DENUNCIADO COM IDADE SUPERIOR A SETENTA
fundamentais foram efetivamente resguardadas. ANOS. RECEBIMENTO PARCIAL DA DENÚNCIA. (BRASIL, STF,
Inq. 3564/MG, 2014, p. 1, grifo nosso)
A mudança trazida pela Emenda n. 81 ao art. 243 da CF re- No Projeto de Lei n. 432, a figura do preposto, ao afirmar,
presentou uma conquista em todos os sentidos. Em razão dela, em seu art. 1°, que só será expropriada a propriedade se for
agora os proprietários não terão mais oportunidade de, depois exercido o trabalho escravo diretamente pelo proprietário, ou
de cumprir as penalidades do art. 149 do Código Penal (CP), seja, dificultando ainda mais a punição deste, que poderá, por
tornar a utilizar a mão de obra escrava, pois agora, além da pena meio desta redação, burlar a responsabilidade intermediando
imposta pelo Código Penal, terão suas terras desapropriadas, terceiros para o serviço, excluindo sua figura. Ele também res-
dificultando aos transgressores da lei a prática da mão de obra tringe o trânsito em julgado apenas à sentença penal, impossi-
análoga à de escravo. bilitando outros tipos de sentença decorrentes de ação civil de
O artigo, pois, enfatiza a função social da propriedade, exa- danos morais e de ação trabalhista.
rada na emenda supra que estabelece as seguintes exigências a O fundo de destinação do leilão dos bens econômicos é o
serem cumpridas pelo proprietário: aproveitamento adequado Funprestie (Fundo Especial de Prevenção e Combate ao Trabalho
e utilização racional dos recursos naturais disponíveis, preser- Escravo e ao Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Drogas Afins), o
vação do meio ambiente, e observância dos dispositivos que que tem sido um problema porque a redação não delimita os
regulam as relações de trabalho. Assim, a exploração da proprie- aspectos necessários nem trata de seu funcionamento. Uma das
dade deve favorecer o bem-estar de proprietários e trabalhado- propostas que vem sendo apresentada é que seja criado um
res, sem o que ocorrerá o dano da propriedade – a chamada fundo específico para o trabalho escravo e outro para o tráfico
“desapropriação-sanção” –, que inflige ao proprietário a perda ilícito de entorpecentes, especificando o seu funcionamento, ou

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escolhido um fundo ou uma organização aos empregadores, nove tinham ensino estabelecido, ele protege os pobres e os
atuante no combate, a ser beneficiada. superior completo e apenas três não cur- vulneráveis. Enquanto não se dispuser de
O projeto já se encontra na saram ensino superior. leis efetivas, que punam definitivamente
Comissão de Constituição e Justiça do Os dados mostram a educação como todos sem distinção, o trabalho escravo
Senado junto com um anexo do parecer uma das efetivas soluções para a erradi- não se extinguirá, e as pessoas vulnerá-
do plenário para a alteração desses de- cação de vários problemas, pois a falta de veis continuarão à mercê da ilegalidade.
feitos, pois se continuar com a redação informação e conhecimento torna as pes-
atual terão de ser alterados o art. 149 do soas alvos mais frágeis, pois sem oportu- 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Código Penal e a Instrução Normativa nidades sociais, muitas vezes são levadas No Brasil, tem-se uma Constituição
n. 91, de 5 de outubro de 2011, do a aceitar qualquer tipo de emprego ou extremamente atual e leis muito bem
Ministério do Trabalho e Emprego, os situação para poder sobreviver. Como já elaboradas para o combate ao trabalho
quais trazem um conceito de trabalho dizia Kant, a educação é a condição que escravo; porém, um dos grandes proble-
escravo bem delimitado e objetivo. contribui no processo do homem para al- mas da persistência do trabalho análogo
cançar autonomia. A definição de sujeito ao de escravo é o conjunto de fatores so-
5 AS DIFICULDADES PARA SE COMBATER autônomo implica a liberdade. (RIBEIRO; ciais, econômicos e educacionais.
O TRABALHO ESCRAVO ZANCANARO, 2011, p. 94) Sociais, porque, desde o início da sua
O governo brasileiro tem realizado Essa liberdade de que Kant fala história, no país a assistência aos traba-
grandes projetos e medidas para comba- complementa a ideia de liberdade pro- lhadores escravizados não existia, e após
ter o trabalho escravo, porém ainda exis- posta por Sen (2010), uma vez que só muitas lutas, hoje, é uma política que
tem muitas barreiras a enfrentar. As maio- se alcança a liberdade com promoção da vem crescendo, porém deve ser mais in-
res ainda são as desigualdades sociais, educação, e como consequência dessa centivada e promovida, visto que muitas
pouca difusão da educação e a corrupção. liberdade, resultará o desenvolvimento pessoas não acreditam que ainda exista
Como ensina Amartya Sen (2010, do Estado, assim sendo, maiores opor- essa situação no nosso país. Ou seja,
p. 33), quando os países olharem para o tunidades sociais e maiores melhorias uma das principais formas de combater
desenvolvimento como um resultado do nele irão existir. Um país que investe a escravidão, de modo mais eficaz, seria
alargamento das liberdades substantivas ferozmente na educação possuirá ci- a publicidade por meio da organização
das pessoas, eles começarão a prestar dadãos conscientes dos seus direitos, da sociedade civil e dos órgãos públicos.
atenção nos aspectos importantes des- informados, autônomos e todos em si- Econômicos, pois a mão de obra ba- 73
se processo. O crescimento econômico tuação econômica que possibilite o seu rata rende lucros extraordinários e reduz
brasileiro a partir do século XX não foi bem-estar, evitando que pessoas deten- a concorrência de forma juridicamente
sinônimo de desenvolvimento econô- toras de recursos e informações e, muitas justa, ou seja, violam frontalmente os
mico, social e cultural, pois aprofundou vezes, de alto nível de conhecimento, os princípios constitucionais da ordem eco-
as desigualdades sociais e a privação das explorem. Não que a educação seja res- nômica, devendo ser criadas leis mais se-
liberdades substantivas e instrumentais ponsável pela moralidade do indivíduo, veras para combate de condutas tão gra-
da população pobre. mas sim por colocar os trabalhadores es- ves, e não deixar que sejam aprovados
As liberdades substantivas são cravizados em condições de autonomia projetos de lei como o PLS 432/2013,
determinantes principais da iniciativa perante o Estado, denominadas por Sen que configuram um verdadeiro retroces-
individual e da eficácia social. E as liber- como “liberdades substantivas”, que pro- so, tentando favorecer as empreiteiras
dades instrumentais se subdividem em movem a eficácia social. que mantêm a corrupção.
liberdades políticas, facilidades econô- A corrupção também é um dos E, por fim, educacionais, devido ao
micas, oportunidades sociais, garantias principais fatores para a manutenção do fato de ser o ensino um dos grandes
de transparência e segurança protetora. trabalho escravo. Como observado nos meios para o cidadão conseguir sua auto-
(SEN, 2010, p. 33 e 58) dados apresentados pela OIT (2011), os nomia diante de um Estado, assim como
Com essas deficiências, o acesso à empregadores são pessoas escolarizadas ajudar na promoção do desenvolvimento
educação não tem sido uma realidade e muitos pertencem ou pertenceram ao nacional. Como disse Bobbio (2004, p.
para todos. Em uma pesquisa feita, em Poder Executivo ou Legislativo, ao setor 62), leis têm-se, resta a prática, e é isso
2011, pela OIT sobre o perfil dos princi- público, e grandes empresas os apoiam o que o país deve buscar cada vez mais.
pais autores envolvidos no trabalho es- em suas candidaturas. Devido ao fato de
cravo rural no Brasil, 30% dos trabalha- o trabalho escravo render grandes lucros
dores escravizados entrevistados eram e baixo preço de venda dos produtos, REFERÊNCIAS
analfabetos e 66,6%, analfabetos funcio- derrubando as que trabalham hones- ALLAIN, Jean; BALES, Kevin. Slavery and its defi-
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