0 évaluation0% ont trouvé ce document utile (0 vote)
90 vues4 pages
O documento discute a importância de integrar o ensino de geometria, aritmética e álgebra desde os primeiros anos escolares. Defende que essas áreas da matemática são potencialmente algébricas e devem ser trabalhadas de forma articulada para desenvolver o pensamento matemático dos estudantes, em vez de serem ensinadas de forma fragmentada. Também ressalta a utilização de recursos tecnológicos e atividades de investigação para favorecer as conexões entre os conceitos e a compreensão dos alunos.
O documento discute a importância de integrar o ensino de geometria, aritmética e álgebra desde os primeiros anos escolares. Defende que essas áreas da matemática são potencialmente algébricas e devem ser trabalhadas de forma articulada para desenvolver o pensamento matemático dos estudantes, em vez de serem ensinadas de forma fragmentada. Também ressalta a utilização de recursos tecnológicos e atividades de investigação para favorecer as conexões entre os conceitos e a compreensão dos alunos.
O documento discute a importância de integrar o ensino de geometria, aritmética e álgebra desde os primeiros anos escolares. Defende que essas áreas da matemática são potencialmente algébricas e devem ser trabalhadas de forma articulada para desenvolver o pensamento matemático dos estudantes, em vez de serem ensinadas de forma fragmentada. Também ressalta a utilização de recursos tecnológicos e atividades de investigação para favorecer as conexões entre os conceitos e a compreensão dos alunos.
A respeito do ensino e da aprendizagem de Geometria no Ensino
Fundamental, Lorenzato (2015) questiona o início do ensino de Geometria a partir da ótica euclidiana e defende que crianças começam pela percepção de noções topológicas. O autor destaca que o ensino de Geometria precisa possibilitar transformações e descobertas para alunos e professores de diferentes etapas e modalidades de ensino e, nesse contexto, enfatiza a análise da linguagem usada pelos estudantes, uma vez que é ela que revela a percepção que eles possuem sobre realidade. Além disso, as atividades propostas no ensino de Geometria devem ir além de priorizar a memorização, mas precisa oportunizar e incentivar que o aluno realize descobertas, de modo que tenha condições de compreender o significado das propriedades de diferentes entes, figuras e sólidos geométricos. Outro aspecto que a obra organizada por Lorenzato (2015) destaca é o necessário rompimento com a fragmentação do ensino. Assim, recomenda-se a articulação entre Geometria com as outras disciplinas e demais conteúdos matemáticos. Miorim, Miguel e Fiorentini (1993) também destacam a fragmentação do ensino ao elucidarem a que acontece historicamente entre os ensinos de álgebra e geometria, onde a relevância de um implicou na exiguidade do outro em diversos momentos da história da educação matemática brasileira. Lindquist e Shulte (1994), ao reunir obras de diversos autores estrangeiros, revelam que problemas associados ao ensino de geometria não e exclusivo em nosso país. Dentre os diversos pressupostos teóricos que eles apresentam para enfrentar problemáticas relativas ao ensino da geometria, ressaltamos que esse ensino precisa ter como alvo o desenvolvimento do pensamento geométrico do estudante, com início já nos primeiros anos de sua escolaridade, abrangendo abordagens didáticas e metodológicas que conduzam o estudante a visualizar, analisar, deduzir informal e formalmente e atingir o rigor e a abstração do objeto matemático em estudo, segundo propõe o modelo Van Hiele a respeito dos níveis de compreensão que caracterizam o processo de aprendizagem em Geometria. Em Coxford e Shulte (1995) também é comentado a diferença de espaços ocupados pela álgebra e pela geometria no ensino escolar, em que a primeira tem papel maior. Isso não significa que a primeira seja mais fácil de ensinar e aprender do que a segunda, mas ela envolve, muitas vezes, manipulações mecânicas com símbolos que pode provocar a falsa sensação de facilidade. Em oposição a essa forma de ensino é que partimos da perspectiva que, assim como no processo de ensino e de aprendizagem de geometria, na álgebra o objetivo precisa ser o desenvolvimento do pensamento matemático. Lins e Gimenez (2006) incluem, ainda, o pensamento aritmético. Vale destacar que a perspectiva aqui defendida, fundamentada nos autores mencionados, não é que as três formas de pensamento sejam abordadas separadamente, mas que os estudantes tenham a oportunidade de desenvolvê-los a partir de propostas didáticas mais amplas, que abranjam conteúdos dessas diferentes áreas de estudo da Matemática, bem como outras áreas internas e externas a essa disciplina. Como externas incluímos a articulação com conteúdos de outras disciplinas e contextualizações com a realidade do estudante. Em específico, a proposta é que o foco do processo de ensino e de aprendizagem em Matemática esteja voltado para a produção de significados para a aritmética, para a álgebra e para a geometria, bem como para a evidenciação de relações entre elas. Diante do exposto, Lins e Gimenez (2006) sugerem que o trabalho com álgebra comece mais cedo, de modo implicado ao da aritmética para que os estudante desenvolva as duas em conjunto. Vale destacar que a defesa aqui apresentada de articulação entre geometria, aritmética e álgebra não implica na minimização de características específicas de cada uma das formas de pensamento, o geométrico, o aritmético e o algébrico, mas na evidenciação de relações existentes e de aspectos comuns que caracterizam cada uma dessas formas de pensamento. Com ênfase nos significados e na compreensão, o desenvolvimento do pensamento algébrico é favorecido quando, desse os primeiros anos de escolaridade, são propostas e valorizadas diferentes formas de representar ideias e relações matemáticas, fazendo uso de recursos diversificados como símbolos, material manipulativo, figuras, esquemas, etc., visando realizar agrupamentos, classificações, ordenações, entre outros, que facilitem a descoberta de padrões. Consequentemente, tudo isso implica na compreensão das propriedades dos números e das operações, auxiliando os estudantes a desenvolverem um pensamento relacional e a descoberta de generalizações. Tais desenvolvimentos podem ser incitados a partir de propostas de tarefas de investigação, que explorem padrões e generalizações e que desafiam os estudantes a pensar algebricamente. Nesse contexto, não apenas é possível traçar relações entre álgebra e aritmética, como também tudo isso é possível de ser contemplado em tarefas geométricas. Tarefas que envolvem determinação de perímetro, área e volume de construções geométricas, por exemplo, podem favorecer a compreensão de cálculos algébricos, uma vez que a geometria vai além de contextualizar conceitos algébricos, mas subsidia a construção desses conceitos, pois permite a abstração e uso de símbolos em situações que são mais próximas da realidade do estudante. Assim, defende-se que o ensino de álgebra, especificamente, o desenvolvimento do pensamento algébrico seja trabalhado antes, desde os primeiros anos de escolaridade. A forma como a álgebra tradicionalmente é apresentada ao estudante, apenas a partir dos anos finais do Ensino Fundamental, provoca uma ruptura no ensino de Matemática, em que o estudante geralmente apresenta dificuldades em estabelecer relações entre “essa nova matemática” com “as outras matemáticas” que até então ele conhecia. Uma possibilidade de integração entre geometria, álgebra e aritmética é recorrendo a diversificadas metodologias e recursos como, por exemplo, os tecnológicos. O “software” GeoGebra é um bom recurso tecnológico que possibilita a integração e evidenciação de relações entre conceitos das três áreas da matemática consideradas. Nesse conteúdo, conceitos de proporcionalidade, funções, entre outros, podem ser contemplados de modo a integrar as três áreas da Matemática. Destacamos a iniciativa de desenvolvimento de um trabalho com vistas ao desenvolvimento do pensamento algébrico mais cedo por entendermos que a geometria e a aritméticas, as quais contemplam conceitos que já são desenvolvidos desde os anos iniciais de escolaridade, apresentam caráter potencialmente algébrico, no sentido de que seus processo de ensino e de aprendizagem possibilitam aos estudantes analisarem relações entre quantidades, observar propriedades e estruturas, estudar variações, resolver problemas, modelar, generalizar ideias matemáticas e, gradativamente, expressar essas generalizações por linguagem formal simbólica. Mais precisamente, a generalização é uma das principais características do pensamento algébrico e essa a característica inerente em conceitos de geometria e aritmética que permite considera-las como potencialmente algébricas. Vale ressaltar que não necessariamente e a princípio generalizações precisam ser explicitadas e comunicadas pelo estudante por meio de símbolos, mas também por meio de representações verbais, oral ou escrita, figuras, entre outras diversificadas formas representacionais.