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Os Tribunais têm competência, como é cediço, para editar súmulas sobre temas de relevante controvérsia, a fim de
otimizar seus trabalhos.
O órgão máximo do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal, pode expedir tanto súmulas comuns como as de
caráter vinculante. Os demais Tribunais, como STJ, TST, TRT, TJMG não podem atribuir esse caráter “vinculante” às
suas próprias súmulas, as quais serão apenas “comuns”, portanto.
O conceito de súmula[2] é delineado como “entendimentos solidamente assentes pelos Tribunais acerca de uma
mesma questão, dos quais se retira um enunciado (...), servindo de referencial em julgamentos posteriores sobre a
mesma controvérsia.”[3].
A finalidade da súmula comum, lato sensu, é de refletir o entendimento do respectivo órgão que a editou,
proporcionando maior uniformidade aos julgamentos que versem acerca da mesma matéria. Importante notar que
a súmula vinculante espelha o sentido dado às normas constitucionais pelo STF sobre as quais
recaiam atual[1] divergência e, a partir daí, surja indesejável insegurança jurídica.
A súmula simples, por si só, serve como parâmetro para decisões posteriores, não constituindo obrigatoriedade em
ser seguida, uma vez que não possui força de lei, mas apenas qualidade legal.
Entretanto, é importante observar que se uma decisão não estiver em conformidade com súmula do STJ ou do
próprio Tribunal ao qual se apresente recurso, eventual recurso de apelação não será admitido, conforme o art.
932, IV, a, do novo CPC. É o que chamam de "súmula impeditiva de recurso".
Quanto à súmula vinculante, podemos dizer que é quase um tipo especial daquela, a não ser por uma característica
peculiar: a força de vincular as decisões. O que significa isto?
Significa dizer que tanto o Judiciário quanto os órgãos da Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, ao se depararem com questões sobre as quais haja súmula vinculante, não poderão decidir de
modo diverso, devendo seguir o enunciado sumulado. Isto ocorre porque há, no bojo da vinculação da súmula, as
características de imperatividade[4] e coercibilidade[5].
Contudo, neste ponto é necessário um cuidado especial: apesar de a súmula vinculante ter as características
supramencionadas, vinculando o Poder Judiciário e a Administração Pública em todas as suas esferas, isso não
ocorrerá com o Poder Legislativo na sua atividade legiferante (atividade de fazer leis).
Significa dizer, pois, que há possibilidade de haver a edição de lei com conteúdo diverso daquele que dispõe a
Súmula Vinculante, tendo em vista o exercício da atividade legislativa.
Os efeitos produzidos pela súmula vinculante são dotados de uma “força” que a súmula comum não dispõe, qual
seja, o poder de vincular. Significa dizer que o aplicador do direito não tem a faculdade de seguir ou não o
enunciado, é obrigado a fazê-lo, cumprindo com estrita legalidade o que prevê a súmula vinculante.
Entretanto, não se pode fazer uma súmula vinculante[7] sobre qualquer matéria, mas somente sobre as que
produzam “controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave
insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica [8] .” e de natureza constitucional.
É necessário pontuar o art. 103 da CRFB, o qual reza que o STF poderá “(...) aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário (...)”. E o §1.º
deste artigo dispõe que o objetivo da súmula é obter a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, as quais acarretem grande insegurança jurídica e relevante número de questões semelhantes [6].
A título de conhecimento, interessante é notar que de um mesmo órgão poderá haver súmulas conflitantes. Com a
criação da Turma Nacional de Uniformização – TNU, foi dada a este órgão a responsabilidade de processar e julgar o
incidente de uniformização de interpretação de lei federal em questões de direito material fundado em divergência
entre decisões de turmas recursais de diferentes regiões ou em face de decisão de uma turma recursal proferida em
contrariedade à súmula ou jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça.[9]
Hodiernamente, a TNU conta com 83 (oitenta e três) súmulas, sendo a última editada em 21.03.2016. Muitos
desconhecem a uniformização de jurisprudência e súmulas feita por intermédio da TNU. Se for de se interesse, leia
todas acessando http://www.cjf.jus.br/phpdoc/virtus/listaSumulas.php
Para facilitar o estudo, o quadro abaixo mostrará, de forma didática, as principais características e diferenças entre
as duas espécies de súmula abaixo.
Em apertada síntese, as principais diferenças aí estão dispostas. Questões tratando sobre esse tema são
amplamente exploradas em questões de concursos públicos em matéria de direito constitucional. Portanto, bons
estudos!
Fonte: http://www.blogladodireito.com.br/2012/11/sumula-e-sumula-vinculante-efeitos-e.html#.WBX7SC0rLIV
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