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brasileira
de inclusão
Vozes e sinais da democracia Ao senador Paulo Paim, incansável guerreiro da inclusão, agradeço
por lançar a pedra fundamental desta história. Ao senador Romário,
obrigada pela sensibilidade em entender a dimensão deste projeto,
Falar da Lei Brasileira de Inclusão é falar de democracia. Após 15 anos trabalhando para que ele fosse aprovado no Senado da maneira mais
em tramitação, o projeto de autoria do sempre atuante senador Paulo célere e íntegra possível.
Paim, chegou às minhas mãos em 2012, quando fui designada rela-
tora do texto e junto com a sociedade civil iniciamos um processo de O que você tem em mãos hoje é uma legislação tão grandiosa quanto
construção coletiva, tendo como base a Convenção da ONU sobre os nossa luta. Tenho muita gratidão por ter sido eleita para viver esse
Direitos da Pessoa com Deficiência. momento e saber que, a partir de agora, 45 milhões de brasileiros pas-
sarão a ter direitos e poderão deixar de ser invisíveis.
Sob o lema “Nada sobre nós sem nós”, o projeto foi disponibilizado de
forma a contemplar toda a diversidade humana. No portal e-demo-
cracia, o texto foi publicado em uma plataforma acessível para que
pessoas com deficiência visual, com autonomia, pudessem sugerir
modificações e fazer alterações diretas à redação do texto.
Não podemos deixar de falar dos diversos eventos regionais para ou-
vir frente a frente as demandas da população, promovidos por de-
putados de diversos Estados e partidos, seguindo as orientações de
um material de apoio que disponibilizamos para download para que
qualquer cidadão pudesse acessar.
ano 2013
e xto composto pelo grupo de trabalo
colocado em consulta pblica no porta l
edemocracia a pedido da deputada
ano 2003 Mara Gabrilli, nomeada na ocasião a relatora
Paulo Paim, agora como senador, do projeto na Câmara dos Deputados.
apresentou uma proposta com teor
idêntico, dessa vez no Senado.
ano 2006
Aprovado o substitutivo
no senado, relatado pelo
senador Flávio Arms.
ano 2015
Aprovação do texto substitutivo de
autoria da relatora, deputada Mara
Gabrilli, na Câmara dos Deputados.
ano 2015
Aprovação do texto no
Senado, relatado pelo
senador Romário.
,
Como foi pensado o conteúdo O que isso quer dizer?
da Lei Brasileira de Inclusão?
A deficiência deixa de ser um atributo da pessoa e passa a ser o re-
O texto da LBI tem como base a Convenção da ONU sobre os Direi- sultado da falta de acessibilidade que a sociedade e o Estado dão
tos das Pessoas com Deficiência, o primeiro tratado internacional de às características de cada um. Ou seja, a LBI veio para mostrar que
direitos humanos a ser incorporado pelo ordenamento jurídico brasi- a deficiência está no meio, não nas pessoas. Concluímos, então, que:
leiro como emenda constitucional. quanto mais acessos e oportunidades uma pessoa dispõe, menores
serão as dificuldades consequentes de sua característica.
Mas, muito além das medidas instituídas pela Convenção, tais como o
acesso à saúde, educação, trabalho, cultura, lazer, informação, entre Por fim, vale dizer que diferente da Convenção, que é uma carta de
outros, o texto da Lei Brasileira de Inclusão baseou-se na carência intenções, o texto da Lei Brasileira de Inclusão traz soluções práticas
de serviços públicos existentes no Brasil e nas demandas da própria para todas as áreas de politicas públicas.
população.
Residências inclusivas
Locais destinados a jovens e adultos com deficiência em situação de
dependência e vulnerabilidade social. Estão localizadas em áreas re-
sidenciais da comunidade e devem ter estrutura e atendimento ade-
quados para as necessidades da pessoa acolhida.
Acompanhante
É a pessoa que acompanha a pessoa com deficiência em diversos
locais e situações. Ela pode ou não desempenhar as funções de um
atendente pessoal.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Defici-
ência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a
promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua
inclusão social e cidadania.
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direi-
tos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratifica-
dos pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no 186,
de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento previs-
to no § 3o do art. 5o da Constituição da República Federativa do Brasil,
LIVRO I em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, desde 31 de agosto
de 2008, e promulgados pelo Decreto no 6.949, de 25 de agosto de
2009, data de início de sua vigência no plano interno.
PARTE GERAL
Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedi-
mento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sen-
TÍTULO I sorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de con-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES dições com as demais pessoas.
IV - a restrição de participação.
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e
atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter aces-
em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas so a informações adequadas sobre reprodução e planejamento fami-
e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados liar;
com profissões legalmente estabelecidas;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compul-
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiên-
sória;
cia, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal.
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e Seção Única
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como Do Atendimento Prioritário
adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as de-
mais pessoas. Art. 9o A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento
prioritário, sobretudo com a finalidade de:
Art. 7o É dever de todos comunicar à autoridade competente qual-
quer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
deficiência.
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento
ao público;
Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tri-
bunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as violações
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos,
previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público para que garantam atendimento em igualdade de condições com as de-
as providências cabíveis. mais pessoas;
Art. 8o É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pes- IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais aces-
soa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos refe- síveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segurança
rentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternida- no embarque e no desembarque;
de, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao
trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao trans- V - acesso a informações e disponibilização de recursos de comuni-
porte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à cação acessíveis;
informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à
dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitá- VI - recebimento de restituição de imposto de renda;
ria, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrati-
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Fa-
vos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências.
cultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar
pessoal, social e econômico. § 1o Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhan-
te da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto
quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se sub-
meter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucio-
nalização forçada.
LIVRO I
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência em si-
tuação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
PARTE GERAL
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com
deficiência é indispensável para a realização de tratamento, procedi-
TÍTULO II mento, hospitalização e pesquisa científica.
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem seu
consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de mor-
te e de emergência em saúde, resguardado seu superior interesse e
adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
CAPÍTULO II I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para atender
às características de cada pessoa com deficiência;
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e equi-
pessoa com deficiência. pamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo com as
especificidades de cada pessoa com deficiência;
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por
objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades IV - capacitação continuada de todos os profissionais que participem
e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, pro- dos programas e serviços.
fissionais e artísticas que contribuam para a conquista da autonomia
da pessoa com deficiência e de sua participação social em igualdade Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações articu-
de condições e oportunidades com as demais pessoas. ladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a aquisição
de informações, orientações e formas de acesso às políticas públicas
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se em disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena participação so-
avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e potenciali- cial.
dades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo podem
I - diagnóstico e intervenção precoces; fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de educa-
ção, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previdência
II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional, social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de empreen-
buscando o desenvolvimento de aptidões; dedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção e defesa de
direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa com deficiência
III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas públicas exercer sua cidadania.
que possibilitem a plena participação social da pessoa com deficiên-
cia;
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à prevenção
para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manutenção da de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de:
melhor condição de saúde e qualidade de vida;
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial e I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com ga-
internação; rantia de parto humanizado e seguro;
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir con- X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de
dições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por formação inicial e continuada de professores e oferta de formação
meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que elimi- continuada para o atendimento educacional especializado;
nem as barreiras e promovam a inclusão plena;
XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacio- educacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de
nal especializado, assim como os demais serviços e adaptações razo- guias intérpretes e de profissionais de apoio;
áveis, para atender às características dos estudantes com deficiência
e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualda- XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recur-
de, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia; sos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais
dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação;
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na
modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica
escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; em igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prioritaria-
e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacio- mente, em Tradução e Interpretação em Libras. (Vigência)
nados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de conhe-
cimento; Art. 29. (VETADO).
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos
a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de educa-
escolar; ção profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser adota-
das as seguintes medidas:
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da edu-
cação e demais integrantes da comunidade escolar às edificações, I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependên-
aos ambientes e às atividades concernentes a todas as modalidades, cias das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
etapas e níveis de ensino;
II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com cam-
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; pos específicos para que o candidato com deficiência informe os re-
cursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários para
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas públi- sua participação;
cas.
III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendi-
mento às necessidades específicas do candidato com deficiência;
§ 1o Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensi-
no, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII,
IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia
IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo can-
vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em didato com deficiência;
suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumprimento dessas
determinações. V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candida-
to com deficiência, tanto na realização de exame para seleção quanto
§ 2o Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação e comprova-
refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte: ção da necessidade;
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Libras.
de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-
CAPÍTULO V § 2o Nos programas habitacionais públicos, os critérios de financia-
mento devem ser compatíveis com os rendimentos da pessoa com
deficiência ou de sua família.
DO DIREITO À MORADIA
§ 3o Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas unidades
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio
habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do caput
da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou companheiro ou
deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibilizadas às de-
desacompanhada, ou em moradia para a vida independente da pes-
mais pessoas.
soa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
Art. 33. Ao poder público compete:
§ 1o O poder público adotará programas e ações estratégicas para
apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida independen-
I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do dispos-
te da pessoa com deficiência.
to nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
§ 2o A proteção integral na modalidade de residência inclusiva será
II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a política
prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em situação de
habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital e mu-
dependência que não disponha de condições de autossustentabili-
nicipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade.
dade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
II - (VETADO);
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre Seção II
escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional
de oportunidades com as demais pessoas.
Art. 36. O poder público deve implementar serviços e programas
§ 1 As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer
o
completos de habilitação profissional e de reabilitação profissional
natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar ou re-
inclusivos. tornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, sua voca-
ção e seu interesse.
§ 2o A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportu-
nidades com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de § 1o Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios previstos
trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor. no § 1o do art. 2o desta Lei, programa de habilitação ou de reabilitação
que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua capacidade e
§ 3o É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qual- habilidade profissional ou adquirir novas capacidades e habilidades
quer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de de trabalho.
recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e
periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabili- § 2o A habilitação profissional corresponde ao processo destinado a
tação profissional, bem como exigência de aptidão plena. propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conhecimentos, ha-
bilidades e aptidões para exercício de profissão ou de ocupação, per-
§ 4o A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao aces- mitindo nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso
so a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, no campo de trabalho.
promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo
empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empre- § 3o Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional
gados. e de educação profissional devem ser dotados de recursos necessá-
rios para atender a toda pessoa com deficiência, independentemente
§ 5o É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em de sua característica específica, a fim de que ela possa ser capacitada
cursos de formação e de capacitação. para trabalho que lhe seja adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de
conservá-lo e de nele progredir.
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e
emprego promover e garantir condições de acesso e de permanência § 4o Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissio-
nal e de educação profissional deverão ser oferecidos em ambientes ção de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e de
acessíveis e inclusivos. apoio no ambiente de trabalho;
§ 5o A habilitação profissional e a reabilitação profissional devem III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com defici-
ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, especialmen- ência apoiada;
te de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os níveis e
modalidades, em entidades de formação profissional ou diretamente IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com
com o empregador. vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de bar-
reiras, inclusive atitudinais;
§ 6o A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por meio de
prévia formalização do contrato de emprego da pessoa com defici- V - realização de avaliações periódicas;
ência, que será considerada para o cumprimento da reserva de vagas
prevista em lei, desde que por tempo determinado e concomitante VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
com a inclusão profissional na empresa, observado o disposto em re-
gulamento. VII - possibilidade de participação de organizações da sociedade civil.
§ 7o A habilitação profissional e a reabilitação profissional atenderão à Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo seletivo
pessoa com deficiência. público ou privado para cargo, função ou emprego está obrigada à
observância do disposto nesta Lei e em outras normas de acessibili-
Seção III
dade vigentes.
Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e § 7o O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá ser
atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclu- superior ao valor cobrado das demais pessoas.
sive no sistema escolar, em igualdade de condições com as demais
pessoas. Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos obser-
vando-se os princípios do desenho universal, além de adotar todos os
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor. (Vigência)
locais de espetáculos e de conferências e similares, serão reservados
espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência, de acordo § 1o Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, pelo
com a capacidade de lotação da edificação, observado o disposto em menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, garantida,
regulamento. no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.
§ 1o Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem ser § 2o Os dormitórios mencionados no § 1o deste artigo deverão ser
distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, em localizados em rotas acessíveis.
todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sinalizados,
evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das saídas, em
conformidade com as normas de acessibilidade.
§ 1o As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo, na
2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devi- renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do disposto
damente sinalizada e com as especificações de desenho e traçado de nos arts. 46 e 48 desta Lei. (Vigência)
acordo com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos acessí-
veis e a sua utilização como táxis e vans, de forma a garantir o seu uso
§ 2o Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exibir, em
por todas as pessoas.
local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a ser con-
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez por
cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência.
§ 1o As entidades de fiscalização profissional das atividades de En- Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibilidade
genharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabilida- previstas em legislação e em normas técnicas, observado o disposto
de técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profissional na Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, no 10.257, de 10 de julho
declarada de atendimento às regras de acessibilidade previstas em de 2001, e no 12.587, de 3 de janeiro de 2012:
legislação e em normas técnicas pertinentes.
I - os planos diretores municipais, os planos diretores de transporte e
§ 2o Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certificado de trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de preservação
projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instalações e equi- de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir da publicação
pamentos temporários ou permanentes e para o licenciamento ou a desta Lei;
emissão de certificado de conclusão de obra ou de serviço, deve ser
atestado o atendimento às regras de acessibilidade. II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e ocu-
pação do solo e as leis do sistema viário;
§ 3o O poder público, após certificar a acessibilidade de edificação
ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em locais de III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na forma pre-
vista em legislação e em normas técnicas correlatas. IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já existen- V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico.
tes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência em todas
as suas dependências e serviços, tendo como referência as normas § 1o A concessão e a renovação de alvará de funcionamento para
de acessibilidade vigentes. qualquer atividade são condicionadas à observação e à certificação
das regras de acessibilidade.
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado multi-
§ 2o A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equivalente e CAPÍTULO II
sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormente às exi-
gências de acessibilidade, é condicionada à observação e à certifica-
ção das regras de acessibilidade.
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos
Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das ações de
por empresas com sede ou representação comercial no País ou por
acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-
lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práti-
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva de
cas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.
recursos para implementação das ações; e
§ 1o Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em destaque.
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envolvidos.
§ 2o Telecentros comunitários que receberem recursos públicos fe-
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação,
derais para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem possuir
o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobranças de
equipamentos e instalações acessíveis.
tributos em formato acessível.
§ 3o Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2o deste artigo de-
vem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus computadores
com recursos de acessibilidade para pessoa com deficiência visual,
sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento, quando o resul-
tado percentual for inferior a 1 (um).
§ 2o Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais que pos- Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a serem de-
sam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou senvolvidos com o apoio de agências de financiamento e de órgãos e
outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo entidades integrantes da administração pública que atuem no auxílio
leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, diferentes con- à pesquisa devem contemplar temas voltados à tecnologia assistiva.
trastes e impressão em Braille.
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria com or-
§ 3o O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a produ- ganizações da sociedade civil, promover a capacitação de tradutores
ção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em Libras. e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais habilita-
dos em Braille, audiodescrição, estenotipia e legendagem.
Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de informa-
ções corretas e claras sobre os diferentes produtos e serviços ofer-
tados, por quaisquer meios de comunicação empregados, inclusive
em ambiente virtual, contendo a especificação correta de quantidade,
qualidade, características, composição e preço, bem como sobre os
eventuais riscos à saúde e à segurança do consumidor com deficiên-
cia, em caso de sua utilização, aplicando-se, no que couber, os arts.
30 a 41 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, re- Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência todos
cursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecno- os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igualdade de
logia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e condições com as demais pessoas.
qualidade de vida.
§ 1o À pessoa com deficiência será assegurado o direito de votar e de
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de medidas, a ser votada, inclusive por meio das seguintes ações:
ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a finalidade de:
I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os materiais e os
equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis a todas as
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta de
pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a instalação de
linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tecnolo- seções eleitorais exclusivas para a pessoa com deficiência;
gia assistiva;
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a desempenhar
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação de quaisquer funções públicas em todos os níveis de governo, inclusive
tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a procedi- por meio do uso de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
mentos alfandegários e sanitários;
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda eleito-
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção nacional ral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de televisão
de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de linhas de possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;
crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pesquisa oficiais;
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tanto, sempre
IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de importa- que necessário e a seu pedido, permissão para que a pessoa com defi-
ção de tecnologia assistiva; ciência seja auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos de § 2o O poder público promoverá a participação da pessoa com defici-
tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do SUS ência, inclusive quando institucionalizada, na condução das questões
e por outros órgãos governamentais. públicas, sem discriminação e em igualdade de oportunidades, obser-
vado o seguinte:
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os pro-
I - participação em organizações não governamentais relacionadas à
cedimentos constantes do plano específico de medidas deverão ser
vida pública e à política do País e em atividades e administração de
avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos. partidos políticos;
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA § 4o As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas perio-
dicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoamento.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a situ-
ação de curatela da pessoa com deficiência.
CAPÍTULO II Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger os
interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela, será
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a requerimento
do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, o qual estará
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exer- sujeito, no que couber, às disposições do Código de Processo Civil.
cício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as
demais pessoas.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direi-
tos de natureza patrimonial e negocial.
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com deficiência “Art. 428. ..................................................................
perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em razão de
sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, imponha- ...........................................................................................
lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual serão observa-
dos os seguintes procedimentos: § 6o Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprova-
ção da escolaridade de aprendiz com deficiência deve consi-
I - quando for de interesse do poder público, o agente promoverá o derar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas
contato necessário com a pessoa com deficiência em sua residência; com a profissionalização.
Art. 96. O § 6o-A do art. 135 da Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 (Có- I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo
digo Eleitoral), passa a vigorar com a seguinte redação: para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos
de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio neces- judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
sário ao desempenho de suas atividades;
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
..................................................................................” (NR) à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando
requisitados.
Art. 98. A Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa a vigorar com
as seguintes alterações: § 1o Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência
menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
“Art. 3o As medidas judiciais destinadas à proteção de interes-
ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais § 2o A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos
indisponíveis da pessoa com deficiência poderão ser propos- para indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumpri
tas pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela União, mento de estágio probatório em concursos públicos não
pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por as- exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do administra
sociação constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei dor público pelos danos causados.
civil, por autarquia, por empresa pública e por fundação ou
sociedade de economia mista que inclua, entre suas finalida- § 3o Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o
des institucionais, a proteção dos interesses e a promoção de ingresso de pessoa com deficiência em planos privados de
direitos da pessoa com deficiência. assistência à saúde, inclusive com cobrança de valores dife -
renciados.
.................................................................................” (NR)
§ 4o Se o crime for praticado em atendimento de urgência e
“Art. 8 Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a
o
emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
5 (cinco) anos e multa:
Art. 99. O art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, acrescido do seguinte inciso XVIII:
cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabeleci-
mento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, “Art. 20. ......................................................................
em razão de sua deficiência;
..............................................................................................
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém
a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência; XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de aces-
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa sibilidade e de inclusão social.
em razão de sua deficiência;
..................................................................................” (NR)
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar
assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com Art. 100. A Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa
deficiência; do Consumidor), passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 101. A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as II - (VETADO);
seguintes alterações:
III - (VETADO);
“Art. 16. ......................................................................
IV - (VETADO);
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) V - (VETADO).
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou men-
tal ou deficiência grave; § 1o A dispensa de pessoa com deficiência ou de benefici-
ário reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por
............................................................................................ prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa
imotivada em contrato por prazo indeterminado somente po-
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor derão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com
de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência deficiência ou beneficiário reabilitado da Previdência Social.
intelectual ou mental ou deficiência grave;
§ 2o Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estbe-
.................................................................................” (NR) lecer a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados
e estatísticas sobre o total de empregados e as vagas pre-
“Art. 77. ..................................................................... enchidas por pessoas com deficiência e por beneficiários
reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando
............................................................................................ solicitados, aos sindicatos, às entidades representativas dos
empregados ou aos cidadãos interessados.
§ 2o ..............................................................................
§ 3o Para a reserva de cargos será considerada somente a
............................................................................................ contratação direta de pessoa com deficiência, excluído o
aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das § 2o ...........................................................................
Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,
de 1o de maio de 1943. ..........................................................................................
Art. 102. O art. 2o da Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, passa a § 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida
vigorar acrescido do seguinte § 3o: margem de preferência para:
“Art. 3o ..................................................................... Art. 105. O art. 20 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
..........................................................................................
“Art. 20. ...................................................................... preconceito de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao
disposto nesta Lei são passíveis das seguintes cominações:
.............................................................................................
..................................................................................” (NR)
§ 2o Para efeito de concessão do benefício de prestação
continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que “Art. 4o ........................................................................
tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o perío-
mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva do de afastamento, mediante pagamento das remunerações
na sociedade em igualdade de condições com as demais devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros
pessoas. legais;
§ 9o Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado Art. 108. O art. 35 da Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, passa
e de aprendizagem não serão computados para os fins de a vigorar acrescido do seguinte § 5o:
cálculo da renda familiar per capita a que se refere o § 3o
deste artigo. “Art. 35. ......................................................................
............................................................................................. .............................................................................................
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste § 5o Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo
artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios único do art. 3o da Lei no 10.741, de 1o de outubro de 2003,
da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situa- a pessoa com deficiência, ou o contribuinte que tenha de-
ção de vulnerabilidade, conforme regulamento.” (NR) pendente nessa condição, tem preferência na restituição
referida no inciso III do art. 4o e na alínea “c” do inciso II do
Art. 106. (VETADO). art. 8o.” (NR)
Art. 107. A Lei no 9.029, de 13 de abril de 1995, passa a vigorar com as Art. 109. A Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trân-
seguintes alterações: sito Brasileiro), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o desta Lei e nos “Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de
dispositivos legais que tipificam os crimes resultantes de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sina-
lizadas com as respectivas placas indicativas de destinação similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal,
e com placas informando os dados sobre a infração por esta- deduzindo-se esse valor do montante destinado aos prêmios;
cionamento indevido.”
.............................................................................................
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegu-
rada acessibilidade de comunicação, mediante emprego de § 1o Do total de recursos financeiros resultantes do percen-
tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as tual de que trata o inciso VI do caput, 62,96% (sessenta e dois
etapas do processo de habilitação. inteiros e noventa e seis centésimos por cento) serão destina-
dos ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e
§ 1o O material didático audiovisual utilizado em aulas teóri sete inteiros e quatro centésimos por cento) ao Comitê
cas dos cursos que precedem os exames previstos no art. Paralímpico Brasileiro (CPB), devendo ser observado, em
147 desta Lei deve ser acessível, por meio de subtitulação ambos os casos, o conjunto de normas aplicáveis à celebra -
com legenda oculta associada à tradução simultânea em ção de convênios pela União.
Libras.
..................................................................................” (NR)
§ 2o É assegurado também ao candidato com deficiência
auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de Art. 111. O art. 1o da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a
intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas práti- vigorar com a seguinte redação:
cas e teóricas.”
“Art. 1o As pessoas com deficiência, os idosos com idade
“Art. 154. (VETADO).” igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lac-
tantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos terão
“Art. 181. ................................................................... atendimento prioritário, nos termos desta Lei.” (NR)
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas
públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo; vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos
elementos de urbanização ou de edificação, de forma que
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públi- sua modificação ou seu traslado não provoque alterações
cos e privados; substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes
de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso cole-
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e tivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos,
meios de transportes; marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza
análoga;
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa -
ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensa- mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias,
gens e de informações por intermédio de sistemas de comu- práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade,
nicação e de tecnologia da informação; relacionada à atividade e à participação da pessoa com defi-
ciência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social;
III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sen-
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que
sorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille,
igualdade de condições com as demais pessoas;
o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os carac-
teres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os
por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, perma- meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos
nente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as
da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, tecnologias da informação e das comunicações;
incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de
colo e obeso; X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes,
programas e serviços a serem usados por todas as pessoas,
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com sem necessidade de adaptação ou de projeto específico,
deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de incluindo os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
atendente pessoal;
“Art. 3o O planejamento e a urbanização das vias públicas,
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de dos parques e dos demais espaços de uso público deverão
obras de urbanização, tais como os referentes a paviment- ser concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis
ção, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição para todas as pessoas, inclusive para aquelas com deficiência
de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de ou com mobilidade reduzida.
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público;
de urbanização e parte da via pública, normalmente segrega
do e em nível diferente, destina-se somente à circulação de .................................................................................” (NR)
pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário
urbano e de vegetação.” (NR) “Art. 41. ....................................................................
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em § 3o As cidades de que trata o caput deste artigo devem ela-
vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano
serviços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equi- diretor no qual está inserido, que disponha sobre os passeios
pados com mecanismo que emita sinal sonoro suave para públicos a serem implantados ou reformados pelo poder
orientação do pedestre.” (NR) público, com vistas a garantir acessibilidade da pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida a todas as rotas e
“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em vias existentes, inclusive as que concentrem os focos gera-
área de circulação comum para pedestre que ofereça risco dores de maior circulação de pedestres, como os órgãos
de acidente à pessoa com deficiência deverá ser indicada públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
mediante sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com as privados de saúde, educação, assistência social, esporte,
normas técnicas pertinentes.” cultura, correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre
que possível de maneira integrada com os sistemas de trans-
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos con- porte coletivo de passageiros.” (NR)
gêneres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, moto-
rizados ou não, para o atendimento da pessoa com deficiên- Art. 114. A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa
cia ou com mobilidade reduzida.” a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 113. A Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade), “Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoal-
passa a vigorar com as seguintes alterações: mente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
“Art. 3o ......................................................................
I - (Revogado);
............................................................................................
II - (Revogado);
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os
III - (Revogado).” (NR)
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de
construção de moradias e melhoria das condições habitacio-
“Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à ma-
nais, de saneamento básico, das calçadas, dos passeios
neira de os exercer:
públicos, do mobiliário urbano e dos demais espaços de uso
público;
.....................................................................................
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive
habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não “Art. 1.557. ................................................................
puderem exprimir sua vontade;
............................................................................................
.............................................................................................
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia
por legislação especial.” (NR) grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de
pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
“Art. 228. .....................................................................
IV - (Revogado).” (NR)
.............................................................................................
“Art. 1.767. ..................................................................
II - (Revogado);
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
III - (Revogado);
puderem exprimir sua vontade;
.............................................................................................
II - (Revogado);
§ 1 ..............................................................................
o
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei no 10.406, de 10 de § 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão
janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com a seguinte redação: apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Mi-
nistério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que
lhe prestarão apoio.
“TÍTULO IV
§ 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos
Da Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão Apoiada” sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites
do apoio acordado.
Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei no 10.406, § 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação nego-
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar acrescido do cial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou
seguinte Capítulo III: acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação § 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as
do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamen- modalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo
to condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. de passageiros, inclusive em esfera internacional com origem
no território brasileiro.” (NR)
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as
disposições referentes à prestação de contas na curatela.” Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei no 11.904, de 14 de janeiro de
2009, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”:
...........................................................................................
IV - ..............................................................................
...........................................................................................
.................................................................................” (NR)
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto IV - art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.
nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a ser
dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência da Lei
previsto no § 3o do art. 1o da Lei Complementar no 123, de 14 de de- no 8.989, de 24 de fevereiro de 1995.
zembro de 2006.
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta)
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência) dias de sua publicação oficial.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS
Telefone: (84) 3232-7130 Endereço: Avenida Comendador Leão, 555
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