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UNIOESTE – CCSA – Curso de Direito

Direito constitucional II – ano 2012


Profa. Jacqueline S. P. Guhur Frascati

Aula 2 – Direitos fundamentais (roteiro de aula)

F. Direitos fundamentais na Constituição brasileira de 1988

 Tratados e convenções internacionais (§§2 e 3º do art. 5º, CF)


- opções do CN: status de lei ordinária ou norma constitucional; ato discricionário
 § 3º, art. 5º (EC 45/04): status de norma constitucional
* requisitos: conteúdo referente aos direitos humanos; procedimento legislativo das emendas
à Constituição
* o novo parágrafo corrobora o entendimento anterior do STF quanto à hierarquia dos
tratados internacionais sobre direitos e garantias individuais
- nova realidade: se incorporados à constituição = cláusula pétrea

 Tribunal Penal Internacional (§4º do art. 5º, CF)


- criação: julho/1998, Estatuto de Roma; em vigor desde 1° de julho de 2002; ratificado pelo
Brasil em 2002 (DL 112/2002; promulgado pelo Decreto Presidencial 4388/2002)
- características: caráter permanente; competência definida no Tratado (crimes de guerra,
crimes contra a humanidade e crimes de agressão); analise de indivíduos; jurisdição não restrita
a uma situação específica e não retroativa; atuação subsidiária (princípio da
complementaridade)
- problemas:
* as autoridades brasileiras já têm um tribunal constitucionalmente competente para julgá-las
= a jurisdição do tribunal é subsidiária.
* a obrigatoriedade de extraditar a pessoa que será julgada pelo Tribunal contraria o art. 5º,
inciso LI, CF = não é exatamente uma extradição, mas sim uma entrega para o TI
* a pena de caráter perpétuo contraria o art. 5º, inciso XLVII, "b", CF = foi introduzido
dispositivo convencional que prevê a revisão automática sobre a manutenção da prisão
perpétua, após 25 anos de cumprimento de pena
* não estaria submetido à coisa julgada da decisão brasileira

 Incidente de deslocamento de competência (§ 5°, do art. 109, CF)


- conceito: procedimento judicial incidental que visa deslocar para o juízo federal a competência
para julgar grave violação a direito humano (v. art 21, I, CF)
- competência: STJ
- legitimidade para propor: Procurador-Geral da República
- justificativas: as influências políticas e sociais locais podem inibir a atuação da justiça local; os
mecanismos disponíveis para a apuração e punição desses delitos podem se mostrar
ineficientes/insuficientes, expondo de modo negativo a imagem do Brasil no exterior
- requisitos:
1. grave violação aos direitos humanos: não há um rol; nem toda violação à direito humano irá
ensejar o deslocamento de competência (apreciação da condição pessoal da vítima e
repercussão do feito no cenário nacional/internacional)
2. necessidade de garantir que o Brasil cumpra com as obrigações decorrentes de pactos
internacionais firmados sobre direitos humanos = inércia ou incapacidade das autoridades
responsáveis de responder ao caso específico
- processamento: pode se dar em qualquer fase do inquérito ou do processo
- natureza penal e cível?

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G. Colisão de direitos fundamentais

 Os direitos fundamentais se caracterizam como regras ou princípios?


- em sua maioria, como princípios
- normas constitucionais = duas categorias = princípios e regras (Robert Alexy; Ronald
Dworkin) = buscam a realização de valores/fins; enunciam um “dever ser” a ser cumprido
 regras: ordenam algo em termos definitivos (que se faça exatamente aquilo que elas
determinam)
 princípios: impõem que algo seja feito da melhor forma possível (imperativos de
otimização), dentro das possibilidades reais e jurídicas existentes; possuem caráter prima
facie

 Como se resolve o conflito entre princípios?


- soluções diversas:
 conflito de regras: deve ser solucionado no plano da validade (critérios: cronológico,
hierárquico e da especialidade); há a exclusão de uma das regras do ordenamento jurídico

 conflito de princípios: na dimensão do peso  por meio da harmonização ou ponderação de


bens ou valores; não há a exclusão de um dos princípios do ordenamento jurídico

 Solução do conflito entre princípios = dois métodos (a serem considerados pelo juiz,
ao resolver uma lide e pelo legislador, ao legislar)
- pressupostos:
- os princípios em conflito são válidos (o conflito se dá no plano de fato)
- não existe hierarquia jurídica entre princípios constitucionais
- não existem princípios constitucionais absolutos (que estão acima de todos os demais).

 métodos:
 concordância prática: harmonizar os princípios, sem atribuir uma prevalência absoluta
de um princípio sobre outro
- harmonizar = aplicação simultânea dos princípios, ainda que com a atenuação de um
deles
- aqui não há o sacrifico de algum dos princípios
 p. ex: vários casos de liberdade de expressão (liberdade de informar) x direito à vida
privada

 ponderação de valores/ dimensão do peso ou importância de um valor: ponderar os


princípios
- ponderar = estabelecer comparações, o peso/importância de cada um e aplicar o de
maior peso/importância no caso concreto
- há o sacrifico (para o caso concreto) de algum dos princípios em prol do outro
- é em relação ao caso concreto que se poderá afirmar sob quais condições um princípio
precede outro
 p. ex.: direito à vida do feto (vida intra-uterina) e direito à dignidade da mãe (no sentido
de fazer um aborto) no caso em se verificar a impossibilidade do feto nascer sem vida
(ausência de cérebro)

 Relações especiais de sujeição


- restrição de direitos fundamentais em razão de posição singular diante dos Poderes, na
medida do necessário (ex: militares e servidores públicos)
- há um regime jurídico específico, fundamentado na CF; não estando previsto em lei, recorre-
se aos métodos anteriores
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