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ESTRATÉGIA EM UM MUNDO VUCA – O FIM DE UMA


ERA

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Peço desculpas aos amigos consultores que trabalham com


 Gestão (24)
planejamento estratégico, mas estamos chegando ao fim de

uma era. Cada dia que passa, o mundo VUCA ( Volátil,  Histórias (9)
Incerto, Complexo e Ambíguo) se torna mais presente e isso
 Integralidade (10)
impacta diretamente na maneira que pensamos e atuamos
estrategicamente.  O2 (11)

O bom e velho planejamento estratégico tem pouca  Pessoas (17)


utilidade no mundo VUCA. 
Não estou exagerando, e quero mostrar o porquê. Na
 Propósito (7)
segunda parte do texto, trago sugestões de como sua

organização pode lidar com o mundo VUCA.


FACEBOOK
Aviso: este texto pode gerar desconforto e ansiedade.
Target Teal
Curtir Página 1,1 mil
Para saber se você atua em um contexto VUCA, responda
Seja o primeiro de seus amigos a curt
estas perguntas:

Target Teal
1. O modelo de negócios ou o resultado da sua na quinta

organização foi ou pode ser afetado fortemente por: Será que vale desenhar um prop
pra sua organização?
variação nas taxas de câmbio? Saltos nas taxa de https://targetteal.com/pt/blog/pro
o-ou-batom-no-porco/
juros? Decisões políticas? Mudanças nas leis e

regulamentações? Adoção exponencial de novas


tecnologias? Preços estabelecidos pelo mercado?
Decisões judiciais? Escândalos? Vídeos virais nas

mídias sociais? Eventos climáticos? Desastres TARGETTEAL.COM

ambientais? Propósito ou batom no po


Um termo na moda hoje é o pro
2. Você possui grande dificuldade em prever ou ter
certeza: se seu modelo de negócios é viável? Qual será 7 1 1

seu faturamento nos próximos 12 meses? Quem será


seu maior concorrente no próximo semestre? Qual é a
TÓPICOS RECENTES
probabilidade de uma tecnologia surgir nos próximos
 Confiança no
meses deixando sua proposta de valor ou trabalho
ambiente de
obsoleto? Como estará o ambiente de negócios para
trabalho
sua organização na próxima gestão pública? Quais os 14 de junho de 2019

riscos em investir pesadamente em um projeto


inovador? Se você e sua equipe irão se adaptar ao  Ganhando
consciência sobre
constante fluxo de mudanças?
as interações de um
3. Você atua em um contexto ou sistema onde: os
grupo
eventos e acontecimentos surgem sem que seja
14 de maio de 2019
possível estabelecer “a priori” uma simples relação de
causa e efeito? Existem múltiplos atores ou  Ágil além do
stakeholders em constante interação e adaptação? software: 10
Você percebe um crescente nível de interdependência práticas para
entre empresas, governos, países e instituições? qualquer time –

Pequenas ações podem ter seu impacto amplificado Parte 1


milhares de vezes (relação não-linear ou efeito 1 de maio de 2019

borboleta)?
 Disfunções de um
4. Você não tem clareza sobre: o impacto de grandes
Time e Design
mudanças na sociedade que estão por vir ou já
Organizacional
chegaram? Se você deve tratar a outra empresa como 14 de abril de 2019

concorrente ou parceira? Quais os requisitos ou


 Scrum: o que é e
atributos valorizados pelo cliente? O real significado de
quando fazer
palavras como inovação, sucesso e felicidade nos dias
1 de abril de 2019
de hoje? Como lidar com esse texto e as provocações

do blog da Target Teal?

Se você respondeu SIM para as perguntas acima, você está


em um mundo VUCA. Quer você queira ou não.

COMO O VUCA TORNA O


PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
OBSOLETO
A sequência padrão na criação de um plano estratégico é:

1. Definição da missão, visão e valores

2. Análise competitiva e análise SWOT (ou variações

sobre o tema)

3. Definição da estratégia
4. Desdobramento da estratégia em projetos, ações e

metas

5. Acompanhamento mensal do plano e ações corretivas

Agora vamos analisar como um contexto VUCA afeta cada


um destes processos.
DEFINIÇÃO DA MISSÃO, VISÃO E
VALORES
Essa amada tríade parece fazer sentido para o início de um
processo de planejamento estratégico. Só que não. Você

realmente precisa de algo sólido para servir de âncora, mas

não faça esse exercício achando que vá encontrar solidez e


clareza.

A maior parte das definições de missão, visão e valores são


recheadas de palavras ambíguas ou chavões. O mundo

VUCA dá risada desses esforços. Além disso, declarar

valores por si só não gera impacto algum na cultura da

organização. Ou você acredita que as grandes empresas


envolvidas em escândalos esqueceram de colocar a palavra

ética na lista?

Os atributos mais poderosos de uma cultura emergem a

partir das ações e histórias do dia a dia, não de uma

declaração. Isso acontece, pois, a organização moderna é


por si só um sistema complexo. Declarar os valores e colocá-

los na parede é o primeiro passo para ignorar esse

fenômeno.

ANÁLISE COMPETITIVA E SWOT


Ok, precisamos entender o cenário atual.

Você realmente acredita que as ferramentas que usam


simples tabelas 2×2 como a matriz BCG dão conta da

complexidade e ambiguidade do seu contexto? No SWOT

você já percebeu que quase todos os elementos que são


fraquezas e ameaças também podem ser vistos como

oportunidades? Já parou para pensar que por exemplo a

grande força da Blockbuster era sua ampla e gigante rede


de lojas e o grande catálogo físico? Tudo isso rapidamente

perdeu o sentido na era do streaming. RIP Blockbuster.

As ferramentas de análise comumente usadas tiram fotos

de um cenário complexo. Fotos com resolução ridiculamente

baixa e que falham em contar a história de um processo


dinâmico e incerto. As conversas que surgem durante o uso

destas ferramentas podem até serem interessantes, mas

são fracas na construção de significados (sensemaking) em


um mundo VUCA.

DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA
Vamos supor que você está contente com o passo anterior.

Chegou a hora de você pensar em um direcionamento


macro. Uma declaração que irá definir uma estratégia para

os próximos 3 ou 5 anos. Será que vale ignorar a incerteza e

volatilidade só para ter uma falsa tranquilidade? Toda


definição estratégica busca prever o futuro e determinar o

que deve ser feito para que um objetivo seja alcançado.

Imagine um jogador de xadrez que procura prever os lances

do oponente e pensar nos seus movimentos de maneira a

atingir seus objetivos. Tem um probleminha. O xadrez não é

VUCA, pois as regras são claras e todos os jogadores


obedecem, o campo é visível e os movimentos são

alternados e cadenciados.

Se levarmos a sério o mundo VUCA iremos perceber que a

estratégia que levou ao sucesso é apenas um padrão no

fluxo de acontecimentos passados. É fácil conectar os


pontos depois do acontecido, mas impossível prever e definir

com a antecedência que estávamos acostumados.


DESDOBRAMENTO DA
ESTRATÉGIA EM PROJETOS,
AÇÕES E METAS
Chegou a hora de planejarmos a construção da “Estrela da

Morte”. Afinal, depois de tantas discussões ficou claro que

essa é a melhor forma de dominarmos a galáxia. 😉 Então

nada mais natural que cronogramas, planos, metas,


budgets, objetivos SMART, prazos, gráficos de Gantt, etc. E
como fica tudo isso diante de um mundo VUCA?

Todas essas ferramentas e artefatos foram criados em um


mundo mais previsível e controlável. Seu uso nas
organizações que atuam em condições VUCA ocorre

basicamente de três maneiras:

1. Grande teatro. Todos usam as ferramentas sem pudor


ou constrangimento. Manipulam números, mascaram
resultados, estipulam metas e objetivos fáceis de serem

alcançados ou vagos os suficientes para caber tudo


dentro. Gastam recursos só para que eles estejam
disponíveis no próximo budget. Os prazos são

estipulados com uma “gordura” considerável e tudo


fica para última hora. Tudo vira uma encenação.

2. Inferno na terra. As regras do jogo são levadas a risca

e ameaças são explícitas. Quem não seguir o plano irá


sofrer as consequências. Meta não cumprida é passível
de demissão. Uma receita simples para desmotivar a

equipe e destruir sua organização.

3. Alhos por bugalhos. As ferramentas são adaptadas


até o ponto de se tornarem quase irreconhecíveis, mas
as pessoas ainda teimam de chamar pelo nome antigo.

Ou elas são pouco adaptadas, mas muda-se o nome,


gerando mais confusão. Exemplos: Usam OKRs como
metas e atrelam a incentivos. Encaram prazos como se
fossem estimativas mas ainda chamam de prazos. Já vi

até pessoas chamarem plano de ação de Kanban! No


final quando as coisas não ocorrem do jeito previsto
não percebem que a bagunça foi criada pela própria

(des)organização.

É preciso pensar que ferramentas e artefatos que usamos,

pois cada um funciona melhor em um contexto. E as


ferramentas mais conhecidas não foram criadas para um
mundo VUCA. Simples assim.

ACOMPANHAMENTO MENSAL DO
PLANO E AÇÕES CORRETIVAS
Fazer encontros e reuniões regularmente para tratar de
estratégia não me parece uma má ideia. Gastar essas
reuniões olhando, discutindo e adaptando planos

mirabolantes e ultra-detalhados quem tem pouca


aplicabilidade no contexto presente já não faz tanto sentido
assim.

Em um mundo VUCA, se você chegou até aqui usando os


passos anteriores é bem provável que as ações corretivas
não sejam suficientes. Isso acontece pois:

Você não está cuidando da cultura de maneira


recorrente e que considera sua complexidade.
Não existe na organização uma clareza sobre propósito

ou algo que ancore e sirva de norte para as pessoas.


Você e o restante da organização não exercitam a
construção de sentido e percepção de uma situação

complexa que evolui rapidamente.


Você ainda acredita que uma estratégia preditiva e
prescritiva é a única estratégia possível.
Responsividade não faz parte do vocabulário.

Você usa ferramentas que estão baseadas em prever,


comandar e controlar.

Conclusão: o mundo VUCA chegou e todos estão tocando


violino no deck do Titanic.

É bem provável que o fim da era do planejamento


estratégico não seja uma surpresa para você. Mas como

atuamos estrategicamente em um mundo VUCA? É


possível? Sim e abaixo trago algumas sugestões.

COMO SE PREPARAR PARA UM


MUNDO VUCA
Para entendermos o que podemos colocar no lugar do
tradicional planejamento estratégico, precismos primeiro
entender os conceitos de estratégia emergente e

deliberada.

AS DIFERENÇAS ENTRE ESTRATÉGIA


EMERGENTE E DELIBERADA
A estratégia organizacional clássica é aquela que

chamamos de estratégia deliberada. Comumente ela se

materializa em um plano ou em uma diretriz intencional que


define como as coisas se darão. Mas ela não precisa
envolver um plano detalhado, basta que tenha duas

características: 1. É definida antes da ação; 2. É construída


de maneira intencional ou proposital. Como dizia Peter
Drucker:
Uma estratégia emergente é aquela que surge de muitas
pequenas ações e decisões do dia a dia. Quando estas

ações possuem qualidades semelhantes, ou seja, são


consistentes e formam um padrão, temos uma estratégia.
Por exemplo, quando um vendedor frequentemente oferece

descontos generosos para aumentar seu volume de vendas,


temos aí uma estratégia de vendas. Não precisa existir uma
intenção consciente de criar uma estratégia e pode haver

até uma diretriz (de não dar descontos recorrentes) que está
sendo ignorada.

GESTÃO ESTRATÉGICA EM UM
MUNDO VUCA
Para atuarmos em um mundo VUCA precisamos

combinar a abordagem emergente e a deliberada de

maneira complementar.

Essa combinação já está presente em práticas,


metodologias e conceitos que vou apresentar abaixo. Para
efeitos didáticos separei em quatro macro-ideias.

Crie uma base sólida em um mundo volátil


Na incerteza, experimente e decida rápido
Colabore com a complexidade, promova a auto-
organização
Desenhe contornos em um mundo ambíguo

Cada uma delas não existe de maneira isolada e entre elas


não existe uma fronteira definida. O objetivo aqui é só

reconhecer e agrupar o que já foi testado na prática,


deixando claro que não existem “10 passos para uma
estratégica organizacional” ou receita de bolo, mas um

corpo de conhecimento que precisa ser reconhecido como


tal.

CRIE UMA BASE SÓLIDA EM UM


MUNDO VOLÁTIL
Definir uma âncora é fundamental para sua organização,
algo que dê solidez em um mundo volátil. O melhor que
encontramos até hoje é um propósito claro e poderoso.

Alguns chamam de PTM (Propósito Transformador Máximo)


outros de Propósito Evolutivo. É uma maneira de expressar o
impacto positivo que se quer causar na sociedade. Se ele

não está na cabeça das pessoas e é usado como norte para


as decisões do dia a dia, pode ter certeza que não é esse o
propósito que estamos falando.

O posicionamento estratégico pode ser algo também mais


sólido. O nicho de mercado é ótimo exemplo. Você pode pré-
selecionar ou aspirar essa posição, definindo esse nicho de

maneira deliberada. Mas cuidado, as incertezas são


enormes. Uma das poucas ferramentas que estão surgindo
que podem ajudar a mapear possíveis posições em um

mercado que muda rapidamente é o mapeamento dinâmico


da cadeia de valor, chamado de Wardley maps. Ainda com
uso limitado.
Abordagens menos preditiva são os já consagrados
Business Model Canvas e Value Proposition Canvas. Eles são

ferramentas importantes para explicitar hipóteses e ajudar


na comunicação entre os integrantes de uma organização.
O trabalho ainda é de descoberta desta base estratégica

sólida em um mundo volátil. Repare que trocamos planos


detalhados por instrumentos que aumentam a nossa
compreensão dos desafios, diminuindo também a

ambiguidade.

A descoberta também pode ser feita atuando de maneira


intuitiva. Muitos negócios de sucesso nasceram assim. A
plataforma de chat Slack foi criada por uma empresa de

games que precisava melhorar sua comunicação. Ao


resolverem seu problema interno, descobriram um nicho

incrível de negócios. Não houve intencionalidade. O mesmo


aconteceu com o Trello.

PIVOTANDO
Mesmo aquilo que é aparentemente sólido, por vezes

precisa ser mudado. Surge a necessidade de mudanças


radicais na estratégia, ou seja, o propósito precisa mudar, o
nicho, o posicionamento ou o modelo de negócios, aquilo
que as startups chamam de pivotar.

Caso sua empresa já tenha passado da infância e não é


uma jovem startup, você precisa entender que essa
mudança pode não ser tão simples, ainda mais quando o
design organizacional e a cultura criam barreiras para
mudanças. Por isso é preciso trabalhar de maneira

integrada às outras 3 macro-ideias.

NA INCERTEZA, EXPERIMENTE E
DECIDA RÁPIDO
Precisamos ter mais consciência de como as coisas são

imprevisíveis. Todos os planos devem ser vistos como um


desejo atual de como as coisas seriam feitas se tudo
pudesse ser feito agora. Seria o equivalente a um
“experimento mental”. Um plano deixa de ser uma prescrição
de como devemos agir no futuro e passa ser um exercício
opcional.

Quando existe a necessidade de um plano, pois envolve


uma decisão de longo prazo e alto custo, por exemplo,
construir um hospital na região x ou y, ele deve ser simples e

revisado com frequência. Deve-se evitar ao máximo a


falácia do custo irrecuperável.

Os budgets anuais perdem lugar para um orçamento

contínuo. As metodologias tradicionais de projeto (cascata)


perdem espaço para os métodos ágeis. Dar preferência
para uma entrega contínua de valor permite ciclos de
feedback rápidos. Buscamos ao final de cada sprint ou de
cada “user story” re-avaliar como podemos entregar mais
valor com menos energia.

Prototipagem e experimentos fazem parte deste arsenal de


recursos. MVPs são construídos e testados. E isso não pode
estar restrito a um departamento ou área da organização.

Todos devem estar envolvidos com processos de inovação.

E isso só acontece quando se dá o máximo de autonomia e


de maneira definitiva, não de maneira circunstancial. Isso
significa distribuir autoridade para times e pessoas. Fugindo

também da analysis paralysis e a da lentidão do consenso.

Se frente a toda necessidade de mudança e incertezas as


pessoas precisarem pedir autorização (de um chefe e de um

grupo) para tomar a maioria das decisões ou realizar


pequenos experimentos, o mundo VUCA dará um baile
nelas.

COLABORE COM A
COMPLEXIDADE, PROMOVA A
AUTO-ORGANIZAÇÃO
Primeiro vamos definir o que caracteriza a complexidade.
Quando atuamos em um ambiente complexo nós:

1. Não conseguimos a priori relacionar causa e efeito.


Apenas retrospectivamente.
2. Observamos resultados e padrões emergirem sem o
nosso controle.
3. Influenciamos o sistema e ao mesmo tempo o sistema
nos influencia.

Mercados, ecossistemas e culturas organizacionais são


sistemas complexos e não podem ser compreendidos com a
abordagem reducionista tradicional de quebrar em partes,

ver como cada parte funciona e pronto. No meio tempo sua


ação já provocou mudanças imprevisíveis no sistema.

ARMADILHAS
Não podemos negar a complexidade existente no mercado

e no ambiente interno da organização. Quando falhamos em


reconhecer isso cometemos uma série de enganos e erros
estratégicos:

1. Acreditamos que “especialistas” possuem um tipo de


visão especial sobre o mercado ou organização e
conseguem enxergar coisas que não enxergamos;
(especialistas podem trazer o conhecimento sobre uma
nova linguagem, mas não são seres iluminados)
2. Investimos tempo e recursos criando mecanismos

centrais de controle e supervisão na esperança de ver e


controlar todos os aspectos do negócio;
3. Implantamos mecanismos para medir o desempenho
individual e recompensamos esse desempenho, pois
acreditamos que assim garantimos resultados;

4. Planejamos tudo com o máximo de detalhes, mesmo


que a confecção dos planos demande grandes
recursos e que a execução fique prejudicada por conta
de uma série de imprevistos;
5. Estabelecemos na nossa cabeça uma separação
artificial entre decisões estratégicas e táticas,

ignorando a estratégia emergente e o efeito borboleta;


6. Criamos regras e políticas arbitrárias na tentativa de
manter as coisas “gerenciáveis” e ainda negamos a
possibilidade de revisão e adaptação destas regras;
7. Penalizamos quem cometeu um erro, pois ainda
acreditamos na grande capacidade das pessoas de

anteciparem os problemas. Portanto, um erro só pode


ser associado a má fé ou negligência; (esse é o erro de
atribuição mais comum e danoso que existe)
8. Limitamos ao máximo a liberdade de ação dos
colaboradores, pois ainda acreditamos nos princípios
da administração científica. Afinal, se tratarmos todos

como máquinas ou peças de uma engrenagem, nos


livraremos da complexidade que nos aflige e teremos
apenas um aparato complicado; (ledo engano)

Essas armadilhas são tão frequentes em nossas empresas e


faculdades de administração, que podemos chamá-las de
senso comum.

Neste caso, nada supera a “via negativa” proposta por


Nassim Taleb. Se queremos criar uma organização antifrágil
(não basta ser resiliente), precisamos parar com as práticas
citadas acima.

Simplesmente isso. Essa é a via negativa. Parar de fazer


aquilo que gera mais dano.

Ao negarem e lutarem contra a complexidade, essas


práticas limitam a auto-organização e atrapalham
processos evolutivos benéficos à estratégia organizacional.

Além da via negativa, você pode atuar ativamente para


promover a auto-organização e autogestão. Se você tem
interesse em conhecer uma tecnologia social que pode
ajudar nesse sentido, faça esse curso online gratuito sobre o
O2.

DESENHE CONTORNOS EM UM
MUNDO AMBÍGUO
Queremos liberar o poder de um processo evolutivo, e isso
inclui experimentar e testar muitas ideias e conceitos. Mas se
não criarmos contornos, existe a chance de atingirmos altos

níveis de entropia criativa. Trazendo em termos práticos:

A estratégia original do Instagram era oferecer um app que


permitisse fazer check-in nos estabelecimentos, fazer planos
(futuros check-ins), ganhar pontos por passar tempo com os
amigos, tirar fotos e muito mais. Com o tempo eles foram
definindo um contorno mais claro e se especializando em

uma coisa, tirar e compartilhar boas fotos. Se eles tivessem


ainda abertos a desenvolver todas essas funcionalidades,
muito provavelmente teriam um problema sério de falta de
foco ou excesso de entropia criativa.

O trabalho de dar clareza sobre o que precisa ser priorizado

e o que é esperado de cada pessoa é o que chamamos de


desenhar contornos. Não é criar planos mirabolantes e de
longo prazo, com dezenas de objetivos, cronogramas, metas
e resultados esperados. Isso gera mais confusão do que
clareza.

Parece simples, mas envolve um esforço contínuo e não


apenas pontual. Duas práticas podemos ressaltar aqui.

A criação de papéis que são mais granulares que cargos e


funções (ambíguos e genéricos) e que são atualizados de
maneira recorrente para refletir a realidade atual da
organização. Essa é uma prática presente em frameworks
como a Holacracia, Sociocracia e o O2 e ajudam a dar

clareza.

Outra prática é utilizar de maneira correta a abordagem


OKR (jamais associe a incentivos) ou a criar heurísticas

simples sobre o que é mais prioritário para os próximos 3


meses. Esse horizonte mais curto e a simplicidade da
regra/objetivo ajuda muito em contextos VUCA. Detalhe
importante, tanto criar papéis quanto definir OKRs não pode
ser um processo puramente top-down, pois isso iria contra a
auto-organização.

TRANSPARÊNCIA
O último ponto a ser observado é que os contornos ficam
mais claros quando existe transparência. Por exemplo,
quando existem segredos e informações sigilosas, as
pessoas na organização diminuem sua capacidade de
distinguir como uma decisão que elas precisam tomar
afetaria o resultado financeiro. O acesso livre a todo tipo de
informação dentro da organização ajuda na

contextualização e evita rumores e boatos, diminuindo a


ambiguidade e incerteza.

CONCLUSÃO
Na intersecção entre estratégias deliberadas e emergentes,
encontramos práticas que definem propósito, dão agilidade,
promovem a auto-organização e desenham contornos.

Este conjunto de práticas cresce a cada dia, por meio de


organizações inovadoras que já perceberam que a
abordagem antiga de planejamento estratégico não dão
conta da realidade VUCA. Espero que os exemplos aqui
citados sirvam de inspiração e ajudem sua organização em
sua jornada.

A Target Teal trabalha ajudando organizações a repensarem


suas práticas organizacionais. Se você gostou da nossa
visão de como atuar estrategicamente e quiser tomar um

café para aprofundar o papo, entre em contato.

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sobre as organizações do futuro.

Por Rodrigo Bastos | maio 15, 2017 | Gestão | 12 Comentários

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SOBRE O AUTOR: RODRIGO BASTOS


Rodrigo é facilitador e designer organizacional.

Formado em Engenharia de Materiais pela POLI-


USP. Atuou por mais de 10 anos na criação e
condução de programas de desenvolvimento de times e
líderes utilizando a educação experiencial como método. Já
foi engenheiro e gestor. Apaixonado pelo trabalho com
organizações, hoje ele acredita que atuando no sistema

social e não nas pessoas, consegue contribuir mais e ser


muito mais feliz.

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novembro 28, 2018 | 0 Comentários novembro 21, 2018 | 0 Comentário

12 COMMENTS
6 dicas para melhorar a sua produtividade e qualidade de experiência - Target Teal
25 de maio de 2017 at 13:47 - Reply
[…] também já tentei. Mas prever o futuro é uma
tarefa impossível no mundo VUCA. Ao invés de
planejar o que você vai fazer, faça as suas escolhas

de prioridade, respondendo a […]

Estratégia Organizacional em um mundo VUCA - Target Teal 7 de junho de 2017 at


10:34 - Reply

[…] Se você está esperando ler sobre as


consolidadas (ou ultrapassadas) práticas de
Estratégia Organizacional, comece lendo este texto

sobre o fim da era do Planejamento Estratégico. […]

O que são Metodologias Ágeis? - Target Teal 13 de junho de 2017 at 15:53 - Reply

[…] O problema é que daqui a um ano, talvez esse


produto nem tenha mais valor. O mercado mudou.

O cenário sociopolítico também. Novas leis


tornaram o produto inviável. Afinal, o mundo é
VUCA. […]

Introdução ao O²: um catalisador para auto-organização - Target Teal 18 de julho de


2017 at 18:22 - Reply

[…] tecnologias sociais estão aparecendo para lidar

com o mundo atual, que sem sombra de dúvidas é


VUCA (volátil, incerto, complexo e […]

José Carlos 31 de agosto de 2017 at 12:18 - Reply

O que você sugere. Pare e espere o que vai


acontecer? Eu acredito que as mudanças que já

estão aqui e que virão, tornarão muitos modelos de


negócio atuais obsoletos. Contudo, há como, pelo
menos tentar, avaliar o que poderá acontecer com
o seu segmento de mercado, com sua cadeia de
abastecimento, ou com sua empresa. Pensando
assim o planejamento estratégico se faz
necessário, mesmo que em moldes um pouco
diferente do modelo conhecido. Precisaremos
definir o norte do nosso negócio para aproveitar da
melhor forma possível as inúmeras oportunidades

que surgem com as mudanças de comportamento


do mercado, ou na pior das hipóteses garantir a
sobrevivência do negócio. Até para lidar com as
incertezas precisamos de planejamento.

Rodrigo Bastos 29 de novembro de 2017 at 09:27 - Reply

Olá José Carlos. Realmente o ato de planejar


ainda é importante para muitas coisas. Só não
podemos acreditar que as ferramentas e
premissas dos planejamentos estratégicos
tradicionais são úteis em um mundo VUCA.

Neste outro post eu sugiro alguns caminhos:


https://targetteal.com/pt/blog/estrategia-
organizacional-mundo-vuca/

O Fim da Gestão de Mudanças - Target Teal 30 de outubro de 2017 at 17:29 - Reply

[…] de promovermos uma eutanásia no paradigma


atual de gestão de mudanças. Em um mundo cada
vez mais VUCA, grandes planos estratégicos se
tornam obsoletos antes de serem concretizados.
Existe um descompasso entre o ritmo de […]

Repensando o pensamento estratégico - Target Teal 20 de fevereiro de 2018 at 18:47 -


Reply

[…] um mundo VUCA, essa separação gera mais


problemas do que […]
Repensando o pensamento estratégico - Target Teal 20 de fevereiro de 2018 at 20:10 -
Reply

[…] um mundo VUCA, essa separação pode gerar

mais problemas do que […]

Modelos de gestão escaláveis para a sua startup - Target Teal 2 de outubro de 2018 at
11:37 - Reply

[…] Nããão! Você está querendo fazer a mesma de


coisa e esperar que os resultados sejam diferentes?
A sua startup merece um modelo de gestão mais
inovador, com capacidade de adaptação a

mudanças. Uma alternativa mais ágil e que possa


dar conta do mundo VUCA. […]

A carreira do profissional de gestão de projeto em TI 13 de maio de 2019 at 12:17 -


Reply

[…] para transpor estas barreiras e foram criadas


em tempos mais previsíveis e controláveis. Mas e o

mundo VUCA? Ele veio pedir para sairmos de nossa


zona de conforto e nos preparar para adaptar
rapidamente a […]

Confiança no ambiente de trabalho - Target Teal 14 de junho de 2019 at 15:00 - Reply

[…] sobre como usamos o nosso tempo. Então não


deveria ser tão difícil cumprir a promessa. Porém o
mundo é VUCA, e com frequência situações
inesperadas surgem e impedem que nossos planos
se concretizem, […]

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