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27/06/2016 Produção inédita de Maranhão Sobrinho ‐ ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS

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PRODUÇÃO INÉDITA DE MARANHÃO SOBRINHO
4 de dezembro de 2015

Trabalho de Kissyan Castro, será lançado hoje, às 19h, na Livraria Poeme-se; obra reúne mais de 100 poemas
inéditos do maranhense que morreu há um século

Literatura maranhense nas salas


de aula

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Kissyan Castro pesquisou a obra de Maranhão Sobrinho


(Foto: Divulgação)

O poeta Maranhão Sobrinho morreu há 100 anos, no Natal de 1915, em Manaus, de cirrose hepática,
cinco dias antes de completar 36 anos de idade, longe de sua Barra do Corda (MA), onde nasceu em
1879. De lá pra cá sua obra viveu quase na sombra. A grandeza de sua poesia não merecia tanto
descaso. Pra começar a virar a página desse esquecimento, o poeta Kissyan Castro, conterrâneo do
autor de “Papéis velhos, Estatuetas e Vitórias Régias”, está lançando o livro “Maranhão Sobrinho –
Poesia Esparsa”, que reúne 105 poemas inéditos, coletados de sua vasta produção dispersa em
publicações da imprensa. O evento acontece hoje, na livraria Poeme-se (Praia Grande), às 19h, com
leitura da obra de Maranhão Sobrinho por poetas maranhenses.

Que outro conteúdo o trabalho traz além dos poemas inéditos?

O livro é uma edição alusiva ao Centenário da Morte de Maranhão Sobrinho. Assim, pensei em
incluir também um apêndice que contivesse informações pertinentes ao evento, como por exemplo:
Que repercussão teve sua morte? Houve de fato algum projeto que concedeu perpetuidade à sua
sepultura? E por que, então, essa lei foi violada? Maranhão Sobrinho deixou algum trabalho inédito?
Onde se encontra hoje o seu espólio literário? O que dele disseram os amigos de convívio e a crítica
nacional? O trabalho é complementado por uma extensa biografia do poeta, a que preferi chamar de
“Itinerário Biográfico”, tanto pelo duplo circuito São Luís-Belém-Manaus, como pelo caráter
dinâmico das raras “paradas” de Maranhão Sobrinho.

O livro revela alguma grande descoberta biográfica?

Ao organizar a parte biográfica, procurei incluir o máximo de elementos novos e, entre esses,
algumas grandes descobertas. Por exemplo, quando ele deixa Barra do Corda, sua intenção era
seguir para o Rio de Janeiro, onde pretendia cursar engenharia na Escola Militar, mas acaba
mudando de ideia. Fica um tempo em São Luís e depois vai para Belém. Ali, num primeiro momento,

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envolve-se no jornalismo engajado, político, militante, em protesto às injustiças sociais.
Acreditava-se que a vida inteira de Maranhão Sobrinho girava em torno do sonho jamais realizado
de transferir-se para a capital do país e publicar ali sua “obra-prima”. No entanto, quando a tão
esperada oportunidade lhe é oferecida pelo governador Luís Domingues, amigo de Urbano Santos,
então vice-presidente da República, rejeita e prefere seguir para Manaus. Até então acreditávamos
que a atuação poética de Maranhão Sobrinho limitava-se ao seu estado natal, Pará e Amazonas, mas
acabei encontrando poemas e artigos de jornais e revistas também no Ceará, Pernambuco, Alagoas,
Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, dentre outros, onde já usufruía, mesmo em vida, do
respeito e reconhecimento do seu gênio poético.

Por que a obra de Maranhão Sobrinho é tão importante? Qual o seu diferencial como poeta simbolista?

O escritor Josué Montello disse certa vez que “o que distingue Maranhão Sobrinho é a clareza
simbólica”. O verbo “sugerir”, caro à estética simbolista, é raramente encontrado em sua obra.
Esforça-se antes por desvelar sua tragédia interior. “Do modo que ele recebe a impressão das coisas,
assim a transmite; do modo que lhe vem a comoção assim a exterioriza”, disse dele Nascimento
Moraes. Além disso, não devemos esquecer que Maranhão Sobrinho transitou pelo Romantismo,
Parnasianismo e Simbolismo com maestria, sem dever a nenhum daqueles que se bitolaram a
apenas uma dessas escolas. Extraiu o que de melhor havia em cada uma dessas vertentes para
inaugurar o seu apostolado estético.

Cabe ao poeta recuperar o sentido primeiro das palavras. Eis o débito que a Língua Portuguesa (em
particular) tem para com o poeta: ele não deixa a Língua morrer. Nesse sentido, vale a pena ler
Maranhão Sobrinho, esse recuperador de mitos, esse celebrador de antigos episódios, guardião da
caixa de absurdos e tensões, pois, além disso, em sua obra encontramos várias expressões que são
únicas na Língua. Não encontraremos seus neologismos em nenhum dicionário convencional.

Ele é um poeta pouco reeditado. Há alguma justificativa para esse silêncio?

Creio que o fato de Maranhão Sobrinho estar longe dos grandes centros favoreceu, de certa forma,
esse silêncio em torno de sua obra. O próprio poeta acreditava que transferindo-se para a capital e
publicando seu livro de estreia pela editora Garnier ou Laement, segundo nos informa Antonio Lobo,
lhe daria a projeção almejada. No entanto, no início de 1910, ele desiste do sonho de reconhecimento
nacional, abandona completamente as propostas estéticas que vinha cultivando e que lhe permitiria
um voo mais alto, refugia-se no Amazonas e volta a escrever poemas de cunho romântico. Mas já
era tarde.

Há alguma diferença de estilo entre esses poemas inéditos e os que conhecemos dos três livros publicados do
poeta?

Há mais diferenças que semelhanças, assim como acontece entre os três livros que publicou em
vida, e por que não dizer dentro de uma própria obra, como é o caso do bloco de poemas intitulado
“Cromos”, pastoris, que destoam dos demais, de predominância simbolista, no livro “Papéis
Velhos”.

Como deixo claro numa nota introdutória, meu livro não constitui uma seleção oficial de Maranhão
Sobrinho, nem possui caráter antológico, no sentido de extrair o “suprassumo” da sua obra, mas
mostrar sua trajetória poética desde a fase temporã de suas lucubrações estéticas, fase tida como
condoreira, a partir de 1896, até o salto soberbo na produção de sonetos magistrais que lhe
renderam a fama de “o mais completo sonetista da língua”, como nos informa o Jornal do Brasil, de
10 de janeiro de 1939.

– Há ecos da poesia de MS em algum poeta contemporâneo?

Existe um fio condutor que percorre toda a obra de Maranhão Sobrinho, a que costumo chamar de
“Itinerário do Voo”, indo desde a ânsia do voo em “Papéis Velhos”, à execução e frustração em
“Estatuetas”, e, por fim, o término do voo, com a deposição das asas, em “Vitórias-Régias”. Há, nos
dois primeiros livros, um visível desencanto com o mundo, sem qualquer interesse de interferência
no sentido de modificá-lo. Por outro lado, não se desengana, nem perde a esperança; pelo contrário,
torna-se o fundador de outra pátria, dessa vez celestial, sem qualquer relação com o Céu cristão, já
que neste seu “chalé de luz e flores” só há lugar para ele e sua amada, com quem trava discurso em
quase todos os poemas que compôs. Daí a recorrência de expressões como: asas, voo, ninho e azul,
símbolos de todo esse processo. É em “Vitórias-Régias”, entretanto, que notamos o desencanto por
ambos os mundos, constituindo-se, assim, num livro nostálgico, derradeiro. Olhando por essa ótica,
não encontrei, até o momento, nenhuma ressonância em qualquer poeta contemporâneo.

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