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04/07/2019 A representação criminal e sua retratação no âmbito da violência doméstica contra a mulher - Jus.com.

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A representação criminal e sua retratação no âmbito da


violência doméstica contra a mulher
A representação criminal e sua retratação no âmbito da violência
doméstica contra a mulher

Aline Cunha da Silva

Publicado em 04/2019.

O legislador fez uma escolha adequada ao possibilitar à vítima


de violência doméstica que em alguns casos manifeste seu
desejo de se retratar de representação anteriormente
apresentada.

A violência contra a mulher é uma afronta aos direitos humanos.


Criminosa a omissão estatal que, sob o manto da deturpada noção de
inviolabilidade do espaço privado, tem chancelado as mais cruéis e
veladas formas de violência dos direitos humanos.[2]

RESUMO: O presente artigo propõe uma análise do instituto da representação


criminal e sua retratação, no âmbito da violência doméstica, bem como as
audiências previstas nos arts. 16 e 19 da Lei Maria da Penha. A priori, é realizado
um breve estudo acerca da definição conceitual dos institutos. Em seguida, são
estudados seus objetivos, e os mecanismos utilizados na sua aplicação nas rotinas
forenses.

PALAVRAS-CHAVE: Processo Penal. Penal. Lei Maria da Penha. Violência


Doméstica. Violência Contra a Mulher. Representação. Retratação. Ação Penal
Pública Condicionada à Representação. Audiência. Audiência de Justificação.
Audiência de acolhimento. Art. 16 da LMP. Art. 19 da LMP.

SUMÁRIO: Introdução. Conceituação geral dos institutos. Representação e


retratação da representação na Lei Maria da Penha. Conclusão.
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INTRODUÇÃO

Dentre os crimes praticados no âmbito da violência doméstica e familiar contra a


mulher[3], os crimes de lesão e feminicídio estão no rol de delitos em que não há a
necessidade de representação criminal, sendo que no caso do primeiro, ainda que
se trate de lesão corporal leve ou culposa, cuida-se de Ação Penal Pública
incondicionada a representação, conforme decidido pelo STF e STJ.[4][5][6] No
caso do feminicídio, tentado ou consumado, pela própria natureza de delito contra
a vida não há dúvidas sobre a natureza da ação penal.

O art. 7º, da Lei Maria da Penha em cinco seus incisos, arrola de forma
demonstrativa as diversas formas de violência doméstica contra a mulher que o
diploma legal visa coibir. Para além da violência física prevista no inciso I, do
mencionado artigo, que pode ensejar a ocorrência dos crimes de lesão, feminicídio
e a contravenção penal de vias de fato, por exemplo, o inciso II, trata da violência
psicológica, podendo restar demonstrada a prática de crimes como a ameaça,
dentre outros. O inciso III trata da violência sexual[7], aqui exemplificados pelo
estupro e a exploração sexual. A violência patrimonial encontra-se estabelecida no
inciso IV, sendo o delito de dano bastante corriqueiro em casos de violência
doméstica (destruição de objetos, tais como celulares e computadores, são
bastante relatados). Por fim, o inciso V trata da violência moral, entendida como
qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Conforme esclarece a Mestra Maria Berenice Dias, no âmbito do Direito Penal


vigoram os princípios da taxatividade e da legalidade, sede em que não se admitem
conceitos vagos. Ao legislar sobre os crimes praticados com violência doméstica e
familiar contra a mulher, o legislador. atento que não se trata de uma lei penal,
trouxe no art. 7º, um rol não exaustivo de ações que podem ser descritas como
violência doméstica e que nem sempre encontraram correspondência com algum
delito. Portanto, trata-se de numerus apertus tal elenco de ações ou omissões
descritas no diploma.[8][9][10]

No presente trabalho faremos uma exposição da representação criminal, as


hipóteses em que cabe a sua retratação, bem como a audiência prevista no art. 16
da Lei Maria da Penha, sem esgotar em absoluto o tema.

CONCEITUAÇÃO GERAL DOS INSTITUTOS:

Segundo Flávio Gomes e Alice Bianchini[11], a desistência é o gênero que


compreende duas espécies: a renúncia e a retratação. Desistir é tanto se quedar
inerte, deixar escoar a possibilidade de manifestar a vontade, como tem o sentido
de renunciar, abrir mão da manifestação já levada a efeito, voltar atrás do que foi
dito.

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Em âmbitoApenal,
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a renúncia significa não exercer o direito, abdicar do direito de
representar. Trata-se de ato unilateral que ocorre antes do oferecimento da
representação.

Cezar Roberto Bitencourt, conceitua a representação criminal como sendo “a


manifestação de vontade do ofendido ou de quem tenha qualidade para
representá-lo, visando a instauração da ação penal contra seu ofensor. A
representação, em determinadas ações, constitui condição de procedibilidade para
que o Ministério Público possa iniciar a ação penal”.

A retratação é posterior, é desistir da representação apresentada. Por esse


instrumento, alguém retira a sua autorização para a realização de determinado ato
que depende de sua anuência.

É um instituto intimamente vinculado às ações penais públicas condicionadas à


representação, que, sabidamente, são exceções no ordenamento jurídico-
processual penal. Essas ações são informadas pelos seguintes princípios: 1)
oficialidade: declara qual o órgão incumbido da promoção da ação penal, e o modo
como deve ser proposta, estando assim o Ministério Público atrelado a agir por
ofício; 2) Indisponibilidade – remete ao órgão titular da ação penal, o Ministério
Público, a impossibilidade de desistência desta, não podendo dispor, declinar, ou
transigir; 3) obrigatoriedade – ao analisar o conteúdo das provas, e vendo fortes
indícios delituosos, tem o órgão perseguidor estatal a obrigatoriedade de interpor a
ação penal competente para ver, ao final, punido o criminoso, independentemente
de nuances políticas ou quaisquer que seja; 4) Indivisibilidade – na função
histórica de acusador do delinquente, deve o membro do parquet ampliar seus
horizontes investigativos, fazendo alcançar, erga omnes, as sanções estabelecidas
pelo direito material.

REPRESENTAÇÃO E RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO NA LEI


MARIA DA PENHA

Exigem representação, como condição de procedibilidade, os crimes de ação penal


pública condicionada, previstos no Código Penal.

A representação é condição para a instauração da ação penal, sendo que o


inquérito somente pode ser instaurado após a manifestação da vítima, conforme
disposto no art. 5º, §4º, do CPP. No caso dos delitos da Lei Maria da Penha, o
registro de ocorrência perante a autoridade policial, por si só, configura
representação (art. 12, I).

Explicitando a mens legis, o Fonavid publicou o enunciado nº 20, que esclarece


que a conduta da vítima de comparecer à unidade policial para a lavratura de
boletim de ocorrência, deve ser considerada como representação, ensejando a
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instauraçãoA de
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inquérito policial.

No âmbito das práticas ministeriais, a resolução nº 174/2017[12], do CNMP,


dispõe sobre notícias de fato e de procedimentos administrativos, em seu art. 1º,
estabelece que “Notícia de Fato é qualquer demanda dirigida aos órgãos da
atividade-fim do Ministério Público, submetida à apreciação das Procuradorias e
Promotorias de Justiça, conforme as atribuições das respectivas áreas de atuação,
podendo ser formulada presencialmente ou não, entendendo-se como tal a
realização de atendimentos, bem como a entrada de notícias, documentos,
requerimentos ou representações”.

O instituto da notícia de fato permite que o Promotor de Justiça, da Promotoria de


Violência Doméstica, ou com atribuições gerais, receba uma vítima e colha suas
declarações em termo. Essas declarações serão registradas como notícia de fato em
sistema próprio e servirão de substrato para as próximas providências para tornar
efetiva a proteção da integridade física e psicológica daquela mulher. Essa
manifestação da vítima por si é considerada como representação apta a ensejar a
instauração de ação penal ou requerimento de medidas protetivas, ocasionando o
arquivamento da notícia de fato, com fulcro no art. 4, da resolução nº
174/2017[13], após o transcurso do prazo recursal.

Nos crimes sexuais, a ação penal é pública condicionada à representação da vítima.


Tratando-se de maior de idade, excluída as hipóteses de vulnerabilidade, e tendo
ocorrido em âmbito doméstico, há entendimento de que é cabível, mas não
obrigatória, a designação de audiência prevista no art. 16 da Lei 11.340/06,
independentemente de previa retratação da vítima.[14]

O enunciado 38 (009/2016) do Copevid, explicita que a ação penal destinada ao


processamento de crime de estupro praticado mediante violência real, no âmbito
da Lei Maria da Penha tem natureza pública incondicionada.

Em relação à violência patrimonial (furto, dano, apropriação indébita, são os mais


comuns na lida forense), cabe ser tipificada como violência doméstica quando a
subtração ocorre com a finalidade de causar dor ou descontentamento na vítima,
independentemente do valor dos bens. Nesses casos, a jurisprudência entende que
não se aplica o princípio da insignificância, com vistas a impedir a ocorrência de
proteção deficiente. Pelo mesmo princípio, não se aplicam as imunidades
absolutas ou relativas previstas no art. 181 e 182 do CP, em âmbito da violência
doméstica.

A imunidade absoluta estabelecida no art. 181 do CP garante isenção de pena


quando o delito for praticado em prejuízo de cônjuge, na constância da sociedade
conjugal ou em prejuízo de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo
ou ilegítima, seja civil ou natural. Por sua vez, a imunidade relativa prevista no art.

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182 do diploma legal, prevê a necessidade de prévia apresentação de representação
pela vítima, quando este for cônjuge desquitado ou judicialmente separado, irmão
legítimo ou ilegítimo, tio ou sobrinho com o autor do fato coabita.

Nos crimes de ação penal pública condicionada, após a apresentação de


representação, a vítima possui a faculdade de se retratar, desistindo de ver o autor
da agressão ser processado. O Código Penal em seu art. 102 e no Código de
Processo Penal, em seu art. 25, afirmam que a representação é irretratável após o
oferecimento da denúncia pelo Ministério Público. No âmbito da Lei Maria da
Penha, o limite para o exercício da retratação é o recebimento da denúncia pelo
Juiz, conforme dispõe o art. 16. Portanto, após o recebimento da inicial acusatória,
é ineficaz qualquer tentativa da vítima em modificar sua manifestação de vontade.

O interesse em desistir pode ser apresentado pelo patrono da vítima, por meio de
petição, ou pela própria em cartório, mediante requerimento escrito ou declaração
verbal reduzida a termo pelo servidor da Secretaria Judicial, pratica bastante
corriqueira no dia a dia forense[15]. Em seguida, o requerimento é enviado ao
gabinete do Magistrado para despacho designando a data de audiência, e após,
vistas ao Ministério Público para ciência, e expedição de mandado para a
requerente.[16]

O diploma legal não contempla a necessidade de intimação do requerido, nem


mesmo de seu Advogado, para a audiência. Entende a maioria da doutrina[17] que
não há espaço para manifestação do autor da agressão, sendo que nesta solenidade
o protagonista é da vítima, não se configurando atentado aos princípios da ampla
defesa e do contraditório. O escopo é que a vontade da vítima seja externada da
forma mais independente possível, o que restaria comprometido com a presença
do autor do fato na audiência.

É prática de alguns Magistrados designar a audiência do art. 16 da LMP, ainda que


a vítima não tenha apresentado nenhum requerimento que sinalize o desejo de se
retratar da representação. É dominante o entendimento de que tal prática constitui
constrangimento ilegal, pois configura ato de ratificação da representação, sem
previsão no diploma legal. Nesses casos, tem sido propostas correições parciais
pelo Ministério Público, sob o fundamento de inversão tumultuária do processo.
[18]

Sobre o tema, cumpre colacionar jurisprudência do STJ: “Cabe ao Magistrado


perquirir à vítima se está sendo coagida a se retratar da representação, e caso
entenda necessário, podendo desconsiderar a manifestação de vontade de desistir
da representação, caso afira que a vítima assim se expressou por motivos outros
que não a sua vontade, pode também, encaminhar a vítima para atendimento pela
equipe interdisciplinar.[19]

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O enunciado nº 19 do Fonavid assevera que o não comparecimento da vítima à
audiência prevista no art. 16 da Lei 11.340/2006 tem como consequência o
prosseguimento do feito.

O art. 19, §1º da LMP prevê a audiência que convencionou-se denominar de


audiência de justificação/multidisciplinar/acolhimento, após o pedido de medidas
protetivas, sejam estas deferidas ou não. Segundo o enunciado nº 44 do Fonavid,
disciplina que a audiência de justificação/multidisciplinar/acolhimento é
facultativa e poderá ser designada pelo Juiz para promoção de encaminhamentos à
rede de apoio às vítimas, agressores e familiares ao programa mais adequado,
podendo ser subsidiado por equipe multidisciplinar quando existente.

Nessa audiência, ofendido e o autor do fato são acolhidos e ouvidos pelo Juiz e pelo
Promotor, podendo ser aberto um canal de diálogo entre as partes, observando-se
se o nível de animosidade permite, com vistas a evitar uma revitimização daquela
mulher. Na solenidade, detectado o cerne da questão são cabíveis alguns
encaminhamentos. Por exemplo, caso a violência tenha tido sua origem em abuso
de álcool ou drogadição, deve ser incluído entre as medidas protetivas o
encaminhamento do agressor a tratamento. Por sua vez, a vítima pode ser
encaminhada a serviços na área da psicologia e assistência social. Em casos de
dependência econômica da vítima em relação ao réu, cabe encaminhá-la a
programas de acesso ao mercado de trabalho.

Embora não seja essa a finalidade da audiência do art. 19, pode ocorrer de a vítima
manifestar seu interesse em retratar-se da representação anteriormente oferecida.
Nesse caso, é recomendável que o autor do fato seja encaminhado para outro
recinto, com vistas a garantir que a vítima externe sua vontade sem interferência
ocasionada pela presença do acusado na sala.

É vedada a condução coercitiva da vítima que, devidamente intimada, deixa de


comparecer à audiência prevista no artigo 16 da Lei Maria da Penha, quando esta
espontaneamente manifestou o desejo de retratar-se antes do recebimento da
denúncia, implicando sua ausência no recebimento da denúncia e prosseguimento
do processo.[20]

Manifestada a retratação da representação pela vítima, e estando ainda em sede de


inquérito, a autoridade policial deve encaminhar os autos ao poder judiciário, para
que o magistrado decrete a extinção da punibilidade do autor e determine o
arquivamento do feito.

CONCLUSÃO:

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De todo o Aexposto,
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concluímos que o legislador fez uma escolha adequada ao
possibilitar à vítima de violência doméstica que em alguns casos manifeste seu
desejo de se retratar de representação anteriormente apresentada, após audiência
na qual esta possa manifestar sua vontade de forma consciente e livre, sem
interferência de novas ameaças e pressões do autor do fato ou quaisquer fatores
externos que viciem a sua vontade, sempre com o canal de diálogo com os
membros do sistema de justiça em aberto.

Verificamos que houve grandes avanços de modo geral, a nível legislativo,


jurisprudencial e doutrinário sobre o tema, clamando ainda que os avanços
alcancem a prática diária na observância dos direitos das mulheres, neste caso em
especial, às vítimas de violência doméstica. As conquistas de direitos e práticas em
favor desse público merecem que as equipes de atendimento, desde as delegacias
da mulher até as equipes interdisciplinares do poder judiciário, recebam
capacitação constante com vistas a mantê-las atualizadas e alinhadas com a
questão. Além disso, é evidente que os autores de agressões também necessitam de
um tratamento pós passagem pelo judiciário ou em sede policial, não apenas
devendo ser devolvidos à sociedade ostentando condenações na seara da violência
doméstica, mas também submetidos a um trabalho de conscientização do exercício
da masculinidade mais saudáveis, considerando que, após o rompimento daquele
relacionamento tratado nos autos de um processo, as partes voltam a relacionar-se
com outras pessoas, muitas vezes retornando ao ciclo de violência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça. 5ª edição, revista,


ampliada e atualizada. Salvador. Editora Juspodivm, 2018.

____. Violência Doméstica: uma nova lei para um velho problema! Boletim do
IBCCRIM. n. 168. p. 08. São Paulo: IBCCRIM, nov. 2006.

CUNHA, Rogério Sanches. Pinto, Ronaldo Batista. Violência Doméstica: Lei Maria
da Penha. Lei 11.340/2006. Comentada artigo por artigo. 7ª edição, revista,
ampliada e atualizada. Salvador: Editora Juspodivm, 2018.

GOMES, Luiz Flávio; Bianchini, Alice. Lei da Violência Doméstica contra a mulher –
renúncia e representação da vítima. Disponível em
(https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI30435,61044-
Lei+da+violencia+contra+a+mulher+renuncia+e+representacao+da+vitima).

HABIB, Gabriel. Leis Penais Especiais para concursos, volume único. 11ª edição
revista, ampliada e atualizada. Salvador. Editora Juspodivm, 2019.

LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 3. ed.


Salvador: JusPodivm, 2015.
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PEREIRA, ASumaya
representação criminal e sua retratação no âmbito da violência doméstica contra a mulher - Jus.com.br | Jus Navigandi
Saady Morhy. O Ministério Público e a Lei Maria da Penha.
Leis e Letras, n. 06, p. 28-29, Fortaleza, 2007.

PINTO, Ronaldo Batista. A Lei n. 9.099/95 e a contravenção de vias de fato.


Boletim do IBCCRIM. n. 44. São Paulo: IBCCrim, agosto. 1996.

PORTO, Pedro Rui da Fontoura. Anotações preliminares à Lei 11.340/2006 e suas


repercussões em face dos Juizados Especiais Criminais. Disponível em:
http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/anota%C3%A7%C3%B5es-
preliminares-%C3%A0-lei-n%C2%BA-1134006-e-suas-repercuss%C3%B5es-em-
face-dos-juizados-especiais

NOTAS

[2] Pereira, Sumaya Saady Morhy. O Ministério Público e a Lei Maria da Penha.
Leis e Letras, n. 06, p. 28-29, Fortaleza, 2007.

[3] Enunciado 30 (001/2016), da Copevid: A Lei Maria da Penha pode ser


aplicada a mulheres transexuais e/ou travestis, independentemente de cirurgia de
transgenitalização, alteração do nome ou sexo no documento civil.

[4] Precedentes: STF ADI 4.424-DF, Dje 17/2/2012; STJ AgRg no REsp 1.166-
736-ES, Dje 8/10/2012 e HC 242.458-DF, Dje 19/9/2012.

[5] Súmula 542, do STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal
resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

[6] Enunciado 08 (001/2012) do COPEVID: Considerando a confirmação pelo


STJ da constitucionalidade da Lei Maria da Penha (ADIN 4424 e ADC 19), julgadas
no dia 09/02/2012, a ação penal nos crimes de lesão corporal leve e contravenção
penal de vias de fato, praticadas com violência doméstica e familiar contra a
mulher, é pública incondicionada, sendo os efeitos de tais decisões ex tunc,
vinculantes e erga omnes, não alcançando somente os casos acobertados pela coisa
julgada.

[7] Enunciado 40, do Copevid: Os conceitos de violência ou grave ameaça


previstos nos crimes contra a dignidade sexual devem ter interpretação conforme o
artigo 1º da Convenção de Belém do Pará, para abranger além da violência física
contra a mulher, a violência baseada no gênero que cause dano e/ou sofrimento
psicológico, tanto no âmbito da Lei Maria da Penha, quanto na esfera pública.

[8] Enunciado 37, do Fonavid: A concessão da medida protetiva de urgência não


está condicionada à existência de fato que configure, em tese, ilícito penal.

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[9] Enunciado 45, do Fonavid: As medidas protetivas de urgência previstas na
Lei 11.340/2006 podem ser deferidas de forma autônoma, apenas com base na
palavra da vítima, quando ausentes outros elementos probantes nos autos.

[10] Enunciado 41, do Copevid: Nos casos de violência prevista no artigo 7º da Lei
Maria da Penha, sem correspondente de tipicidade criminal, mesmo havendo
arquivamento do procedimento investigatório por insuficiência de provas,
ausência de condição de procedibilidade ou sentença com trânsito em julgado, é
possível a concessão ou manutenção de Medida Protetiva de Urgência,
independentemente de ação penal atual ou potencial, a perdurar pelo período de
tempo necessário à proteção efetiva à mulher.

[11] Luiz Flávio Gomes e Alice Bianchini, Lei da Violência Contra a Mulher:
renúncia e representação.

[12] http://www.cnmp.mp.br/portal/images/Normas/Resolucoes/Resoluo-174-
1.pdf

[13] Art. 4º A Notícia de Fato será arquivada quando: I – o fato narrado já tiver
sido objeto de investigação ou de ação judicial ou já se encontrar solucionado; II –
a lesão ao bem jurídico tutelado for manifestamente insignificante, nos termos de
jurisprudência consolidada ou orientação do Conselho Superior ou de Câmara de
Coordenação e Revisão; III – for desprovida de elementos de prova ou de
informação mínimos para o início de uma apuração, e o noticiante não atender à
intimação para complementá-la.

[14] Enunciado nº 04, do Fonavid.

[15] Manifestação por telefone – invalidade: “No caso dos autos, a vítima
declarou, por telefone, conforme a decisão de fl. 14 dos autos, não ter mais
interesse em prosseguir com o presente procedimento, renunciando o direito de
representar criminalmente contra o réu. Contudo, a redação dada ao art. 16 da Lei
Maria da Penha é bastante clara ao afirmar a possibilidade de renúncia à
representação antes do recebimento da denúncia é ato a ser viabilizado em
audiência.” (TJRS, RSE 70041397803, j. 19.05.201, Comarca de Santa Maria, rel.
Nereu José Giacomolli)

[16] Manifestação por escrito – invalidade: “A mens legis da norma


expressa no art. 16 da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) é dificultar a
retratação (renúncia) da representação, a fim de garantir a completa
independência da decisão da vítima, ou seja, a retratação da representação foi
dotada da máxima formalidade, somente podendo ser realizada perante o Juiz, em
audiência designada especialmente para essa finalidade, após a ouvida do
Ministério Público, a fim de preservar a veracidade e a espontaneidade da
manifestação de vontade da vítima, impedindo que esta exerça a retratação em
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virtude de coação do ofensor. Assim, considerando que no presente caso a vítima
manifestou não possuir interesse no prosseguimento do feito através de declaração
escrita, inadequada a decisão que extinguiu a punibilidade do suposto agressor,
porquanto impossível averiguar em que condições a ofendida expressou sua
vontade, sendo imprescindível a realização de audiência preliminar.” (TJRS, SER
70039511530, Comarca de Santa Maria, J. 17.03.2011, rel. Odone Sanguiné).

[17] Dias, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça. 5ª edição revista,
ampliada e atualizada. Salvador: Editora JusPodivm, 2018.

[18] Enunciado 03 do COPEVID: “Quanto à audiência prevista no artigo 16 da


LMP, nos crimes que dependem de representação da vítima, somente deve ser
designada quando a vítima procura espontaneamente o Juízo para manifestar sua
desistência antes do recebimento da denúncia.”

[19] “O art. 16 da Lei 11.340/2006 autoriza ao magistrado aferir, diante do caso


concreto, acerca da real espontaneidade do ato de retratação da vítima, sendo que,
em se contatando razões outras a motivar o desinteresse da ofendida no
prosseguimento da ação penal, poderá desconsiderar sua manifestação de vontade,
e, por conseguinte, determinar o prosseguimento da ação penal, desde que,
demonstrado nos autos, que agiu privada de sua liberdade de escolha, por
ingerência ou coação do agressor. (STJ, REsp. 1.051.314/DF, j. 10.09.2009, rel.
Min, Félix Fischer”.

[20] Enunciado nº 12 da Copevid.

Autor
Aline Aline Cunha da Silva
Cunha da
Silva Promotora de Justiça do Ministério Público do Estado do Pará,
respondendo pela Promotoria de Violência Doméstica de
Marabá-Pa. Graduada pela Universidade Federal do Pará. Pós-graduando em
Direito Penal e Criminologia pela Uninter.

Informações sobre o texto


Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

SILVA, Aline Cunha da. A representação criminal e sua retratação no âmbito da


violência doméstica contra a mulher. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862,
Teresina, ano 24, n. 5759, 8 abr. 2019. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/73128. Acesso em: 4 jul. 2019.
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