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O texto de Cesaire se articula de formas diversas, avaliando e criticando conceitos que

digam respeito a instituição da colonização e do racismo. No que compete ao Homem,


enquanto sujeito na lógica desses dois âmbitos, Cesaire aponta que aquele que coloniza
se degrada tanto quanto o colonizado. E nesse sentido, o autor faz duras críticas ao que
ele chama de falso humanismo.

O autor discute continuamente a ideia de humanismo e sua relação com o estabelecimento


da estrutura colonial. Mediante isso, é posto em xeque a figura de Hitler como o sujeito
europeu que colonizou a Europa. Cesaire expõe a hipocrisia do horror a Hitler, tendo em
vista que ele foi criado pelos próprios europeus, como o bárbaro, dado suas ações
opressoras, que por sua vez são semelhantes a executadas por diferentes grupos europeus
em seus intentos coloniais fora da Europa.

Outro ponto válido acerca do Homem enquanto conceito é a ausência de contato entre
tais no processo de colonização. Para o autor não há nada entre colonizador e colonizado
que não o trabalho forçado, pressão, etc. Daí surge sua lógica em apontar que
colonização=coisificação. No pensamento de Cesaire, o conceito de Homem, dentro da
lógica colonial, está relacionado a degradação, em que há a inferiorização do oprimido e
o embrutecimento do opressor.

No âmbito do eurocentrismo, Cesaire aponta a ascensão do nazismo como um evento a


expor a hipocrisia ocidental. A barbárie contra a Europa e contra o homem branco é
visivelmente mais acentuada em suas próprias narrativas do que as atrocidades cometidas
em Ásia, África e América pelo mesmo homem branco. O que se percebe é uma
ocidentalização do sofrimento, como se as feridas europeias se sobrepusessem as dores
dos demais continentes.

Mais ainda, o que o autor expõe é uma deficiência ocidental em considerar válidas as
outras formas de civilizações. Em sua crítica mais dura, Cesaire aponta a burguesia como
uma classe condenada por estar por trás da escravidão e do racismo, e por
consequentemente perpetuar uma centralidade europeia.

Se por um lado está apresentada a noção do Ocidente como percussor da Ciência, dotado
de lógica e racionalidade, Cesaire contrapõe apontando inovações técnico-científicas de
outros grupos não-europeus. E o que o autor conclui, em suma, é que este Ocidente está
extremamente longe de um verdadeiro humanismo.
2.

Posso considerar que o ambiente acadêmico, propiciador de ideias e de informações,


construiu em mim uma nova perspectiva em relação ao racismo. Não apenas de enfatizar
o quão negativo essa postura pode ser e indo além dos processos históricos que
construíam tal postura, posso afirmar que, entrando em consonância com Cesaire, passei
a considerar o sujeito racista como alguém degradado.

O embrutecimento desse sujeito, em minha visão, aparenta ser ainda pior do que no
momento em que Cesaire escreve, dado que o racismo e toda sua argumentação de defesa
já não possui um mínimo de coerência científica, política ou cultural. Ao deparar me com
uma pessoa racista, associo sua pessoa a mera ignorância, bem como o fazia Cesaire em
sua análise acerca do colonizador. O racismo nesse sentido se converteu em uma
colonização moderna que atua no campo das mentalidades.

O espaço que a UNILAB potencializa a argumentação de Cesaire em considerar os


diferentes grupos étnicos como também detentores de conhecimento e cultura. A
hierarquização de epistemologias é aqui então confrontada.

Porém, enquanto minhas experiências como professor-estagiário, é nítido a presença


ainda hegemônica da história ocidental nos livros didáticos e nos planos de aula. Ainda
não nos desvencilhamos dessa problemática no campo educacional, apesar de considerar
positiva a já notada presença de materiais referentes a história da Ásia, história da África
e da América.

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