Vous êtes sur la page 1sur 9

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/333582009

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO RESISTIDO NA VARIAÇÃO DA PRESSÃO


INTRAOCULAR EM DIFERENTES FASES DO CICLO MENSTRUAL

Article · January 2019

CITATIONS READS

0 6

7 authors, including:

Marcelo Conte
Escola Superior de Educação Física de Jundiaí
34 PUBLICATIONS   196 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

High-fat diet suppresses the positive effect of creatine supplementation on skeletal muscle function by reducing protein expression of IGF-PI3K-AKT-mTOR pathway
View project

Suplementação de carboidrato para corredores View project

All content following this page was uploaded by Marcelo Conte on 03 June 2019.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


92
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b p f e x . c o m . b r

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO RESISTIDO NA VARIAÇÃO DA PRESSÃO INTRAOCULAR


EM DIFERENTES FASES DO CICLO MENSTRUAL

Marcelo Conte1, Morgana Rejane Rabelo Rosa Russo1


André Athanazio Caldara1, Victor Augusto Ramos Fernandes1,2
Alexandre Duarte Baldin1

RESUMO ABSTRACT

O objetivo do estudo foi verificar a influência Influence of resistant training in the variation of
do exercício resistido (ER) na pressão intracular pressure in different phases of the
intraocular (PIO) em diferentes fases do ciclo menstrual cycle
menstrual. Foram estudadas nove mulheres
(27,4+7,5 anos) nas fases ovulatória (14º ao Verify the influence of resistance exercise (RE)
16º dia do ciclo menstrual) e lútea (25º ao 28º on intraocular pressure (IOP) in different
dia do ciclo menstrual), submetidas ao phases of menstrual cycle. We studied nine
exercício resistido. A PIO foi mensurada com women (27.4 + 7.5 years old) undergoing to
tonômetro de Perkins, antes (M1), durante RE sessions performed during: ovulatory
(M2), imediatamente após (M3) e cinco phase (14-16 day of menstrual cycle) e luteal
minutos após o término da sessão de ER (M4). phase (25-28 day of menstrual cycle). The IOP
Como procedimento estatístico foi aplicado o measurement was taken in both eyes with
teste de Kolmogorov–Smirnov, ANOVA, com Perkins tonometer before (M1), during exercise
verificação de Bonferroni. Foram encontradas (M2), immediately after (M3) and five minutes
diferenças significativas na sessão de ER after ending of the exercise session (M4). All
durante a fase lútea (olho direito) entre a PIO data were analyzed by descriptive tests.
no M1 (14,1 + 1,1 mmHg) com M2 (11 + 2,1 Statistical analysis included Kolmogorov–
mmHg, p<0,001), M3 (10,8 + 1,9 mmHg, Smirnov to test normality and ANOVA with
p<0,001) e M4 (11,3 + 1,3 mmHg, p<0,05). Na Bonferroni post-test, alpha was set at p≤0.05.
mesma fase, no olho esquerdo, observou-se We found significant statistical differences in
diferenças entre a PIO do M1 (14,5 + 1,8 RT session during luteal phase (right eye)
mmHg) com M2 (11,1 + 2,5 mmHg, p<0,01), among IOP of M1 (14.1 + 1.1 mmH) with M2
M3 (11,3 + 2,5 mmHg, p<0,001) e M4 (11,8 + (11 + 2.1 mmHg; p<0.001), M3 (10.8 + 1.9
1,1 mmHg, p<0,05). Por outro lado, na fase mmHg; p<0.001) and M4 (11.3 + 1.3 mmHg;
ovulatória houve diferenças significativas, p<0.05), in the same phase, but in left eye we
apenas no olho esquerdo, entre a PIO do M1 observed differences among IOP of M1 (14.5 +
(13,8 + 3,6 mmHg) com M2 (10,6 + 2,6 mmHg, 1.8 mmH) in M2 (11.1 + 2.5 mmHg; p<0.01),
p<0,01) e M3 (10,5 + 3,1 mmHg; p<0,01). M3 (11.3 + 2.5 mmHg; p<0.001) and M4 (11.8
Descritivamente a PIO foi maior em todas as + 1.1 mmHg; p<0.05). On the other hand, in
medições na fase lútea. A pressão intraocular, ovulatory phase RT session significant
de mulheres com ciclo menstrual regular, statistical differences were shown, just in left
diminuiu durante e depois da sessão de ER, eye, among IOP of M1 (13.8 + 3.6 mmHg) with
independentemente da fase do ciclo menstrual M2 (10.6 + 2.6 mmHg; p<0.01), M3 (10.5 + 3.1
(ovulatória ou lútea). Esses achados podem mmHg; p<0.01). Descriptively IOP was higher
contribuir para melhorar a prescrição de in all measurements in luteal phase. The IOP,
exercício para mulheres com fatores de risco of women with regular menstrual cycle,
ou com PIO elevada. decreased during and after RE session,
irrespective of phase (ovulatory or luteal).
Palavras-chave: Exercício resistido. These findings can contribute to improve
Glaucoma. Mulheres. Fase ovulatória e lútea. prescription of exercise to women with risk
factors or with high IOP.
1-Faculdade de Educação Física de Nova
Odessa, Nova Odessa-SP, Brasil. Key words: Resistance exercise. Glaucoma.
2-Faculdade Network, Nova Odessa-SP, Women. Phase ovulatory and luteal.
Brasil.

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.13. n.81. p.92-99. Jan./Fev. 2019. ISSN 1981-9900.
93
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b p f e x . c o m . b r

INTRODUÇÃO Por fim, Lee e colaboradores (2006)


apontam prevalência similar ao estudo de
Os efeitos dos exercícios físicos, Oliveira e colaboradores (2003), perfazendo
especialmente do treinamento resistido, na 53,64% dos casos no gênero feminino com
pressão intraocular (PIO) ainda são pouco idade média de 61,4 anos. Diante o exposto,
explorados, porém existem evidências de que há indícios de que tanto o gênero como a
a atividade física promove a redução da PIO idade são fatores importantes na prevalência
(Chromiak e colaboradores, 2003; Conte e do glaucoma.
colaborares, 2013). A secreção hormonal de mulheres
O humor aquoso é um líquido claro sofre alteração mensal e é diretamente
que preenche as câmaras anteriores e influenciada pela idade. Os estrógenos
posteriores do olho, sendo produzido pelo apresentam melhoras significativas do fluxo
corpo ciliar, situado entre a córnea e o sanguíneo e protegem as células cerebrais.
cristalino (Weinreb e colaboradores, 2007). De encontro a esta hipótese, alguns
Sua função é nutrir as estruturas estudos recentes evidenciaram uma
oculares, até a câmara anterior do olho. diminuição do fluxo sanguíneo e uma fina
Especificamente, a PIO é determinada pela camada de fibras nervosas da retina naquelas
produção, circulação e drenagem do humor mulheres que não utilizaram terapia hormonal
aquoso, pelo fluxo trabecular e uveoscleral e de substituição.
ainda pela pressão venosa episcleral (Rüfer e Nesse sentido, acredita-se que as
colaboradores, 2013). mulheres, as quais apresentam menopausa
O comprometimento do escoamento precoce (antes dos 45 anos) têm maior risco
ou drenagem do humor aquoso pode de desenvolverem glaucoma de ângulo aberto
promover aumento significativo da PIO, e, nestes casos em especial, a reposição
resultando na pressão aumentada, hormonal pode ter efeito protetor. Os
principalmente concentrada entre o cristalino e estrógenos têm igualmente demonstrado ação
a córnea, em consequência o humor aquoso antioxidante, protegendo contra o estresse
infiltra para o vítreo promovendo danos ao oxidativo, que tem um importante papel na
nervo óptico. Essa disfunção, associada a fisiopatologia desta doença (Conte e
outros fatores pode resultar no glaucoma colaboradores, 2009; Dane e colaboradores,
(Conte e colaboradores, 2013; Ebeigbe, 2008).
Ebeigbe, Ighoroje, 2011). A associação entre PIO e exercício é
Em síntese, o glaucoma é um agravo conhecida desde o início do século passado,
que atinge principalmente pessoas com especialmente, há 40 anos, quando foi
hipertensão intraocular gerando um dano descrita a relação entre intensidade do
progressivo e irreversível ao nervo óptico e exercício e PIO (Lempert e colaboradores,
neurônios da retina, com redução do campo 1967).
visual e, consequente, perda gradativa da No entanto, ainda hoje, é um
visão (Park e colaboradores, 2013; Weinreb e fenômeno pouco estudado, especialmente na
colaboradores, 2007). busca em bases de dados especializadas
Essa patologia é considerada uma das (Medline e Pubmed - período entre 2008-
causas mais comum de cegueira, acometendo 2018), revelando aproximadamente, 91 artigos
aproximadamente 2% da população acima de publicados no período quando utilizado os
40 anos, sobretudo mulheres. unitermos Intraocular Pressure and Exercise.
Estudos mostram alta incidência de Quando se utiliza a associação de
glaucoma nesse sexo, pesquisas verificaram pressão intraocular e exercício em mulheres o
70% de prevalência do glaucoma no gênero número de estudos é ainda mais baixo,
feminino, com idade média de 61,3 anos, apenas três trabalhos com o gênero feminino
quando comparado ao gênero masculino no mesmo período pesquisado.
(Qureshi e colaboradores, 1998). Estudo epidemiológico com 29.854
Oliveira e colaboradores (2003) corredores norte-americanos, mostrou que os
encontraram em seus estudos prevalência de indivíduos com melhor capacidade física (mais
55% no gênero feminino, com idade média de rápidos para percorrer 10km, ou seja, que
60,9 anos. corriam essa distância na velocidade de 5m/s)
ou que corriam mais quilometragem por dia

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.13. n.81. p.92-99. Jan./Fev. 2019. ISSN 1981-9900.
94
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b p f e x . c o m . b r

(6km/dia) apresentaram menor risco relativo intervalado promoveu reduções mais


de incidência de glaucoma (Williams, 2009). expressivas da PIO.
Esses achados corroboram com o Existem evidências de que o declínio
estudo de Natisis e colaboradores (2009) que dos níveis de estrogênio é importante na
comparou a PIO de 145 pessoas (entre patogênese do glaucoma de ângulo aberto
adultos saudáveis e pacientes com glaucoma primário em mulheres. Mulheres pós-
primário) submetidas a exercícios aeróbios menopausa apresentaram redução
moderados. significativa da PIO após terapia hormonal. De
Foi encontrado que a atividade física acordo com levantamentos recentes, 64% dos
promoveu a redução da PIO em indivíduos casos de cegueira no mundo, são em
saudáveis, bem como em pacientes com mulheres.
glaucoma já em tratamento, além de contribuir O exercício físico tem sido
para a diminuição da instilação de beta- considerado como uma importante ferramenta
bloqueadores, análogos de prostaglandinas ou na prevenção, tratamento e controle da
alfa-agonistas. Segundo os autores, pessoas hipertensão ocular, no entanto a maioria dos
com glaucoma devem ser encorajadas a estudos a respeito da associação entre
praticar exercícios aeróbios, devido aos exercício físico e PIO foi realizada com
benefícios esperados. indivíduos do gênero masculino.
Em estudo de revisão a respeito do Portanto, existem poucas evidências
estilo de vida, nutrição e glaucoma foi disponíveis a respeito da variação da PIO no
abordado a influência do exercício físico, dieta, gênero feminino e, diante da alta prevalência
peso corporal, uso de hormônios após de cegueira em mulheres, investigar o efeito
menopausa, tabagismo e consumo de álcool do exercício resistido sobre a PIO no gênero
na prevenção do glaucoma de ângulo aberto. feminino pode ser uma ferramenta importante
Alguns hábitos foram associados ao aumento para a prevenção e tratamento do glaucoma
da PIO (importante fator de risco para a neste grupo, assim como, pode ajudar a
patologia), tais como tocar instrumentos de estabelecer a influência dos hormônios
sopro, consumo de café, uso de gravata, femininos sobre a PIO.
realizar certas posições de ioga e praticar Portanto, o presente estudo tem como
“levantamento de peso”. objetivo verificar o efeito agudo do exercício
Os autores ponderam a magnitude da resistido na PIO de mulheres fisicamente
duração dessas situações e o tempo que a ativas e saudáveis e identificar se existe
PIO permanece elevada e ainda apontam que associação do período menstrual com as
não existem estudos que comprovem alterações de PIO.
associação entre prática de ioga ou de
exercícios com pesos e o aparecimento do MATERIAIS E MÉTODOS
glaucoma, bem como não existem evidências
suficientes que mostrem que o exercício pode População e delineamento experimental
prevenir o glaucoma (Qureshi e
colaboradores, 1998). O estudo foi realizado no Centro de
Contudo, outros efeitos do exercício Atividade Física do Banco de Olhos de
como redução da pressão arterial Sorocaba-SP (BOS Fit).
(positivamente relacionada com a queda da Foram incluídas neste estudo
PIO) e da pressão de perfusão (importante mulheres saudáveis e fisicamente ativas, sem
fator de risco para o glaucoma) são presença de lesões, aptas fisicamente a
potencialmente benéficos para reduzir a PIO. realizar o estudo, teste negativo ao Par-q, sem
Conte e colaboradores (2009) diagnóstico de glaucoma, com pressão
compararam em atletas do sexo masculino a intraocular dentro de parâmetros normais, ou
resposta da PIO após duas sessões de 30min seja, < 21 mmHg e liberação médica, que
de exercício aeróbio contínuo (60% da menstruam regularmente, sem quaisquer tipos
Frequência Cardíaca de Reserva [FCR]) e de patologias.
aeróbio intervalado (2min a 50% alternando Para determinação do período do ciclo
com 1min a 80% da FCR) e constataram que, menstrual foi realizada uma anamnese do
nos voluntários estudados o exercício aeróbio histórico dos últimos seis meses do ciclo
menstrual de cada participante e

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.13. n.81. p.92-99. Jan./Fev. 2019. ISSN 1981-9900.
95
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b p f e x . c o m . b r

acompanhamento de dois ciclos (dois meses) colírio de proparacaína e uma gota de colírio
antes do início da coleta de dados. de fluoresceína. Uma única medida em cada
Foram consideradas aptas a participar olho foi realizada em cada momento das
do estudo aquelas mulheres que não sessões de exercício.
apresentarem irregularidades no ciclo O protocolo foi conduzido seguindo os
menstrual nos últimos 6 meses. princípios éticos estabelecido na Declaração
As voluntárias foram submetidas a de Helsinki proposta pela Associação Mundial
duas sessões de exercícios resistidos de Médicos. O projeto foi submetido e
compostas por 8 exercícios, sendo: supino, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
crucifixo, puxador dorsal, desenvolvimento do Hospital Oftalmológico de Sorocaba
deltóide, rosca direta, legpress, mesa flexora e (número do parecer - 445.232).
flexão plantar. Todos os participantes foram
Para cada exercício foram realizadas 3 esclarecidos sobre a pesquisa e o respectivo
séries de 8 repetições a 80% de 1RM com 60s grau de envolvimento e, então, solicitada a
de intervalo entre as séries. As sessões de assinatura do Termo de Consentimento Livre e
exercício foram realizadas durante a fase Esclarecido, consistindo em esclarecimento a
ovulatória (14º a 16º dia do ciclo menstrual), respeito dos seguintes aspectos: i) justificativa,
período no qual se sugere que a mulher objetivos e procedimentos utilizados; ii)
apresenta melhor disposição para a prática de desconfortos, possíveis riscos e benefícios
exercício físico e valores mais baixos PIO, e esperados; iii) forma de acompanhamento e
na fase lútea (25º a 28º dia do ciclo menstrual) assistência e seus respectivos responsáveis;
fase em que existe uma menor disposição iv) informação sobre a possibilidade de
para o exercício e PIO relativamente mais inclusão no grupo controle; v) liberdade de
elevada. recusar a participar ou retirar seu
consentimento em qualquer fase da pesquisa,
Determinação das cargas de exercício sem penalização ou prejuízo e vi) garantia de
sigilo em relação aos dados coletados.
Para determinação das cargas de
treinamento, inicialmente foi realizado o teste Métodos estatísticos
de predição (Brzycki, 1993) que visa estimar a
carga máxima para exercícios resistidos Para realização do tratamento
através da aplicação de cargas submáximas estatístico, foi utilizado o software
até a exaustão. GraphPadPrism®, com os dados
De acordo com o protocolo, é aplicada apresentados com média ± desvio padrão com
uma carga aleatória e solicitado as voluntárias 95% de intervalo de confiança. O teste de
executar cada exercício até a fadiga. As Kolmogorov–Smirnov foi utilizado para testar a
repetições foram registradas e relacionadas à normalidade dos dados da população
tabela específica para verificação da estudada.
estimativa da carga a ser utilizada no Como procedimento estatístico para
experimento, no caso 80% de 1RM. comparação das médias referentes às
variáveis estudadas foi utilizada ANOVA para
Aferição da PIO medidas repetidas com pós-teste de
Bonferroni. Para testar a correlação entre
A PIO foi mensurada antes de cada período menstrual e alteração da PIO utilizou-
sessão de exercício (M1), aos 15min de se o teste de correlação de Pearson e foi
exercício (M2), imediatamente após a sessão adotado nível de significância 5%.
de exercício (M3) e no período de recuperação
(5min após o término do exercício) (M4) com RESULTADOS
tonômetro de aplanação de Perkins (Clement
ClarkeInc., Columbus, OH) e pelo mesmo Trinta mulheres foram acompanhadas
oftalmologista. durante o período pré-coleta de dados, no
Em todas as situações a medida foi entanto, apenas nove delas atenderam aos
coletada com as voluntárias sentadas, critérios de seleção determinados pelo estudo.
observando objeto à distância com o olho Sendo assim, nove mulheres (27,4 + 7,5 anos)
contralateral, após a instilação de uma gota de com ciclos menstruais regulares foram

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.13. n.81. p.92-99. Jan./Fev. 2019. ISSN 1981-9900.
96
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b p f e x . c o m . b r

submetidas a duas sessões de exercícios


resistidos: na fase ovulatória e na fase lútea.
Quando se observa apenas os
resultados referentes à fase ovulatória nota-se
que houve diminuição da PIO no olho
esquerdo (Figura 2) em M2 e M3 (15min e
imediatamente após o exercício,
respectivamente) quando comparado ao valor
pré-exercício (M1). O mesmo foi observado no
olho direito (Figura 1), porém sem diferença Figura 1 - Pressão intraocular no olho direito
estatística. No período de recuperação (M4) os nos momentos: pré (M1), durante (M2),
valores retornaram aos parâmetros pré- imediatamente após (M3) e recuperação (M4)
exercício em ambos os olhos. do exercício resistido nas duas fases do ciclo
Durante a fase lútea, observou-se um menstrual: ovulatória (Ov) e lútea (Lu).
comportamento semelhante da PIO no olho
direito (Figura 1) e esquerdo (Figura 2),
redução significativa da PIO em M2 e M3, que
permaneceu abaixo dos valores pré-exercício
durante a recuperação (M4), diferentemente
do que aconteceu na fase ovulatória.
Notou-se também que a PIO foi
descritivamente maior, em todos os
momentos, na fase lútea (Tabelas 1 e 2).
Figura 2 - Pressão intraocular no olho
esquerdo nos momentos: pré (M1), durante
Tabela 1 - Variação da pressão intraocular, no olho direito, (M2), imediatamente após (M3) e recuperação
segundo momento de aferição e fase do ciclo menstrual. (M4) do exercício resistido nas duas fases do
Fase Ciclo Momento
Menstrual M1 M2 M3 M4 ciclo menstrual: ovulatória (Ov) e lútea (Lu).
Ovulatória 12,6 ± 2,9 10,6 ± 2,6 10,1 ± 2,7 12,1 ± 1,7
Lútea 14,1 ± 1,1 11,0 ± 2,1** 10,8 ± 1,9** 11,3 ± 1,3*
Legenda: Dados são expressos em média ± desvio DISCUSSÃO
padrão (mmHg). Asterisco denota diferença
significativa de pré-exercício (M1) no mesmo grupo
(*: p < 0,05; **: p < 0,001). O exercício resistido promoveu
redução da PIO nas mulheres adultas com
ciclos menstruais regulares monitoradas
Tabela 2 - Variação da pressão intraocular, no olho esquerdo, durante a fase ovulatória e a fase lútea.
segundo momento de aferição e fase do ciclo menstrual. De maneira descritiva, os valores de
Fase Ciclo Momento PIO foram maiores antes e durante o exercício
Menstrual M1 M2 M3 M4
Ovulatória 13,8 ± 3,6 10,6 ± 2,6*** 10,5 ± 3,1*** 11,8 ± 1,9
na fase lútea quando comparada com a fase
Lútea 14,5 ± 1,8 11,1 ± 2,5*** 11,3 ± 2,5*** 11,8 ± 1,1* ovulatória e o exercício resistido foi capaz de
Legenda: Dados são expressos em média ± desvio reduzir esses valores a parâmetros
padrão (mmHg). Asterisco denota diferença semelhantes à fase ovulatória no momento da
significativa de pré-exercício (M1) no mesmo grupo recuperação (5min após o término do
(*: p < 0,05; **: p < 0,001; ***: p < 0,01). exercício), o que poderia ser confirmado em
novas pesquisas com número maior de
participantes.
Apesar de haver concordância na
literatura que o exercício promove diminuição
na PIO (Conte e colaboradores, 2013; Read e
Collins, 2011), inclusive em mulheres (Dane e
colaboradores, 2006), os mecanismos
responsáveis por tais alterações não estão
totalmente elucidados (Liang e colaboradores,
2011).

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.13. n.81. p.92-99. Jan./Fev. 2019. ISSN 1981-9900.
97
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b p f e x . c o m . b r

Diante disso, os exercícios físicos pesquisas apontarem que não há influência


podem ser sugeridos como terapia das fases sobre as variáveis analisadas, com
complementar em adição as terapias exceção da força máxima descrita no estudo
medicamentosas e cirúrgicas no tratamento de de Redman e Weatherby (2003).
pacientes com glaucoma. Qureshi e colaboradores (1998)
Há escassez de estudos comparando mostraram que a PIO apresenta-se mais
o efeito do exercício sobre a PIO em diferentes elevada entre o 20º e 22º dias do ciclo
fases do ciclo menstrual, o que dificulta menstrual e os valores mais baixos
estabelecer a influência da flutuação hormonal encontram-se entre o 16º e 19º dias do ciclo,
sobre os valores da PIO. porém essa diferença não foi estatisticamente
Estudos que investigam outras significativa. Situação semelhante foi
variáveis em diferentes fases do ciclo encontrada no presente estudo, o qual
menstrual também são raros. Em um desses verificou valores de PIO descritivamente
trabalhos os autores analisaram oito mulheres menores na primeira fase do ciclo analisada
(22,7 ± 1,2 anos) durante as fases folicular, (14º a 16º dia) comparados à segunda fase
ovulatória e lútea. As mulheres foram (25º a 28º).
submetidas ao teste de carga máxima para A comparação entre mulheres pré e
averiguar a força muscular. Não foram pós menopausa foi realizada em um estudo
observadas diferenças significativas de força que investigou a associação entre PIO e
nas três fases distintas do ciclo menstrual síndrome metabólica em 2866 mulheres pré e
(Dias, Simão, Novaes, 2005). 1658 pós menopausa não galucomatosas
Estudos reportam que as alterações (Park e colaboradores, 2013).
nas concentrações séricas de Os autores concluíram que a
estrogênio/progesterona não são suficientes prevalência da síndrome metabólica foi maior
para afetar o desempenho físico (Fridén e nas mulheres pós menopausa e que a PIO
colaboradores, 2003; Hinnerichs e aumentava gradualmente neste grupo à
colaboradores, 2004). medida que aumenta o número de
Em contrapartida, no estudo proposto componentes da síndrome metabólica.
por Redman e Weatherby (2003) foi observada Portanto, houve uma grande
diminuição da performance anaeróbia na fase associação entre PIO e síndrome metabólica
lútea no grupo de mulheres que não faziam nas mulheres pós menopausa, mas não nas
uso de contraceptivos orais, enquanto que no mulheres pré menopausa, sendo indicativo da
grupo que os ingeriu, não foi observada influência hormonal sobres as variáveis
alteração no desempenho. investigadas.
Esses dados vão de encontro ao No entanto, pouco se sabe sobre a
encontrado neste estudo, que, apesar de influência de alterações hormonais sobre a
investigar variáveis diferentes (força x PIO), se PIO ao longo do ciclo menstrual e quanto o
assemelham em encontrar diferenças na exercício físico poderia de alguma forma,
mesma fase do ciclo menstrual. No entanto, influenciar na associação entre alterações
quando analisaram a influência do ciclo hormonais e PIO. Não há um padrão geral em
menstrual na flexibilidade autores não relação à capacidade das mulheres atingirem
verificaram nenhuma variação. suas melhores performances durante qualquer
No estudo de Birch e Reelly (2002), fase específica do ciclo menstrual (Willmore,
que avaliou a força muscular de 11 mulheres 2001).
eumenorréicas (24 ± 3 anos), não foi Constatou-se que em mulheres
encontrada diferença significativa na saudáveis as propriedades biomecânicas
performance nas diferentes fases do ciclo corneais e a PIO não se alteraram
menstrual. significativamente de acordo com o ciclo
Para Badillo e Aystarán (2001) não menstrual (Seymenoglu, 2013).
ocorre diferença nos valores de força máxima Contudo, há relato que os hormônios
de pernas ao longo do ciclo menstrual. sexuais femininos influenciam a PIO,
Diante dos dados apresentados há especialmente durante a gestação, diminuindo
ainda uma inconsistência sobre os efeitos das sensivelmente com a proximidade do parto e
diferentes fases do ciclo menstrual sobre o aumentando significativamente após seis
desempenho, apesar da maioria das

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.13. n.81. p.92-99. Jan./Fev. 2019. ISSN 1981-9900.
98
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b p f e x . c o m . b r

semanas do termo (Ebeigbe, Ebeigbe, 3-Brzycki, M. Strength testing: predicting a


Ighoroje, 2011). one-rep max from repetitions to fatigue.
Os dados controversos e escassos JOPERD. Vol. 64. p.88-90. 1993.
apresentados pela literatura dificultam o
estabelecimento de um padrão para o 4-Chromiak, J.A.; Abadie, B.R.; Braswell, R.A.;
comportamento da PIO ao longo do ciclo Koh, Y.S.; Chilek, D.R. Resistance training
menstrual, o que instiga a realização de novas exercises acutely reduce intraocular pressure
pesquisas sobre o assunto. in physically active men and women. J
No presente estudo, como em outros, Strength Cond Res. Vol. 17. Num. 4. p.715-
ocorrem algumas limitações metodológicas 720. 2003.
que devem ser analisadas, como a definição
da fase do ciclo menstrual, que seria mais 5-Conte, M.; Scarpi, M.J.; Rossin, R.A.; Beteli,
precisa se coletados exames laboratoriais para H.; Lopes, R.G.; Marcos, H.L. Variação da
verificar as concentrações séricas de pressão intra-ocular após teste submáximo de
estrogênio e progesterona na urina ou no força no treinamento resistido. Arquivos
sangue e número de participantes do estudo. Brasileiros de Oftalmologia. Vol. 72. Num. 3.
Pode-se concluir que a pressão p.351-354. 2009.
intraocular, de mulheres com ciclo menstrual
regular, diminuiu durante e depois da sessão 6-Conte, M.; Rosa, M.R.R.; Baldin, A.D.; Storti,
de ER, independentemente da fase do ciclo L.R.; Caldara, A.A.; Cozza, H.F.P.; Ciolac,
menstrual (ovulatória ou lútea), no entanto, E.G. High Intensity Interval Training is Superior
outros estudos devem ser realizados para to Moderate Intensity Exercise for Reducing
firmarem evidenciada lacuna a fim de Intraocular Pressure. International Journal of
esclarecer o comportamento da PIO durante Sports Medicine. 2013.
as diferentes fases do período menstrual e a
influência do exercício em cada fase. 7-Dane, S.; Kocer, I.; Demirel, H.; Ucok, K.;
Ressalta-se que o exercício físico Tan, U. Effect of acute submaximal exercise
pode ser potencialmente benéfico, pois ajuda on intraocular pressure in athletes and
a manter a PIO, mesmo que temporariamente, sedentary subjects. Int J Neurosci. Vol. 116.
mais baixa. Esses achados podem contribuir Num. 10. p.1223-1230. 2006.
para melhorar a prescrição de exercício para
mulheres com fatores de risco ou com PIO 8-Dias, I.; Simão, R.; Novaes, J. Efeito das
elevada. diferentes fases do ciclo menstrual em um
teste de 10RM. Fitness & performance
AGRADECIMENTOS Journal. Vol. 4. Num. 5. p.288-292. 2005.

Este trabalho foi financiado pela 9-Ebeigbe, J.A.; Ebeigbe, P.N.; Ighoroje, A.D.
Fundação Nacional de Desenvolvimento do Intraocular pressure in pregnant and non-
Ensino Superior Particular (FUNADESP) e pregnant Nigerian women. Afr J Reprod
apoiado pelo Hospital Oftalmológico de Health. Vol. 15. Num. 4. p.20-23. 2011.
Sorocaba-SP, Brasil.
10-Fridén, C.; Hirschberg, A.L.; Saartok, T.
REFERÊNCIAS Muscle strength and endurance do not
significantly vary across 3 phases of the
1-Badillo, J.J.G.; Ayestarán, E.G. menstrual cycle in moderately active
Fundamentos do Treinamento de Força. Porto premenopausal women. Clinical Journal of
Alegre. Artmed. 2001. Sport Medicine. Vol. 13. Num. 4. p.238-241.
2003.
2-Birch, K.; Reilly, T. The diurnal rhythm in
isometric muscular performance differs with 11-Hinnerichs, et al. Effects of menstrual cycle
eumenorrheic menstrual cycle phase. and oral contraceptives on muscular strength,
Chronobiol Int. Vol. 19. Num. 4. p.731-742. endurance and flexibility. Medicine and
2002. Science in Sports and Exercise. Vol. 36. Num.
5. p.S35. 2004.

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.13. n.81. p.92-99. Jan./Fev. 2019. ISSN 1981-9900.
99
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
ISSN 1981-9900 versão eletrônica
P e r i ó d i c o do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e sq u i s a e E n si n o e m F i s i o l o gi a do E x e r c í c i o
w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b p f e x . c o m . b r

12-Lee, P.P.; Walt, J.G.; Doyle, J.J.; Kotak, aerobic and resistance exercise of the upper
S.V.; Evans, S. J.; Budenz, D.L. A multicenter, and lower limb on intraocular pressure. Acta
retrospective pilot study of resource use and Ophthalmol. Vol. 7. Num. 10. p.1111-12051.
costs associated with severity of disease in 2013.
glaucoma. Arch Ophtalmol. Vol. 124. Num. 1.
p.12-19. 2006. 22-Seymenoglu, G.; Baser, E.F.; Zerdeci, N.;
Gülhan, C. Corneal biomechanical properties
13-Lempert, P.; Cooper, K.H.; Culver, J.F.; during the menstrual cycle. Curr Eye Res. Vol.
TredicI, T.J. The effect of exercise on 36. Num. 5. p.399-403. 2011.
intraocular pressure. Am J Ophthalmol. Vol.
63. Num. 6. p.1673-1676. 1967. 23-Weinreb, R.N.; Brandt, J.D.; Garway-Heath,
D.; Medeiros, F.A. Intraocular Pressure. WGA -
14-Liang, Y.B.; Wu, Y.; Li, S.Z.; Sun, L.P.; Consensus series 4. Amsterdam: Kugler
Wang, N.L. Physical exercise and intraocular Publications. 2007.
pressure. Zhonghua Yan KeZaZhi. Vol. 47.
Num. 9. p.854-857. 2011. 24-Williams, P.T. Relationship of Incident
Glaucoma versus Physical Activity and Fitness
15-Natsis, K.; Asouhidou, I.; Nousios, G.; in Male Runners. Med Sci Sports Exerc. Vol.
Chatzibalis, T.; Vlasis, K.; Karabatakis, V. 41. Num. 8. p.1566-1572. 2009.
Aerobic exercise and intraocular pressure in
normotensive and glaucoma patients. BMC 25-Willmore, J.H.; Costill, D.L. Fisiologia do
Ophthalmol. Vol. 13. Num. 9. p.6-26. 2009. esporte e do exercício. São Paulo. Manole.
2001.
16-Oliveira, A.; Paranhos Júnior, A.; Prata
Júnior, J. Características dos pacientes
atendidos pela primeira vez no Setor de Conflitos de interesse
Glaucoma da Universidade Federal de São
Paulo - UNIFESP. Arq Bras Oftalmol. Vol. 66. Os autores declaram não haver
Num. 6. p.785-790. 2003. conflitos de interesse.

17-Park, B.J.; Park, J.O.; Kang, H.T.; Lee, Y.J.


Elevated intraocular pressure is associated E-mails dos autores:
with metabolic syndrome in postmenopausal marcelo.conte.prof@gmail.com
women: the Korean National Health and morganarabelo@yahoo.com.br
Nutrition Examination Survey. Menopause. ale1611@gmail.com
Vol. 20. Num. 7. p.742-746. 2013. victorramosfernandes@gmail.com
andre6451@hotmail.com
18-Qureshi, I.A.; Xi, X.R.; Wu, X.D.; Pasha, N.;
Huang, Y.B. Variations in ocular pressure
during menstrual cycle. J Pak Med Assoc. Vol. Recebido para publicação 21/06/2018
48. Num. 2. p.37-40. 1998. Aceito em 05/11/2018

19-Read, S.A.; Collins, M.J. The short-term


influence of exercise on axial length and
intraocular pressure. Eye (Lond). Vol. 25. Num.
6. p.767-774. 2011.

20-Redman, L.M.; Weatherby, R.P. Measuring


performance during the menstrual cycle: A
model using oral contraceptives. Physical
Fitness and performance. Vol. 36. Num. 1.
p.130-136. 2003.

21-Rüfer, S. J.; Klettner, A.; Lanzl, I.; Roider,


J.; Weisser, B. Comparison of the influence of

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo. v.13. n.81. p.92-99. Jan./Fev. 2019. ISSN 1981-9900.

View publication stats

Vous aimerez peut-être aussi