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1 DSGE-CE - Vers1
Este Working Paper apresenta o MODELO DINÂMICO ESTOCÁSTICO DE EQUILÍBRIO GERAL
(DSGE) PARA A ECONOMIA DO CEARÁ. Ele tem como base o modelo de Vereda e Cavalcanti
(2010) e o Modelo Samba (2011) do Bacen. A necessidade de um modelo com esses moldes pode
ser vista em Penna e Osterno (2020).
iii) rigidez de preços e salários, que permite que a política monetária tenha efeitos reais sobre a
economia; e
iv) fricções reais, como custos de ajustamento do capital, utilização variável da capacidade in-
stalada e formação de hábito no consumo, que ajudam a explicar vários fatos estilizados
associados às flutuações do produto.
A extensão do modelo para uma economia aberta segue Dib (2003) e Medina e Soto (2006).
O modelo adiciona a essa estrutura básica algumas características típicas de economias emer-
gentes e da economia brasileira em particular, tais como:
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i) a presença de indivíduos alijados do mercado financeiro e de trabalho, que obtêm sua renda
a partir de transferências governamentais e são impedidos de suavizar seu padrão de con-
sumo ao longo do tempo;
ii) a divisão dos bens e serviços produzidos em itens cujos preços são “livres” (transacionados
sem qualquer tipo de monitoramento ou intervenção governamental) ou “administrados”
(negociados a preços fixados sob algum grau de monitoramento ou intervenção do governo);
e
iii) a inserção de um prêmio de risco sobre os títulos convencionais de renda fixa emitidos pelo
governo brasileiro, que depende do passivo externo líquido do país, além de fatores exter-
nos, como flutuações na propensão ao risco dos investidores internacionais.
1.2 2 - O MODELO
A estrutura geral do modelo é apresentada na figura 1. A economia inclui dois tipos de indivíduos:
Indivíduos Ricardianos, que têm acesso ao mercado financeiro e se comportam de acordo com a
teoria da renda permanente (indivíduos RP), distribuindo seus gastos de consumo no tempo de
forma ótima, e indivíduos não ricardianos, ou seja, que não tem acesso ao mercado financeiro,
limitados, portanto, a consumir sua renda corrente (indivíduos RC).
A presença de indivíduos com possibilidades de consumo restritas é importante para permitir
captar os efeitos das políticas fiscais (transferências e taxação, em particular) sobre o consumo